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O Narrativas é um programa que aborda os principais temas da atualidade sobre o aspecto do fato, das narrativas da direita e da esquerda e da opinião da colunista Madeleine Lacsko.

O programa vai ao ar de segunda a sexta às 17h.

Leia a coluna de Madeleine Lacsko no Antagonista.

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00:00Olá, sejam muito bem-vindos ao Narrativas Antagonista. Eu sou Madeleine Lasco, sou a sua companhia de segunda a sexta-feira, às 5 horas da tarde, aqui no YouTube do Antagonista.
00:26Você também lê as minhas colunas no site do Antagonista sem paywall. Fato do dia educando como, isso mesmo, performance erótica em Universidade Federal.
00:43A gente vai falar dessa performance que você deve ter visto nas redes sociais, que ocorreu na Universidade Federal do Maranhão, causou o maior rebuliço na internet.
00:56Mas aqui a gente tem mais informações, tem mais coisa rolando aqui para você entender o contexto disso.
01:04E aqui no Narrativas Antagonista, você sabe, a gente faz um exercício diário para elevar o nível do debate, sair da superficialidade, sair da mesmice, conseguir, quem sabe, fazer alguma coisa para mudar o mundo na direção que a gente quer.
01:21Esse exercício é o seguinte, eu te trago os fatos e depois a minha opinião.
01:25Mas antes de opinar, eu te trago uma coisa que você só vê aqui e que eu acerto todo dia.
01:33Qual é a narrativa da esquerda e qual é a narrativa da direita? Vamos lá?
01:43Fato do dia educando como, isso mesmo, performance erótica em Universidade Federal.
01:52Num evento promovido pela Universidade Federal do Maranhão, foi chamada para falar a travesti tertuliana lustosa, que agora estão colocando como acadêmica disso, historiadora,
02:07mas ela é muito conhecida por se apresentar em trio elétrico, em boate, esse tipo de coisa.
02:15E ela foi colocar ali uma tese que está nos livros dela, que é Educando Comum, que foi isso aqui.
02:26Na mestrado da putaria, vou te ensinar gostoso, dando aula na sua aplica.
02:33Aqui não tem nota, nem recuperação.
02:37Não tem sofrimento e se aprende com tesão.
02:40De quatro, entre no cu.
02:44Cu, cu, cu, cu, cu, cu, cu, cu, cu, cu, cu, cu.
02:50É educando com o cu.
02:51Sim, nós cobrimos, porque ela mostrou, ela fez questão de mostrar para os alunos da Universidade Federal do Maranhão do que ela estava falando,
03:05quando ela falava em educar com...
03:07Agora, essa moça faz performances, tem livros com os títulos do livro, são todo trocadilho, sabe?
03:18Trocadilho tipo, essas clínicas veterinárias que tem 18 que latem, essas coisas, os títulos do livro são no meu abaso.
03:26Uma artista de performance foi chamada lá.
03:28Essa performance numa boate, num show, não teria nada de mais.
03:35Um show erótico.
03:37Ocorre que ela foi feita num contexto educacional.
03:41E aí o professor Carlos Wellington Martins, que é quem dirige este núcleo que promoveu o evento, este núcleo universitário,
03:50ele publicou um vídeo, que agora ele já tirou das redes dele, explicando o que aconteceu e defendendo essa moça que ele chamou lá.
04:00E aí, tudo bem?
04:02Gente, eu estou aqui com a Tertuliana Lustosa, que é uma pessoa extremamente conhecida, uma pesquisadora, ativista, ela é poeta, escritora.
04:11Já tem, você vai procurando no Spotify, aí todo mundo conhece a sua produção musical, a sua produção artística, a sua produção literária.
04:19Então, gente, vamos primeiro conhecer a artista para saber, antes de falar qualquer coisa.
04:24Então, a Tertuliana vai explicar o que foi que aconteceu, por que está causando tanta comoção.
04:28Então, gente, não é a primeira vez que causou comoção.
04:31Na verdade, desde que eu fiz o evento, primeiro, educando com o cu, as pessoas acharam um absurdo, falaram que a universidade é uma balugúrdia, né?
04:40Mas, na verdade, as pessoas não entendem que a produção de conhecimento, tá bom?
04:45Inclusive, gente, o nome da mesa era Dissidência de Gênero.
04:49A Tertuliana está aqui como convidada para um evento sobre gênero para além das fronteiras.
04:54Exatamente, Dissidência de Gênero e sexualidade, né?
04:57E, inclusive, a minha pesquisa já tem uma música em todas as plataformas, educando com o ser, né?
05:06Você acha todas as plataformas.
05:07E também tem o meu livro, para quem quiser conhecer, o Manifesto de Trabalho Terrorista,
05:13que tem um ensaio que se chama Educando com o cu.
05:16Então, eu tirei isso de hoje.
05:19Ele me chamou, ele já sabia do meu trabalho.
05:22E quem quiser me convidar também, que você vai vendo, que você não desfazendo o gênero no sudeste da Bahia,
05:27que eu também fiz babado.
05:29Aí, vamos aqui ao Instagram de Tertuliana, ver o que ela defende que seja a educação comum.
05:41É isso aqui, olha.
05:42Uma sala de aula tradicional, com todos os alunos olhando o professor.
05:48A outra sala de aula mais interativa, com o professor ao centro, rodeado pelas carteiras dos alunos.
05:55E o que ela propõe, eu estou sem óculos, mas pelo que eu vi deste desenho aqui,
06:01são relações sexuais dentro da sala de aula.
06:07Essa é a proposta.
06:11Isso que ela quer dizer com o Educando com o U.
06:15E aí, eu trouxe aqui um jornalista de lá do Maranhão, o José Linhares Júnior,
06:21que vai explicar quem é este professor, esse Carlos Wellington Martins.
06:30Porque não é por acaso que isso aconteceu.
06:34Nem é a primeira vez que coisas semelhantes ocorrem com relação à confusão entre diversidade e hipersexualização.
06:48A confusão entre inclusão e erotização dos alunos.
06:55E é algo muito preocupante, porque a gente fala de disparidade.
07:00O professor tem ascendência sobre os alunos.
07:03Só que meu papel aqui é falar de outras coisas.
07:07Coisas que vão muito além daquelas nádegas.
07:10O fato, meus caros e caríssimas,
07:13é que aquele travesti dançarino estava ensinando a futuros professores a educação com o c***.
07:22Professores que irão sair da Kufman e assumir a educação de centenas,
07:27de milhares, de milhares, de dezenas de milhares, de crianças e adolescentes.
07:33De crianças e adolescentes.
07:36Educadores que não irão dar nota e nem recuperação.
07:40Aqui não tem nota e recuperação.
07:44Educadores que irão ensinar esses menores de idade.
07:47De quatro.
07:48Empinando o c***.
07:50Porque é essa a dissidência que esse pessoal prega.
07:54O fim da educação tradicional e sua substituição por pornografia.
07:59E agora eu vou te fazer uma perguntinha básica que ninguém ainda fez.
08:03Que tipo de gente tem interesse em educar criancinhas com o c***?
08:08Você sabe que tipo de gente que é isso.
08:12Eu tenho certeza que você sabe.
08:14Mas a gente precisa também dar nome aos bois.
08:17O evento foi organizado pelo professor do Departamento de Psicologia, Carlos Wellington.
08:23Olá, meu povo. Eu sou Carlos Wellington, um dos organizadores do primeiro encontro da EPE.
08:28Gênero para além das fronteiras.
08:30E olha a ironia. Ele é do Departamento de Psicologia.
08:34O mesmo curso daqueles outros perturbados lá do boiceta.
08:39E aí, meus amores.
08:41Satisfação. Eu sou o Beti Clarão.
08:42Eu sou um psicólogo clínico.
08:45Que além de ser uma boiceta não binária e poderosíssima, sou uma pessoa romântica.
08:50E basta dar uma olhada rápida nas redes sociais do fulano
08:54para perceber que ele é sim um entusiasta da educação com o c***.
08:59E assim como o travesti dançarino, uma pessoa com comportamento completamente desconexo do ofício de um professor.
09:09E além de tudo, Carlos Wellington é um tremendo de um covarde.
09:13Após passar algumas horas divulgando aquele show grotesco e depois dele defendendo o travesti dançarino,
09:22ele apagou todos os vídeos de sua rede social e também mandou trancar a pávina do GAEP,
09:31que protagonizou aquele show de horrores.
09:35A nota de esclarecimento da UFMA.
09:38Esta quinta-feira, a historiadora tertuliana lustosa,
09:43na condição de palestrante convidada pelo grupo de pesquisa
09:46Epistemologia da Antropologia, Etnologia e Política,
09:51apresentou sua pesquisa durante mesa redonda de incidências de gênero e sexualidades,
09:57em que reproduziu e performou uma de suas canções,
10:01considerada inapropriada para o momento e a construção do debate acadêmico-científico em que se encontrava.
10:08Em nenhum momento da nota, a UFMA fala que o problema foi essa moça mostrar as partes íntimas para os alunos
10:19durante um evento promovido por uma universidade federal.
10:24Foi isso que aconteceu.
10:27A gente vai começar a perceber no discurso essa distorção, olha.
10:32A UFMA alega que está averiguando o ocorrido e tomará as providências cabíveis
10:37após o comprometimento de ouvir todas as vozes,
10:40mas reafirmando o seu compromisso com o ambiente acadêmico inclusivo,
10:46respeitoso e transparente.
10:51Foi isso que a UFMA disse na sua nota.
10:55A gente tem uma série de pessoas, de professores, defendendo isso.
11:01Aqui, olha.
11:02Moisés, Lino e Silva.
11:04Lembrando que Tertuliana Lustosa não é a primeira nem a única a debater essa temática na academia.
11:12A revolta parece ser mais extremada e seletiva quando o tema emerge de um corpo travesti.
11:19E o corpo não é uma pessoa viva, né, gente?
11:21Parece endemiel isso aqui.
11:23E não em texto assinado por uma mulher cisgênero.
11:26E aqui tem, de Larissa Pelúcio, o depreciado estratégias cucarachas para não higienizar o queer no Brasil.
11:36Em que momento essa autora, concordo você ou não que ela está escrevendo, não entro nesse mérito.
11:43Em que momento ele está mostrando o seu para alunos dentro de uma sala de aula?
11:51Não vi.
11:55Então a gente reduz como se o problema fosse a fala.
11:59E aí, olha aqui qual é a publicação deste professor da Universidade de Chicago.
12:04É Minoritarian Liberalism.
12:08A Travesti Life in a Brazilian Favela.
12:12Ele fez uma etnografia que ele foi acompanhando a vida de uma travesti na favela.
12:19Aqui a gente tem uma postagem de um outro professor que é o chefe do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Culturas, Gêneros e Sexualidades da Universidade Federal da Bahia, Leandro Collin.
12:33E aí ele coloca, qual é o culpado pela derrota da esquerda?
12:40E aí coloca esta outra situação.
12:45Esse núcleo que ele chefia chama NUCUS.
12:51Núcleo de Pesquisa e Extensão em Culturas, Gêneros e Sexualidades da Universidade Federal da Bahia.
12:57De que jeito que essa sigla chega em NUCUS?
13:02Não sei, gente.
13:05Não entendi.
13:07Mas enfim, existe uma intersecção entre pornografia e soft porn, que é o mercado, com pessoas que dizem ter títulos acadêmicos, e algumas têm mesmo,
13:23e com levar isso para dentro da universidade e calar os demais professores.
13:30Vou trazer aqui para vocês algum exemplo.
13:32Tiago Alves de Souza postou esse vídeo aqui defendendo a performance.
13:39Vamos ver.
13:40Esse argumento de uma esquerda que dá mais munição para a direita atacar.
13:44Faz sentido?
13:45Essa foi a performance da artista e acadêmica Tertuliana Lustosa,
13:48que ocorreu em um evento de pesquisa em antropologia da Universidade Federal do Maranhão.
13:52Rapidamente o vídeo da performance viralizou em grupos de direita.
13:55Mas foi a análise de um professor de esquerda, de um professor de ciência política da Universidade de Brasília, que me chamou a atenção.
14:01Nessa postagem ele falou de uma esquerda que facilita o trabalho da direita, gerando conteúdo para a direita lacrar e atacar a universidade.
14:07Ora, se a esquerda deve agir tendo como referência o que a direita pensa,
14:11então é melhor todo mundo se tornar pai de família, heteronormativo, neoliberal, racista e colocarmos nossos filhos em escolas militares.
14:18Percebe que não faz sentido essa ideia?
14:19Não é aderindo aos valores morais vigentes que a gente vai impedir o crescimento da direita.
14:23O crescimento da direita pode ser impedido conversando e trocando ideia com a base.
14:27Já que o vídeo viralizou, vamos tentar contextualizar para geral que se trata de uma performance que é fruto também de um trabalho teórico de mestrado.
14:34E qual o problema?
14:35Mas muitas pessoas de esquerda ainda preferem julgar do que contextualizar e dialogar com as bases.
14:39E, para piorar, o professor da Universidade de Brasília ainda define o funk proibidão como subgênero que fala de sexo explícito e faz apologia ao tráfico.
14:47Esse é um erro grave e muito comum de pessoas que não conhecem os conceitos do funk.
14:51Proibidão não é sobre sexo. Proibidão fala da vida no crime. Afinal, o que é proibido não é o sexo, mas o crime. Pegou a visão?
14:58E muito proibidão da história do funk não tem nem palavrão.
15:01Muito em breve aqui eu vou falar sobre o proibidão feito para o pai do Oruan, o Marcinho VP.
15:05Esse funk narra a biografia do Marcinho VP e não tem um palavrão sequer.
15:09Mas por fazer referência a um líder que é associado ao crime, se considera um proibidão.
15:13E a ideia de que o funk faz apologia ao tráfico é equivocada, como mostrou o jurista Nilo Batista e o pesquisador do funk na área do direito na USP, Danilo Simhot, nesse livro aqui.
15:22Para além do fato de que a artista que fez a performance está muito mais ligada ao pagodão baiano e ao brega funk do que ao proibidão.
15:28Ao invés de tentar entender o funk, o professor de ciência política preferiu julgar.
15:31E ainda trouxe na postagem a ideia de que os universitários de hoje não leem mais um livro do começo ao fim.
15:37Antes de apontar o dedo aos alunos e ensinar que o nível das universidades está caindo, vale questionar se os próprios professores estão lendo sobre aquilo que falam.
15:44Como disse o Jonga na música Junho de 94, quando eu penso em julgar, o silêncio me consome.
15:49Muito obrigado pela sua atenção. Um beijinho do papai. Vamos pensando juntos.
15:55O Tiago diz o seguinte.
15:58Os julgamentos que a Lustosa recebeu também já foram usados contra o meu trabalho e ainda são.
16:03É mais fácil aceitar o Tiagson, pesquisador da USP, do que o Tiagson, que canta putaria na favela.
16:12Já perdi muitos seguidores ao postar minhas apresentações e performances aqui.
16:18E aí ele coloca que ele tem um doutorado em funk.
16:23E aí do doutorado em funk, putaria, a organização de um baile com MCs ao vivo, dança e DJs.
16:29Sou grato a Deus por cada oportunidade ao baile funk, que a gente vai ver aqui um trecho dele colocando, falando que é periferia, mas não é na periferia, bem.
16:40É na Vila Madalena, tá?
16:43O bar não é. Ele faz esse discurso periferia, mas a periferia é cosplay de pobre, que é na Vila Madalena.
16:51Vamos dar uma olhada no doutor pesquisador pela USP.
16:58Você não aguenta mais esperar pelo final de semana pra ter um baile funk, né?
17:05Agora tem baile funk de quarta-feira na nossa casa, com fraria das ideias, rua Morato Coelho 1032.
17:11Muita música ao vivo, DJ, dança e até surra de bunda.
17:15Vem casar com a putaria e firmar esse compromisso com ela, vem.
17:19Pra você que está me esperando sextou pra fazer acontecer, agora é quartou, acredita.
17:35Toda quarta-feira, Bolinha Cultura nas Favelas vai estar na nossa casa.
17:39Daquele jeitão, família, é isso mesmo.
17:41Toda quarta-feira, a partir das oito horas, vai estar pegando muito funk, muita dança.
17:46DJ sampleano, é só colar, é com nós.
17:49Tamo junto.
17:50Colar pra cá, tamo junto.
17:51Parece que isso é pra promover pesquisa, ou parece que a pesquisa vira uma marca, um brand,
18:00pra dizer eu sou doutor e promover outros produtos, como esse baile de cosplay de pobre na Vila Madalena,
18:09que é como se fosse um safari feito no mundo do funk, que eles levam pra lá uma releitura.
18:15E aí a gente entra aqui nas redes do tal do Chagson e ele usa essas postagens dele de ser doutor em funk
18:26para promover o OnlyFans dele, o OnlyFans que custa 25 reais.
18:31Portanto, parece que o principal interesse é a promoção desses produtos ligados ao universo sexual e pornográfico.
18:42que tudo bem a pessoa consumir, não é problema meu.
18:48A questão é, o que que isso tem a ver com a universidade?
18:52Por que que isso está entranhado na universidade?
18:55Aqui vou trazer um professor de história da Federal do Rio Grande do Sul, respeitadíssimo, Benito Schmid.
19:01Toda solidariedade é mestranda tertuliana da UFBA, que está sendo violentamente atacada
19:07na função de uma performance que realizou na UFBA.
19:10Ela está sendo acusada de dar munição para a extrema-direita pelos tais esquerdistas
19:15que adoram atacar a fantasmagoria que chamam de identitarismo.
19:20Lembro quando atacaram o movimento do Elinão, responsabilizando-o pela vitória do inominável.
19:27O moralismo e a transfobia transcendem fronteiras ideológicas.
19:31E aí, uma pessoa faz uma argumentação, eu não acho que seja moralismo criticar que uma pessoa,
19:41no meio de uma mesa redonda, levante e mostre o ânus.
19:45Mas, enfim, cada qual tem a sua própria regra.
19:49Penso nos benefícios coletivos de tal manifestação, seja para as mulheres trans,
19:53para a esquerda como um todo, ou ainda para que a sociedade se torne mais progressista.
19:57Mas, ainda estou tentando encontrar.
20:00Sintiago, a régua varia muito.
20:03Sintiago, existe uma discussão e prática muito consolidada internacionalmente
20:08no âmbito da teoria queer sobre a performance, sobre o cu e políticas anais.
20:14No Brasil, a Federal da Bahia, por exemplo, tem um grupo de pesquisa consolidado sobre o tema.
20:20Sintiago, o cu é um tabu enorme na nossa sociedade.
20:23Esse é o professor.
20:27Esse professor apoiou uma candidata no município de Conde, na Paraíba,
20:35chamada Flor Maranhão.
20:37Ele não mora no município, mas ele apoiou.
20:39Vamos ver a propaganda eleitoral?
20:41Olá, meu nome é Benito Bispo Schmidt, eu sou professor titular de História na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
20:48Eu gostaria de pedir o seu voto para vereador e na cidade de Conde, na Paraíba, para Flor de Amor.
20:56Flor é uma pessoa maravilhosa, grande historiadora,
21:01e certamente vai fazer muito pelos direitos humanos, pelos direitos das pessoas LGBTQIA+,
21:08pela memória e pela história da cidade de Conde.
21:12Peço o seu voto, então. Obrigado.
21:14Se a cidade, se a cidade fosse minha
21:22Eu mandava, eu mandava a gente amar
21:30Com florzinhas, com florzinhas muito lindas
21:38Pois em flor, pois em flor eu vou votar
21:44E aqui, olha, quem não tem cabo eleitoral vai de gata eleitoral.
21:51Reparem como é tudo desculpa para algo erótico.
21:58Primeira pré-candidatura não binária do Brasil a deputade.
22:02E aqui, vamos ver essa candidata se apresentando para você.
22:09Olá, amor. Olá, amor. Como você vai?
22:15Hoje é 19 de agosto, dia da pessoa historiadora.
22:20Como pessoa historiadora e pedindo sua licença,
22:24gostaria de me apresentar um pouco para você.
22:27Sou flor, primeira pessoa não binária
22:31a sair candidata a ver e amor na Paraíba, em Conde.
22:37E eu me identifico como entregêneros,
22:40um conceito que criei em 2010
22:43e como não binária desde 2011.
22:48Sou a primeira pessoa não binária
22:49a defender uma tese de doutorado no Brasil.
22:53No caso, na área de história,
22:55na Universidade de São Paulo.
22:57Sou ativista pelo respeito às diversidades,
23:01afetos, sensibilidades.
23:05Eu dei aula de história
23:06desde o primeiro ano da graduação,
23:10em 1995,
23:12na Universidade de São Paulo.
23:15Tenho um mestrado em história
23:17e pesquisei sobre uma igreja,
23:21produzindo um livro que foi censurado
23:24por segmentos peacionários.
23:25Teve duas tentativas de censura na justiça,
23:30o que foi comentado no Supremo Tribunal Federal.
23:33E na minha tese de doutorado,
23:40eu pesquisei sobre
23:42poder, religião, educação e comunidades LGBT,
23:51tendo como campos de pesquisa,
23:56dentre outros, as igrejas inclusivas
23:59e também as missões evangélicas de suposta cura LGBT.
24:05Essa é a minha tese com praticamente 700 páginas amorosamente escritas.
24:17Eu tenho também três pós-doutorados,
24:20lecionei na área de história em algumas universidades públicas,
24:25como a UFSC, a UFPB,
24:27também em outras áreas,
24:28sempre pesquisando sobre poder, educação, gênero e religião.
24:35Eu tenho cerca de 15 livros, 80 artigos publicados nessa área
24:39e eu quero te convidar a fazer história juntos
24:42em uma campanha coletiva para a gente pensar
24:46lindas propostas para educação, arte, cultura,
24:50com bastante foco em história, em memória, em ancestralidade.
24:56Então, vem com flor, ver é amor,
25:00porque amor e educação a gente encontra aqui nesse Instagram.
25:05Flor Maranhão, 5123, amor e educação para vocês.
25:12Beijos.
25:13Mais uma vez, onde que está a autopromoção?
25:18Nos títulos acadêmicos.
25:20Doutore, USP, 3 pós-doc,
25:23política, educação, afeto, gênero e religião.
25:26Professore, editore, cantore, não binare.
25:31Então, tudo é voltado para a sexualidade.
25:36E essas pessoas que colocam um apelo
25:39à hipersexualização dentro da sala de aula,
25:43dizendo que se trata de diversidade,
25:45quando não é, isso tem nada a ver com diversidade.
25:48O que se está discutindo ali
25:51é você fazer uma performance erótica
25:56para alunos tendo o poder como professor.
26:00Ocorre que as pessoas que fazem isso
26:03estão ganhando cargos em comissões importantes,
26:07como aquelas comissões que avaliam questões
26:10de violência, até de violência sexual dentro da universidade.
26:15Me diz como é que uma pessoa que tem esse comportamento
26:18que a gente viu desses professores
26:20e que força a hipersexualização e a pornografia
26:25goela abaixo dos alunos,
26:28não sei se tem menores,
26:30não sei se houve consentimento dos pais desses menores,
26:33como é que a pessoa que se comporta assim
26:35está nesse tipo de comissão?
26:36Esses mais radicais estão.
26:39A professora Salete Maria da Silva
26:41chegou a gravar um vídeo tempos atrás
26:44denunciando esse tipo de coisa.
26:47E por falar em assédio moral,
26:49eu acabei de mandar um e-mail
26:51para a unidade seccional de correição da UFBA
26:55cobrando uma informação sobre o porquê
27:00deste processo que foi protocolado
27:02há quase 80 dias,
27:05ou seja, sexta-feira próxima vai completar 80 dias
27:09que eu protocolei esse processo
27:12que dá conta de uma denúncia de assédio moral organizacional,
27:16já que a nossa universidade criou uma câmara técnica
27:19sem que ninguém soubesse,
27:21praticamente não foi divulgada,
27:24e contemplou um grupo de pesquisa
27:27contra o qual há denúncias de assédio,
27:30e contemplou como um dos membros dessa câmara
27:34concedeu a esse grupo
27:36um assento especial nessa política
27:40de prevenção e enfrentamento às violências.
27:45Então, eu entrei com esse requerimento
27:48no dia 16 do 7,
27:50e até a presente data
27:52não houve da parte da ouvidoria
27:55sequer o ato de receber o processo.
27:5980 dias, isso é absurdo,
28:02isso é injustificável,
28:04isso é indefensável.
28:06E se bem que eu não mandei o processo
28:08para a ouvidoria,
28:09eu mandei para a unidade de correição,
28:12que por sua vez,
28:13despachou para a ouvidoria.
28:14Então, eu estou compartilhando com vocês
28:17há quantas anda essa questão.
28:20Na nossa universidade,
28:21além de não haver um tratamento adequado
28:23para essa problemática,
28:25há um silêncio histórico,
28:28passa depois de silêncio para conivência,
28:31e agora é preciso que você suplique
28:34que pelo menos deem o recebido do processo.
28:39Isso após eu peregrinar,
28:42me reunir com as autoridades,
28:43fazer manifestação,
28:45me prostrar diante da entrada da reitoria
28:47com cartazes e tudo mais.
28:50Ainda assim,
28:52praticamente faltam quatro dias
28:54para completar 80 dias
28:57sem uma resposta.
28:59Aqui eu vou trazer para vocês
29:00a postagem da professora Mara Telles,
29:03da Federal de Minas.
29:06Professores e pesquisadores
29:08de diversas universidades
29:09se chocaram com o evento promovido
29:12por um grupo de pesquisa da Federal do Maranhão,
29:14que pelo nome,
29:16se apresenta como capaz de discutir epistemologia.
29:21Tema não apenas nobre,
29:22mais do que isso,
29:23discute a base do conhecimento.
29:26Quem estuda epistemologia
29:28tem que fazê-lo com afinco por muitos anos.
29:32Em geral,
29:33só se sobressaem
29:34aqueles e aquelas
29:35que dedicam as suas vidas a isso.
29:37No entanto,
29:39atualmente,
29:40são grupos políticos
29:41academicamente questionáveis
29:44que decidiram se apresentar
29:46como capazes de problematizar
29:48como se produz o conhecimento.
29:51O que os auxilia
29:52apoia apenas o espírito do tempo
29:54e o senso comum
29:56que tornou o pertencimento
29:58autodeclarado
29:59a um segmento subalterno
30:01suficiente para ter local de fala.
30:04Tentar chamar a atenção pela forma
30:06quando não há conteúdo sólido
30:08o suficiente
30:09para apresentar um trabalho
30:11em um evento acadêmico
30:13é algo que chegou.
30:15E aí, olha,
30:16a performance foi escolhida
30:18menos por sua potência
30:20e mais porque nela
30:22se pode exercitar
30:23essa licença
30:23para fazer da própria identidade
30:25uma plataforma empreendedora.
30:29Em tempos de redes sociais,
30:31lacrar e lucrar
30:32costumam caminhar juntos.
30:36E aí, coloca Marateles,
30:37assim como outros membros
30:39de movimentos identitários,
30:41o que os autoriza a falar
30:42na universidade
30:43não costuma ser
30:44seu trabalho de dedicação
30:45à pesquisa.
30:46E sim,
30:47essa retórica frágil
30:48e populista
30:49de mudar a epistemologia,
30:53que é a forma
30:54como se faz o conhecimento.
30:56E aí,
30:57a professora Marateles
30:59fala que nós temos
31:00muitas questões
31:01mais prementes
31:03a discutir.
31:04E o que ela coloca aqui
31:05de importante
31:06é o seguinte,
31:07para discutir
31:08a base do conhecimento,
31:11a epistemologia,
31:12a forma como
31:13o conhecimento
31:14é produzido,
31:16a gente tem pessoas
31:17que dedicam
31:18toda a sua vida.
31:19aqui nós temos
31:21uma pessoa
31:22que se formou,
31:23entrou num mestrado
31:24e foi lá
31:25mostrar para as pessoas
31:27e está sendo tratada,
31:29inclusive por professores,
31:31como alguém
31:31que tem condições
31:32intelectuais
31:33de estar nessa discussão
31:35sobre a origem
31:35do conhecimento.
31:37E claramente
31:38ela não tem.
31:39Pode ser que tenha um dia,
31:41mas claramente
31:42no momento
31:43não tem.
31:44E a gente tem aqui
31:45o protesto
31:46de uma entidade
31:47feminista
31:48nova aqui no Brasil
31:49que é a Mátria
31:50que se colocou
31:52contra essa performance.
31:56E aí,
31:57o que é que você
31:59acha disso tudo?
32:00O que é que você pensa?
32:02Calma,
32:03que antes de você achar,
32:04nós vamos para as narrativas.
32:09A extrema-direita brasileira
32:11se choca com tudo, né?
32:14Falou em queer,
32:16falou em travesti,
32:17falou em mulher trans,
32:19nossa,
32:19estão super chocados.
32:21Agora,
32:21e com 700 mil mortos
32:24na pandemia?
32:25Aí a extrema-direita
32:26não se choca?
32:28A extrema-direita
32:29está tomando
32:30a opinião pública
32:31para diminuir
32:32a discussão
32:34sobre diversidade.
32:36Essa moça
32:37trans travesti
32:38que está fazendo
32:40um estudo
32:41de epistemologia
32:43que acho que
32:43extrema-direita fascista
32:45não sabe
32:45nem soletrar,
32:47ela está combatendo
32:48a hipersexualização
32:50dos travestis
32:51e das travestis também
32:53e destravestis.
32:55E ela estava lá
32:57defendendo uma causa
32:58nobre.
32:59Por quê?
32:59Porque ela tem lugar
33:00de fala
33:01ou lugar de falo
33:03ou de fale.
33:04Então,
33:06a gente tem
33:07de levar
33:07esse debate
33:08para dentro
33:09da universidade
33:10para que as próximas gerações
33:12não sejam contaminadas
33:14pelo bolsonarismo
33:15fascista
33:16como essa já foi.
33:21Nós, patriotas,
33:23avisamos,
33:24não coloca
33:25seu filho
33:26na universidade.
33:27Sabe por quê?
33:29Universidade
33:29é doutrinação,
33:31suruba
33:33e maconha.
33:35É só isso
33:36o que eles fazem
33:37nas universidades.
33:39Federal
33:39piorou.
33:41Você veja aquele perfil
33:42antes e depois
33:43da federal.
33:44Entram as moças
33:45bonitas.
33:46Daqui a pouco
33:47já rapou
33:48o lado da cabeça.
33:50Está com o pelão
33:51do sovaco
33:51até aqui embaixo.
33:53Colorido ainda.
33:55Bota penduricalho
33:56no pelo do sovaco
33:57não se depila mais.
33:58Os meninos
33:59que ficam lá
34:00que não sabem se é homem
34:01ou se é mulher
34:01põem barba
34:03e põem flor no cabelo
34:04é uma depravação.
34:07A doutrinação
34:08está aí
34:09para ameaçar a família.
34:10Por quê?
34:11Porque a universidade
34:12é de esquerda.
34:14E é isso
34:14que a esquerdalha
34:15sempre quis
34:16que é a destruição
34:18da família.
34:20Agora,
34:21o Bolsonaro
34:21falava palavrão
34:23então vou votar nulo
34:25ou vou fazer o L.
34:26Chora mais,
34:27isentão.
34:30E qual é a minha opinião?
34:36Imagina
34:37que numa faculdade
34:39um professor
34:41hétero
34:42mostrasse
34:44o seu órgão sexual
34:45e falasse
34:47para a classe toda
34:48agora eu vou educar
34:49vocês com a...
34:51O que teria acontecido?
34:54Suponha que o professor
34:55é branco,
34:56obviamente,
34:57e cis,
34:59hétero.
34:59O que teria acontecido?
35:02O mundo viria
35:03abaixo
35:04porque ficaria
35:07muito claro
35:08o abuso
35:09contra esses alunos
35:12por meio
35:13do controle sexual.
35:15O assédio sexual
35:16ainda é
35:18uma chaga
35:19no Brasil.
35:20A gente tem aqui
35:20praticamente
35:21um sindicato
35:22do assédio.
35:23Acaba de cair
35:24do Ministério
35:25dos Direitos Humanos
35:26sob acusação
35:27de assédio.
35:28O Silvio Almeida
35:30que é um homem
35:31que fez a sua carreira
35:32como professor
35:33universitário.
35:34Esse é um ambiente
35:36para você
35:37hipersexualizar?
35:39Não.
35:40Agora,
35:40por que
35:41que
35:42sendo
35:43esse professor
35:45do núcleo
35:45queer
35:46ele leva
35:47uma pessoa
35:48para mostrar
35:49o seu ânus
35:50e a sua genitália
35:51para alunos
35:52fingindo que aquilo
35:54era uma aula
35:55e nada acontece?
35:57Eu estou falando
35:57fingindo
35:58porque estava
35:58fingindo mesmo,
36:00tá?
36:01Porque não tem
36:02nenhum sentido
36:03na discussão
36:05dele sobre
36:06epistemologia
36:07que é um negócio
36:07sério,
36:09complexo,
36:09que precisa estudar
36:10a vida toda
36:11para entender.
36:12Não tem nenhum sentido
36:13educando com o...
36:15Não tem sentido.
36:18Não foi feito
36:19um debate.
36:19Eu sei que tem
36:20debates que se fazem
36:22sobre sexualidade.
36:22Não foi.
36:23é uma moça
36:24que está fazendo
36:25um mestrado,
36:26que fez uma faculdade,
36:27mas ela faz
36:27performance.
36:29E aí eu vou
36:29para o professor
36:30da área.
36:31Vocês viram
36:32que eu trouxe
36:32para vocês
36:33o Instagram
36:33do professor?
36:34É um Instagram
36:35hipersexualizado,
36:38fetichista.
36:40Uma pessoa
36:41como essa
36:41tem condição
36:42de manter
36:43um cargo
36:43numa universidade
36:44federal?
36:45Tem.
36:46Por quê?
36:47Porque esses grupos
36:48radicais
36:50de fetichistas
36:51hipersexualizados
36:53estão com mais poder
36:55do que a nossa
36:56sociedade admite.
36:59Qual que é
37:00o truque
37:00deles?
37:02Eles vão
37:02entrando
37:03na universidade
37:05nas estruturas
37:07de poder.
37:08Trouxe aqui
37:08para vocês
37:09depoimento
37:10de uma professora
37:11de que pessoas
37:12dessas
37:13super radicais,
37:15hipersexualizadas
37:16e fetichistas
37:17foram colocadas
37:18como uma cadeira
37:19obrigatória
37:20no comitê
37:21que define
37:22o que é
37:23ou não
37:24assédio
37:24ou abuso
37:24dentro da faculdade.
37:27Eles vão subindo.
37:29Como que eles vão subindo?
37:30Calando.
37:31Porque se você
37:32abre a boca
37:33é transfóbica.
37:35Se você
37:36abre a boca
37:37para dizer
37:37desculpa,
37:38isso é uma reunião
37:38de trabalho,
37:39porque você está
37:40mostrando
37:40a sua genitália?
37:42É o básico.
37:43só que é uma aula,
37:45não é para você
37:45mostrar a sua genitália.
37:47Se você falar,
37:47isso é transfóbica.
37:49E se você
37:49é transfóbica,
37:50você pode acabar
37:50até com condenação
37:51judicial.
37:53Ou,
37:54ah, não,
37:54ela é homofóbica.
37:56Ah, ela é racista.
37:58Eu questiono
37:59essa coisa ridícula
38:01que é essa linguagem
38:01do todes.
38:03Questiono eu
38:03e questiono a esquerda,
38:05a maioria da esquerda,
38:06e a França,
38:07que é o DCE
38:08da Europa,
38:09proibiu
38:09por ser
38:10elitista,
38:13excluída,
38:13e sabotadora
38:15dos esforços
38:16de inclusão.
38:16Por que eu questiono
38:18o todes?
38:19Tem gente falando
38:20que eu sou a favor
38:20da extinção dos gays.
38:22Na internet tem gente
38:23falando isso.
38:24Então, você imagina
38:25se um professor,
38:27uma professora,
38:28sérios,
38:29universitários,
38:31tentam embarreirar
38:33a ascensão
38:34desses radicais fetichistas
38:36ao poder
38:37dentro da universidade,
38:38o que é que eles
38:39não sofrem
38:40de represália?
38:41E eu,
38:42tenho você,
38:44eu tenho vocês
38:44que são meu público,
38:46que me defendem,
38:47eu tenho meus seguidores
38:48que me defendem.
38:50O professor universitário
38:52muitas vezes
38:52fica sozinho,
38:53acuado,
38:55por quê?
38:55Como esse pessoal,
38:58que não é só o todes,
39:00é o hipersexualizado,
39:02a gente viu aqui
39:03o Instagram
39:04desse professor,
39:05é uma pessoa
39:07que cada dia
39:07é um vestido
39:08com fetiche.
39:10Como que consegue
39:12manter esse cargo?
39:14Se fosse hétero,
39:15conseguiria?
39:17É esse o questionamento
39:18que eu faço para vocês?
39:19É óbvio que não,
39:20porque seria visto
39:21que aquela
39:22hipersexualização
39:23é inadequada
39:25para alguém
39:25que está na posição
39:26de ensinar,
39:28porque para isso
39:29se converter em abuso
39:30é assim,
39:32não é o perfil
39:34adequado
39:35e dois,
39:36o conteúdo
39:37que está sendo
39:39fornecido
39:40não é o conteúdo
39:41que a disciplina
39:43deve dar
39:43àquele aluno.
39:45Geralmente,
39:46é algo mais superficial
39:47e que ninguém
39:48pode falar nada,
39:49porque eu sou
39:50do grupo minoritário X,
39:51então você reclamou
39:52que meu trabalho
39:53é superficial,
39:53você é transfóbico,
39:54você é racista,
39:56você é,
39:57enfim,
39:58qualquer taxidermista,
40:00tudo isso
40:00que eles inventam.
40:02Mas essa é a questão,
40:03esses grupos
40:04já têm poder
40:05dentro da universidade.
40:07O fato disso
40:08acontecer
40:09quer dizer isso
40:11e é preciso
40:12retornar
40:13às bases.
40:14Você pode questionar,
40:16eu ouço muita gente
40:17falando,
40:17a universidade
40:18tem maioria de esquerda.
40:20Tem sim,
40:21só que essa maluquice
40:23não é questão
40:24de esquerda e direita.
40:25Essa maluquice
40:26não é esquerda
40:27e boa parte da esquerda
40:28luta contra.
40:30Trouxe aqui para vocês
40:31a Matra,
40:31que é uma organização
40:32feminista de esquerda
40:33que é contra.
40:34Professores de esquerda
40:35que são contra.
40:36Quem que é a favor?
40:38É quem está
40:38nesse caldeirão
40:40dessa hipersexualização.
40:42E o pior de tudo
40:43é que isso virou mercado.
40:45Vários deles
40:46usam o título
40:47que tem na universidade
40:49para alavancar
40:50infoproduto,
40:51para alavancar
40:52OnlyFans.
40:53Eu sou a doutora
40:54e não sei o que
40:55que mostra...
40:56eu sou o doutor
40:58e não sei o que
40:58que mostra o meu
40:59órgão genital
41:00no OnlyFans.
41:02E tudo isso
41:03chancelado pelo quê?
41:04Pelos nossos cosplays
41:05de MST
41:06que eu trouxe até um
41:07para vocês
41:07que é doutor em funk
41:09que está defendendo
41:10essa performance
41:11grotesca
41:12e dá bailinho funk
41:13aqui na Vila Madalena
41:16fingir os cos pobres,
41:17os cosplays
41:18de baile funk
41:19de pobre.
41:20Então, assim, gente,
41:21esse mercado
41:22ele exista
41:24como mercado.
41:25Quer fazer cosplay
41:26de pobre,
41:27cosplay de funk,
41:29hipersexualização
41:30e fingir que pobre
41:31é assim?
41:32Faça.
41:33No mercado.
41:34Agora,
41:35isso entrar
41:36nas universidades
41:37é algo que a gente
41:38não pode permitir.
41:39Porque isso
41:40vai comprometer
41:41a produção
41:41do conhecimento
41:43das futuras gerações.
41:45E a gente devia
41:46estar correndo atrás
41:46de melhorar
41:48em vez de permitir
41:49o que piora.
41:57Bom, pessoal,
41:58Narrativas Antagonista
42:00vai ficando por aqui.
42:01Eu sei que hoje
42:02você está querendo comentar, né?
42:04Hoje eu tenho certeza
42:06que você está querendo comentar
42:07e eu espero
42:08que você tenha gostado
42:10do Narrativas.
42:11Estou de volta amanhã
42:12às 5 horas da tarde.
42:14Grande beijo
42:15e até lá!
42:19Transcrição e Legendas por TIAGO ANDERSON

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