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ODONTOLOGIA GERAL - Todas as Aulas Organizadas de forma Didática na Playlists.

Transcrição
00:00Hiperplasia papilar inflamatória
00:12Hiperplasia papilar inflamatória também é chamada por papilomatose por dentadura.
00:21Então o que acontece na hiperplasia papilar inflamatória?
00:24Dessas lesões reacionais, dessas hiperplasias fibrosas, a hiperplasia papilar inflamatória é uma das mais diferentes.
00:33Porque a hiperplasia papilar inflamatória acontece sempre no palato.
00:38Então sempre que cair essa questão, vocês vão ver que vai vir a referência de que ela ocorre no palato.
00:45Normalmente são pacientes que usam próteses mais largas, mais frouxas.
00:50Aqueles pacientes que usam a prótese direto, que não tiram a prótese para dormir, não tiram a prótese para higienizar.
00:58E a prótese acaba servindo de moldeira ali para um monte de micro-organismos, açaí, feijão,
01:06todas aquelas perioporquices para ficarem ali em contato com o palato do paciente.
01:12E aí na verdade o palato acaba respondendo a todas essas suinices que ficam ali em contato.
01:19E a gente tem esse crescimento aí mais papilomatoso, mais pedregoso.
01:25E frequentemente com essa área avermelhada que é a justa candidíase e que frequentemente acompanha essa região.
01:35E aí o interessante da hiperplasia papilar inflamatória é que embora na maior parte das vezes aconteçam indivíduos com próteses, né?
01:44Que não higienizam direito, que usam a prótese direto, a gente pode ter hiperplasia papilar inflamatória em pacientes que não usam prótese.
01:54Então se você tiver um paciente com palato muito profundo e ele for respirador bucal,
02:00você pode ter hiperplasia papilar inflamatória associada à candida nesses pacientes.
02:05Então dependendo da extensão, da magnitude dessa condição, você pode simplesmente ensinar o suíno a limpar a prótese,
02:17reembasar aquilo ali, comprimir um pouquinho, ou então você remove e faz uma abrasão daquilo ali.
02:24O Neville teve mês passado aqui e ele estava mostrando o caso de uma senhora
02:32que apareceu na faculdade porque ela tinha tirado um tumor do palato, um câncer do palato.
02:44E aí ela chegou lá, depois que ela fez uma cirurgia e radioterapia,
02:48ela chegou lá então para fazer uma reconstrução ali da área.
02:52E aí ele foi rever a lâmina de antes do tratamento e ela tinha sido atendida num outro hospital,
02:59a biópsia tinha sido feita, tinha mandado para um médico, né?
03:03E o laudo veio de carcinoma quando na verdade ela tinha uma hiperplasia papilar inflamatória.
03:08Então a velha perdeu o palato, fez uma radioterapia porque ela tinha uma hiperplasia papilar inflamatória.
03:14Por quê? Esse aspecto pedregoso, quando você corta na lâmina, se você não tiver experiência,
03:21parece que está invadindo o conjuntivo, que é o que a gente chama de epitélio pseudocarcinomatoso.
03:25Então se você não tiver familiaridade com esse tipo de tecido, você pode achar que é uma neoplasia maligna.
03:32Nem foi aqui não.
03:34Granuloma piogênico.
03:36Então o granuloma piogênico, ele é uma lesão também reacional, né?
03:42E que várias coisas são faladas a respeito de granuloma piogênico, né?
03:47A primeira coisa falada a respeito de granuloma piogênico é com relação ao nome, né?
03:53Então o nome granuloma piogênico está completamente errado.
03:56Primeiro porque não é um granuloma, né? Um tecido de granulação.
04:00Segundo porque não é causado por bactérias piogênicas, né?
04:05Porque se fosse, causaria pus, coisa que o granuloma piogênico não causa.
04:10Então como a gente já sabe, o granuloma piogênico, ele é tecido de granulação.
04:16Então se vocês voltarem aí na página anterior, naquele nosso esqueminha de inflamação,
04:21vocês vão ver o que que predomina no tecido de granulação.
04:27Vasos, né? Congestos.
04:30Então por isso o granuloma piogênico é vermelho.
04:33Por isso o granuloma piogênico tende a sangrar, principalmente quando ele é traumatizado
04:40na superfície, né?
04:41Então o granuloma piogênico, ele é tecido de granulação.
04:46Então à medida que esse tecido de granulação amadurecer, sofrer maturação fibrosa,
04:51ele vai se transformar em quê?
04:55Em quê?
04:57Cicatriz, né?
04:58Ou seja, se eu cuidar do meu granuloma piogênico,
05:02ele vai se transformar em hiperplasia fibrosa inflamatória.
05:06Correto?
05:06Correto.
05:08Aí vem a pergunta.
05:10Então todas as hiperplasias fibrosas inflamatórias foram antes tecidos de granulação?
05:17Não.
05:17O que faz a lesão estacionar e exacerbar num determinado ponto daquela historinha ali
05:26é o tipo de estímulo.
05:28Então, por exemplo, a hiperplasia fibrosa inflamatória,
05:32ela é causada por um estímulo mecânico.
05:35É a prótese, é a mordida, é a sucção.
05:39Estímulo mecânico faz com que a inflamação passe rapidamente por aquela escalinha
05:43e exacerbe no estágio de cicatriz.
05:47O que causa o tecido de granulação é estímulo biológico com ação hormonal.
05:54Então o que causa granuloma piogênico é placa junto com a ação hormonal.
06:01Então isso faz a coisa exacerbar no estágio de tecido de granulação
06:05e demorar a chegar no estágio de cicatriz.
06:09Então é por isso que o granuloma piogênico tem a história do granuloma gravídico, né?
06:16Que é o granuloma piogênico em grávida, porque é justamente a ação hormonal
06:20favorecendo aí para essa exacerbação no estágio de tecido de granulação, né?
06:26Lembrando que não basta estar grávida, né?
06:29Tem que ter perioporquice.
06:30Se não tiver placa, não vai ter granuloma gravídico.
06:34Então é a associação da placa junto com a ação hormonal.
06:40E aí, a gente sabe que a lesão é vermelha, que ela tende a sangrar,
06:45que ela está associada com o estímulo hormonal e está associada à placa.
06:51Então a gente já sabe.
06:53Qual é a faixa etária mais comum do granuloma?
06:55Qual é a faixa etária da vida que vocês acham que a gente tem mais oscilação hormonal
06:59e perioporquice e suinícia?
07:03Adolescência, né?
07:04Então, você chega no quarto do adolescente, é aquele futum.
07:07A pessoa não toma banho, não escova o dente, né?
07:10Os hormônios estão lá no teto.
07:12Então, normalmente, é nessa faixa etária que a gente costuma ter granuloma biogênico.
07:18Qual é o local de tecido mole na boca onde a gente tem maior quantidade de placa?
07:25Gengiva.
07:2675% dos granulomas biogênicos vão acontecer na gengiva,
07:31porque esse é o local onde a gente tem maior quantidade de placa, né?
07:36Então, é mais comum no sexo feminino.
07:39E lembrando, quem é que trata o granuloma biogênico?
07:43Qual a especialidade da odontologia que trata o granuloma biogênico?
07:46Qual?
07:52Pérido antigo.
07:52Não adianta remover a lesão e não controlar ali a suinícia, né?
07:58Porque vai voltar.
07:59Então, tem que remover a lesão e fazer ali um bom controle de placa.
08:03Mas ela não estava conseguindo higienizar, né?
08:17Porque o aumento de coroa estava com um ponto ali e ela não estava conseguindo higienizar.
08:21Ela não estava conseguindo higienizar, ela estava com um nonômer.
08:25E não foi a primeira vez que eu vi.
08:26Não, eu acho que a minha...
08:29Tipo assim, o paciente faz cirurgia e ele não limpa ali.
08:33Ele fica com medo de limpar.
08:34Primeiro porque no início está doloroso, né?
08:37Então, assim, se...
08:39E aí, às vezes, o que acontece?
08:40Você pega uma paciente que está fazendo um desconcepcional,
08:42ou que está fazendo reposição hormonal.
08:46Aí você está com aquela área ali, que fez a cirurgia de aumento de coroa, de qualquer coisa.
08:50Se o paciente não está higienizando, cresce o hormonal apiogênico.
08:54Não tem jeito.
08:55Mas é sempre placa.
08:57Agora, é claro, se o paciente tem apinhamento, vai ter mais placa, vai ter mais tendência.
09:02Se ele está com uma área de cirurgia, não está higienizando...
09:05Mas é sempre placa.
09:08É placa.
09:09É placa.
09:10Tipo, se tivesse limpado bem, não ia estar com nada ali.
09:16Então, mesmo se você estiver fazendo, sei lá, anticoncepcional,
09:19por exemplo, eu já vi várias vezes granuloma piogênico em pessoas que estavam fazendo
09:28fertilização in vitro, né?
09:30Começam a tomar várias vezes.
09:32Mas, cara, se não tiver também, já vi várias pessoas fazendo que não tiveram placa.
09:37Se você consegue controlar bem aquilo ali, não importa.
09:40Eu falei fertilização in vitro porque é uma dose cavalar de hormônio todo dia, né?
09:45E se você tiver um bom controle de placa, você não vai ter granuloma piogênico nem nada.
09:53Bom, então, tumor gravídico ou granuloma gravídico.
09:57O tumor gravídico ou granuloma gravídico nada mais é do que o granuloma piogênico das grávidas, né?
10:05Então, normalmente, é mais comum no primeiro e no último trimestre,
10:09que é o momento em que a gente tem mais pico de estrogênio e de progesterona,
10:14são as mesmas lesões, né?
10:16Granuloma piogênico, granuloma gravídico, não tem diferença nenhuma,
10:19a não ser a cabocla estar grávida.
10:22Mas, como tem esse pico de ação hormonal, pode crescer mais rápido.
10:28Mas é exatamente a mesma lesão.
10:29E o grande problema aí do granuloma piogênico nas grávidas
10:34é que tanto o primeiro quanto o último trimestre
10:37são momentos ruins, né?
10:39Pra você remover a lesão.
10:41Então, normalmente, fica ali fazendo aquele controle de placa e tal
10:45pra depois abordar cirurgicamente a lesão.
10:48Então, o granuloma piogênico é tecido de granulação.
10:53É a presença dos vasos com gestos ali
10:56que dão aquele aspecto vermelho à lesão.
11:00Já foi proposto como nome,
11:02o nome emangioma capilar nubular.
11:05Só que também não tá certo, né?
11:07Porque não é emangioma, não é neoplasia benigna,
11:09é lesão reacional.
11:10Ou seja, ninguém tem nome, deixa esse mesmo,
11:13porque o povo já desistiu de achar um nome
11:16que preste pra essa lesão.
11:18E aí, à medida que a lesão vai adquirindo maturação fibrosa,
11:23ela vai se transformando em quê?
11:26Hiperplasia fibrosa inflamatória.
11:29Então, quando a gente vê um granuloma piogênico bem no início,
11:33a gente vê a lesão ainda não muito grande, né?
11:36E bem vermelha.
11:38À medida que o tempo vai passando,
11:40a lesão vai sofrendo maturação fibrosa
11:44e vai ficando mais normocrômica, né?
11:47Com áreas mais normocrômicas, ou seja,
11:50áreas de hiperplasia fibrosa inflamatória.
11:52Então, quando a gente vê uma lesão dessa aqui, por exemplo,
11:54que é uma grávida, a gente tem certeza que a lesão começou aqui atrás.
12:00A área mais normocrômica vai ser sempre a área mais antiga,
12:03porque é a área que já tá sofrendo maturação fibrosa.
12:07E a área vermelha vai ser sempre a área mais jovem da lesão
12:10que ainda tá no estágio de tecido de granulação.
12:13Tudo bem, gente? Até aí?
12:16Então, o que que predomina no granuloma piogênico?
12:21Tecido de granulação.
12:23Vasos com gestos cheios de massa que fazem a lesão ali sangrar pra chuchu.
12:28Então, nessa comparação aqui,
12:31a gente vê bem a diferença da hiperplasia fibrosa inflamatória,
12:36uma lesão muito mais madura,
12:38toda de inflamação, cheia de edema,
12:40trazendo vasos pra que a gente consiga, então, ter o colágeno sendo secretado, né?
12:46Então, é claro que isso é uma área mais normocrômica
12:48e isso aqui é uma área mais avermelhada, né?
12:52Então, a cor, eventualmente, ajuda a gente aí
12:56a gente ter uma ideia do tempo daquela lesão.
13:00E aí, o que que a gente vai ver?
13:03Gente, o que que seria um apagador anatômico?
13:05É cada uma que eu vou te falar.
13:15Cada uma que nego inventa
13:17seria um apagador anatômico.
13:23Bom, então a gente vai ver que
13:25tinha lá o nosso dente aqui.
13:27E aí,
13:28o caboclo teve ali um granuloma biogênico.
13:48Então, a gente já sabe que o nosso granuloma biogênico
13:51tava associado a quê?
13:54A placa ali naquela área.
13:57Bom, se a gente não tratar aquele granuloma biogênico,
14:02a gente sabe que ele vai adquirir maturação fibrosa
14:05e vai se transformar em quê?
14:08Hiperplasia fibrosa inflamatória.
14:11Então, se a gente não fizer nada,
14:13não remover a lesão,
14:14não remover ali aquela placa,
14:17então a gente vai ter uma maturação fibrosa
14:19e a lesão vai se transformar
14:20em hiperplasia fibrosa inflamatória.
14:23Só que a questão foi a seguinte.
14:26A placa, nesse estágio inicial,
14:29tava agindo aqui na minha gengiva,
14:31no meu tecido mole.
14:33Tava agredindo o meu tecido mole.
14:35Que respondeu como?
14:37Com tecido de granulação.
14:39Hiperplasia do vácuo.
14:40De granulação, ele começa então
14:42a andar ali no processo inflamatório.
14:44Ele começa a adquirir maturação fibrosa
14:47e a se transformar em cicatriz.
14:48Só que o estímulo continua e aumenta.
14:53Então, esse estímulo,
14:54que agora só atingiu o tecido mole,
14:57pode começar a atingir o osso
14:59e ou o semento.
15:02Que vão responder de que forma?
15:04A mesma, proliferando.
15:07Então, com o passar do tempo,
15:08eu começo a ter uma hiperplasia fibrosa inflamatória
15:10que tem o quê?
15:12Material mineralizado.
15:15Osso e ou semento.
15:17Então, a partir do momento em que
15:19meu estímulo chegar no tecido duro,
15:21eles vão responder da mesma forma.
15:24Proliferando.
15:25Então, eu começo a ter ali uma lesão
15:27que tem material calcificado.
15:30Que é o fibroma ossificante
15:33ou sementificante
15:34ou semento ossificante,
15:36dependendo do que for,
15:38periférico.
15:39E aí, uma coisa que cai muito em concurso
15:42é o seguinte.
15:43O meu granuloma piogênico
15:48na língua,
15:50ele pode se transformar em fibroma ossificante periférico?
15:55Por que não?
15:57Não tem o osso ali,
15:59não tem o semento, né?
16:00Então, o fibroma ossificante periférico
16:03ele é exclusivo da gengiva,
16:05do rebordo.
16:06Aonde eu tenho osso
16:07pra ser traumatizado e proliferar.
16:09O meu granuloma piogênico no lábio,
16:12na língua,
16:13na mucosa jugal,
16:14quando envelhecer,
16:15vai se transformar em quê?
16:17Perplasia,
16:18fibrosa inflamatória.
16:19Fibroma, né?
16:20Mas a gente sabe que a maioria
16:22dos granulomas piogênicos
16:23acontecem aonde?
16:26Na gengiva.
16:26Então, a maioria vai envelhecer
16:28e se transformar no fibroma
16:30ossificante periférico, né?
16:33Porque a maioria
16:34acontece em gengiva.
16:37Então, gente,
16:38o que cai muito em concurso
16:39é justamente sobre essa
16:41exclusividade de gengiva
16:44e de rebordo.
16:45Então, só tem como formar osso,
16:47como proliferar osso.
16:48Aonde a gente tem osso.
16:50Então, a gente não vai ter essa lesão
16:51em outras áreas, né?
16:54Como é que vai ser a faixa etária
16:56do granuloma piogênico
16:57e do fibroma ossificante periférico?
17:01Fibroma ossificante um pouquinho depois, né?
17:03Então, o finalzinho ali da adolescência.
17:05Então, demora um tempo
17:06para se transformar
17:08de granuloma piogênico
17:09em fibroma ossificante periférico.
17:11Não existe um tempo específico.
17:15Cada paciente é um paciente.
17:17Às vezes demora anos
17:18para passar de um estágio para o outro.
17:21Às vezes passa muito rapidamente, né?
17:24Mas, mais uma vez,
17:25mulheres,
17:27a gente pode começar a visualizar
17:29focos radiopacos, né?
17:32Ali do lado de fora,
17:33dependendo da quantidade
17:34de calcificação
17:36que a gente tem.
17:38E, embora as lesões
17:39tendam a ser mais rosas,
17:42mais normocrômicas,
17:43a gente ainda pode ter áreas
17:44de granuloma piogênico
17:46ali na lesão, né?
17:47Então, a gente ainda pode ter áreas
17:48mais avermelhadas ali.
17:51Embora a maioria já esteja ali
17:52há um tempo
17:53e já tenha adquirido
17:55maturação fibrosa
17:56e já esteja ali
17:57mais rosa.
17:58Então, o fibroma
18:01sementosificante
18:02ou sementificante
18:03ou ossificante
18:05vai depender
18:06do material mineralizado
18:07que formou ali.
18:08Se for só osso,
18:10ossificante.
18:11Se for só semento,
18:14sementificante.
18:15Se for semento e osso,
18:16semento, ossificante.
18:18Então, o nome é só
18:19o que formou ali
18:21naquela proliferação.
18:24Bom...
18:24É hiperplasia fibrosa inflamatória.
18:29É a mesma coisa.
18:30É sinônimo.
18:32Então, assim,
18:32o granuloma piogênico
18:34na língua
18:34vai se transformar em fibroma.
18:36O granuloma piogênico
18:37no lábio
18:37vai se transformar em fibroma.
18:40Normal.
18:41Bom, então o que acontece?
18:43A gente tinha
18:44o nosso granuloma piogênico ali, né?
18:48Aí o nosso granuloma piogênico
18:50estava lá
18:50começando a adquirir
18:52maturação fibrosa.
18:53As células estavam lá
18:54diminuindo o potencial
18:56de proliferação delas, né?
18:57Ali depositando colágeno.
19:00Aí a placa foi
19:01e começou a acordar o osso.
19:04Aí o osso começou, então,
19:05a produzir material mineralizado.
19:08Esse processo,
19:10esse produto mineralizado
19:12que o osso começa a produzir
19:13é um produto
19:14fisiológico
19:16ou patológico?
19:21Adoro essa pergunta.
19:22E aí?
19:24Fisiológico,
19:25quem dá mais?
19:27Por que que é fisiológico?
19:31Patológico.
19:31Por que que é fisiológico?
19:36Porque é produzido
19:36pelo nosso corpo?
19:37Então tudo é fisiológico.
19:39Então o câncer.
19:43É patológico, né?
19:45Então, assim,
19:45eu entendo o seu pensamento,
19:47mas assim,
19:47fisiológico é quando
19:48aquilo ali faz parte
19:50do processo normal.
19:52Patológico é quando
19:53obviamente é produzido
19:54pelo nosso corpo.
19:55Todas as doenças
19:55são produzidas
19:57pelo nosso corpo.
19:57Né?
19:58Hã?
20:01Desencageada
20:02por um estímulo
20:03que não deveria
20:04estar ali, né?
20:05Então,
20:06por alguma coisa
20:07errónea.
20:07E aí a gente classifica
20:09como patológica.
20:10Essas perguntas
20:10são maravilhosas,
20:11porque assim,
20:12a gente vai repetindo
20:13umas bobageadas
20:14que a gente não pensa.
20:16Então, por exemplo,
20:17eu falo muito isso
20:18para a dentista, né?
20:20A dentista usa
20:21muita anti-inflamatória, né?
20:24Que inflamação
20:25que a gente tem na boca?
20:30Gengiva?
20:31Gengivite?
20:33É infecciosa?
20:34É micro-organismo?
20:35Então é infecção,
20:36não é inflamação.
20:38Tem inflamação na boca, gente.
20:41Anti-inflamatória para quê?
20:42Que inflamação
20:45que tem na boca
20:46é auto-imune?
20:47Auto-imune.
20:49Se você causa,
20:50é físico.
20:52É traumático.
20:53Não é inflamatório.
20:56Inflamação
20:56é doença
20:57auto-imune.
21:00Então, por exemplo,
21:01quem vai tomar
21:02anti-inflamatório?
21:03Quem tem artrite reumatoide?
21:07Entendeu?
21:10É doença
21:10auto-imune.
21:12Inflamação
21:12você pode
21:13ter aquele pico,
21:16por exemplo,
21:17eu fiz
21:18uma extracção.
21:19Os primeiros
21:20quatro telas
21:21que foram no território
21:21você vai ter aquele pico
21:22de inflamação.
21:23Pra quê?
21:24Pra cicatrizar.
21:26Se você suprimir,
21:27o que você está fazendo
21:28com a sua cicatrização?
21:31Sim, mas...
21:32Gente,
21:33é parar
21:34e pensar.
21:35A inflamação
21:35que você gera
21:36quando você quer um reparo
21:38é pra ter o reparo.
21:39se você está usando
21:41um anti-inflamatório
21:43você está
21:43diminuindo
21:44o processo
21:45de reparo.
21:46Porque aquela
21:47inflamação
21:48é fisiológica.
21:50Pra ajudar
21:51no processo.
21:55Aí é analgésico,
21:56não é anti-inflamatório.
21:58Aí você usa um tramal.
22:00Mas dentista
22:00tem medo de usar tramal.
22:02inchaço
22:03você usa corticoide.
22:05Porque age
22:06no ácido aracnônico
22:07lá em cima.
22:07Sim, é o ácido aracnônico
22:08por isso que tem
22:08que você dar ele antes.
22:10Perfeito.
22:12Perfeito.
22:12Você dá antes
22:14e depois
22:15a recuperação
22:15está livre dele.
22:17Por que a gente
22:18ama pra ele
22:18de faculdade
22:19e tal?
22:20Não sei,
22:20porque são pessoas
22:21mongóis
22:21que falam sobre isso.
22:23Porque ninguém
22:24entende nada
22:25de farmáculo.
22:26Porque todo mundo
22:27quando faz
22:28todo mundo
22:29gente,
22:30eu tenho briga
22:30todo dia
22:31com meu sócio
22:32sobre isso.
22:33Antibiótico
22:34pra tudo.
22:36Antibiótico
22:36pra tudo.
22:38Paciente sentou,
22:39sorriu,
22:39antibiótico pediu.
22:43Sentou,
22:43sorriu,
22:44antibiótico pediu.
22:47Sabe?
22:48Tipo assim,
22:48ah não,
22:49mas é,
22:49vou fazer um siso.
22:51Paciente 18 anos,
22:52saudável.
22:54Antibiótico?
22:55Pra que?
22:55A gente tá maluco?
22:57Não tá?
23:00Gente,
23:01olha,
23:02sabe o que que acontece?
23:03Quando você,
23:04eu,
23:05eu,
23:05quando eu fiz farmáculo,
23:06eu tinha 16 anos.
23:07Eu não tinha nada na cabeça.
23:09Eu não tinha menor,
23:10não tenho hoje,
23:11eu ia até com 16.
23:13Eu não tinha a menor condição
23:14de aprender nada daquilo.
23:15Assim como eu,
23:16todos os professores.
23:17Só que a diferença
23:18é que as pessoas
23:19vão só repetindo
23:20o que o fulaninho faz
23:22sem pensar,
23:23sem sentar a bunda
23:25e ler
23:26e pensar.
23:27Dentista só sabe
23:28prescrever amoxil.
23:29Aí quando quer inventar,
23:32prescreve cipro.
23:33Não,
23:33cheguei outro dia
23:34no consultório
23:35pra atender
23:35uma paciente
23:36do meu sócio.
23:37Ela tá tomando cipro.
23:38Eu falei,
23:38ela tá tomando o quê?
23:40Cipro.
23:40Falei,
23:41quem passou?
23:41Ele e eu.
23:42Falei,
23:42então onde você tirou isso?
23:44Falei,
23:44que micro-organismo
23:46você quer matar
23:47com cipro?
23:49Sabe?
23:49Aí outra coisa.
23:50Aí o pessoal fala assim,
23:51ah,
23:52não.
23:52Por exemplo,
23:54cirurgia.
23:56Vou fazer profilaxia antibiótica
23:57antes do siso.
23:59Paciente ígido,
24:00novo.
24:01Aí pega o protocolo
24:02da American Heart Association,
24:04que é pra endocardite bacteriana.
24:06Porque aquele protocolo
24:07de dois gramas de amoxil
24:08é pra estreptococcus víridas.
24:11Ponto.
24:11Aí ele vai e usa aquilo.
24:14Aí você pergunta pra ele,
24:14qual é o teu objetivo?
24:15Ah,
24:15o meu objetivo é não ter infecção no osso.
24:17Ah,
24:17tá bom,
24:18amoxil dilui no osso?
24:19Difunde?
24:24Direto?
24:25Lá na aeronáutica
24:26é batata.
24:27Sentou,
24:27sorriu,
24:28dois gramas de amoxil.
24:30Aí você fala assim,
24:31ah,
24:31mas é só dentista assim.
24:33Não.
24:34Não,
24:35não é só dentista.
24:36Você chega no CTI,
24:37não sabe o que o paciente tem?
24:39E me peném.
24:41Tô falando sério,
24:43gente.
24:46Tô falando sério.
24:47Então,
24:48a melhor coisa,
25:01a melhor coisa pra...
25:03Ah,
25:03resolve.
25:04Passa um tramal,
25:05filha.
25:05Amputar a perna,
25:06mas olha só,
25:07por que que dentista não passa tramal?
25:08Tem problema nenhum passar tramal?
25:10Mas eu acho mais que é por causa...
25:11É a placa,
25:14não nesse pós-operatório.
25:16Esse acúmulo de placa.
25:17Então,
25:17mas a melhor coisa de você fazer ali,
25:19a melhor coisa que você tem que fazer
25:21é ação local.
25:23Então,
25:23você vai extrair o dente
25:24e o cara bochecha uma clorexidina.
25:26Ele usa clorexidina em casa,
25:28ele passa clorexidina gel no alvéolo.
25:31100%.
25:32Você sempre escreve clorexidina?
25:34Sempre.
25:35Centor sorriu.
25:37Clorexidina pediu.
25:39Ponto.
25:40Cada um tem o seu centor sorriu.
25:42Sempre.
25:43Entendeu?
25:44Deixa bochechar aquele negócio.
25:46É ótimo.
25:48Enquanto ele tá bochechando,
25:49tá te ligando pra reclamar que tá com dor.
25:51Entendeu?
25:51E assim,
25:52dentista
25:53não sabe usar.
25:55A gente deu um curso de farmáculo,
25:57eu e um cara da farmácia,
25:59que o curso de doutor de dentista.
26:02Porque, cara,
26:02as pessoas não sabem pra escrever,
26:03as pessoas não sentam
26:04pra estudar o negócio.
26:06Aí, fala,
26:07meu paciente tá com dor.
26:08Claro.
26:09Claro.
26:10Você tá usando ibuprofeno?
26:13Sério?
26:13Pra dor?
26:14Não.
26:15Ah, mas pode tomar o vidro inteiro.
26:18Pode tomar o verco assim, ó.
26:19Que não vai adiantar.
26:21Vai fazer falência hepática
26:22e não vai adiantar.
26:23Ação central.
26:29É isso.
26:31Ação central.
26:32Aí o paciente,
26:33ah, mas começou a demorar
26:34mais de uma semana.
26:35Acontece, né?
26:36Às vezes você tem infecção
26:37mais de uma semana.
26:38Muda.
26:39Passa pra pregabalina.
26:41Dentista não sabe fazer isso.
26:43É analgésico, gente.
26:45Eu duvido que o paciente tenha dor.
26:47Duvido.
26:48Não tem.
26:48Não tem.
26:48Claro.
26:49Nossa, pode.
26:49A gente fez dois grupos de filha.
26:51Vai dar conceito aí.
26:52A gente estava estudando
26:53sobre a necessidade
26:55do antibiótico na distração.
26:57Aí a gente separou.
26:58Cada um dos dentes
27:00passava só analgésico.
27:02Aí o outro passava
27:03tensa e analgésico, né?
27:05E o outro passava
27:06antifraulatório,
27:07antibiótico,
27:08mais o analgésico.
27:10A gente não teve diferença
27:11nenhuma de tipo assim
27:12de infecção.
27:13Aquele paciente
27:14que tinha muita placa
27:15e teve infecção
27:16tomando amoxilina.
27:18Óbvio.
27:19Amoxilina não
27:21distribui
27:22no osso.
27:24Aí a gente decidiu
27:25o protocolo, né?
27:26Pra gente usar.
27:28Aí hoje a gente faz o DEXA.
27:30Mas o Sidney gosta
27:32de patologia.
27:32É diferente.
27:33Por isso que ele é diferenciado.
27:35Mas a maioria dos cirurgiões
27:36estão nem aí.
27:38É, eu fiz cursos
27:39que quando você entra
27:40já dá o...
27:42Já falam que você tem
27:44que se...
27:44Não, mas olha,
27:45eu vou falar pra vocês assim,
27:47existem os dois lados
27:48da moeda, né?
27:49Existe o profissional
27:51que tá agarrado
27:52naquilo ali,
27:53que ele aprendeu na escola
27:54e que ele tem medo
27:55de largar e dar merda
27:56no consultório dele.
27:57E existe o paciente.
27:59Porque eu tenho
28:00muita coisa pra ser
28:01mas doutora não vai passar
28:02nenhum antibiótico.
28:03Pra garantir,
28:05falam, não, não,
28:05não tem garantir nada.
28:06Tá tudo garantido.
28:07Tá garantido.
28:09Tá ótimo.
28:10Pra garantir, eu sou idiota.
28:11Vai ficar tranquila.
28:12Sabe?
28:12Do tipo,
28:13o paciente quer sair ali
28:15com kit antibiótico,
28:17anti-inflamatório.
28:18Ele se sente seguro
28:19com aquilo ali também.
28:20Pois é.
28:43Pois é.
28:47Tem.
28:49Aí eu falo,
28:49Ah, minha senhora
28:50sempre tem a primeira vez.
28:51A senhora já tinha visto
28:52um iPhone na sua infância?
28:54Sempre tem a primeira vez.
28:56Não tem gente.
28:57Gente, não, juro.
28:58Eu, assim,
29:00eu tenho paciência
29:01com o paciente.
29:02Mas é óbvio
29:02que isso também oscila.
29:04Mas, cara,
29:04tem vezes que eu falo assim,
29:05amigo,
29:06você quer sentar aqui?
29:08A gente troca.
29:10Porra, não tem como, gente.
29:12Não tem como.
29:16Não, ó,
29:16pra vocês terem uma ideia,
29:17eu vou contar um caso recente.
29:19Tô eu no escritório
29:20fazendo não sei o que
29:21do consultório
29:21e vem meu sócio.
29:22Bia,
29:22eu preciso saber
29:23de uma paciente.
29:24Mas agora?
29:25Ele é a minha paciente,
29:26tá lá na cadeira.
29:27Falei,
29:28o que aconteceu?
29:29Aí ele, cara,
29:29ela tá com uma dor
29:30já há muito tempo,
29:31o orto mandou ela pra cá,
29:33tá com uma dor no dente,
29:34só que não é dente.
29:35Não é do dente.
29:37Tipo,
29:37eu tô olhando,
29:38a restauração tá grande,
29:40o ortodontista pediu
29:41pra eu abrir,
29:41não sei o que,
29:41só que não é do dente.
29:42Aí,
29:45aí eu falei assim,
29:46faz o seguinte,
29:47pede pra ela.
29:47Aí eu falei,
29:48não é do dente,
29:48ele não.
29:49Aí ele abriu a radiografia,
29:51a gente abriu a radiografia
29:51no escritório.
29:56Aí eu cheguei pra ela,
29:57falei assim,
29:58como é que é a dor?
29:59Ela falou,
30:00eu sinto uma dor tipo choque,
30:01que irradia,
30:02que vai pro ouvido,
30:03que não sei o que,
30:05eu não consigo localizar muito bem.
30:06Aí eu falei,
30:08ah tá,
30:09é tipo choque.
30:10Aí ela falou,
30:11é tipo choque.
30:12Eu falei,
30:12irradia.
30:13Ou irradia só pra trás,
30:14ou irradia só pra trás.
30:15Ela,
30:15é isso.
30:16Falei,
30:16então,
30:17você tem herpes zóster,
30:18eu vou aqui pra escrever aqui o pedido.
30:20Eu nem sentei na cadeira.
30:22Aí a paciente virou pra mim e falou assim,
30:23mas você não vai me examinar?
30:24Falei,
30:25não.
30:26Ela,
30:26mas como assim?
30:27Você não vai sentar?
30:28Não vai me examinar?
30:29Falou que é herpes zóster.
30:32Aí eu falei pra ela,
30:32olha só,
30:33não preciso sentar pra te examinar.
30:35Tipo,
30:35eu vi a sua radiografia,
30:36o meu colega,
30:37que é um do dentista,
30:38disse que não é canal.
30:40É herpes zóster.
30:41A senhora faz o seguinte,
30:42a senhora vai ali.
30:44Não,
30:44mas não pode,
30:44não,
30:45não pode ser zóster,
30:46zóster faz bolinha.
30:47Falei,
30:48então,
30:48existe uma coisa chamada zóster sinerpete.
30:50Não faz a bolinha
30:51e dá essa dor.
30:53Aí ela,
30:54falei,
30:55você teve catapora.
30:56Tive,
30:56eu falei,
30:56isso é herpes zóster.
30:57Aí eu falei,
30:57faz o seguinte,
30:58vai lá no Sérgio Franco,
30:58faz aqui o exame.
30:59Ela falou,
31:00não,
31:00porque,
31:00aí eu falei,
31:01ó,
31:01a prescrição tá aqui.
31:02Não,
31:02mas eu não vou tomar.
31:03Falei,
31:03então,
31:03faz o seguinte,
31:04vai lá no Sérgio Franco,
31:06faz o exame,
31:07e você volta aqui.
31:09Aí liguei pro Sérgio Franco,
31:10pedi pra agilizar,
31:11no dia seguinte,
31:11cara,
31:12o teste dela de zóster,
31:14que o normal é 150,
31:15tava 2.420.
31:18Aí ela me ligou,
31:19caraca,
31:20doutora,
31:21pelo amor de Deus,
31:22não é que era zóster mesmo?
31:23Como é que a senhora sabia?
31:25Falei,
31:25porque eu trabalho com isso,
31:26né?
31:27Tipo,
31:28estranho seria se eu não soubesse,
31:30né?
31:31E realmente era pra eu mudar de área.
31:33Aí,
31:34conclusão,
31:35ela virou e falou assim,
31:36não,
31:36eu falei,
31:36agora você começa a tomar medicação,
31:38não sei o que e tal,
31:38blá blá blá e tal,
31:39uma semana eu tava bem.
31:40Aí,
31:41cara,
31:41ela me mandava mensagem,
31:42ai,
31:42doutora,
31:42graças a Deus,
31:43eu não aguentava aquela dor,
31:44ai,
31:44agora é Deus no céu.
31:46Cara,
31:46ela já me mandou umas 15 pessoas,
31:47todo mundo que tem dor vai lá no consultório.
31:50Na maioria das vezes é dente,
31:52mas ela fala assim,
31:52não,
31:52não,
31:53porque agora eu descobri esse herbizóster
31:54que dói,
31:55que é um inferno,
31:56e que ninguém sabe,
31:56ela já me mandou uns 15 pacientes.
31:58Aí,
31:58ela fraturou um dente,
32:00aí ela falou,
32:01ai,
32:01doutora,
32:01eu queria que a senhora olhasse pra mim,
32:02o que que eu faço,
32:03se eu estrago,
32:04aí eu falei,
32:04mas Clarice,
32:05eu não sei fazer isso.
32:06Ela,
32:06não,
32:07mas me fala,
32:08não,
32:08que agora eu não faço mais nada,
32:10se você não me falar,
32:11porque,
32:12eu falei,
32:12mas Clarice,
32:12eu não entendo nada disso,
32:14se dá pra tratar o canal,
32:15se dá pra,
32:15aí ela,
32:16eu falei,
32:17você quer que eu fale com o seu dentista,
32:18pra você?
32:18Ela falou,
32:19ai,
32:19eu gostaria,
32:19eu falei,
32:20cara,
32:20pronto,
32:21agora virou,
32:22tipo,
32:23virei o guru espiritual da dor do dente,
32:26uns 15 pacientes lá,
32:28e tudo é a mesma coisa,
32:30mas esses casos de zóster acontecem direto,
32:33e o paciente sempre duvida,
32:36ó,
32:36pra vocês verem,
32:37ontem,
32:37ontem,
32:39eu tava no,
32:40terça-feira,
32:41eu tava no hospital,
32:42aí me pediram um parecer no leito,
32:45de uma paciente que tava internada,
32:47aí eu falei,
32:47na terça-feira,
32:48aí terça-feira,
32:49cara,
32:49eu tripliquei no hospital,
32:50tava manhã,
32:51tarde e noite,
32:52tava aqui no zumbi,
32:53que eu não aguentava mais ver paciente na minha frente,
32:55aí,
32:56foi 10 horas da manhã no quarto da mulher,
32:58a mulher não tava,
32:58eu tava passeando,
33:00falei,
33:00gente,
33:01que mulher tá passeando?
33:02Porra,
33:03tá internada?
33:04Foi aonde?
33:05Aí,
33:05tudo bem,
33:06quando foi 7 horas da noite,
33:07fui de novo no quarto da mulher,
33:08a mulher passeando,
33:09essa mulher só pode ter de sacanagem com a minha cara,
33:11aí,
33:12falei,
33:12ah,
33:12agora,
33:13manhã,
33:13aí,
33:14quando foi de madrugada,
33:16a menina que trabalha comigo,
33:17também,
33:17estômago,
33:18tava de serviço de um dia pro outro,
33:19aí,
33:20falou pra mim assim,
33:20Bia,
33:21me ligaram do quarto pedindo pra ver essa mulher,
33:23aí,
33:23eu fui ver no prontuário dela,
33:25que você tinha passado lá duas vezes,
33:26ela não tava no quarto,
33:27falei,
33:27pois é,
33:27tava passeando,
33:28não vi,
33:29ela falou,
33:29não,
33:29eu fiz uma radiografia dela,
33:31fiz uma panorâmica dela,
33:33e ela tem 4 dentes pra fazer canal,
33:35eu falei,
33:35ela tem o que?
33:36Aí,
33:37ela,
33:374 dentes pra fazer canal,
33:39aí,
33:39eu falei,
33:39aonde?
33:40Aí,
33:40ela falou,
33:40na mandíbula inferior,
33:41eu falei,
33:414 dentes da mandíbula inferior pra fazer canal?
33:45Aí,
33:45ela é,
33:45eu falei,
33:45amanhã eu vejo a paciente,
33:47aí,
33:47tipo,
33:47aquela coisa que já te soa estranho,
33:50né?
33:51Aí,
33:52tô eu subindo pra ver a paciente,
33:55pro leito,
33:56e aí,
33:56a minha amiga,
33:57que é muito minha amiga,
33:58eu tô rindo,
33:59tava subindo comigo,
34:00ela,
34:00ah,
34:00você vai subir?
34:01Eu falei,
34:01vou,
34:01eu tenho que ver uma paciente no 403 dela,
34:03eu também,
34:04aí,
34:04eu falei,
34:04ah,
34:04é?
34:05Aí,
34:05ela é,
34:06eu falei,
34:06ah,
34:06me chamaram porque ela tá com zumbido,
34:08dor no ouvido e paralisia facial.
34:12Aí,
34:12eu falei,
34:13ah,
34:13então,
34:13filha,
34:13já vamos subir com a ciclovia,
34:15porque ela tá com dor nos quatro dentes,
34:16é óbvio que ela não sai antes.
34:18Aí,
34:18tipo,
34:19o diagnóstico ali na escada,
34:20a gente nem viu a paciente,
34:22era o pedido de parecer meu,
34:23com o pedido de parecer dela,
34:25resolvido o caso.
34:26Então,
34:26assim,
34:26às vezes a gente acha que é dor,
34:29a gente não sabe diagnosticar dor.
34:31Se a gente não sabe diagnosticar dor,
34:32a gente irá tratar.
34:35Entendeu?
34:36Sabe?
34:37Fica todo mundo perdido,
34:38é DTM,
34:39é pulpite.
34:40Aí,
34:41tipo,
34:41faz teste terapêutico,
34:42eu vou fazer acesso
34:43pra ver se melhora.
34:45Aí,
34:45não melhora.
34:46Você fica nessa aqui,
34:49sabe?
34:49A gente é muito mal
34:50de diagnóstico pra dente,
34:52muito mal.
34:53Bom,
34:54mas aí,
34:54o que eu tava falando,
34:55nem sei mais,
34:56tava falando aqui do negócio.
34:57E aí,
34:57depois de falar de remédio,
34:59esqueci.
34:59o que que acontece,
35:01então?
35:02O nosso organismo tava lá,
35:04começando a maturar aquele tecido ali,
35:06né,
35:06do granuloma piogênico,
35:08beleza,
35:09sofrendo maturação fibrosa,
35:10e aí o trauma chega,
35:12então,
35:12no tecido duro,
35:13e o tecido duro tava quieto,
35:14começa agora a proliferar material mineralizado patológico.
35:18Então,
35:18qual vai ser o passo,
35:20o próximo passo do nosso organismo?
35:22Ele vai tentar destruir
35:24aquele material mineralizado
35:26que foi formado
35:27e que não deveria estar ali.
35:29Então,
35:29ele vai,
35:30manda as células clássicas pra lá,
35:32os osteoclastos,
35:33que começam a destruir
35:34aquele material.
35:35E aí,
35:36a gente tem,
35:36então,
35:36a lesão de células gigantes
35:38periféricas.
35:40Aí,
35:40eu pergunto pra vocês,
35:41eu vou ter lesão de células gigantes
35:43periféricas no lábio?
35:45Não.
35:46Eu não tenho lesão
35:47ossificante periférica no lábio.
35:50Então,
35:50também vai ser exclusiva de quê?
35:53Gengiva
35:53e rebordo.
35:54Só onde eu tive
35:55o fibroma ossificante periférico, né?
35:58Então,
35:59esse material
36:00mineralizado patológico,
36:03ele começa a ser destruído, né?
36:05Por essas células clássicas.
36:07Obviamente,
36:07é destruído o material mineralizado,
36:10mais os vasos ali,
36:11então,
36:11a lesão tende a ficar mais arrocheada.
36:14Mas,
36:14o grande problema que a gente tem
36:16com a lesão de células gigantes
36:18é que é uma massa
36:19cheia de células
36:21que reabsorvem material mineralizado
36:23em contato com osso
36:24e dente sadio, né?
36:25Então,
36:26a gente pode começar
36:26a ter...
36:28Essa,
36:28na verdade,
36:29é a nossa grande preocupação
36:31com o granuloma piogênico.
36:32Porque,
36:32quando a gente olha
36:33o granuloma piogênico ali,
36:34a gente ainda não sabe
36:35se está cheio de células gigantes
36:37reabsorvendo
36:38a estrutura
36:38que ainda está sadia, né?
36:40E esse tempo
36:42de transformação
36:45de um para outro
36:46varia muito
36:46de paciente para paciente.
36:48Mas,
36:49normalmente,
36:49é aquela lesão de família, né?
36:52Dançou a valsa
36:53com o granuloma piogênico,
36:55casou com o
36:55fibromosificante periférico
36:57e aí comemora bodas
36:59com a lesão de células gigantes
37:00periférica, né?
37:02Se você fizer uma radiografia
37:05da lesão,
37:06não dessa,
37:07no fibromosificante periférico,
37:09você vê
37:10a radioopacidade?
37:12Vê.
37:13Então,
37:14ah lá.
37:16E aí,
37:18consequentemente,
37:19o de células gigantes também, né?
37:21Ou não.
37:22Na verdade,
37:23os dois podem apresentar
37:25ou não.
37:25O calcificante
37:26vai apresentar
37:27se já for suficiente,
37:29uma quantidade suficiente
37:30para aparecer no raio-x.
37:32E o de células gigantes
37:33vai aparecer
37:34se ainda não tivesse sido
37:35tudo reabsorvido.
37:36Se já estiver no estágio
37:37mais avançado,
37:38ele já destruiu
37:39todo o material mineralizado
37:40e não tem mais calcificação.
37:42Não.
37:43O patologista
37:44consegue perceber.
37:46Vou chegar lá.
37:46Vou chegar lá na lâmina
37:47para a gente ver
37:48como é que faz o diagnóstico.
37:49Então,
37:50a lesão de células gigantes
37:51é exatamente isso.
37:53Vem aquele tecido
37:54cheio de células clássicas ali
37:56que começam a destruir
37:58o material mineralizado.
37:59Então,
37:59o fibromosificante,
38:01ele pode não ter calcificação
38:02no início
38:03e começar a apresentar
38:04calcificação.
38:05E a lesão de células gigantes
38:06pode ainda ter calcificação
38:08no início
38:08e depois parar de apresentar
38:10porque as células clássicas
38:11já destruíram
38:12todo aquele material mineralizado.
38:15Então,
38:15a grande preocupação
38:16é essa massa
38:17com um monte
38:18de célula clássica
38:20em contato ali
38:22com o tecido sadio.
38:23Então,
38:23eventualmente,
38:25essas células gigantes
38:26começam a reabsorver
38:27dente ou osso sadios.
38:29Sua pergunta.
38:31Isso que você perguntou
38:32é extremamente importante
38:33porque,
38:34como vocês viram,
38:35as lesões,
38:36elas são,
38:36na verdade,
38:37uma evolução,
38:38um processo evolutivo.
38:40O nome não faz
38:41diferença nenhuma,
38:42né?
38:42A causa é a mesma,
38:44o tratamento é o mesmo,
38:46né?
38:46Mas como é que a gente
38:47dá o nome?
38:49Então,
38:49se o trauma
38:50for só em tecido mole
38:52e o que predominar
38:54for vasos sanguíneos,
38:55a gente chama de granuloma
38:57piogênico.
38:58Se o trauma
38:59for só em tecido mole
39:00e o que predominar
39:01for fibra colágena,
39:03a gente chama de fibroma.
39:05Se o trauma agora
39:07já pega tecido duro
39:09e independente
39:10da área de vaso
39:11ou de fibra
39:12eu tenho um material
39:13calcificado,
39:15eu chamo de fibroma
39:16calcificante.
39:17Se já pegou tecido duro
39:19e independente
39:20da quantidade de vaso,
39:21de fibra
39:22ou da presença
39:23de calcificação,
39:23eu tenho uma célula gigante,
39:26eu já chamo de lesão
39:27de células gigantes
39:28periféricas.
39:29Então,
39:29na lesão de células
39:30periféricas,
39:31eu posso ter tudo.
39:33Ainda áreas de granuloma
39:34piogênico,
39:35com maturação fibrosa,
39:36ainda com calcificação,
39:38mas já a presença
39:39de células gigantes.
39:41Ele vê no corte
39:43e vê aquela célula gigante
39:44mesmo.
39:45Vê muito?
39:46Muito.
39:46Aqui.
39:50Pode sangrar também.
39:52Sangra.
39:52Mas o granuloma piogênico
39:54sangra muito também.
39:55Granuloma piogênico
39:56é um inferno
39:56para sangrar.
39:57Por exemplo,
39:57o fibroma já está tão sangrando.
40:00Ah, sim.
40:00Fibroma já sangra menos.
40:02Exatamente.
40:22Eu est tentá rataram,
40:23com caía.
40:23Aqui.
40:24Eu perifereau.
40:24Tareagão.
40:24Tareagão.
40:29Tareagão.
40:29Obrigado.

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