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O presidente da Câmara, Hugo Motta, definiu que cada deputado poderá direcionar o pagamento de R$ 11 milhões em emendas de comissão. A informação é do jornal Folha de S.Paulo. Os parlamentares devem enviar às comissões uma indicação de como o valor deve ser gasto. Cada colegiado terá que votar e registrar em ata as escolhas. A bancada do Linha de Frente, coordenada por Fernando Capez e com comentários de Carla Beni, Thulio Nassa, Rodolfo Mariz e Henrique Krigner, analisa os desdobramentos.
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NotíciasTranscrição
00:00O presidente da Câmara, Hugo Mota, definiu que cada deputado vai poder direcionar...
00:10Lê pra mim que eu não tô aguentando.
00:11O pagamento de 11 milhões de reais em emendas de comissão.
00:16De comissão, as de comissão, 11 milhões.
00:18Cada deputado manda lá 11 milhões via comissão, pra ninguém saber que foi ele.
00:23A informação é do jornal Folha de São Paulo.
00:26Os parlamentares devem enviar as verbas de seus interesses às comissões,
00:34que é uma indicação de como o valor deve ser gasto.
00:38Cada colegiado vai ter que votar e registrar em atas escolhas.
00:44Pelo menos duas comissões, as de saúde e a de turismo, lá é bom, lá é bom mandar.
00:50Já informaram aos parlamentares a abertura do cadastro, pras indicações, mas o prazo ainda não foi informado.
00:59Os montantes relativos às emendas de comissão vão se juntar aos 37 milhões de reais que cada parlamentar tem direito em forma de emenda individual.
01:10Uau!
01:1048 milhões de reais em emendas.
01:17Hum, nossa.
01:20Um terço disso aí dá quanto?
01:23Dá 16 milhões, um terço de...
01:25É só uma conta, não tô falando nada.
01:28Eu queria ouvir você, Henrique Kriegner.
01:30É uma farra, né, Capês?
01:32A festa com dinheiro público, com dinheiro público fica tudo mais fácil, é dinheiro dos outros,
01:37aí você não precisa olhar a conta e você consegue organizar da maneira como você bem entender.
01:43Aquilo que trouxer maior retorno político é a tristeza que a gente tem visto hoje,
01:49essa é a lógica que impera entre os parlamentares do Brasil.
01:53E falta a gente lembrar de uma questão constitucional.
01:56Quais são as duas principais?
01:58É claro que existem outras ali, dos dobramentos,
02:00mas são as duas principais funções de um parlamentar, especialmente de um deputado federal.
02:04fiscalizar o governo federal, fiscalizar o poder executivo federal
02:10e propor leis que sejam de âmbito federal.
02:14Por que é que a gente tem visto tanto poder de dinheiro,
02:17compra, de decisão daquilo que vai ser política pública dentro de municípios, dentro de estados?
02:24Por que é que os deputados hoje, eles se transformaram nesses verdadeiros agentes aí
02:28que você precisa pedir a bênção, pedir o espaço ali, conseguir a aprovação
02:34para poder implementar aquilo que é de dever constitucional do município,
02:38aquilo que é de dever constitucional do governador, ou seja, no âmbito estadual?
02:42De onde?
02:43Quem que colocou os deputados federais para serem esses grandes bastiões aí?
02:50De onde veio essa lógica?
02:52Hoje a gente tem visto um Congresso cada vez mais metendo a mão onde não deveria.
02:57Especialmente na questão do orçamento, aumentando isso com a questão do dinheiro público
03:02com o gasto dessas emendas. É uma vergonha.
03:04Quando a gente olha para alguns países, e aí sim vale a comparação com países mais envolvidos,
03:09especialmente os da Europa, você vê países em que a remuneração, inclusive, de deputados
03:15é extremamente baixa, até menos desproporcional, como é no Brasil, em relação ao salário mínimo.
03:24Você tem países aí que aplicam taxas muito mais baixas e que não tem glamour nenhum em ser deputado.
03:31Você não anda com três pessoas ali fazendo cortes para suas redes sociais,
03:35você não faz todo um aparato, você não é uma celebridade quando caminha pelo interior do Estado,
03:40você é só alguém que está tentando garantir que as leis estão seguindo a Constituição
03:45e que o governo, o Poder Executivo, está também seguindo aquilo que diz a Constituição.
03:51Por que é que é tão difícil no Brasil a gente implementar isso?
03:55Encontrar pessoas que estejam dispostas a servir ao povo e não ser servidos pelo povo.
04:02Essa glamourização dos políticos, eu sei que estou pegando uma outra tangente aqui,
04:07mas é isso que mais me incomoda, Capês.
04:08Essa glamourização de deputados que vão pegando dinheiro, vão pegando dinheiro,
04:13dinheiro esse que eles nunca teriam competência de produzir para a sociedade por conta própria.
04:18Mas agora se acham os donos e acham também que tem a capacidade técnica e moral
04:22para destinar da melhor maneira.
04:25Melhor segundo quem? Melhor segundo quais parâmetros?
04:28Esse dinheiro seria melhor empregado se estivesse ainda na base,
04:32onde produziu? Nos municípios e nos estados atendendo as demandas mais básicas, Capês.
04:38Pois é, o Carla, só fazer uma pergunta para o Túlio Nasa,
04:41quanto que seria 1%, como é nos Estados Unidos, foi você que deu essa informação,
04:47quanto seria 1% de emendas parlamentares, se fosse esse o limite máximo,
04:511% sobre o total das despesas discricionárias, não as obrigatórias nem as de pessoal?
04:57Quanto que daria 1%? São 200 milhões?
05:00Se nós utilizarmos o mesmo critério dos Estados Unidos, que é um critério proporcional, razoável,
05:09ou seja, vai fazer um asfalto num município, é o dinheiro que não vai fazer falta
05:14para o investimento da infraestrutura nacional.
05:16Então, seria 50 bilhões, que é o que tem hoje, dividido por 25.
05:22Aí o Henrique pode me ajudar aqui, 50 bilhões, dividido por 25.
05:27Dois bilhões?
05:28Mais ou menos isso.
05:29É mais do que razoável.
05:31Quer dizer, o razoável, olha só, o razoável, pelos padrões da maior economia do mundo,
05:40seria 2 bilhões de reais para que os deputados partilhassem entre si no envio de recursos.
05:47E está bom demais.
05:49Agora nós estamos falando, Carla, de 64 bilhões de reais do orçamento.
05:55Já estão no orçamento para gastar o ano que vem.
05:57E sabe o que mais me impressiona?
05:59O atual governo deu dois ministérios para o Centrão, esporte e portos e aeroportos.
06:05Está gastando uma fortuna com a emenda parlamentar e não tem nenhum controle sobre a casa.
06:11Então, ou seja, é uma bagunça generalizada, é uma falta de controle.
06:15Como economista, quais são as perspectivas?
06:18O que temos que fazer para sair desse trem que está começando a descarrilhar?
06:25Olha, Capês, eu tenho uma esperança que é diferente do que a gente está discutindo.
06:31Eu espero que ela entre em execução o mais rápido possível.
06:35Obviamente, em ano eleitoral vai ser muito difícil, mas ela se chama DREX, que é o Real Digital.
06:40O Banco Central já está extremamente evoluído com isso, já está fazendo vários testes para as pessoas terem ideia.
06:46Até a Caixa Econômica já está fazendo testes para pagar a Bolsa Família em DREX.
06:50E os títulos públicos que eventualmente se compram no site lá do Tesouro Direto, eles vão ser em Real Digital.
06:58Onde é que está essa questão?
06:59Toda operação feita pelo Real Digital, pelo DREX, ela é transacionada pelo Banco Central.
07:05E o Banco Central, como é um sistema fechado, um blockchain fechado do Banco Central, eu espero que o orçamento seja feito com o Real Digital.
07:16E isso, você não vai ter mais essa discussão de para quem foi o dinheiro, porque ele é obrigatoriamente, ele tem um destino.
07:24Então, isso vai ser uma mudança muito radical no nosso país, importantíssimo, para a gente também entender uma série de coisas.
07:31Porque o Brasil é um dos países que mais sonega imposto.
07:34Então, eu digo que a nossa sociedade, a sociedade que anda no acostamento, que estaciona na fila de deficiente, por exemplo.
07:42Então, assim, isso é uma construção sociológica nossa, que ela, quando vai para um congresso, o jorro de dinheiro é infinitamente maior.
07:50Então, a regulação em cima do Real Digital, ela vai ser uma mudança seríssima no nosso país.
07:57O Banco Central já está extremamente evoluído nesse processo.
08:02Só que a gente precisa esperar aí mais um pouquinho.
08:04Acho que 2026 vai ser muito difícil, porque é ano eleitoral.
08:08Mas, provavelmente, em 2027, isso daí já vai estar tudo pronto.
08:11E nós vamos ter uma revolução, Capês, nesse país, onde a gente vai saber exatamente por onde que vai o dinheiro.
08:17Qual a sua opinião, professor Túlio Nasa?
08:19Olha, Capês, eu vejo o Brasil com sérios problemas de ajuste fiscal ainda.
08:28Eu não vou entrar, obviamente, na questão que a Carla falou, que é uma questão muito técnica e econômica.
08:33E eu fico e respeito e convalido as opiniões que ela deu.
08:38Mas eu vou abordar um outro aspecto na economia brasileira, ligado à questão orçamentária, que eu acho que é fundamental.
08:45Que é nós controlarmos a qualidade do gasto público.
08:50A qualidade da despesa pública é a qualidade do gasto público.
08:53Eu acho isso fundamental.
08:55É algo que não se falou muito hoje em termos de reformas e não se toca nesse ponto.
09:02Vou dar um exemplo aqui para a audiência entender.
09:04Nós temos hoje um repasse de verbas do governo federal para os municípios na educação, chamado Fundeb.
09:12Todo mundo sabe a importância que a educação tem no Brasil.
09:16E 25% de toda despesa pública, obrigatoriamente, tem que ser gasta com a educação.
09:21Mas o que acontece?
09:2225% do total que os municípios, por exemplo, têm que gastar é um limite quantitativo.
09:29Então eles têm a obrigação todo ano de gastar no mínimo 25%.
09:33Mas não há critérios e regras qualitativas para esse gasto, capês.
09:38Então esse dinheiro chega para os municípios.
09:40O que eles têm que fazer?
09:41Eles têm que correr para gastar esse dinheiro, porque senão eles devolvem para o governo federal o que eles não gastaram.
09:46E município nenhum quer devolver.
09:48Então acaba uma sucessão de gastos desordenados, dessincronizados, para que cumpra essa regra.
09:55Então é preciso que a gente implemente qualidade de gasto público.
10:00Outra coisa que é fundamental que não se fala em relação às emendas.
10:04Essa redução das emendas, de 25 vezes menos, que seria o ideal, serviria para que o Brasil tivesse obrigatoriedade de gastos a longo prazo.
10:17Gastos de infraestrutura no orçamento.
10:19Isso não existe.
10:20Existe obrigatoriedade de gastos mínimos anuais, mas não existe obrigatoriedade de gastos a longo prazo.
10:25No máximo, nós temos uma peça que chama Plano Poluir Anual, em que o governo tem que prever ações para os próximos quatro anos.
10:33Mas eu ia muito mais além do que isso.
10:35Na verdade, é preciso que haja obrigação, como fez a China, que você citou, como fez o Japão depois da Segunda Guerra Mundial.
10:43Um projeto de desenvolvimento do país sustentável, ele exige investimentos a longo prazo.
10:49Industrialização, infraestrutura, isso se não houver obrigatoriedade orçamentária, ou seja, qualidade do gasto público, nós não vamos conseguir crescer.
11:00E por fim, Capês, em relação à preocupação com a despesa pública, muito se fala, mas que país que faz corte de despesa?
11:09O Lula disse ali nos BRICS que ele quer saber que país que faz corte de despesa e isso dá certo.
11:15Em que lugar do mundo que isso deu certo?
11:17Então eu vou citar o Japão, que tem mais de 100 milhões de habitantes e é uma das maiores economias do mundo,
11:23com um país minúsculo em área territorial, que não pode gastar mais no ano seguinte do que gastou no ano anterior.
11:29Uma regra muito clara, muito fácil de ser cumprida e importante.
11:33O Japão é um país que deu certo com corte de despesa.
11:36A Holanda.
11:37A Holanda tinha uma dívida gigante na década de 90 e restringiu dois terços da sua despesa.
11:42A Holanda conseguiu controlar a sua situação e é um país rico, é um país desenvolvido.
11:48Aí então vamos comparar com o próprio Brasil.
11:50Brasil com o Brasil.
11:52Quem viveu na década de 90 sabe o que nós tínhamos de inflação.
11:57Era uma tragédia.
11:58Planos econômicos que tentaram ser feitos, como o plano cruzado do Sarney,
12:03que colocava fiscais, fiscais do Sarney, para cumprir um congelamento de preço para controlar a inflação.
12:09Nada deu certo.
12:10O que deu certo?
12:11Quando veio uma política de responsabilidade fiscal.
12:15Lei de responsabilidade fiscal, política econômica do FMI, de corte de despesa, limite de despesas,
12:21conseguiu aí sim implementar o plano real, conseguimos controlar a inflação e ter uma moeda forte.
12:27Tanto que o governo naquela época entregou para o Lula 1 um país equilibrado.
12:32E aliás o Lula 1, o que fez o Lula 1?
12:34Ele antecipou o pagamento da dívida com a FMI.
12:37Ele fez a política de responsabilidade fiscal que nós pregamos, que nós pregamos aqui.
12:43Então, Capês, são vários os temas, os assuntos que nós poderíamos tratar aqui como sugestão
12:49ou como item de preocupação para a melhoria do orçamento público brasileiro.
12:53Pois é, Otúlio, você sabe que nos países que no século passado se arvoraram em condutores da economia,
13:03abolindo propriedade privada, dirigindo a economia, estabelecendo planos quinquenais,
13:09se apropriando da propriedade privada e transformando em fazendas coletivas,
13:13a gente sabe o que aconteceu no final de 91, né?
13:16A União Soviética quebrou.
13:18Mas, meu querido Rod Merricks, gostaria de ouvi-la.
13:22Também conhecido como Rodolfo Maris.
13:24Meu querido Fernando Capês.
13:26Olha só, parece que nós voltamos aqui, né?
13:28Eu estava lendo algumas notícias.
13:29Nós voltamos, parece, no dia 23 de janeiro de 2024,
13:33quando o Lula vetou 5,6 milhões dessas emendas, dessas emendas de comissão,
13:39travando ali uma queda de braço entre a Turlira,
13:42que era o presidente da Câmara dos Deputados naquela ocasião,
13:45com o próprio presidente, né?
13:46Com ele mesmo.
13:47Ou seja, nós estamos vendo...
13:49Você vê que tudo se conecta, parece?
13:51Semana passada, no mês passado, tivemos um veto pelo Senado e pela Câmara dos Deputados,
13:57383 votos sobre o IOF.
14:01E agora nós temos o Arthur Lira...
14:05Desculpa, nós temos o Hugo Mota vindo a público,
14:08dizendo que ele lançou 11 milhões de emendas de comissão.
14:12Daqui a pouco vai vir o presidente da República e vai tentar fazer alguma coisa.
14:16Ou seja, é sempre mais do mesmo.
14:18Quando o assunto é emendas parlamentares, nós estamos discorrendo disso aqui agora.
14:22E se você que está chegando, a nossa audiência que está chegando agora,
14:25não pense que isso aqui que nós estamos discutindo é coisa nova, não.
14:28Não há um prato limpo aqui.
14:30É um prato sujo, que nós estamos tentando limpar aqui,
14:34tentando trazer a luz de muitos e muitos e muitos anos.
14:38Você acha mesmo que essas emendas, que essa farra das emendas vai acabar?
14:42O Túlio bem trouxe aqui, o professor Túlio Názia trouxe uma referência aqui do Japão,
14:46que tem uma política que é exemplar financeiramente para todo mundo.
14:51Sabe o que eles fizeram?
14:53Eles conseguiram colocar a mão na consciência e o Japão era um dos países que mais poluía no mundo.
14:59Eles mudaram a política deles para ter um equilíbrio fiscal.
15:03Você acha mesmo?
15:04Eu estou com 43 anos.
15:06Eu vivo até os 90 anos, Capês.
15:09Eu quero ser aqui...
15:10Não sou indo pessimista,
15:12Mas eu acho que eu não vou ver politicamente essas emendas se extinguirem
15:17ou os políticos colocarem a mão na cabeça, na consciência
15:20e falarem, olha, nós temos que servir o povo com essas emendas parlamentares.
15:24Porque ela tem uma finalidade.
15:25Não pode ser uma moeda de troca.
15:27O Kriegner trouxe um retrato aqui que o parlamentar, o Congresso, está mandando no nosso país.
15:33Não, nós não temos mais autoridade nos estados com o nosso governo.
15:36O Poder Executivo como prefeito também não tem mais.
15:38Está tudo na mão de quem tem mais grana para negociar.
15:41E isso é um absurdo.
15:43É um absurdo.
15:44Por isso, está vindo uma campanha eleitoral para 2027 aí.
15:48Prestem bem atenção no que vocês vão fazer.
15:51Se interessem mais pelas políticas, principalmente sobre as políticas públicas,
15:55de cada estado que você está nos assistindo.
15:57Porque se não, vai passar o Capês, vai passar a professora Carla, vai passar o Kriegner,
16:02vai passar o Rodolfo Maris, o professor Tulu Nasa,
16:04vai vir outras pessoas e vão estar falando da mesma emenda parlamentar.
16:10Pois é.
16:10Mas, o Henrique Kriegner, também tem uma coisa, né?
16:16O mundo é uma selva.
16:19E na selva, as feras sentem o cheiro da presa.
16:24Mas o fato do governo estar praticamente com uma ideia única na cabeça,
16:30que é aumentar a arrecadação tributária, aumentar tributo, porque eu não consigo cortar gasto,
16:36e criar cada hora uma narrativa diferente,
16:39não dá ideia de uma condução insegura da economia e da administração do país?
16:46Parece, às vezes, aquela biruta de aeroporto.
16:49E cada hora é uma promessa nova de um futuro melhor.
16:53Agora vai dar certo.
16:55E cada hora é uma narrativa diferente.
16:57E tudo é colocar a culpa no governo anterior e não assumir as próprias responsabilidades.
17:03Incluindo a fraude de 4 bilhões, mais de 4 bilhões de reais no INSS,
17:10que não estou vendo nenhuma apuração, não tem ninguém preso até agora.
17:15É, hein, Polícia Federal?
17:17Eu queria, então, perguntar a você, meu querido Henrique Kriegner.
17:21O fato de ter essa desorganização administrativa,
17:25ou a falta de firmeza na condução,
17:28e cada hora um assunto diferente, tocando como narrativas,
17:32o Congresso não se apercebe disso e fala
17:35agora é hora de eu exigir tudo e mais um pouco.
17:38Porque quanto mais emenda parlamentar eu tiver,
17:40mais eu asseguro a tranquilidade da minha reeleição.
17:43Será que o raciocínio não é por aí?
17:45Com certeza, Capês.
17:46Não existe vácuo quando a gente fala de poder.
17:48Se alguém abre um pouquinho de espaço,
17:51se alguém deixa de exercer o poder que a Constituição lhe atribuiu,
17:54outro poder vem e acaba invadindo aquele espaço.
17:57E aí a gente pode criticar o poder por passar daquilo que deveria estar fazendo,
18:03porém também temos que olhar para aqueles que deveriam estar fazendo e não estão.
18:06A negligência também.
18:09Não existe essa questão,
18:10não vai ficar ali um espaço esperando com que o governo federal desperte.
18:15O Congresso vai assumir a frente de coisas que estão abandonadas.
18:17e muita coisa no nosso país está abandonado.
18:20E abandonado no sentido não só da qualidade de entrega,
18:23mas abandonado na questão de projeto, de visão.
18:26Qual é a visão?
18:27Quais são os projetos propostos por esse governo Lula 3?
18:31Quais são as grandes entregas?
18:33Quais são as grandes reformas que foram idealizadas lá atrás
18:36e que estão sendo praticadas agora?
18:38Na pasta da economia, o ministro Fernando Haddad patina.
18:42Patina lá dentro, entre os outros ministros, patina junto com o presidente,
18:46patina junto ao mercado, patina junto à sociedade.
18:50É uma patinação ali que não tem fim, parece.
18:55Então não consegue...
18:56Vamos passar o IOF.
18:57Não, agora volta o IOF.
18:58Não, agora vem aqui essa medida.
19:00Aí vem a ministra Glaze e diz o seguinte,
19:02olha, o presidente não olhou com detalhe na proposta do IOF,
19:06porque o ministro Fernando Haddad é alguém que cuida com muito cuidado.
19:09Então ele é muito cuidadoso disso, muito sinoso.
19:12Então nós não vamos aqui nos meter tanto.
19:15Nós confiamos, ele disse que iria fazer, nós aprovamos.
19:18Então olha a bagunça, como é que é o processo de tomada de decisão.
19:22Eu tenho falado isso também.
19:24Onde é que estão os economistas, a equipe econômica do governo,
19:28que vem dar o respaldo de que essas propostas que estão sendo feitas
19:32pelo ministro Haddad e também outras que foram feitas já durante o governo Lula 3,
19:38são boas, são válidas.
19:40Nós não temos.
19:41Então parece que saiu da cabeça do ministro,
19:43parece que saiu da cabeça de alguém ali, algum assessor.
19:47Tem questões de política externa também, que nós estamos vendo, Capesqui.
19:52Vou pegar aqui a outra tangente, pelo amor de Deus.
19:55Como é que o presidente da República aparece na cúpula dos BRICS,
19:58sugerindo a comunicação via cabos para poder impedir cabos entre os países do BRICS,
20:05submarinos, cabos submarinos, para impedir a interceptação do governo americano?
20:11Isso não é tipo de propósito.
20:12Isso parece que está se conspirando de alguma outra maneira.
20:15Não parece que está fortalecendo laços.
20:17Parece que você está destruindo pontes com outros países ali também.
20:22Será que é isso que eles querem fazer?
20:23Será que essa é a mensagem que quer ser comunicada?
20:25Nesse sentido, nós precisamos rever mesmo.
20:29Nosso país está sendo governado por quem?
20:32Por qual projeto?
20:33Por qual ideologia?
20:34Por qual vai ser o legado do governo Lula 3?
20:38Além das questões econômicas desastrosas.
20:41Além de uma política externa ruída.
20:44Além de uma série de questões que estão negativas aí.
20:48Nesse sentido, o povo brasileiro precisa considerar.
20:512026 está à porta.
20:53E nós não podemos esquecer.
20:54Tem uma narrativa sendo construída aqui agora.
20:57Que é para fazer uma cortina de fumaça.
20:59Ou nós vamos ter um país diferente.
21:02Ou nós vamos continuar indo do ladeira abaixo.
21:05Professora economista Carla Bene.
21:09Ao final da Segunda Guerra Mundial.
21:11O Japão e a Alemanha estavam literalmente destruídos.
21:17Eu vi, eu estive em Dresden, onde só sobrou a catedral.
21:22Aquilo, Munique, por exemplo, completamente destruída.
21:26O Japão, a mesma coisa.
21:28Claro que houve plano Marshall, investimento do Estado.
21:30Mas eles tiveram que pagar.
21:31Então, o que que esses países fizeram de diferente?
21:35Lembra que os Estados Unidos não deu dinheiro para eles.
21:38E emprestou.
21:39E o que que a Índia e a China, tendo um fardo de um bilhão e meio de habitantes, fizeram para dar certo?
21:47Que o Brasil não está fazendo com o seu gigantismo continental, territorial.
21:52E com os seus recursos naturais inesgotáveis.
21:56O que que esses países estão fazendo que nós não estamos?
21:59Bom, essa é uma lista enorme.
22:01Lá vamos nós, né?
22:02Então, a Alemanha, por exemplo, se reestruturou inteira com mão de obra turca.
22:07Então, uma mão de obra barata, fartamente, e imigrantes, que ela também fez a toda a sua reestruturação.
22:14Quando a gente pega a questão, por exemplo, da China,
22:17a China conseguiu, em 40 anos, colocar a equivalente a dois Brasis, mais ou menos.
22:26Nós temos 200 milhões de habitantes.
22:28Eles conseguiram transferir 400 milhões de habitantes do campo para as cidades,
22:34nesse período de 40 anos, digamos assim, 50 anos, sem produzir uma favela.
22:39Então, é todo um planejamento de longo prazo, completamente diferente.
22:43Não tem nada a ver com a nossa realidade.
22:45Então, cada país, da sua medida, foi fazendo os seus ajustes, né?
22:50O Japão, por exemplo, hoje, ele apresenta um déficit em relação ao PIB de 200%.
22:57A gente tem um déficit de 80, nem 80, 78, 77, mais ou menos.
23:03Então, o número em si, ele, obviamente, a gente precisa abrir para poder pensar um pouco
23:09como que você conseguiu isso, mas, basicamente, todos esses países se reconstruíram com o Estado.
23:17Então, a estrutura estatal veio fortemente para fazer essa reconstrução do pós-guerra,
23:25com o plano Marshall entrando também, mas também com mais dívidas e mais estrutura do Estado.
23:32Nenhum país conseguiu se refazer só com o setor privado, por exemplo.
23:35Então, é sempre a junção dos dois.
23:38O público com o privado caminhando juntos, eles fazem, dão um resultado muito mais forte.
23:44Exatamente.
23:45Quer dizer, planejamento no lugar de improviso.
23:51Investimentos públicos, mas investimentos corretos.
23:55Investimentos em infraestrutura, para gerar emprego, para possibilitar o crescimento da economia,
24:02como os Estados Unidos fizeram, investindo em ferrovias por todo o país.
24:05Agora, gasto puro e simples de dinheiro público, ou desperdício de dinheiro público,
24:11dá no que está dando.
24:12Bom, de qualquer maneira, sempre há uma esperança.