O deputado federal Zé Neto (PT-BA) revela qual deve ser a postura do Governo Federal após a derrubada do decreto sobre o aumento do IOF, no Congresso Nacional. Ele acredita que o governo deve esperar a “poeira baixar” e continuar as negociações com os parlamentares.
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00:00E, inclusive, as alternativas que o governo tem depois da derrubada do decreto da alta do EOF pelo Congresso Nacional.
00:08Nosso entrevistado agora é o deputado Zé Neto, do PT da Bahia, mais uma vez participando da programação da Jovem Pan.
00:14Bem-vindo, deputado. Boa noite para o senhor. Muito obrigado.
00:17Boa noite. Prazer falar com vocês, Tiago, Dora, também Cristiano. Satisfação. E uma boa noite para o seu público.
00:23Bom, deputado, claro que a grande questão de hoje, um dia depois do resultado da votação no Congresso Nacional, é se o governo vai ingressar no Supremo ou não.
00:33Pessoalmente, o senhor que, inclusive, votou pela manutenção do decreto.
00:38O senhor acha que o governo deve ter essa alternativa em mãos ou ainda há necessidade de se esperar para discutir outras alternativas, deputado?
00:47Olha, primeiro, eu acho que a gente teve uma noite ontem, é preciso botar a bola no chão, como a gente chama no futebol,
00:55porque, em verdade, nós tivemos uma situação positiva, muito positiva, que foi a votação do Imposto de Renda,
01:03e tivemos uma situação que já vínhamos enfrentando dificuldades desde o início, com o EOF,
01:09que tirou o EOF, mas também permaneceu outros elementos, especialmente a questão da taxação das bets.
01:16Então, acho que a gente tem que fazer conta, tem que fazer isso tudo com muita maturidade, não é hora de jogar gasolina, ao contrário.
01:25Ontem, se você perguntar qual foi o placar, um a um, o acendou para um lado e para o outro.
01:33É o que ele vinha fazendo há algum tempo.
01:35A gente tem só que botar a bola no chão, deixar a pôr abaixar, sair da nós tempos,
01:41precisamos fazer uma solução, criar uma solução para a questão do déficit primário,
01:46a gente não pode deixar isso solto.
01:49Não é só a responsabilidade do governo federal, é também a responsabilidade do Congresso.
01:53Se o Congresso diz que não quer, tudo bem, não quer EOF, mas vai querer o quê?
01:59Só não pode não querer nada.
02:00Então, a gente tem a responsabilidade de fazer o que a gente fez,
02:02e fez bem feito, com relação à reforma tributária, com relação a caboço fiscal.
02:08Então, eu acho que a palavra-chave desse momento é diálogo.
02:11E lembrando, aqui no sertão, no Nordeste, a gente tem, a gente tem caldo de galinha, cautela, não faz mal a ninguém.
02:18Então, acho que não está na hora da gente exacerbar nenhum discurso
02:22e botar o pé no chão para que a gente possa encontrar uma solução.
02:25e eu, agora há pouco, ouvi um comentário de Dora.
02:29Eu acho que um pouco nessa linha, Dora, a gente tem paciência
02:31para que as coisas também não entrem num ritmo já de eleição.
02:36Acho que a gente tem que ter um pouco mais de ponderação.
02:39A Câmara já está num clima muito eufórico
02:42e tem outros elementos laterais que acabam também contribuindo para isso.
02:47Eu acho que a votação de ontem, se você perguntar qual for placar, um a um.
02:51Dora Crema, é só pergunta para o deputado.
02:53Boa noite, deputado.
02:57Todo mundo fala, quer dizer, se fala sempre na política o seguinte,
03:01quando tem um rolo, quando a coisa está feia mesmo, aí a solução é
03:05o presidente Lula tem que entrar em campo, tem que tomar a frente
03:09para ver se resolve essa coisa.
03:11E embora o senhor tenha essa visão otimista do placar de um a um,
03:16muitos governistas dizem, qualificam a derrota como muito grande
03:21e um momento muito delicado.
03:23O senhor acha que essa máxima de o presidente Lula que dá um jeito e tudo,
03:28ela deve ser aplicada nesse momento?
03:32Eu acho que também, porque a palavra é, como eu disse agora há pouco,
03:35é diálogo e cautela.
03:37Diálogo que bem sabe fazer o presidente Lula.
03:40Agora pela manhã eu conversei muito com o Reginaldo,
03:42nosso Reginaldo Lopes, lá de Minas.
03:45Eu conversando com ele, a gente falando assim,
03:47olha, na minha opinião a gente tem que voltar a essa discussão
03:50do pacote fiscal em agosto.
03:52Agora, Dora, eu sou desses que, no meu entendimento,
03:56tem uma temática na economia que uma parte dela,
04:00ela é mais civilizatória do que ideológica.
04:03Nós estamos vivendo um momento muito delicado no mundo,
04:05muito delicado, muito delicado.
04:07E o setor empresarial sabe disso.
04:10O setor, a classe política também sabe disso.
04:14Eu acho que a gente não pode arriscar tanto.
04:16Então, acho que a gente tem que fazer o que fizemos,
04:19nesse pacote fiscal, o que fizemos com a Ravouça Fiscal
04:22e o que fizemos com a Reforma Tributária.
04:23Criar um grupo de trabalho, dialogar com o Senado e Câmara,
04:27fazer o dever de casa interno,
04:30fazer com que a gente possa dirimir essas questões
04:33dentro da própria Câmara
04:35e ouvir no setor produtivo também,
04:36porque tem uma influência grande, ninguém se engane.
04:39O setor produtivo tem uma influência grande no Congresso,
04:41na Câmara, no Senado.
04:43E, principalmente, Dora, depois do advento das frentes parlamentares,
04:47eu sei, porque eu vivo dentro de duas,
04:50vivo dentro de várias.
04:52E algumas, eu sou presidente, como agente de comunidade de saúde,
04:56como também de cartório, de despachante,
04:58mas também sou vice de duas,
05:00que é a do empreendedorismo e também a do comércio e serviço.
05:03Nessas frentes, a gente conseguiu estabelecer
05:05que nem tudo é a política partidária.
05:08E elas têm uma influência grande,
05:09porque elas têm também um contato grande com o setor produtivo.
05:13Então, eu acho que a gente tem que deixar um pouquinho,
05:15esfriar essas questões agora no recesso,
05:18trazer em agosto, como eu já vi o próprio Haddad apontar,
05:21essas questões de um pacote fiscal robusto,
05:24e pensar no Brasil, porque nesse momento,
05:27não dá para deixar que a gente perca esse momento do mundo,
05:30que é muito veloz,
05:31e a gente não pode ficar com a política fiscal atrasada.
05:34Deputado Zé Neto, pergunta de Cristiano Vilela.
05:36Vilela.
05:38Deputado, boa noite.
05:40Deputado, nós temos visto,
05:42por parte,
05:42boa noite, por parte do governo,
05:44alguns posicionamentos,
05:46muito no sentido de nós contra eles,
05:48de ricos contra pobres,
05:50colocando realmente um ônus,
05:53especialmente no Congresso Nacional,
05:55diante da votação que nós tivemos ontem.
05:57Na sua avaliação,
05:58essa medida não seria, talvez,
06:00um pouco, pouco inteligente,
06:02à medida que o governo precisa construir uma maioria,
06:06especialmente trazer para o seu lado,
06:08talvez setores mais ao centro,
06:10que foram tão importantes nas eleições de 2022,
06:13mas que, ao que parece,
06:14o governo perdeu a interlocução com esses setores,
06:17especialmente no Congresso Nacional?
06:18Olha, eu acho que, como eu lhe disse,
06:21foi um a um.
06:23O jogo foi quente.
06:25Os ânimos ainda estão muito acirrados.
06:27Mas a gente tem que tratar de entrar em campo