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  • 28/06/2025
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Transcrição
00:00Muito bem, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, afirmou que a corrupção que ocorreu no país nos últimos anos
00:05teve como consequência o retorno de uma de extrema direita com ódio.
00:10A declaração foi dada em evento do Ministério Público Federal.
00:14Vamos acompanhar e analisar em detalhes. Pode soltar.
00:16É uma chaga que corrói a democracia, como nós vimos nesses últimos tempos,
00:25com um abalo sísmico no mundo político.
00:30Que teve suas consequências, é importante dizer isso, porque esse vácuo deixado
00:38teve as consequências do retorno de uma extrema direita com ódio no Brasil.
00:45Quem enxerga essa sequência está falhando.
00:51Talvez realmente não houvesse o que fazer depois que se descobriu a corrupção.
00:58Mas sim antes, preventivamente.
01:02Então nós temos que aprender os nossos erros institucionais e nos perguntar por que chegamos a esse ponto.
01:13Porque chegamos a um ponto em que a corrupção, na verdade, perdeu a vergonha na cara,
01:22naquele momento do mundo político, e o combate, todos os sistemas preventivos falharam,
01:30o combate à corrupção acabou criando um vácuo muito grande,
01:35e esse vácuo gerou uma situação, uma polarização, ódio, e de um surgimento, não só no Brasil,
01:47mas no Brasil principalmente, de uma extrema direita, com sangue nos olhos e antidemocrática também.
01:54Virou comentarista político, e um péssimo comentarista político.
02:03A gente já vai analisar por que, mas se enrola todo, traça aí causas e consequências,
02:12omitindo exatamente o papel do Supremo Tribunal Federal nisso tudo.
02:16Quer dizer, invade esse campo da disputa política e ideológica, sendo um juiz de Suprema Corte.
02:24Quer dizer, está tudo ao contrário no Brasil.
02:25Por isso que a gente deu o título do programa de hoje de A Suprema Lacração.
02:31E como eu comentei outro dia, parafraseando Ulisses Guimarães,
02:35se você acha ruim essa composição do Supremo Tribunal Federal, espere só até virar a próxima.
02:41Porque vem por aí Flávio Dino, o homem da lacração, sujeito que passou todo o seu período
02:48como ministro da Justiça e Segurança Pública, lacrando em rede social, ou tentando lacrar.
02:53Você pode nem dizer que conseguiu muitas vezes.
02:57Então, o Moraes também sugeriu que o MPF, Ministério Público Federal,
03:00use seus mecanismos de investigação para fazer a ligação do crime organizado com agentes públicos.
03:06Vamos acompanhar, mais uma retórica.
03:08Muito discurso para pouco resultado. Mostra aí.
03:13Por que não utilizarmos os mecanismos que foram utilizados
03:18para o combate à corrupção que se tornava sistêmica em empresas estatais?
03:29Por que não utilizarmos esses mesmos mecanismos legais,
03:32essa mesma visão de investigação em relação ao tráfico,
03:41em relação às milícias, em relação ao vergonhoso jogo do bicho?
03:51Não tem nada contra o jogo do bicho, os bichinhos.
03:56O jogo do bicho é uma criminalidade organizada que tem nas costas centenas de homicídios.
04:04Sobre o risco de poder ser vaiado, mas quem ficar mais quatro anos sem ser convidado aqui,
04:09eu estava no exílio, eu não queria dizer, estava no exílio, quatro anos que eu não apareci aqui.
04:17Agora voltei daqui quatro anos e pouco.
04:21Por que não usar exatamente os mesmos mecanismos de investigação?
04:25São os mesmos.
04:26A expertise que o Ministério Público tem para fazer a ligação de milícia com agentes públicos,
04:36do jogo do bicho com agentes públicos, do tráfico de drogas com agentes públicos.
04:45O dinheiro circula da mesma forma.
04:47Os cargos nomeados, daqueles que deveriam fazer a fiscalização,
04:55é a mesma coisa que os cargos que eram designados e estatais.
05:00O mecanismo é exatamente o mesmo.
05:07Ele integra o Supremo Tribunal Federal,
05:10que vem aliviando a barra de um monte de gente acusada de corrupção,
05:16de lavagem de dinheiro, de tráfico de drogas, inclusive.
05:21Vem aliviando a barra, inclusive, de agentes políticos,
05:25que são investigados,
05:28e no bojo da investigação aparece relação com o miliciano,
05:32em foro privilegiado, retroativo, que é concedido.
05:37Quer dizer, é um discurso que ignora completamente
05:42as ações do Supremo Tribunal Federal
05:44contra aquilo que ele está pregando,
05:48aquilo que ele está defendendo.
05:50A gente tem, inclusive, o print de um comentário do Deltan Dallagnol,
05:55ex-coordenador da Lava Jato e deputado federal cassado,
05:59quando o TSE, com articulação do Moraes,
06:02legislou para punir,
06:04traindo aquilo que estava escrito na lei.
06:07O Deltan Dallagnol colocou assim,
06:08Vejam a falta de vergonha ao dizer isso,
06:11enquanto faz parte do STF,
06:12o maior responsável por anular condenações de corruptos
06:16e por blindar a classe política de investigações.
06:19Pior ainda, apoia Flávio Dino para o STF.
06:23Se Dino já persegue a Lava Jato agora,
06:26imagine no Supremo.
06:27Muito bem, é isso mesmo.
06:31Era o que eu já estava falando aqui.
06:34Então, a gente pega a parte que virou manchete,
06:37que, numa síntese ali, foi colocada na imprensa,
06:41ele dizendo que a corrupção acabou criando um vácuo,
06:47acabou gerando uma extrema direita com sangue nos olhos
06:51e antidemocrática, com ódio, etc.
06:54E aí, o que o Supremo Tribunal Federal fez?
06:59Tirou corruptos de esquerda que estavam na cadeia
07:02para que eles ficassem com o caminho livre.
07:07Foi esse o remédio para combater a extrema direita?
07:10Quer dizer, o Brasil, ele fica entre a corrupção e o extremismo.
07:18Quer dizer, não há uma outra alternativa possível?
07:21A sensação que dá é essa, quando a gente ouve esse tipo de discurso.
07:26Wilson, vou ouvir aqui as suas considerações
07:30antes de continuar na análise.
07:34Felipe, quando o Alexandre de Moraes fala que
07:37o Brasil é vítima de uma extrema direita,
07:41adianta, etc., etc., etc., etc.,
07:43ele basicamente se exime que ele tem um pouco de parcela
07:49de responsabilidade também nisso.
07:53É bom lembrar que o ministro Alexandre de Moraes,
07:55aqui com todo respeito ao magistrado,
07:59mas ele precisa também colocar um pouco a mão na consciência.
08:02Não só ele, né?
08:03Como os outros nove integrantes do Supremo Tribunal Federal.
08:06A gente vive esse estado de coisas,
08:10a gente vive esse momento delicado da nossa democracia,
08:15porque nos últimos dez anos,
08:18o Supremo simplesmente avançou em competências,
08:21avançou em questões que não tinham nada a ver
08:24com a questão do próprio Supremo Tribunal Federal.
08:27Esse é o detalhe.
08:28Os ministros hoje fazem manifestações políticas,
08:35falam de suas preferências políticas
08:37em eventos privados, em eventos de faculdade,
08:41numa tentativa, como você falou bem agora há pouco, Felipe,
08:44uma tentativa de uma lacração constante.
08:47Eu sou de uma época, e eu aprendi isso, Felipe,
08:51que magistrado tem que ficar no cantinho dele,
08:56e tem que ficar no seu gabinete,
08:58e só se manifesta nos autos e ponto, acabou.
09:01Depois que o camarada larga, deixa a toga no canto,
09:05vai ter a sua vida, mas fica quieto.
09:07A lei orgânica da magistratura, inclusive, determina isso.
09:11Então, o que a gente vê, definitivamente,
09:13é um Supremo Tribunal Federal
09:15que quer aparecer mais do que a própria instituição.
09:19Temos ministros que querem aparecer
09:21mais do que a própria instituição.
09:23E o Moraes tem um trecho
09:24que eu quero marcar aqui no programa de hoje,
09:27porque ele ainda pode fazer o certo
09:31no caso do julgamento da Lei das Estatais.
09:34Aquele julgamento do qual a gente tratou ontem,
09:37porque foi retomado o julgamento,
09:40mas o Cássio Nunes Marques pediu vista,
09:42ou seja, mais tempo de análise,
09:44e o julgamento foi novamente suspenso.
09:46O julgamento de eliminar do Ricardo Lewandowski,
09:49que, quando era ministro do STF,
09:52derrubou uma decisão do Congresso Nacional inteiro,
09:55derrubou sozinho,
09:57para acabar com a quarentena de 36 meses
10:00para indicações políticas para cargos em estatais.
10:03Então, o Alexandre de Moraes ainda pode votar contra essa liminar,
10:10endossando aquilo que foi decidido pelo Congresso Nacional,
10:13para que não haja mais indicações políticas às estatais.
10:20E olha só o que ele disse sobre as semelhanças
10:22entre corrupção e crime organizado,
10:24era esse o contexto,
10:25abro aspas aqui.
10:25São agentes públicos que tomam conta de órgãos estatais
10:30praticando a corrupção.
10:33Uns desviando dinheiro público,
10:36outros utilizando poder e influência pública
10:38para obter dinheiro ilícito,
10:41para dividir e continuar com poder.
10:44Os mecanismos são os mesmos,
10:45porque a finalidade é a mesma,
10:47enriquecer e manter o poder,
10:49mantendo o poder,
10:50continuar com a corrupção.
10:52Fecho aspas.
10:53Existe, nesse momento,
10:55uma tentativa de que todo o mecanismo volte,
11:01de que o Brasil retroceda aos tempos pré-Petrolão,
11:05dando margem para que os esquemas se reestabeleçam.
11:10E o Moraes mostra, quando ele diz isso,
11:13que ele sabe o que acontece
11:14e ele sabe como acontece.
11:17A questão é como ele vota,
11:19como ele decide no Supremo Tribunal Federal.
11:21porque se ele votar,
11:24eu estou dando aqui o benefício
11:25à análise de bastidores,
11:28apontando que a tendência é que o Moraes vote
11:31para manter eliminado o Lewandowski,
11:34quer dizer, contra a decisão do Congresso.
11:35Mas ele ainda está em tempo de fazer o certo.
11:38Eu só quero deixar claro,
11:40se ele votar junto com o Gilmar Mendes,
11:43junto com essa turma,
11:44muito alinhada à política,
11:46esse pessoal que, como ele,
11:48participa de churrasco, almoço, jantar,
11:50com os políticos todos,
11:53que faz campanha para ter aliados no TSE,
11:57em outros tribunais,
11:58e consegue, conseguiu dois aliados no caso do Lula.
12:01Se ele votar, repito,
12:03contra a lei das estatais,
12:04ele está se contradizendo.
12:07Ele prega uma coisa
12:08e vai estar fazendo, ainda não fez.
12:11Não estou condenando o que não aconteceu ainda,
12:14só estou registrando.
12:15Porque se ele fizer isso,
12:16a gente vai voltar a essa declaração
12:18e vai exibir os dois vídeos juntos
12:21aqui no Papo Antagonista.

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