Se não houver recuo, a tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre os produtos brasileiros importados passará a valer a partir de 1º de agosto. O economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Flávio Bentes, analisa o impacto da alíquota sobre os setores da economia brasileira.
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NotíciasTranscrição
00:00Pois é, e se não houver recuo à tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos,
00:07passará a valer a partir do dia 1º de agosto.
00:10Então a gente está em contato agora com o economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo,
00:17o Fábio Bentes, para saber justamente o impacto que essa alíquota terá sobre alguns setores da economia brasileira.
00:25Fábio, seja muito bem-vindo, obrigado pela participação aqui na programação da Jovem Pan, nesse sábado à noite.
00:31Eu tenho visto muitos analistas, comentaristas, fazendo projeções sobre os impactos de uma taxação de 50% para alguns segmentos.
00:43Alguns, naturalmente, seriam severamente impactados e há quem pense em alternativas caso isso entre em vigor de fato no dia 1º de agosto.
00:53Enfim, gostaria de escutá-lo a respeito dessas projeções, quais seriam as consequências para esses setores,
01:00caso essa taxação passe a valer a partir do dia 1º de agosto. Bem-vindo mais uma vez.
01:06Muito obrigado, boa noite a todos. De fato, o impacto vai ocorrer e não deve ser pequeno.
01:13Acredito que não é um pouco cedo para a gente mensurar esse impacto,
01:16até por conta do histórico dessa sobretaxação que os Estados Unidos, o governo Trump,
01:23tem fazendo com diversos países do mundo.
01:25Agora, no dia 9, o Brasil, mais de 20 países foram sobretaxados nos seus produtos exportados aos Estados Unidos.
01:37E o Brasil, infelizmente, foi o mais penalizado, com uma letra de 50%.
01:41Claro que, num primeiro momento, o setor exportador tende a ser o mais impactado,
01:47que vai afetar o preço, a competitividade desses produtos que nós exportamos para lá,
01:52quase que imediatamente, a partir do momento em que a nova alíquota está em vigor,
01:56no dia 1º de agosto, os produtos vão ser impactados.
01:59Mas eu gostaria de chamar atenção para outro fato.
02:02O setor importador, o setor de comércio, de um modo geral, também vai ser impactado
02:08caso o Brasil venha a adotar uma política de reciprocidade.
02:13E isso reverbera, ou amplifica, magnifica, né,
02:17para que esse problema fique ainda mais grave para a economia brasileira.
02:23A gente viu o primeiro impacto na taxa de câmbio, logo ali após o anúncio da nova tarifa,
02:28e num segundo ato dessa crise envolvendo as tarifas,
02:34seria o encarecimento de produtos que nós também importamos.
02:37A gente importa nos Estados Unidos, por exemplo, derivados de petróleo.
02:42E nada é pior para impactar a inflação no Brasil do que preço de combustível.
02:49Obviamente, a gente não importa somente dos Estados Unidos,
02:52então acredito que, de um modo geral, até por se tratar de uma empresa estatal,
02:58pensar numa alternativa de outros fornecedores para que a gente minimice esse impacto,
03:05por exemplo, derivado do aumento dos combustíveis,
03:09caso o Brasil opte por adotar uma política de reciprocidade.
03:14E aí, isso afeta o dia a dia das pessoas.
03:17A gente tem um choque em energia elétrica, um choque no preço dos combustíveis,
03:21a inflação sobe, se a inflação sobe, o início do ciclo de juros que entrava para o final desse ano,
03:28ele fica adiado.
03:29De qualquer forma, não é um momento para o pânico,
03:32é importante nesse momento concentrar os esforços na negociação
03:36para que a gente consiga lutar por uma tarifa mais equilibrada,
03:41por um impacto menor,
03:42tanto nos produtos que a gente exporta para o país,
03:47quanto para aqueles que a gente importa,
03:49caso a gente venha adotar e incluir reciprocidade.
03:53Eu vou fazer uma pergunta, inclusive, na esteira dessa sua resposta,
03:58viu, Fábio?
03:59Porque durante a semana nós fizemos uma enquete aqui em um dos programas da Jovem Pan,
04:03questionando e perguntando à nossa audiência
04:06para qual o caminho que o espectador entendia ser o mais adequado para o governo brasileiro.
04:12E demos duas opções.
04:14Se o caminho da reciprocidade, devolver na mesma moeda,
04:17ou então o caminho da negociação.
04:19Foi uma vitória esmagadora para a negociação.
04:23Mas aí eu apresento uma problemática para você.
04:27Quero ver como o economista vai se sair dessa,
04:29porque não me parece que as demandas e as sinalizações de Donald Trump
04:34tratem somente de aspectos comerciais.
04:38Se fosse assim, seria muito mais fácil pensar em uma saída.
04:42Agora, de que maneira o governo vai estudar uma saída mais adequada
04:47quando há pleitos que não dependem somente do Executivo Federal?
04:54É verdade.
04:55Você acredita que essa pesquisa revelou o resultado esperado.
04:59Ninguém quer ser prejudicado por esse rearranjo da geopolítica
05:04internacional.
05:06E para você ver como que não há fundamento econômico
05:09para sobretaxar o Brasil,
05:11se nós analisarmos a relação de comércio entre o Brasil e os Estados Unidos
05:15nos últimos 10 anos, dados compilados pela Secretaria de Comércio Exterior,
05:20em todos esses anos, repito,
05:22em todos esses anos,
05:24os Estados Unidos registraram superávit em relação ao Brasil.
05:28Então, de certa forma, a argumentação que, em parte,
05:33se apoiou em aspectos econômicos, ela pede força.
05:36Então, claramente, a gente tem uma questão geopolítica envolvida.
05:41E, obviamente, eu não sou cientista político,
05:44mas eu acredito que, como economista,
05:46a minha sugestão e a Confederação Nacional do Comércio
05:49está atento a isso,
05:51é a gente procurar minimizar os impactos,
05:54mitigar as perdas nesse momento.
05:57Escalar a crise para uma parífua de 50%,
06:01ou seja, de 30%, de 20%,
06:03nos coloca numa situação desfavorável
06:06em relação àquilo que a gente tinha atento.
06:09Então, o que a Série,
06:11a gente pode concluir que,
06:14desse início dessa crise tarifária,
06:17muito provavelmente, acordos com outras regiões do planeta,
06:21ou do planeta, outros blocos, outros países,
06:25certamente vão ser estimulados
06:27e podem até ter o seu processo de aprovação acelerado
06:31pelo interesse das duas partes.
06:33Então, falam do acordo Mercosul, da União Europeia.
06:36Aliás, recentemente, o Brasil assinou um acordo
06:38de cooperação comercial com o OEF,
06:41os nórdicos da Europa.
06:44Então, todo o Sudeste Asiático.
06:46Então, assim, é importante a gente procurar minimizar
06:51os impactos para a nossa economia,
06:53especialmente para o setor produtivo,
06:55que vai ser penalizado por algo
06:57que não tem nenhum fundamento econômico.
07:01Então, o nosso papel enquanto economista
07:04e defensor das posições de um setor importante,
07:07da economia, como o comércio,
07:09é alertar a população,
07:10alertar os formadores de opinião, de modo geral,
07:13para que escalar,
07:15o fato de que escalar essa crise parifária
07:18só vai trazer consequências negativas
07:20para ambas as economias,
07:22obviamente,
07:23que é muito mais preocupado com a realidade do Brasil
07:25do que com a realidade norte-americana.
07:28Os caminhos possíveis para o nosso país,
07:30após o anúncio dos Estados Unidos,
07:32de taxar em 50% dos produtos brasileiros,
07:36vigência a partir de 1º de agosto.
07:39Estamos conversando com o Fábio Bentes,
07:41ele é economista da Confederação Nacional
07:43do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.
07:45Fábio, peço licença,
07:47a Maria de Carlinhos,
07:49nossa comentarista convidada,
07:50fará a próxima pergunta.
07:53Oi, Fábio, boa noite.
07:55Em alguns veículos internacionais,
07:58especulou-se que certos setores poderosos,
08:01setores econômicos poderosos,
08:03poderiam fazer certas pressões
08:05aos respectivos governos,
08:07tanto o governo dos Estados Unidos
08:08quanto o governo brasileiro,
08:10para justamente conseguir
08:11algum tipo de isenção
08:14ou redução aí nessa alíquota.
08:17Você acredita que esse é o cenário mais realista?
08:21Ou seja, vamos ter ali a base dos 50%,
08:23mas com certos buracos para alguns setores?
08:27Isso é viável? É possível?
08:30De fato, Maria, boa noite.
08:32Esse é um fato possível.
08:34É viável que isso ocorra,
08:37mas a gente costuma dizer
08:38que essa não é a solução ótima,
08:39porque vai ter as nossas relações comerciais
08:43ainda mais complexas,
08:45então isso vai gerar, inclusive,
08:46uma corrida dos agentes econômicos
08:49aos seus respectivos governos
08:51para tentar ganhar alíquotas menores.
08:54Eu acredito que,
08:55pelo que a gente viu ocorrer
08:57em outras economias,
08:58com outros países,
08:59a primeira alíquota anunciada
09:02não foi a alíquota praticada.
09:05Tendo isso na consciência,
09:08a gente conseguiria, sim,
09:09tentar, de fato,
09:12batalhar por uma alíquota linear
09:14menor do que esses 50%.
09:16Eu vou lembrar
09:17que essas cartas
09:19que foram colocadas nos outros países
09:20trataram de alíquotas lineares.
09:22Isso causa um prejuízo econômico
09:24generalizado.
09:26Isso apareceu lá na taxa de câmbio.
09:28Na própria quinta-feira,
09:29assim foi anunciada
09:30a medida pelo governo norte-americano.
09:33Já que a gente falou
09:33tanto de inflação,
09:34outro componente
09:35bastante preocupante
09:37da inflação,
09:38que tem um potencial
09:39de acelerar preços,
09:41é a taxa de câmbio.
09:42Então, de câmbio,
09:43de privado, de petróleo,
09:45a gente tem todo o nosso setor
09:46importador voltado,
09:48aquele que está mais voltado
09:49para a economia americana,
09:51que certamente deixaria
09:52de receber divisas importantes
09:55aqui para o nosso país.
09:56Isso afetaria
09:56a taxa de câmbio também.
09:59E há esse segundo momento
10:00dos setores importadores.
10:02É bom lembrar que o Brasil,
10:03ela é essa economia global.
10:05No modo geral,
10:06é uma economia cada vez mais integrada.
10:09A gente importa produtos
10:10de empresas chinesas,
10:12de empresas americanas,
10:13de empresas europeias,
10:14numa escala muito maior
10:16do que há 10, 15 anos atrás.
10:17Então, o potencial
10:19desse nível de investida
10:20para provocar estragos
10:23na economia,
10:24de fato,
10:24é bastante grande.
10:25Acho que vale a pena
10:26nesse momento
10:27a nossa visão
10:28de que a gente procure
10:29se não anular
10:31essa alta de tarifa,
10:33pelo menos
10:33para ter essa tarifa
10:35com um patamar
10:35mais realista
10:36e menos danoso
10:38para ambas as economias.
10:40acredito
10:40que isso seja viável.
10:42Alguns países
10:43conseguiram
10:44uma carência
10:45nessas tarifas.
10:46Pode também
10:47ganhar um fôlego
10:47para tentar
10:48ganhar um tempo
10:49e, de certa forma,
10:51buscar alternativas comerciais.
10:53Acho que qualquer medida
10:55nesse sentido
10:55é melhor,
10:56seria melhor
10:57do que a gente tentar
10:58diferenciar
10:59alíquotas entre os setores
11:00e aí a gente causa
11:01uma distorção enorme
11:02na economia
11:03e isso aumenta
11:04a competitividade.
11:05Pois é,
11:07mas isso está
11:07no radar,
11:08né, Fábio?
11:09Inclusive,
11:10governador de São Paulo,
11:11Tarcísio de Freitas,
11:12em contato
11:13com o encarregado
11:14de negócios
11:15da Embaixada
11:16Norte-Americana,
11:17há inclusive
11:18essa possibilidade
11:19de que estados
11:20negociem diretamente
11:21com os Estados Unidos
11:22para defender
11:23as suas respectivas
11:26indústrias.
11:27Fábio,
11:27só para a gente finalizar,
11:29tem algumas análises
11:30e reflexões
11:32a respeito
11:33de redirecionamento
11:35de exportações.
11:36O ministro Carlos Fábio
11:37chegou até a mencionar
11:38sobre a possibilidade
11:40de alguns players
11:41identificarem
11:42outros mercados
11:43para redirecionarem
11:44as exportações
11:45não mais
11:45para os Estados Unidos.
11:47Mas assim,
11:47do jeito que as coisas
11:48são colocadas,
11:49parece que é muito simples,
11:50entendeu?
11:51Fecha uma porta,
11:52abre outra.
11:52Não, né?
11:53Há muitas vezes
11:54antecipação de recursos,
11:57né?
11:57A exportação
11:58que vai para os Estados Unidos
11:59já foi paga
11:59há dois anos.
12:00Então,
12:01é preciso considerar
12:02esses detalhes.
12:03Levantou-se,
12:04acho que ontem,
12:05sexta-feira,
12:05a possibilidade
12:06de direcionar
12:07algumas exportações
12:08para Belarus.
12:09E a gente até
12:10debateu em algum programa,
12:11pera lá,
12:11não dá para colocar
12:12Belarus na mesma
12:13prateleira dos Estados Unidos.
12:15Enfim,
12:15queria que você,
12:16brevemente,
12:17só para a gente
12:17encerrar essa entrevista,
12:19discorresse e analisasse
12:20a possibilidade
12:21de direcionamento
12:23para outros mercados
12:24das commodities
12:26e produtos
12:27que geralmente
12:27costumam ser enviados
12:28aos Estados Unidos.
12:31É,
12:31perfeita essa sua análise.
12:33Na realidade,
12:34a gente não consegue
12:34dar um cavalo de pau
12:35nesse transatlântico.
12:37A gente tem um volume
12:38de comércio
12:38muito grande.
12:39Estados Unidos
12:40é o segundo maior
12:41parceiro comercial.
12:4218%
12:43do total
12:44da corrente
12:44de comércio
12:45do Brasil
12:45é responsável,
12:49é compartilhada
12:50com os Estados Unidos.
12:51Isso fica atrás da China,
12:53o dobro
12:53de importância comercial
12:55que os americanos têm.
12:56Em relação
12:57a essa diversificação,
12:58isso já vinha ocorrendo
12:59há algum tempo.
13:01O Brasil vinha,
13:02nosso grau
13:02de dependência
13:03da economia americana
13:04ainda é grande,
13:06verdade,
13:07mas já foi maior.
13:08Então,
13:09a gente já tinha
13:10essa tendência
13:11de diversificação
13:12presente
13:13já há alguns anos.
13:15E para quem tem
13:15algum tipo
13:16de investimento
13:17de relação econômica
13:19comercial,
13:19sabe que uma das formas
13:21de se minimizar riscos
13:22é diversificar,
13:24perder os diversificativos
13:25ativos.
13:26Num momento
13:27como esse,
13:28seguramente,
13:29se a gente tivesse
13:29uma falta de exportação,
13:31relações comerciais
13:32mais diversificadas,
13:34o susto seria
13:35um pouco menor.
13:36Portanto,
13:37falando aqui
13:38da economia americana,
13:39impactos irão ocorrer,
13:41mas essa tendência
13:43de diversificação,
13:44sem dúvida alguma,
13:45é uma alternativa
13:46que fica para o futuro.
13:47Obviamente,
13:48a gente não vai conseguir
13:49fazer isso no futuro.
13:50um bom tempo
13:52consiga diversificar,
13:55multiplicar
13:56os nossos
13:56parceiros comerciais.
13:59É isso.
13:59Fábio Bentes,
14:00economista da
14:01Confederação Nacional
14:02do Comércio de Bens,
14:03Serviços e Turismo,
14:04conversando ao vivo
14:05aqui com a gente.
14:06Agradeço demais
14:07pela entrevista.
14:08Bom fim de semana
14:08e volte mais vezes,
14:09Fábio.
14:11Eu que agradeço.
14:13Boa noite a todos.
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