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  • há 5 meses
Transcrição
00:00E agora o segundo tema que agitou o noticiário, terremoto de magnitude 8.8
00:07que atingiu o leste da Rússia, hoje foi considerado o sexto mais forte da área da era moderna, perdão.
00:15O tremor provocou um tsunami com ondas que alcançaram diversas regiões do Oceano Pacífico,
00:22incluindo a própria Rússia, o Havaí e o Japão.
00:25Outros países como Filipinas, Indonésia, Chile e Peru chegaram a emitir alertas.
00:32Não há registros de vítimas até o momento.
00:35Hora de entrevista aqui no Olhar Digital News.
00:39Vamos receber ao vivo o professor doutor Valdemir Lima dos Santos,
00:44que é geógrafo e professor de geografia na Universidade Federal do Acre.
00:50Vamos lá receber o professor Valdemir.
00:53Deixa eu colocá-lo aqui na tela.
00:55Olá, boa noite.
00:56Valdemir, muito bem-vindo ao Olhar Digital News.
00:59Obrigada pelo tempo.
01:02Boa noite.
01:03Eu que agradeço o convite à disposição.
01:07E nós também vamos receber ao vivo o Bruno Colasso,
01:10que é sismólogo do Centro de Sismologia da USP.
01:14Boa noite, Bruno.
01:15Seja bem-vindo ao Olhar Digital News.
01:18Boa noite, Marisa.
01:19Um prazer estar com vocês.
01:20Boa noite, Valdemir.
01:21Vamos começar por você, Bruno.
01:24Eu queria que você comentasse sobre a magnitude desse terremoto.
01:29Esse foi o terremoto mais forte desde 2011,
01:32quando tivemos o acidente nuclear em Fukushima.
01:36Agora os danos são bem menores.
01:38Isso tem a ver com o perfil desse tremor em si
01:41ou com as respostas das autoridades desde os primeiros alertas?
01:46Olha, Marisa, poderia ser uma combinação desses dois fatores.
01:51O fato é que esse tremor aconteceu
01:53em um dos lugares mais despovoados do nosso planeta.
01:57Então, ali não tem muita gente,
02:00também não tem muitas estruturas civis.
02:02Não é o terremoto que acaba causando a destruição,
02:05mas sim o colapso das estruturas.
02:07Como não tem nada ali muito perto,
02:09então a chance de acontecer alguma coisa mais grave
02:12diminui bastante.
02:13Ainda assim, o tsunami que foi causado
02:18também não teve grandes amplitudes das ondas.
02:22Então, além de você ter uma configuração
02:26de um mecanismo que causa o tremor,
02:29ele pode causar ou não um tsunami,
02:31essa onda, quando vai chegando perto da costa,
02:33precisa ter uma configuração até de geometria ali,
02:35da quantidade disponível de água,
02:37se perto da costa é fundo e de repente fica raso.
02:42Então, depende ali de uma geometria também.
02:45Isso vai fazer com que as ondas sejam amplificadas
02:48e elas podem crescer de altura
02:50se tiver muita água disponível.
02:51E não foi o que aconteceu.
02:53Então, as ondas que atingiram a Rússia
02:55tiveram no máximo 5 metros de altura,
02:57não tem força suficiente para causar nenhum dano.
03:00No Japão, por exemplo,
03:02a gente teve ondas de um pouco mais de um metro.
03:04Mesmo assim, os alertas foram emitidos
03:08possibilitaram as pessoas também evacuarem.
03:11Então, o alerta é emitido,
03:13as pessoas evacuam a costa,
03:15você não sabe se, de fato,
03:16vai chegar uma onda gigante ou não.
03:19E mesmo assim, quando chegou,
03:20não tinha gente ali,
03:21as pessoas conseguiram evacuar,
03:22mas as ondas também foram pequenas.
03:24Ainda que tivesse alguém ali,
03:25não ia causar nenhum problema.
03:27Pois é, ainda bem.
03:28Agora, vamos lá com o Valdemir
03:30para falar sobre a região.
03:32A costa do Pacífico,
03:34o Valdemir da Rússia,
03:36está no chamado Círculo do Fogo,
03:38do Pacífico,
03:40que tem uma grande incidência de terremotos.
03:42Eu queria que você explicasse para a gente
03:44por que essa região tem essa característica
03:47de tamanha incidência de terremotos.
03:51Essa região é uma região fantástica,
03:55do ponto de vista geológico.
03:56é uma região extensa do nosso planeta,
04:01que abrange aí...
04:02O Círculo do Fogo abrange mais de 40 mil quilômetros
04:05do nosso planeta,
04:07que vai desde o sul dos Andes
04:10até a Nova Zelândia,
04:11pega mais de 30 países.
04:15E ele tem essa característica
04:17de ter muitos vulcões ativos.
04:19Praticamente, mais de 75% dos vulcões ativos
04:22hoje no mundo,
04:23estão nessa região
04:25que é chamada de Círculo do Fogo,
04:26ou Anel do Fogo do Pacífico.
04:29E essa região da Rússia,
04:30a região próxima da Ásia,
04:33toda essa faixa,
04:35ela praticamente está
04:37próximo de placas tectônicas,
04:40ou na convergência de placas tectônicas.
04:42Uma delas é a placa do Pacífico,
04:44que é uma placa enorme,
04:46que converge com diversas outras placas menores.
04:49Tem a placa da Índia,
04:50tem a placa ali das Filipinas.
04:53E essa, como foi uma placa ali
04:55que converge diretamente com a norte-americana,
04:59que ocasionou todo esse terremoto
05:02que a gente observou aí,
05:03que vem tendo notícias.
05:05Então, o Círculo do Fogo
05:06é uma das áreas aí
05:08do mundo mais tectonicamente ativa.
05:11E, por conta disso,
05:13os moradores e visitantes dessas áreas,
05:16eles apresentam risco elevado,
05:17exatamente pela imprevisibilidade
05:20dos fenômenos que podem ocorrer
05:22nessas áreas.
05:24Agora, professor Valdemir,
05:26claro que existe a preocupação
05:28com os tsunamis,
05:30mas, desta vez,
05:31as ondas não foram gigantes,
05:33não causaram grandes danos.
05:35Agora, quais são as variáveis,
05:37além da força do terremoto,
05:39que influenciam na formação
05:41dos tsunamis?
05:42Uma delas é exatamente a magnitude
05:49com que acontece a dissipação
05:53dessa energia,
05:54não tem outra explicação.
05:56Então, quanto maior for a acomodação
06:00da placa, maior vai ser a dissipação
06:02dessa energia e a onda, obviamente,
06:04ela vai ser maior.
06:05Mas, vários fatores contribuíram
06:09para que a gente não tivesse,
06:10aí o Bruno já explicou perfeitamente,
06:14a distância da costa,
06:16os mecanismos de alerta,
06:18foram muito bem aplicados,
06:20e isso fez com que nós
06:21não tivéssemos grandes desastres.
06:23As ondas foram muito atenuadas,
06:25mas, acredito também que há
06:30uma certa facilidade também
06:36com relação ao movimento da placa.
06:39Então, as placas, elas estão convergindo,
06:42mas essa convergência,
06:44se você não tiver um movimento
06:45que seja verticalizado ao ponto
06:47de você ter uma subida e descida
06:49de bloco tão brusco,
06:50automaticamente você não terá
06:52ondas tão repentinas e bruscas
06:55chegando até a superfície,
06:57até o continente.
06:58Então, isso pode ter também amenizado
07:01o caráter destrutivo dessas ondas
07:04de não chegarem tão altas
07:05até o continente.
07:07Pode ser que essas placas,
07:08elas estejam meio que
07:10no sentido transversal uma a outra,
07:13e não tenha ocorrido esse tsunami
07:16de uma forma tão forte
07:17como aconteceu em outras ocasiões.
07:20Então, a forma como elas estão
07:22se encontrando nesse momento
07:24para esse tipo de evento
07:25que aconteceu agora
07:26pode ter sido um fator atenuante.
07:30Tá certo.
07:30Agora, vamos voltar lá para o Bruno,
07:32porque eu queria falar com ele
07:33sobre a repercussão disso.
07:36Nós falamos agora
07:37sobre o tremor principal.
07:39E houve tremores secundários também,
07:41não é, Bruno?
07:43Dá para dizer que o pior já passou
07:45ou ainda teremos reflexos
07:48desse terremoto
07:49que nós testemunhamos hoje pela manhã?
07:51Olha, Marisa,
07:54essa região está tremendo
07:55há pelo menos uns 10 dias.
07:56Então, a gente teve
07:58sismos precursores, né?
08:00De magnitude 7.4,
08:02teve uma magnitude 7.4
08:03alguns dias atrás,
08:04teve, acho que,
08:06três tremores de magnitude maior
08:07do que 6,
08:08e aí agora
08:10uma magnitude 8.8.
08:12Até agora já são mais de 40 réplicas, né?
08:14A maioria delas todas
08:15com magnitude maior do que 5.
08:16Então, o mais comum,
08:20em geral,
08:21é que essas magnitudes
08:22vão diminuindo.
08:24Mas, por exemplo,
08:25se a gente tivesse pegado
08:25aquele sismo de 7.4
08:27que eu acabei de dizer
08:27que aconteceu alguns dias atrás,
08:29a gente não esperaria um maior,
08:30e aconteceu, né?
08:31Um 8.8.
08:33Então, é mais normal,
08:35é mais comum
08:36que essas magnitudes diminuam, né?
08:39Porque essa energia
08:40vai sendo acumulada
08:41ao longo dos anos, né?
08:43nesse contato
08:44entre as placas
08:46e, de repente,
08:48essas rochas
08:49que compõem
08:50a litosfera terrestre
08:51não suportam
08:53essa quantidade
08:54de energia acumulada
08:55e elas rompem, né?
08:56E quando rompem,
08:57libera essa energia
08:58e, então,
08:59a gente não espera
09:00que tenha
09:00outro sismo tão grande, né?
09:03Mas,
09:03esse é um fenômeno
09:05que a gente não consegue prever, né?
09:07Então,
09:08pode ser esperado
09:09que
09:09essas réplicas
09:11continuem,
09:12por mais alguns dias
09:13até semanas.
09:15Agora, Bruno,
09:15e com relação
09:16à tecnologia,
09:17o que nós temos
09:18já de tecnologia
09:19no mundo,
09:20já avançadas,
09:21para prevenir
09:22ou até
09:22para controlar
09:23esses eventos?
09:26Olha,
09:27em relação
09:27aos terremotos,
09:29né?
09:29A gente tem
09:29as tecnologias
09:30que vão,
09:32por exemplo,
09:32os amortecedores
09:33que são colocados
09:34nos edifícios, né?
09:36Que a gente
09:37possibilita
09:38com que
09:39as edificações
09:40oscilem, né?
09:42Sem se romper,
09:43elas amortecem
09:44essa oscilação.
09:46Mas,
09:46não há nada, né?
09:49Muito dinheiro
09:49já foi gasto, né?
09:51Em correlações
09:52até com
09:53eventos meteorológicos,
09:55para a gente
09:55tentar
09:56prever, né?
09:57A ocorrência
09:58de um terremoto,
10:00mas,
10:00até hoje,
10:01muitos cientistas
10:02acreditam que
10:02isso nunca será possível, né?
10:04Medir essas forças
10:05é muito difícil, né?
10:07A gente está falando
10:08de profundidades
10:09muito grandes, né?
10:10Que a gente não tem
10:10acesso,
10:11não tem como medir
10:12esses esforços.
10:14Em compensação,
10:15em relação aos tsunamis,
10:16isso já é mais
10:17plausível, né?
10:18E tem funcionado.
10:19Então,
10:20depois que acontece
10:20um terremoto, né?
10:21A gente vê
10:22se a maioritude
10:23foi maior que 6,5,
10:24por exemplo,
10:25se teve esse
10:25deslocamento vertical
10:27da coluna d'água
10:28e emite um alerta.
10:31Então,
10:31as pessoas na costa
10:32têm tempo aí,
10:33de repente,
10:34em 20,
10:3430 minutos até,
10:35dependendo da distância,
10:37que é para essa onda
10:38chegar até a costa
10:39e aí conseguem evacuar
10:41e aí depois
10:42se vai ter o tsunami
10:43de fato ou não,
10:44pelo menos as pessoas
10:44já estão sausas.
10:45De repente,
10:46pode não acontecer nada
10:46como foi o caso agora,
10:48mas é melhor
10:48você sair do que
10:49ficar ali
10:50e chegar a uma onda
10:51gigante.
10:53Então,
10:53o alerta de tsunami
10:55hoje já funciona
10:56muito bem.
10:57Agora,
10:58em relação aos tremores,
11:00é mais difícil.
11:02Então,
11:02a gente tem que trabalhar
11:02com essa parte
11:04de segurança,
11:05das edificações
11:06e também na conscientização
11:07das pessoas,
11:08para elas poderem
11:09conhecer,
11:11tentar procurar
11:12um lugar livre,
11:13procurar abrigo,
11:14de repente,
11:15se não conseguir sair
11:16do prédio,
11:16procurar ficar em batente
11:18de porta,
11:18embaixo de uma mesa
11:19resistente,
11:20coisa do tipo.
11:21Então,
11:21essa conscientização
11:22de como as pessoas
11:24devem se comportar.
11:26Agora,
11:26para finalizar,
11:27eu queria voltar lá
11:28com o professor
11:29Valdemir,
11:29para ele falar um pouco
11:30sobre o Brasil.
11:32Nós não temos históricos,
11:34né,
11:34de terremotos severos,
11:35mas temos sim
11:36algumas atividades
11:37sísmicas.
11:38Qual que é
11:39o perfil
11:40dos tremores
11:41de terra
11:41que nós temos
11:42aqui no país,
11:43professor Valdemir?
11:45Então,
11:46no Brasil,
11:47acho que,
11:47assim,
11:47eu até peço licença
11:49ao Bruno
11:49para comentar,
11:50porque o Bruno
11:50é do Serviço
11:51Geológico Brasileiro
11:52e trabalha exatamente
11:53com a parte
11:55de sismologia,
11:57mas eu vou comentar
11:58aqui alguma coisa
11:59relacionada
12:00ao que a gente
12:01tem de registro.
12:02O Brasil não tem
12:03uma magnitude
12:05tão grande
12:06de tremores,
12:06os tremores geralmente
12:07são de baixa magnitude,
12:09a ocorrência
12:09não é tão frequente,
12:11mas ocorrem,
12:12ocorrem tremores,
12:14exatamente por ponto
12:15de a gente estar
12:16em cima,
12:17no centro
12:17da placa
12:18sul-americana.
12:19Então,
12:19nós estamos
12:20numa situação
12:20bem confortável,
12:21em se tratando
12:23de tremores,
12:24essa localização
12:26nos privilegia
12:27demais.
12:28Então,
12:28nós estamos
12:29um pouco longe
12:30das zonas de contato,
12:31vamos dizer assim,
12:33das outras placas
12:34tectônicas,
12:35à exceção
12:35dessa parte
12:37mais oeste
12:38do Brasil,
12:39de onde eu estou
12:40falando,
12:40que é aqui do Acre,
12:42onde nós temos
12:43aqui o encontro
12:44da placa de Nazca
12:45e a placa
12:45sul-americana
12:46na borda,
12:47onde os tremores
12:49ocorrem nos Andes.
12:50Então,
12:51aqui nessa região
12:52do Acre,
12:53assim,
12:53nós temos tremores
12:54que são
12:54ocasionados
12:56na região
12:57Andina
12:57e os tremores
12:59eles são
12:59da magnitude
13:00um pouco maiores,
13:01então 6,9,
13:026,5,
13:04mas a profundidade
13:05varia aí
13:07na média
13:07de 600,
13:08500 quilômetros
13:09de profundidade.
13:10Então,
13:10embora eles tenham
13:10uma magnitude
13:12maior,
13:13mas a profundidade
13:14em sendo também
13:14maior,
13:15a gente não tem
13:16destruição
13:18na superfície,
13:19então as ondas
13:19elas não conseguem
13:20chegar com uma
13:21potência maior
13:22para haver destruição.
13:24Então,
13:24o Brasil,
13:25ele tem
13:26a ocorrência
13:28de tremores,
13:29mas essas magnitudes
13:30em geral,
13:31excluindo a parte
13:33do Acre,
13:35em geral,
13:36eles são tremores
13:36superficiais,
13:38eles são bem
13:39superficiais,
13:40em torno de 100,
13:41150 quilômetros
13:42de profundidade,
13:43mas possuem
13:44uma magnitude
13:45muito baixa,
13:46de 2,
13:472,5,
13:48mais ou menos
13:49nessa média.
13:50A região
13:51Nordeste
13:51apresenta
13:52muitos tremores
13:53em função
13:53dessa característica
13:55que nós temos
13:56lá no Nordeste
13:57também de
13:58amplas áreas
14:00que foram,
14:01as áreas
14:02que foram
14:02antes
14:03que foram
14:04separadas,
14:06então é uma
14:07região que está
14:08ainda em constante
14:09modificação,
14:10mas que não
14:10apresenta muitos
14:11problemas com tremores.
14:13Tá certo,
14:14eu queria agradecer
14:15muito o professor
14:16doutor
14:17Valdemir Lima
14:18dos Santos,
14:18que é geógrafo
14:19e professor
14:20de geografia
14:21da Universidade
14:21Federal do Acre.
14:23Muitíssimo
14:24obrigada,
14:24professor Valdemir,
14:25por participar
14:25aqui conosco,
14:26eu tenho uma
14:26excelente noite.
14:28Obrigado a você,
14:29há sempre
14:30à disposição
14:30para contribuir.
14:32E eu quero
14:32também agradecer
14:33ao,
14:34perdão,
14:35eu quero também
14:36agradecer aqui
14:37ao Bruno Colasso,
14:38que participou
14:38aqui conosco também,
14:39o Bruno Colasso,
14:40que é sismólogo
14:41do Centro de Sismologia
14:42da USP.
14:43Bruno,
14:43muitíssimo
14:44obrigada pela sua
14:45participação também,
14:46pelo seu tempo
14:46aqui com o Olhar Digital News.
14:49Eu que agradeço
14:50o convite,
14:50boa noite a todos.
14:51Boa noite,
14:53tá aí pessoal,
14:54mais um momento
14:55de grandes entrevistas
14:56aqui no Olhar Digital News.
14:57Boa noite,
14:58até uma próxima,
14:58muito obrigada.
15:00É isso aí pessoal,
15:02espero que vocês
15:02tenham gostado
15:03dessa nossa entrevista
15:04bacana,
15:05para entender melhor
15:06esse evento
15:07que aconteceu logo cedo,
15:08que a gente ficou sabendo
15:09sobre esse tsunami,
15:11esse terremoto
15:12lá no Japão.
15:12Tchau.
15:14Tchau.
15:15Tchau.
15:16Tchau.
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