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Transcrição
00:00É um dia muito difícil para a família, é o dia da despedida, é o dia que parece que a ficha efetivamente cai, não é?
00:06A gente está falando de um jovem trabalhador de 31 anos, o Samuel José da Silva, que perde a vida em pleno ofício,
00:13consertando uma máquina de ar-condicionado no quinto andar de um prédio que fica na orla de Boa Viagem.
00:20Esse acidente, ele impressiona porque era uma atividade comum para ele, que há cinco anos estava trabalhando,
00:26mas também um serviço que é feito corriqueiramente por tantos profissionais.
00:31O que aconteceu de errado para que essa tragédia ocorresse é a missão da perícia, da polícia, investigar e trazer as respostas.
00:39Ontem a gente viu que a placa que, digamos, sustentava ali a máquina condensadora de ar-condicionado,
00:45ela parecia estar oxidada, ou seja, corroída já com o tempo.
00:48A gente sabe que é uma área de maresia, perto do mar, e que naturalmente isso acaba facilitando a destruição de peças como essa.
00:58É o que pode ter ocorrido, mas claro que a placa foi levada pela perícia para que seja analisada.
01:03Ainda existem dúvidas, principalmente em relação ao que faltou.
01:08Equipamentos de proteção individual, o Samuel costumava usar, o colega que estava com ele estava utilizando também.
01:14Esse colega é o sobrevivente, é o companheiro de trabalho dele, que viu a situação de risco e conseguiu pular para dentro do apartamento se protegendo.
01:24Eu estou aqui acompanhado da família do Samuel, seu Maurício é o tio, e ele estava relatando para a gente exatamente o que o companheiro de trabalho do Samuel lhe contou.
01:34Era um serviço corriqueiro para eles, que há cinco anos já estavam trabalhando assim,
01:38consertando justamente máquinas como essas que a gente está vendo aqui no IML.
01:41Infelizmente essa tragédia acontece, seu Maurício.
01:43É, infelizmente a gente vimos que onde ele estava trabalhando não era um setor adequado para sustentar duas pessoas além da máquina.
01:55É uma falta de respeito com o trabalhador, é uma falta de segurança, e ainda por cima agora a empresa dizer que ele estava com equipamento de segurança.
02:06Todo mundo viu lá que quem chegou e viu que ele não estava.
02:09Para que a gente entenda, gente, o Samuel era, digamos, autônomo, meio microempreendedor individual, mas era vinculado a essa empresa, que conseguia os serviços e mandava ali que ele fosse realizar o conserto, a manutenção do ar-condicionado.
02:25Não tinha carteira assinada, não tinha vínculo de trabalho, mas tinha esse contrato ali que era formalizado a cada vez que ele ia trabalhar.
02:33E era um trabalho diário, todos os dias.
02:35Então se imaginava, e aí a própria legislação já diz que a empresa precisa fornecer ao trabalhador o EPI, que é o equipamento de proteção individual.
02:44No caso dele que ia trabalhar nas alturas, no mínimo ali uma corda, né, para que ele pudesse estar seguro, estar sustento, estar amarrado em algum local.
02:51Em caso de realmente uma queda de uma placa como essa, ele ficaria ali pendurado no ar.
02:56Explique para a gente, seu Maurício, o que é que o companheiro do trabalho dele contou, relatou exatamente sobre como era o serviço que estava sendo feito.
03:02É, usar aqui é uma máquina dessa que ele foi fazer a manutenção.
03:09Então, se eu estou num espaço que aqui essa máquina está, o companheiro estava do lado, teve a chance de pular para lá, Samuel não teve, porque quando ele imaginou já estava caindo.
03:23Quando ele viu já estava arriando, porque não tinha estrutura nenhuma para segurar o peso de uma pessoa.
03:30Porque o que estava segurando lá a máquina foi um ferro que estava todo enferrujado.
03:35A máquina ficou, mas ele não teve como se segurar na máquina.
03:40Alguém do condomínio chegou a conversar com vocês lá, enquanto vocês estavam no prédio?
03:44Não, é...
03:46Tinha várias pessoas, tinha uma senhora lá que eu acredito que ela era alguma, ou era cínica, ou alguma coisa lá.
03:56Inclusive, essa síndica, gente, foi procurada pela nossa produção e a resposta que foi dada à nossa produção foi a seguinte,
04:01de que aquele contrato ali de serviço foi feito de forma individual, pelo dono do apartamento, pelo morador, para fazer o serviço no apartamento dele.
04:10E não era, portanto, um serviço para o prédio, para o condomínio.
04:13Por isso, o condomínio não iria se pronunciar nesse momento.
04:16O dono do apartamento, o morador, ele conversou com a polícia, prestou os esclarecimentos necessários, mas não concedeu entrevista.
04:25Fato é, gente, que a gente está diante de uma tragédia e, nesse momento, uma família que se despede de um jovem de 31 anos,
04:31tão querido ali entre o Jardim Jordão e Burra, em toda aquela região ali, por onde ele circulava, por onde ele transitava,
04:37onde ele vivia, cresceu, era casado e, para a família, essa tristeza gigante.
04:43E aí

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