O ministro Fernando Haddad (PT, SP) anunciou que irá cortar gastos e reduzir as despesas do Ministério da Fazenda. A medida inclui a suspensão da contratação de serviços, em um esforço para equilibrar as contas.
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00:00Olha só, um assunto que a gente fala sempre aqui no 3 em 1, o tal do corte de gastos.
00:04O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, decidiu cortar uma série de gastos do Ministério da Fazenda.
00:10Os cortes serão feitos já neste ano e foram anunciados em um momento que o governo busca equilibrar as contas públicas.
00:18A medida inclui a suspensão de eventos, da aquisição de bens e imobiliário e da ativação de serviço de telefonia móvel, dentre outros.
00:27É o anúncio feito pelo ministro da Fazenda, Fábio Piperno.
00:32Ah, quero saber o valor que isso vai realmente acarar.
00:38Veja, tem...
00:40O Gomes perguntaria se isso aí dá bilhão. Dá bilhão? E aí?
00:43Não, eu acho que não, mas assim, eu acho, do ponto de vista do simbolismo, é importante.
00:49Quer dizer, é a principal autoridade econômica do governo falando, bom, eu vou cortar aqui na minha pasta.
00:55Então, que vocês façam o mesmo.
00:59Se a sinalização contaminar, né, todos, né, toda a máquina, eu acho que ela é muito bem-vinda.
01:08De qualquer forma, eu ainda acho que é um sinal tímido. Importante, porém tímido.
01:14Ô, Zé Maria Trindade, isso aí é o quê? É responsabilidade? É pressão?
01:18É o ministro assistindo muito aqui o 3 em 1, a opinião dos nossos comentaristas?
01:22Explica pra gente de onde surgiu este anúncio, hein, Zé Maria?
01:26Olha, isso não significa absolutamente nada em termos práticos, mas em termos educativos é, sim, muito importante.
01:36Eu, uma vez conversando com o então ministro da Educação, Abraham Weintraub, e ele me dizendo que o custo do Ministério da Educação,
01:45eu não falo verba pra educação, 85% ou mais para salários, né, salários das universidades federais, né,
01:53das poucas escolas públicas que não são as universidades, os institutos, ou seja, se quer economizar, corta salário.
02:02Mas é impossível cortar salário, até porque os funcionários públicos têm que receber salário e reajuste.
02:08O que é preciso é atualizar o Estado.
02:12Nós temos aqui na esplanada dos ministérios, copiadores, lembra daquele negócio lá, máquina de enxerro que você tirava e tal?
02:20Tem profissional que foi para o serviço público através de um concurso.
02:25Nós temos assessoristas.
02:27Sabe aquele pessoal que fica dentro do elevador?
02:29Só que o elevador é automático.
02:30Cadê esse pessoal? Tá lá, tá encostado.
02:33Você não pode demitir no serviço público, quer dizer, que caia o Estado, o município e a União, mas não pode demitir funcionário público.
02:40Isso já vai agregando, né?
02:41E aí estaria um corte importante.
02:43Mas eu acho legal esse corte do cafezinho, que dá pelo menos um freio ali, dizendo,
02:50olha, se estão economizando no cafezinho, é melhor a gente não trocar o carro do ministro.
02:56E assim por diante, cria uma cadeia, né?
02:58Então, em números, eu não sei exatamente, mas eu te garanto que se chegar a milhões é muito positivo, né?
03:07Não significa muito para o orçamento do ministério, mas em termos educativos eu acho muito importante.
03:13Bruno Musa, eu quero repassar a pergunta que eu fiz para o Piper.
03:16Quanto é que dá na prática esse tanto de corte anunciado pelo ministro da Fazenda?
03:20Bom, não temos ideia, mas eu imagino que pelo que ele falou de onde cortaria, que isso é simplesmente marginal.
03:26Quando você falou a respeito de bater um bilhão, vamos lá, a gente já paga de juros quase um trilhão.
03:32A trajetória da dívida é uma matemática.
03:35Você pode, independente do seu espectro político, dar na mesma, a matemática é uma só para todo mundo.
03:40E a trajetória da dívida é completamente crescente.
03:43É uma trajetória autista.
03:44Então concordo quando pode ser simbólico o ato, concordo também com o Piper e com o Zé Maria nisso.
03:50O problema é que para você contaminar as pessoas à sua volta com ato simbólico, eles precisam acreditar que cortar gastos é necessário.
04:00E a gente não vê isso no Lula, pelo contrário.
04:02O populismo vem acelerando e nós estamos falando que falta um ano, um ano e pouco para o processo eleitoral.
04:08É bem provável que isso vá se intensificar ainda mais.
04:11Eu vou relembrar aqui, eu estive lá, tive a oportunidade de estar no primeiro e segundo turno nas eleições que o Milley acabou ganhando na Argentina.
04:18Um mês antes, o então presidente, que depois estava concorrendo com o Milley, o Sérgio Massa, ele anunciou o chamado Plano Platito,
04:28que foi uma distribuição de pesos ali e congelamento de preços.
04:32Estou dizendo que vai acontecer aqui nessa magnitude, afinal de contas o nível da Argentina era outro, frente ao que o Brasil encontra.
04:38Mas o processo de acelerar o populismo, ele tende a se intensificar próximo à eleição.
04:43Então, quando você corta, mesmo que de maneira simbólica, um gasto marginal, quando todo mundo à sua volta não acredita no problema de gastos,
04:51eu acho muito difícil que a mensagem seja contaminada para os pares.
04:55E aí, vai ter dificuldade, o ministro Fernando Haddad, de levar, multiplicar essa ideia em relação aos seus pares de ministério também, ou Alangani?
05:03Ah, vai, né? Porque, na verdade, é uma peça de marketing.
05:06O governo vem sendo cobrado por cortar gastos e aí, evidentemente, que isso é um ato simbólico, né?
05:14Não significa uma economia na prática.
05:17Se fosse um governo comprometido a cortar gastos de fato, faria isso desde o início.
05:24Ou seja, não teria compactuado com a PEC da transição, que só trouxe 200 bilhões de reais.
05:33Vamos lembrar que foram 200 BIP, Perno, em quatro anos.
05:38O que o governo queria inicialmente?
05:40Uma PEC da transição por ano.
05:43É que o Congresso falou, não, aí também já é demais.
05:45Veja, o Congresso, que é gastador, falou, não, aí também já é demais.
05:48Mas era pra ser uma PEC da transição por ano.
05:52Compactuou com o fim do teto de gastos, que era uma regra boa.
05:55Substituiu por uma regra frágil.
05:57E agora tenta remendar aos 50 do segundo tempo.
05:59E vale lembrar que foi antes da aprovação do arcabouço fiscal.
06:03E antes da aprovação.
06:04E ele é, matematicamente, a conta não fecha.
06:07E já saiu esses dias, em grandes matérias, mostrando que o governo, por fora do orçamento,
06:11chamado gastos parafiscais, já gastou pouco mais de 300 bilhões de reais.
06:15Fazendo aqueles mecanismos em que você coloca como gasto não primário e gasto financeiro.
06:21E aí você tira do orçamento.
06:23Então, o ponto aqui é que a trajetória da dívida continua crescendo com esses gastos.
06:27E isso, obviamente, impacta.
06:28Então, vamos lá uma rodada aqui de sugestões.
06:30Onde deveria ter corte de gastos que gerariam o impacto necessário, então, hein, Alangani?
06:36Bom, vou dar aqui quatro sugestões.
06:38Vai lá.
06:39Primeiro.
06:39Quero saber.
06:40Máquina pública pra valer.
06:42Vamos fazer um estudo, vamos levantar todos os gastos que são passíveis de cortes.
06:47Por exemplo, o nosso poder judiciário custa 1,6% do PIB, mais ou menos, pouco mais de 160 bilhões de reais.
06:56Então, vamos enxugar tudo que é desperdício da máquina pública.
07:00Vamos acabar com a desvinculação de gastos de saúde e educação, aquela vinculação automática com as receitas da União.
07:06Vamos também cortar, e aí eu vou concordar com o Piperno, também subsídios.
07:11Você não vai cortar tudo da noite pro dia, mas vamos reduzir também...
07:14O Melei cortou tudo da noite pro dia, hein?
07:16Quero saber se o Bruno Musa gosta disso também ou não, daqui a pouco.
07:18É, então, vamos cortar também os subsídios e vamos fazer, infelizmente, outra reforma da Previdência.
07:25Todo mundo tem que arcar com o corte de gastos, né?
07:27Caso contrário, não vai pra frente.
07:30Corta subsídio da noite pro dia de uma vez só, Bruno Musa?
07:32Eu acho que não dá pra comparar. A Argentina tava com uma inflação de mais de 200% ao ano.
07:36O Brasil tá longe disso.
07:38Então, eu sou contra a imposição de subsídios, porque eu acho que ela gera disfunções e piora a vida, inclusive, do mais pobre no médio prazo.
07:43Mas acho que você não precisa fazer de bate-pronto.
07:45Nós estamos... A economia brasileira, ela tá viciada nesses subsídios.
07:49Você precisa ir retirando aos poucos, porque aí sim você mostra que dá pra ser muito menos disfuncional ao longo do tempo.
07:56Na medicina, isso chama desmame, né, o Piperno?
07:59Bom, sabe o que eu tava pensando, tava lendo nesse final de semana, né, um monte sobre a velha república café com leite.
08:07Aí a gente tá falando de 100 anos atrás, 100 anos atrás, né, que era o agronegócio de São Paulo, juntava com o agronegócio de Minas,
08:13e eles faziam o presidente da república e tinham o domínio político do país.
08:17Naquela época, naquela época, 100 anos atrás, né, já tinha bastante subsídio pra, enfim, essa turma toda.
08:24Então, essa cultura, ela tá muito arraigada.
08:27É uma utopia imaginar que alguém vai passar um facão e cortar um monte disso.
08:31Mas precisa começar.
08:33E aí, pra mim, é onde tem mais gordura pra tirar.