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Transcrição
00:00Legal. Bom, Caio, então, queria falar sobre Papa Francisco.
00:04O Papa foi amigão dos peronistas, Alberto Fernandes, Cristina Kirchner,
00:10sempre recebeu eles muito bem, mas tentou tomar uma distância do Maurício Macri.
00:17Como é que você vê a relação entre Papa Francisco e Javier Milley?
00:23Bom, é talvez uma das piores possíveis.
00:26O Papa Francisco é uma figura muito importante na Argentina.
00:31Realmente, ele é extremamente importante.
00:33Acho que mais importante do que qualquer outro Papa poderia ter sido para o seu respectivo país.
00:40Sem dúvida, muito mais que o Papa Bento deve ter sido representativo para a política e para a sociedade alemã.
00:45Mas vamos esquecer o Papa João Paulo II na Polônia.
00:49Ah, não, aí sim, aí é bem importante.
00:51Não vamos também entrar muito, mas isso é verdade.
00:53Mas na questão da política, o Papa, todo mundo sabe que o Papa,
00:59porque o Papa, antes de virar Papa, ele foi arcebispo de Buenos Aires.
01:02Ele trabalhou muito tempo em Buenos Aires.
01:06E todo mundo sabe que ele tinha um candidato principal,
01:08que era, tipo, não vamos dizer que era o candidato oficial dele,
01:11mas era um amigo muito próximo dele,
01:13que era o Juan Grabois, que ficou perdido lá nas primárias,
01:17que era o candidato dos sindicatos.
01:20E agora, com o que sobrou,
01:24ele está mais...
01:25A relação com o Milley é a mais forte,
01:29porque com os outros candidatos não tem muita relação mesmo,
01:31mas com o Milley é extremamente forte de hostilidade.
01:34Porque o Milley, antes de ter sido candidato, lá em 2017, 2018,
01:38ele fez vários comentários xingando o Papa,
01:41porque o Milley acha que o Papa é comunista,
01:45porque ele se preocupa com os pobres, sabe?
01:47É, discursinho eleitoral barato.
01:50Só que, obviamente, magoou o Papa.
01:52E magoou a Igreja Católica.
01:55E no ato do...
01:59Só para ver o nível da hostilidade que estava,
02:03no ato do Milley, na quarta-feira,
02:08discursou primeiro o guru ideológico dele,
02:11que é o Alberto Benegas Lynch.
02:14E ele sugeriu que a Argentina rompesse laços com o Vaticano,
02:20como já tinha feito no passado distante.
02:24E essa questão de hostilidade chegou num nível
02:28de que o Papa deu uma entrevista para a televisão argentina,
02:35falando sobre isso, a gente deu no site.
02:38Falando sobre como ele temia flautistas de Ramellin,
02:45que é uma referência folclórica alemã,
02:46mas falando de pessoas que se apresentam como heróis e salvadores,
02:51que têm uma solução mágica para todos os problemas,
02:53mas que, na verdade, a solução é pior do que o problema,
02:55e pior ainda mais a situação.
02:57Ele falou sobre isso,
02:59e ele falou, e ele rebateu acusações de ser comunista.
03:02Ele falou, eu não sou comunista,
03:04eu me preocupo com os pobres, mas eu não sou comunista.
03:05Ele não citou o Milley em nenhum desses casos.
03:09Mas, o timing é curioso.
03:14Porque essa entrevista foi feita no final de setembro,
03:17e só saiu agora, na terça-feira dessa semana.
03:21E conversando com algumas pessoas familiarizadas com o assunto,
03:25elas me confirmaram que foi deliberado mesmo e tal.
03:28Foi intencional para tentar ser, talvez,
03:31um último golpe contra o Milley.
03:33Mas, que ponto vai afetar?
03:38Sinceramente, acho que não muito.
03:39Os argentinos são católicos, é verdade,
03:42mas a religião não pesa muito aqui no eleitorado.
03:48Mas é interessante isso.
03:49Você falou que mostra que o Papa está em campanha, né?
03:52Exatamente.
03:53E aí
03:58E aí
03:58E aí
03:59E aí
04:00E aí
04:05Obrigado.

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