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Donald Trump anunciou a imposição de uma taxa de 50% aos produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto. Para falar sobre o assunto, a Jovem Pan entrevista o ex-embaixador brasileiro em Washington e em Londres, Rubens Barbosa.
Apresentadores: Roberto Nonato e Soraya Lauand
Entrevistado: Rubens Barbosa

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Transcrição
00:00Ainda falando sobre o anúncio do presidente Donald Trump de taxar produtos brasileiros,
00:05a gente conversa agora com o ex-embaixador do Brasil em Washington, Rubens Barbosa,
00:10a quem agradecemos por participar conosco aqui do Jornal da Manhã.
00:14Embaixador, chegou a ser uma surpresa para o senhor ou não exatamente?
00:19Isso já estava meio que desenhado que pudesse ocorrer aqui para o Brasil.
00:23E aí eu já vou embutir uma outra pergunta.
00:25O governo brasileiro errou nas conversas?
00:28Bom dia e bem-vindo.
00:30Olha, para mim não foi surpresa o que aconteceu.
00:34Isso já estava precificado em vista da ação, a solta da oposição aqui no Brasil ao governo Lula,
00:47nos Estados Unidos, tanto na Flórida quanto no Congresso americano e Washington, junto ao Executivo também.
00:55E a ausência da reação do governo brasileiro para defender os interesses brasileiros lá em Washington.
01:05Não houve canais de comunicação abertos depois da eleição em novembro do ano passado.
01:15Há oito meses que a oposição está solta lá nos Estados Unidos, criticando o governo, inventando coisas.
01:24E o governo não fez nada, porque não tem canais de comunicação com o governo americano,
01:31tanto em relação ao presidente na Casa Branca, quanto em relação ao Departamento de Estado.
01:36Então, a mim não me surpreendeu que essas medidas fossem tomadas pelo governo americano.
01:44Agora, eu acho que a gente não pode julgar essas medidas que foram anunciadas ontem pelos padrões anteriores à eleição do Trump.
01:54Quer dizer, hoje você não tem mais regras do comércio internacional.
02:00É a lei das selvas, é o protecionismo, é a lei do mais forte.
02:04É assim. Foi assim com o Canadá, com o México, está sendo assim com a União Europeia, com o Japão, com a Coreia.
02:11O Brasil não é um caso isolado.
02:14Todo mundo está tendo que conversar com os Estados Unidos.
02:18Me surpreendeu também essa devolução da carta para os Estados Unidos.
02:25Agora, como é que a gente vai negociar se você não tem a carta em que, além das coisas políticas, tem coisas econômicas e comerciais?
02:35A regulamentação das big techs e essa imposição de tarifas.
02:40Eu acho que o governo brasileiro tem que superar isso, tem que estabelecer canais de comunicação
02:46e fazer como todos os outros países estão fazendo.
02:50O Japão e a Coreia, que são grandes parceiros americanos,
02:56eles não foram para a mídia, não foram fazer declarações,
02:59eles foram para Washington negociar com os americanos.
03:02O único que teve cacife para poder impor uma negociação através de ameaça de reciprocidade foi a China.
03:16Mas a China é o maior parceiro americano, é a segunda economia global e é uma superpotência como os americanos.
03:25Então, eles puderam colocar medidas retaliatórias.
03:30Nós não temos condição de retaliar os americanos.
03:33Se a gente for retaliar com tarifas elevadas os produtos americanos, eles dobram esses 50%.
03:40Por isso, eu acho que não vai acontecer nenhuma retaliação comercial contra produtos americanos.
03:48Pode haver medidas previstas nessa lei de reciprocidade que foi citada pelo governo brasileiro,
03:57mas ela não impõe a retaliação de tarifas.
04:02Ela dá outras medidas, outras possibilidades.
04:04É isso que nós temos que fazer, explorar possibilidades de redução de tarifas americanas,
04:12de tarifas de produtos americanos aqui para o Brasil,
04:16e outras medidas de eliminação de restrições não tarifárias,
04:21cotas, impostos sobre os produtos americanos que chegam aqui no Brasil.
04:26Nós temos que fazer como todo mundo está fazendo.
04:29Eles estão conversando e negociando.
04:32Agora, embaixador, o senhor está falando, então, que a melhor saída para o Brasil, então,
04:38nesse momento, seria negociar, né?
04:41A diplomacia mesmo.
04:43Então, o governo teria também chances ou espaço, de repente, para recorrer ao MC nesse momento?
04:52Como eu falei, você não tem como examinar essas medidas unilaterais americanas,
05:02e legais americanas, com os padrões anteriores.
05:06A OMC desapareceu, não adianta nada.
05:09O Brasil não pode inovar e nem vai inovar, não tem condição de inovar.
05:14Nós temos que fazer o que os outros 195 países estão fazendo, estão negociando.
05:20Isso não foi contra o Brasil, isso foi contra o mundo inteiro.
05:23A gente tem que entender isso.
05:25Tem o aspecto político que já foi tratado pelo governo ao convocar o encarregado de negócios lá,
05:32reclamar soberania, interferência, tudo bem.
05:35Já foi feito.
05:36Agora, a gente tem que focar na negociação comercial, das tarifas.
05:42Como é que se faz isso?
05:43Não é apelando para a OMC.
05:45Você pode até apelar também, mas você tem que conversar com o governo americano.
05:50Não é possível o Brasil, o maior país da América do Sul,
05:54uma das dez economias mais importantes do mundo,
05:57não ter conversa, não ter diálogo com a superpotência mais importante do mundo
06:04e o líder aqui na nossa região.
06:07Não é uma questão de subordinação, não é uma questão ideológica, política.
06:11Não se trata disso, se trata de fazer o que todos os outros estão fazendo.
06:17Mudou o mundo, mudou o Brasil.
06:20Se a gente não reconhecer isso, a gente não vai sair do lugar.
06:23O que interessa hoje é defender o interesse brasileiro,
06:27o interesse das empresas brasileiras, através da negociação.
06:31Não é ceder, a gente está aí como subjugado, não é nada disso.
06:39O mundo inteiro está negociando.
06:43O Canadá, o México, a União Europeia, a Coreia, está todo mundo negociando.
06:50Ninguém está se subordinando aos americanos.
06:52Essa nova ordem que está sendo estabelecida pelo governo Trump mudou o mundo,
06:59mudou a ordem econômica, mudou a ordem internacional.
07:02Conversamos com o embaixador do Brasil em Washington, Rubens Barbosa,
07:08a quem eu agradeço mais uma vez a participação e a gentileza de nos atender.
07:12Um bom dia para o senhor.
07:14Muito obrigado pelo interesse de vocês.

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