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O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, afirmou em entrevista ao Grupo Liberal que o governo Lula está promovendo uma reconfiguração profunda da política agrária no Brasil, com destaque para investimentos inéditos no Pará, apoio à agricultura familiar e estímulo ao reflorestamento com espécies produtivas. Segundo ele, programas como o Plano Safra da Agricultura Familiar e o financiamento de R$ 200 milhões para sistemas agroflorestais visam não apenas a recuperar áreas degradadas, mas também a gerar renda, reduzir a fome e garantir sustentabilidade econômica e ambiental para pequenos produtores.

Repórter: Jéssica Nascimento
Imagem: Adriano Nascimento | Especial para O Liberal
Op. de corte/edição: Bia Rodrigues (supervisão: Tarso Sarraf)

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Transcrição
00:00Olá, seguidores de O Liberal, sou Jéssica Nascimento.
00:02Hoje nós estamos aqui com o Ministro do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar,
00:07Paulo Teixeira.
00:08Ministro, muito bem-vindo.
00:09Obrigada pela sua participação, por aceitar nosso convite.
00:13Muito obrigado, Jéssica.
00:14Eu que agradeço estar aqui com você e com o Jornal Liberal.
00:18Excelente.
00:19Ministro, para a gente começar, gostaria de entender um pouco melhor
00:23as funções do Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar.
00:27O que diferencia, por exemplo, esse Ministério do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
00:33mais conhecido como MAPA?
00:35Bom, Jéssica, eu primeiro agradeço a tua pergunta,
00:39ao tempo que eu digo que eu estou acompanhado aqui do presidente do INCRA, César Aldrigui.
00:45Então, o INCRA, ele está vinculado à pasta do MDA.
00:49À pasta do MDA estão vinculados o INCRA, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária,
00:55a CONAB, que cuida de abastecimento, a ANATER, que cuida da área de assistência técnica e extensão rural,
01:04ao mesmo tempo que estão vinculadas à CEAGESP de São Paulo,
01:09que é uma grande central de abastecimento, e a CEASA Minas.
01:12Então, nós cuidamos do agricultor familiar, de um lado, com crédito, com assistência técnica,
01:20com programas de acesso ao mercado e industrialização.
01:23Então, o PRONAF está sob a gestão do MDA.
01:29E também toda a área de reforma agrária, que o INCRA está sob a gestão do MDA também.
01:37Aqui o Pará e o Norte respondem por um terço de todos os assentamentos brasileiros.
01:44Nós também cuidamos da área de abastecimento.
01:47Eu entro nessa área de abastecimento, compartilhando com o Ministério do Mapa.
01:54Então, o tema dos preços dos alimentos são matérias que nós tratamos também.
02:01E nós, o Mapa, ele tem o agro, essa área empresarial.
02:10Normalmente, eles têm uma grande atenção para a exportação, o mercado externo e a produção empresarial.
02:21Enquanto nós, trabalhamos muito e fortemente o mercado interno e o pequeno e um pouco médio agricultor brasileiros.
02:33Entendi, muito bem.
02:34O MDA é responsável por implementar o Plano Safra da Agricultura Familiar,
02:39que, segundo a pasta, injeta 51 bilhões de reais no campo nos primeiros nove meses de execução.
02:45Quais são os critérios para a distribuição desse recurso e como ele chega de forma eficiente aos pequenos agricultores?
02:53Bom, esse é o melhor crédito que se tem no Brasil.
02:58Ele é subsidiado.
03:00Nós temos o lançamento do Plano Safra foi de 71 bilhões.
03:07Esses recursos, eles vão para o agricultor familiar e com juros altamente subsidiados.
03:18Então, para a produção de alimentos é 3% de juros.
03:21Enquanto nós estamos com 15% da taxa Selic, a gente oferece os juros de 3% para o agricultor, para a produção de alimentos.
03:33Para a produção de alimentos ecológicos, que sejam orgânicos, o juros é de 2%.
03:41O microcrédito, o juros é de 0,5%.
03:45E nós oferecemos para a pessoa física e oferecemos para cooperativas, igualmente.
03:53E para a mecanização, para máquinas pequenas, o juros é de 2%.
03:59Então, nesse sentido, é um recurso que ajuda em muito a produção de alimentos no Brasil
04:07e estimula a produção desses alimentos que vão para a mesa do povo brasileiro.
04:14Sem dúvida.
04:16No debate sobre a reforma agrária, existe muita confusão sobre o conceito de desenvolvimento agrário.
04:22Quais são, na prática, as diferenças entre essas duas abordagens e qual o papel do MDA, do Ministério,
04:29na promoção do desenvolvimento agrário no Brasil?
04:31O INCRA é a principal instituição de reforma agrária e desenvolvimento agrário no Brasil.
04:40O INCRA é que é responsável pelos assentamentos.
04:44Desde a redemocratização, o INCRA já assentou no Brasil um milhão de famílias.
04:54Então, estima-se que 5 milhões, 6 milhões de pessoas foram assentadas pelo INCRA.
05:00Então, todos os conflitos agrários, o INCRA é que resolve esses conflitos agrários.
05:06Nós temos a alegria, sob a gestão do presidente César Aldrigui e do MDA,
05:13de ter diminuído as mortes no campo em 72% desde o início do governo do presidente Lula, em 2023.
05:2272% de diminuição de mortes.
05:25Excelente número.
05:26E aqui no Pará, áreas que são muito simbólicas estão sendo compradas pelo INCRA.
05:33Por exemplo, a Fazenda Santa Lúcia, em Pau D'Arco, que foram mortos 10 trabalhadores.
05:39Nós estamos agora celebrando um acordo com a Companhia Vale do Rio Doce,
05:45e que tem um volume expressivo de áreas que estão sendo transferidas para o INCRA
05:52para fazer reforma agrária e novos assentamentos, lançamento, inclusive, de uma escola
05:57onde deve estar presente o presidente Lula.
06:00Então, essa é a área.
06:02O desenvolvimento agrário, ele implica em você levar políticas para o campo.
06:11Então, a política de terra, a política de crédito, também nós temos o Pronaf,
06:19mas temos no âmbito do INCRA um crédito de desenvolvimento dos assentamentos.
06:25Esse ano, nós estamos fazendo um pacote de créditos, que é 1 bilhão e 600 milhões de créditos.
06:34E o Pará vai ter muito benefício em função de ter três superintendências regionais do INCRA.
06:41Tem uma superintendência aqui em Belém, outra em Santarém, outra em Marabá.
06:461 bilhão e 600 milhões.
06:49Ao mesmo tempo, nós temos um programa de desenvolvimento desses assentamentos.
06:54Uma das agendas que eu venho trazer aqui é a agenda de desenvolvimento de assentamento com as universidades.
07:04Chama Proforex.
07:06Nós teremos um encontro hoje à tarde em Barca Arena com estudantes do Brasil inteiro, professores, doutores de 16 instituições de ensino.
07:17E também nós temos programas de acesso a mercados, programas de compras públicas, o programa de aquisição de alimentos,
07:29que a gente compra dos agricultores para garantir-lhes uma renda para a produção deles.
07:37E temos o PNAE, que é o Programa Nacional de Alimentação Escolar, que nós participamos, mas é da responsabilidade do Ministério da Educação.
07:48E nós estamos trazendo aqui, nesse momento, um grande financiamento para a recomposição florestal de áreas degradadas,
08:04que a gente chama de florestas produtivas.
08:07Aqui no Pará, vocês têm boas experiências de sistemas agroflorestais.
08:13Ontem mesmo, nós fomos visitar em Tomé, a Sul, o sistema agroflorestal deles.
08:18Nós fomos visitar uma propriedade que, na propriedade, tem 10 tipos diferentes de plantas.
08:25E que isso vai dando uma renda muito importante para o agricultor.
08:31Ele tem culturas que ele pode ter resultado, de curto prazo, por exemplo, maracujá.
08:42Como ali ele tem açaí, dendê, cacau e andiroba.
08:53Então, nisso, o que a gente está trazendo agora é um financiamento do BNDES de 150 milhões para o Programa de Florestas Produtivas.
09:08É um acordo, um programa do governo do presidente Lula, juntamente com o Ministério de Meio Ambiente e com o BNDES.
09:20Entendi.
09:21São 50 milhões.
09:25Esse é um recurso que não precisa ser resarcido, não resarcível.
09:32E ele é destinado a cooperativas e associações.
09:37E o locus desse programa é essa região chamada do arco do desmatamento.
09:48É para recuperação florestal.
09:50Só que aqui com um enfoque de recuperação florestal com espécies produtivas.
09:57Como essas que eu mencionei na SAF, lá de Tomé Assu.
10:01Para mudar a lógica, a árvore de pé ser mais interessante do que o corte da árvore, economicamente, para esses agricultores.
10:13E o que eu vi na SAF ali é que a renda do agricultor que está plantando açaí, que está plantando cacau, que está plantando maracujá, que está produzindo andiroba, é uma renda muito substantiva.
10:28E esses 150 milhões do BNDES já tem um edital, já está recebendo propostas de associações e cooperativas.
10:41Esse edital fecha dia 7 de julho.
10:45Então, a importância daqui poder aproveitar esse espaço e falar desse edital do BNDES.
10:52150 milhões a fundo perdido, que é um recurso do Fundo Amazônia.
10:57Ao mesmo tempo, a Caixa Econômica Federal vai lançar um outro edital de 50 milhões.
11:06Então, só aí já são 200 milhões para a recuperação florestal com espécies produtivas, florestas produtivas.
11:14200 milhões.
11:15O BNDES, através do seu presidente Luiz Mercadante da Tereza Campilo e 150 milhões.
11:22E 50 milhões da Caixa, através do seu presidente Carlos Vieira.
11:26200 milhões.
11:27E a gente deve ter um aporte também da Petrobras.
11:31Então, é o maior programa de reflorestamento que está acontecendo na humanidade hoje.
11:38É aqui na região norte, para o agricultor familiar, para o assentado da reforma agrária,
11:46para a recuperação florestal através de sistemas agroflorestais.
11:51Nós já estamos colocando 200 milhões e devemos chegar a 250, até 300 com esse aporte da Petrobras.
11:59E com isso, a gente quer aqui reforçar o papel que a Amazônia tem para o clima,
12:08para o regime de chuvas, para a captura de carbono.
12:14Mas nós queremos também dar um resultado econômico para os Amazonas que aqui moram.
12:23Porque nós não podemos pensar em preservação sem pensar igualmente nas pessoas.
12:29E eu acho que os sistemas agroflorestais, eles fecham essa equação.
12:33Eles pensam na sustentabilidade do clima, mas pensam igualmente nas pessoas.
12:40Esses dois programas, esses dois investimentos que o senhor citou,
12:45são iniciativas inéditas do Ministério aqui no Pará?
12:48Sem dúvida.
12:50O sistema agroflorestal, ele já existe.
12:54O financiamento nesse volume, nesse porte, é a primeira vez.
13:00Primeira vez.
13:00Porque qual era a lógica anterior?
13:02A lógica anterior era você assentar famílias suprimindo vegetação.
13:10Isso resultou em muitas áreas degradadas e desmatamento.
13:17Agora a lógica é recuperação da cobertura florestal com espécies produtivas que dêem um resultado econômico.
13:27E nesse volume é só no governo do presidente Lula.
13:31Hoje você tem experiências de sistema agroflorestais, mas são experiências, digamos assim, importantes,
13:40mas em termos de cobertura não são tão expressivas.
13:46Com esse programa você vai ter um resultado florestal muito expressivo
13:54e um resultado econômico para os agricultores muito substantivo.
13:58Entendi. Excelente, ministro.
14:00O MDA busca promover a agricultura familiar,
14:03que é muitas vezes identificada com um pequeno produtor rural.
14:07Mas em números, como a gente pode entender o impacto real da agricultura familiar num país,
14:12especialmente quando se compara com o que é comumente dito sobre o agro, o agronegócio?
14:17A agricultura familiar realmente coloca comida na mesa do brasileiro como presidente Lula?
14:22A agricultura familiar e o médio, eles são responsáveis por 70% do que é colocado na mesa do povo brasileiro.
14:32E tem um cardápio muito diversificado, de mais de mil diferentes tipos de alimentos.
14:39Enquanto o agro tem um cardápio resumido de 15 espécies,
14:44A agricultura familiar tem um cardápio extenso de mais de mil e quinhentos alimentos
14:50que são da cultura do povo brasileiro.
14:54Vem aqui no norte, por exemplo.
14:56Quando você vai falar da cultura alimentar do povo amazônida,
15:02a cultura alimentar do povo amazônida é muito rica, muito extensa.
15:08E é da agricultura familiar.
15:11Excelente.
15:12Em tempos de alta tecnologia e mecanização,
15:15como o MDA incentiva a adoção de novas ações na agricultura familiar?
15:19O Ministério oferece apoio técnico ou financeiro
15:22para que os pequenos produtores possam se adaptar a essas novas tecnologias do campo?
15:27É uma preocupação nossa
15:29promover o acesso às novas tecnologias ao agricultor familiar.
15:37Por isso, nós temos inúmeros convênios com a Embrapa para transferência de tecnologia.
15:44Nós estamos agora celebrando um convênio que é MDA, Embrapa e FINEP
15:50para transferência de tecnologias na área de mecanização, na área de bioinsumos e agroecologia.
15:59Ao mesmo tempo, no Pronaf, que é o programa de financiamento, os juros para a mecanização são juros de 2%
16:10para as máquinas pequenas e até 5% para máquinas maiores.
16:15Mas já é um juro extremamente subsidiado em face da Selic, que está a 15%.
16:21Então, não só um programa de transferência de tecnologia, como um programa de...
16:28Outro programa de financiamento para a compra de máquinas e tecnologias.
16:34Para você reter a juventude no campo, eu acho que você tem que ter três coisas.
16:40Você tem que ter, primeiro, tecnologia e hoje todas as tecnologias digitais
16:48e o uso de ferramentas como drone, como irrigação digitalizada.
16:57Você também tem toda a digitalização das máquinas.
17:03Então, você tem que ter, primeiro, mecanização e tecnificação.
17:11Segundo, você tem que ter cooperativas.
17:14Terceiro, você tem que ter cobertura de celular.
17:18Inclusive, nós estamos colocando no Plano Safra um kit de cobertura de celular,
17:24de conectividade a um preço muito barato para financiar a conectividade do agricultor.
17:32Excelente, ministro.
17:33A relação no campo, entre as diversas partes envolvidas, grandes latifundiários,
17:38pequenos agricultores, assentados, tem sido historicamente tensa.
17:42O que o MDA tem feito para ajudar a distensionar essas relações
17:46e criar um ambiente mais colaborativo entre os diversos agentes?
17:49Primeira coisa é, o MDA recriou a ouvidoria agrária e o INCRA recriou a Câmara de Conciliação Agrárias.
18:05E ambas, a ouvidoria e a Câmara, elas mapearam os conflitos no campo no Brasil.
18:11Chegaram a 2.500 conflitos no campo.
18:14E mapearam esses conflitos conforme a gravidade deles.
18:19E aqueles conflitos agudos endereçou um programa de aquisição de áreas para a solução dos conflitos agudos.
18:28Assim, o resultado desse processo foi uma diminuição de 72% das mortes no campo
18:37atestadas pela Comissão Pastoral da Terra.
18:41Então, o que a gente tem feito é buscar paz no campo.
18:46E paz você obtém assentando aquelas famílias que lutam pela terra.
18:53Sem dúvida.
18:54E protegendo aquelas famílias que são vítimas de grilagem, de violência de grileiros.
19:03Sem dúvida.
19:04Em relação à erradicação da fome no Brasil, o governo tem avançado de forma satisfatória?
19:12Quais têm sido os resultados das políticas públicas voltadas para a segurança alimentar?
19:17E como o MDA tem contribuído nesse processo?
19:20A erradicação da fome no Brasil está no topo da agenda do presidente Lula.
19:25E ele, então, recuperou todos os programas que diziam respeito à segurança alimentar do nosso povo.
19:36Ele, primeiro, fortaleceu o Bolsa Família, fazendo uma ajuda extra para as crianças até 5 anos e os jovens até 18 anos.
19:49Ele aumentou o salário mínimo, fez um programa de geração de empregos,
19:58beneficiou os mais pobres com programas como Pé de Meia, o programa Minha Casa Minha Vida.
20:10E com esses programas, juntamente a retomada do programa de aquisição de alimentos,
20:18o reforço no Programa Nacional de Alimentação Escolar, o PRONAF.
20:25Isso tudo fez com que, das 33 milhões de brasileiros que estavam no mapa da fome quando o presidente Lula chegou,
20:36já foram retiradas 25 milhões de pessoas no mapa da fome.
20:41Assim, nós devemos terminar o governo do presidente Lula com o país fora do mapa da fome.
20:49Se Deus quiser, né?
20:50É isso.
20:51Considerando o cenário atual, com crises sanitárias e econômicas,
20:55quais são as maiores dificuldades que o Ministério tem enfrentado na implementação das próprias políticas?
21:02Evidentemente, o primeiro tema são as mudanças climáticas.
21:06Por exemplo, nós estamos vivendo agora no Rio Grande do Sul um momento muito forte de chuvas.
21:17Ontem, 3 mil pessoas já ficaram desabrigadas.
21:23E fortes chuvas que afetaram o campo e a produção agrícola.
21:29E não só fortes chuvas, como secas.
21:32A Amazônia, por exemplo, viveu processos importantes de secas,
21:36sendo uma área de produção de água intensiva.
21:40Então, as mudanças climáticas estão batendo as nossas portas.
21:45O segundo problema grande é orçamentário.
21:49O orçamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário é um orçamento que ainda é modesto diante das necessidades do campo brasileiro.
22:02Isso se deu em função, na minha opinião, dessa captura que o Congresso Nacional tem feito das emendas parlamentares.
22:10Isso precisava ser discutido pela sociedade brasileira, porque é uma pulverização dos recursos públicos.
22:20E uma desidratação das políticas públicas quando você retira 50 bilhões de reais todo ano das políticas públicas
22:34para distribuir em emendas parlamentares.
22:37Então, acho que eu traria essas duas grandes questões.
22:42E uma terceira questão é a fragilidade da assistência técnica em extensão rural.
22:48Em face das mudanças climáticas e das mudanças tecnológicas,
22:52você precisa de um grande programa de assistência técnica em extensão rural.
22:57Com certeza.
22:59Para finalizar, ministro, qual a importância da agricultura familiar
23:02para a preservação da biodiversidade e para a sustentabilidade do agronegócio no Brasil?
23:11Você está perguntando qual é a importância da agricultura familiar.
23:16A agricultura familiar tem uma cultura produtiva que valoriza muito a agroecologia.
23:27Portanto, a produção sem o uso de agrotóxicos e com respeito à terra.
23:41Assim, a agricultura familiar é o locus da agroecologia.
23:49E nós queremos agora, o presidente Lula deve lançar agora o PRONERA,
23:56que é o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos.
24:00Então, nós vamos ver, incentivar, estimular no Brasil a diminuição de agrotóxicos.
24:07Isso vale para o pequeno, mas vale para o médio e para o grande.
24:11Hoje, nós temos uma oportunidade de sair dessa agricultura que utiliza agrotóxicos.
24:24Por que tem a oportunidade?
24:25Tem uma janela científica que é o uso de bioinsumos.
24:31E hoje, nós temos que aproveitar para fazer essa transição de uma agricultura de base química
24:37para uma agricultura de base biológica.
24:40Ao mesmo tempo, Jéssica, é muito importante pensar a agricultura familiar
24:45no sentido de ampliar sua produção para aumentar a oferta de produtos para o povo brasileiro.
24:53E aí, se você me permitir, aproveitar aqui para falar sobre esse momento da inflação de alimentos.
24:59Que também está no alto da agenda do presidente Lula.
25:03E o que nós estamos conseguindo é uma diminuição de 15% no preço do arroz.
25:12Você vai na gôndola, tem hoje um preço de 15% menor do que tinha o ano passado.
25:20Então, tem uma deflação no custo do arroz.
25:2324% no feijão, menos 5% na carne suína, 10% nos ovos, 6% no frango congelado,
25:33menos 7% no preço do açúcar, menos 7% no preço do óleo de soja, 36% no tomate e 20% na laranja.
25:45Então, um dos grandes temas do governo do presidente Lula é fazer com que esse alimento caiba na renda...
25:58No orçamento familiar.
25:59No orçamento familiar.
26:00Aumentou a renda do povo.
26:03Nas camadas mais pobres, aumentou em cerca de 27% a renda,
26:11enquanto na sociedade como um todo, 11%.
26:14E a inflação de alimentos tem sido contida por políticas públicas que fizeram com que a comida chegue mais barata.
26:28Ainda não é o patamar que nós desejamos.
26:33Nós queremos que melhore ainda mais os preços de alimentos para o povo brasileiro.
26:38Mas, assim, como o senhor explica que a população esteja sentindo uma inflação alta dos alimentos,
26:43mesmo com essas reduções?
26:45Olha, é que essas reduções são muito recentes.
26:49Elas vieram no último índice inflacionário,
26:53que foi captado agora no final do mês de maio.
26:59Meados do mês, no final de maio,
27:05que nós captamos.
27:08Portanto, essa diminuição é muito recente.
27:13E eu tenho certeza que na medida em que ela vai se concretizando,
27:18vai consolidando,
27:20esse sentimento virá também na vivência do povo,
27:24na compra dos seus alimentos.
27:26Então, o senhor e o ministério acreditam que até o final deste ano, de 2025,
27:31o preço dos alimentos ainda vai diminuir mais?
27:33Vai, vai.
27:35Vai.
27:36Com certeza.
27:38Impactando, né, não só a qualidade de vida, né, do brasileiro médico,
27:42quanto também o índice de popularidade, né, do presidente.
27:44Sem dúvida, sem dúvida.
27:45Nós tivemos episódios que foram episódios que ali acabaram resultando em aumento de preços, né,
27:59mas esse ciclo está vivendo uma mudança muito expressiva.
28:04Excelente.
28:05Esse é o ministro Paulo Teixeira,
28:07ministro do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar.
28:11Ministro, a gente agradece mais uma vez a sua participação,
28:13agradecemos novamente o seu convite.
28:15Muito, muito obrigada pela entrevista.
28:17Jéssica, eu queria também parabenizar os nossos ministros paraenses.
28:24Nós temos três ministros paraenses.
28:27Nós temos o Jader Filho,
28:28que está fazendo um trabalho excelente no Ministério das Cidades.
28:32Nós temos o ministro Celso Sabino,
28:35que está fazendo um excelente trabalho no Ministério do Turismo.
28:39e temos também o ministro que ainda não viva aqui, mas é daqui,
28:46que é o Valdez Góes.
28:48Valdez Góes.
28:49Que é o ministro do Desenvolvimento Regional.
28:53Isso.
28:53Então, parabenizar aqui, aproveitar esse espaço,
28:56para dizer que o Pará está dando uma enorme contribuição
28:59para o desenvolvimento do Brasil.
29:02Que bom.
29:02Parabenizar o governador Helder Barbalho,
29:07que está fazendo um excelente trabalho,
29:09e é um torcedor do Remo.
29:11E agora, Pará vai ser o epicentro do mundo.
29:15Sim, novembro.
29:16Se você chegar em novembro e puser o ouvido na terra,
29:21você vai ver um batido do coração da terra,
29:24que será que no Pará o mundo inteiro virá.
29:28Ontem eu fui para Tomé Assu com o embaixador do Japão.
29:33E o embaixador do Japão já veio aqui preocupado em reservar...
29:41Sua estadia.
29:42A estadia de toda a comitiva.
29:45Eu achei que toda a comitiva japonesa já vai ficar com um hotel,
29:49então o resto vai ficar para os outros.
29:51Então, vai ser o mundo inteiro, nós vamos ter vários chefes de Estado,
29:55e principalmente o Pará será o palco para lutar por uma mudança nos acordos climáticos
30:04que acelerem a mudança nas nossas fontes de energia,
30:11nas nossas matrizes energéticas,
30:13e ao mesmo tempo acelere os compromissos dos países poluidores
30:18para os países vítimas do aquecimento global.
30:22Então, o Pará vai ser o epicentro do mundo.
30:26Com certeza. Muito obrigada, ministro.
30:27Que bom que os ministros paraenses estão fazendo um bom governo,
30:32uma boa gestão no governo federal.
30:35Muito obrigada, ministro.
30:36Obrigado.

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