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  • 25/06/2025
O convidado desta quarta (25) está em Pânico com o tratamento da Língua Portuguesa ultimamente. Portanto, o redator está aqui para florear e sofisticar o texto, através de bagagem, repertório e ajuda dos sinônimos do Google, obviamente. Como o bom português ajuda na carreira? Para mim, um bom português sabe colonizar o vocabulário, extrair o ouro das palavras, crescer um bom bigode e fazer gol de bicicleta na Champions League. O professor Noslen Borges está no estúdio para ajudar vocês a não pagarem mico nas rodinhas de conversa, além de repercutir o impacto das redes sociais no uso correto da linguagem. Assista à íntegra da entrevista ou vai ter que falar conjugar o verbo feder no presente do indicativo.

Assista ao Pânico na íntegra:
https://youtube.com/live/L-ue4TonnWs?feature=share

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#JovemPan
#Pânico

Categoria

😹
Diversão
Transcrição
00:00Eita, por favor.
00:01Nilo!
00:02Programa de hoje, um professor de língua portuguesa que vem conquistando as redes sociais.
00:10Minha esposa me perguntou por que quem nasce no Japão é japonês?
00:12Em Portugal? Português? Na Itália? Italiano?
00:14Quem nasce em Tchilambuco é o quê?
00:16Tchilambucano.
00:17Ah, seu filho da mãe!
00:20O cara ensina a importância de se falar bem nos dias atuais.
00:25Fui eu quem comprei, fui eu quem comprou.
00:27As duas estão corretas, todas essas servem.
00:30Muitos aplausos para o professor.
00:34Nós vai escrever, vai escrever, escrever pra não esquecer que no finalzinho do ano
00:41o Enemzinho tá chegando pra ferrar você.
00:45Nos lemborges!
00:47Vai escrever, vai escrever.
00:50Olha o professor aqui, ó.
00:52Magal.
00:53Tudo bom, professor?
00:55Tudo bem, tudo bom, gente.
00:55Como é que você tá?
00:56Muito, muito bem.
00:57Você acha...
00:58Tranquilo?
00:59Tranquilaço.
00:59Você é um cara que faz muito sucesso, né?
01:01Que bom, que feliz.
01:03E você sabe que na vida a gente só lembra dos professores que a gente gostou.
01:08Sim, é verdade.
01:09É incrível isso, né?
01:10Ah, tem uma japonesa que eu não gostava de física.
01:12E você sabe que é engraçado?
01:14Você pode reparar.
01:15O professor que você gostava, quando você fez lá...
01:19Na minha época era ginásio, colégio, era outros nomes.
01:22Ginásio de anunciidade, mas tá tudo assim.
01:23Eram outros nomes que tinha na época, né?
01:25Pra juventude agora.
01:27Mas se você pensar bem, o professor que você gostava, você passa a gostar da matéria dele.
01:33Sim, é curioso isso, né?
01:35E eu acredito demais nisso, de verdade, assim.
01:37Tanto que eu sempre falo pras pessoas.
01:39A minha função não é fazer as pessoas se apaixonarem pela língua portuguesa.
01:43O primeiro momento é desmistificar a língua portuguesa.
01:45Porque todo mundo fala assim, ai, língua portuguesa é muito chata, é cheia de regras, blá blá blá.
01:49Então, primeira coisa, eu preciso que as pessoas tenham empatia com a língua, né?
01:53Com a língua portuguesa.
01:54Então, meu desafio inicial é quebrar esse momento de que, ai, língua portuguesa é chato,
02:00ela tem um monte de coisa ruim, é só regra, é só decoreba.
02:03Não, calma, vamos devagar.
02:05Todo mundo fala língua portuguesa.
02:06Todo mundo domina a língua portuguesa de alguma forma, em algum nível.
02:10E o meu desafio é fazer com que as pessoas tenham mais facilidade em dominar a língua portuguesa mesmo
02:15pra poderem terem ascensão social.
02:17Porque eu acredito demais que quem domina a língua portuguesa tem ascensão social.
02:20Porque hoje a ascensão social passa pela comunicação.
02:22E se a gente se comunica todo mundo em língua portuguesa, isso é uma verdade, assim.
02:28E isso eu falo porque eu já vivenciei e experimentei várias coisas em relação a isso.
02:32Tanto com estudante, tanto com a minha vida mesmo.
02:35E então, quebrar essa barreira inicial de que a língua portuguesa é chata
02:39e as pessoas olham pra mim, eu tô lá fazendo uma paródia, dançando, opa,
02:42dão risada de um professor de língua portuguesa, opa, já começa a se aproximar da língua.
02:46Mesmo que o cara seja de dez atas.
02:48Pô, eu odeio português porque sou de exatas.
02:50Mas se o cara der uma risadinha, der uma desarmada em relação à língua portuguesa,
02:54eu consigo chegar nele.
02:56E a partir disso aí eu tô num processo dele ter o contato dele com a língua portuguesa.
03:00Mas isso que você falou é muito verdade.
03:02Quando a gente gosta do professor, a gente acaba gostando da matéria.
03:04E esse, posso dizer que é um dos motes da minha vida.
03:07Eu preciso que você não goste de mim, mas que goste da língua portuguesa.
03:10E pra isso, muitas vezes, tem que fazer esse movimento de empatia.
03:14E você falou algo que realmente acontece, porque é o seguinte,
03:18isso a molecada tem que ficar...
03:20Se bem que o nosso programa não tem mais muita molecada assistindo, graças a Deus.
03:25Graças a Deus não tem mais...
03:26Tem saudades dos meninos.
03:2760 a mais.
03:28Esses alunos que você tem, essas gordinhas de cabelo azul,
03:30você é um inferno na vida da pessoa.
03:33A gente já tem um pessoal mais velho, tal, acompanhando a gente.
03:36Mas a juventude, você que é pai, você tem que fazer teu filho falar direito.
03:41Porque hoje em dia, entrou uma moda da perifa.
03:45Que é uma coisa...
03:46É humano, certo?
03:47Falar errado é bonito.
03:48Falar errado é bonito.
03:50Mas pra arrumar um emprego, o cara não gosta, as pessoas não gostam...
03:56Quem não sabe falar.
03:57Quem não sabe falar.
03:58Isso é uma verdade, porque olha só, uma coisa que eu bato muito na tecla,
04:01em todos os meus vídeos, tudo que eu faço, é...
04:03Gente, você precisa saber usar a língua portuguesa de acordo com a situação que você se encontra.
04:08Exatamente.
04:08É, eu vou sair, vou no barzinho com os amigos, não preciso falar uma norma padrão, tudo acertinho.
04:13Sim.
04:14Mas tá num momento, uma situação de uso livre da língua.
04:17Então não tem problema você usar humano, beleza?
04:18Você tá no teu grupo social ali, tá tudo certo, tudo beleza.
04:21Mas se eu for numa entrevista de emprego, eu preciso saber ajustar a minha linguagem,
04:26porque aquela situação de entrevista de emprego me pede isso.
04:29Então, ajustar a linguagem de acordo com a situação que eu me encontro, isso é essencial.
04:33É uma grande verdade, e isso eu bato muito na tecla.
04:36Então não tem problema você chegar em casa com seus pais e falar de um jeito mais solto,
04:40só com gírias, com seus amigos, o seu grupo de estudos, enfim.
04:45Onde quer que você esteja.
04:46Ah, sei lá, o grupo de jornalistas, o grupo de futebol.
04:49Sim.
04:49Você ainda tem sua linguagem própria.
04:50Exatamente.
04:51Então tá tudo certo.
04:51Mas eu preciso dominar a língua a ponto de brincar com essa língua.
04:55Eu sempre faço um comparativo, assim.
04:57Por que quando a gente via o Ronaldinho Gaúcho jogando,
04:59parecia que ele brincava de futebol?
05:00De tanto que ele dominava o futebol, eu parecia brincar com ele.
05:03Sim.
05:04E eu falo que com a língua portuguesa é a mesma coisa.
05:06A gente precisa dominar tanto a língua portuguesa a ponto de poder brincar com ela.
05:08Ou seja, usá-la de acordo com a situação que eu me encontro.
05:11Então eu vou numa entrevista de emprego, eu sei usar,
05:13eu vou conversar com vocês aqui, na entrevista eu sei conversar.
05:16Você não precisa muito.
05:17É, isso foi.
05:18Tranquilo.
05:18Eu vou encontrar os amigos do bar, eu vou ser como utilizar a língua lá também do
05:23jeito adequado pra todo mundo.
05:25E é isso que é o essencial.
05:26Porque quando você sabe fazer isso, você domina a língua a esse ponto,
05:29aí você vai longe com o uso da língua portuguesa e também não castiga a língua portuguesa.
05:32Professor, mas nessa questão aí, qual que é o maior erro?
05:35Porque a gíria, isso aí, os vícios de gíria e tudo mais, é uma coisa.
05:40Agora, na questão de erro mesmo, qual que é o maior erro que a turma comete?
05:45É o plural, talvez?
05:47Cara, é difícil o maior erro, né?
05:49Acho que são vários pequenos erros que são repetidos ao longo do tempo.
05:53E aí pensando mais na escrita, tá?
05:55Nem tanto na fala.
05:55Na fala o plural é muito comum, né?
05:57Os dois pastéis.
05:58Ah, eu dou uma.
05:59Então assim, na fala é muito comum a concordância do plural, isso é muito comum.
06:04Agora, quando a gente pensa na escrita, tem muito o que eu vejo por aí, né?
06:08Placa de estabelecimento comercial, especialista de comida.
06:10Sim.
06:11Aberto de segunda a sexta e coloca crase nesse a sexta.
06:14Não tem crase aí.
06:15É o a partir com crase, a todos, a você com crase.
06:18Não tem crase em nenhuma dessas expressões.
06:20E aí, isso demonstra que a pessoa não domina a língua portuguesa.
06:22Sim.
06:22E aí pensando no trabalho, né?
06:24A pessoa que tem um estabelecimento comercial.
06:26Quando você utiliza a língua portuguesa errada na comunicação,
06:29você já deixa a tua empresa com certa descredibilidade.
06:34Opa, será que essa empresa é tão boa?
06:36O cara não sabe escrever, não é cozinhar que ele vai mandar bem.
06:38Será que ele sabe ler uma receita pra fazer bem a comida?
06:40Então, dá uma sensação ruim.
06:43Então, isso é importante as pessoas entenderem.
06:45Que existem vários erros do cotidiano que as pessoas estão acostumadas a fazer
06:48e acabam reproduzindo.
06:51Simplesmente pelo fato de não ir atrás.
06:52Sendo que hoje, a gente tem muita possibilidade de ir atrás do que é o certo em relação à escrita.
06:57Existem N coisas na internet que a gente pode buscar.
07:00Não tem só o que eu faço.
07:01Existem vários professores de português na internet.
07:03O Google é simples.
07:04O que eu faço?
07:06Estou com dúvida de alguma coisa e já joga no Google.
07:08Exato, mas aí tem uma casca de banana em relação à tecnologia, Morgadão.
07:12Por quê?
07:13Hoje, a gente tem o chat de EPT.
07:14A turma já está fazendo, respondendo prova, inclusive, com a inteligência...
07:17E o chat responde errado o português.
07:19Responde errado o português.
07:20Isso é bom saber.
07:21Só pra avisar.
07:21Mas você acha que ele atrapalhou ou não?
07:23Porque desde a época do ICQ, que não sei se é da sua época,
07:26a gente tinha o corretor ortográfico, tem o WhatsApp.
07:30Você vê que o tempo inteiro a gente está lendo menos e a gente está usando a ferramenta.
07:34Atrapalha ou ajuda, professor?
07:35Então, o que atrapalha é usar a ferramenta da forma errada.
07:38A ferramenta está ali para potencializar.
07:41Só que as pessoas acabam utilizando de forma errónea.
07:43O chat de EPT mesmo.
07:44As pessoas jogam para ele responder como se ele fosse um guru do século XXIII já, entendeu?
07:50Então, assim, não, não é assim que funciona.
07:52O chat de EPT pode ser uma ferramenta muito boa quando você sabe utilizar ele.
07:56E aí, olha que legal.
07:58O chat de EPT é a primeira ferramenta, as IAs de modo geral,
08:01que nós adultos estamos dominando mais do que os adolescentes.
08:05É o primeiro momento em que houve essa mudança.
08:07Porque antigamente, a internet, enfim, a molecada sabia dominar muito mais do que o adulto.
08:11Hoje, quem está utilizando mais adequadamente o chat de EPT e as outras IAs são os adultos.
08:16Por ter repertório.
08:16Por ter repertório e por saber fazer a pergunta adequada.
08:19Porque hoje, o que faz com que a IA te responda certo?
08:22Fazer o comando adequado.
08:23Escrever adequadamente o prompt adequado.
08:26E isso só quem tem maturidade para fazer.
08:28Então, por isso que a molecada joga lá, responda para mim,
08:30e vai vir um monte de resposta que não é adequada.
08:32Porque falta aí a maturidade para usar a ferramenta do jeito certo.
08:35É, mas é uma língua lazarenta para usar um português bonito, né?
08:40Porque, por exemplo, aqui eu estava vendo, né?
08:42Não, mas é lazarenta mesmo.
08:44Porque, ó, tudo bem.
08:45É o que você fala, né?
08:47Sessão.
08:48Sessão com C e dois S é de você ceder alguma coisa.
08:52Aí tem a sessão, que é a mesma coisa que eu falei, com S e C cedilha,
08:57que é a sessão de um setor.
09:00E tem a sessão com dois S, que é a sessão de cinema.
09:03É isso aí, Deus.
09:04Então, quando você está lá, você dá um bug na cabeça, né?
09:09Quando você está ali escrevendo, você precisa saber direitinho, né?
09:13Porque aí, assim, o professor até me corrija, por favor.
09:17Essa forma é a forma que a gente aprende, né?
09:19Que a gente aprendia lá atrás.
09:21Então, tipo assim, o professor ia ensinar, ó, sessão de cinema, é assim.
09:25Sessão, setor, é assim.
09:27Então, você lembra desse ensinamento?
09:29Hoje, a molecada, que é aquela questão cognitiva que você...
09:32Não, hoje é uma burro.
09:32Não, exatamente, eles não acendiam mais.
09:34Eu aprendi, ó, os prepos...
09:35Adeante com desdém, entre para até cem, contra sob trasperante,
09:39sobre perpor após durante, pro resto da vida você aprende.
09:43Aí, ó, o professor é muito bom.
09:44Certo, o professor?
09:44O professor chanjala.
09:45Tá limpo, o professor chanjala.
09:47Tá limpo.
09:47O senhor é treino.
09:48É, o que você apanhou pra aprender isso?
09:50Isso é verdade.
09:51E o que você tomou de...
09:52Exato, né?
09:53Uma reguada de madeira, amigo.
09:55E o que eu faço também?
09:56Tentar facilitar essas coisas.
09:58Então, quando eu falo de sessão, eu tento fazer essas associações.
10:00Mas, olha, sessão vem de ceder, ceder é com C.
10:03Então, tento fazer a associação pra pessoa lembrar que, ó,
10:05sessão de ceder é com C no começo.
10:08Então, essas associações ajudam muito, né?
10:10Eu trouxe o livro ali de uma forma bem objetiva, bem direta.
10:14Bem legal esse livro.
10:15Legal mesmo.
10:16Tá aqui, ó.
10:16Pra um, não.
10:17Tá aqui, ó.
10:18Português para não pagar mico.
10:20De você já tá no...
10:21Tá aqui, ó.
10:22Tá à venda, né, professor?
10:23Tá à venda, já tá.
10:24Na venda na Amazon, só digitar lá.
10:26Professor Noslem na Amazon já encontra.
10:27E uma leitura bem gostosa, bem legal.
10:29Bem leve, bem tranquilo, bem acessível.
10:31Objetivo, direto ao ponto, pra trazer essas dicas bem rápidas mesmo.
10:34Pra que a pessoa, pelo menos, possa olhar, bater o olho e grava essa informação.
10:38E aí, quando tiver recebendo o texto, não tem essa dúvida, não tem essa dificuldade.
10:41Porque o grande lance hoje é isso.
10:43Todo mundo quer tudo pra ontem, tudo rápido.
10:45Quer aqui, né?
10:46Por isso que entra, às vezes, num vídeo meu, eu tô dando uma dica,
10:48que é um recorte de um conteúdo gigante.
10:50E a pessoa fala, e o resto?
10:51Eu falo, o resto, você tem que sentar e estudar.
10:54O resto tem também todo o material,
10:55mas você vai ter que buscar esse material que tá todo contemplado nas minhas redes sociais também
11:00e agora no livro.
11:01Então, as pessoas querem tudo pra ontem e a língua portuguesa, ela não é assim.
11:04Ela é a longo prazo.
11:05É pra toda a vida.
11:06Eu sou professor de língua portuguesa,
11:07mas eu vou passar a vida inteira aprendendo também língua portuguesa.
11:10Todos nós, né?
11:10Vocês trabalham com a língua portuguesa, por serem comunicadores,
11:13e também vão passar a vida inteira aprendendo.
11:15Mas a gente erra muito, viu?
11:16É pra ontem?
11:17Pra ontem.
11:18Ah, pra ontem.
11:18Pra ontem.
11:19Pode falar pra ontem.
11:20Pode falar.
11:20Ninguém fala leite quente, só não sou.
11:25É, eu falo leite quente que eu não sou de Curitiba.
11:28Eu falo leite quente que eu não sou de Curitiba.
11:30Viva Curitiba.
11:31Qual é a região do Brasil que fala mais corretamente o portuguesa?
11:35Não tem, né?
11:36Não tem o mais correto.
11:37O Sarney falava que era o Maranhão.
11:39O Sarney falava que era o Maranhão.
11:42Não tem uma região que fale mais correta.
11:44E o pior?
11:44O que é a Venezuela?
11:45O pior?
11:46A pior região.
11:47Não vai falar o pior.
11:47Cotia.
11:48É tudo muito, até é abstrato isso, né?
11:52Se pensar qual que é o pior, qual que é o melhor, é difícil.
11:55Porque você tem uma questão que é da língua portuguesa no Brasil todo.
11:58O Brasil é um país continental, né?
12:00Então essa disparidade, às vezes numa região do norte é muito boa e numa outra região
12:06do próprio norte mesmo é muito ruim.
12:08Então não tem como dizer o lugar mais, digamos, equilibrado na língua portuguesa
12:14e o menos equilibrado.
12:15É difícil isso.
12:15Mas independente da questão de falar corretamente, tem gente que não usa corretamente o sentido
12:21da palavra.
12:22O que a gente tá vendo hoje muito é falar literalmente pra tudo.
12:25Sim.
12:25E como corrige isso aí pras pessoas?
12:28Porque assim, quando é gramatical, o problema é o gramatical e tudo mais, beleza.
12:34Mas e quando a pessoa não sabe o sentido da palavra e usa bastante?
12:36O que você vê disso aí?
12:37É isso.
12:38Aí, literalmente, eu tô com peso nas costas.
12:42Não tem nada.
12:43Pois é.
12:44Isso é um vício de linguagem já, né?
12:46Se usar o literalmente, essas palavras que, de certa forma, não encaixam no contexto,
12:50é um vício de linguagem.
12:51E existem vícios de linguagem gigantescos no Brasil.
12:54Se pensar aí, vamos pensar num vício de linguagem ou sair pra fora, um clássico, né?
12:58Mas esse, literalmente, já entrou nessa categoria também.
13:01É que as pessoas colocam em qualquer lugar e, no fim das contas, não tem sentido usar
13:05isso dentro do contexto que ela tá utilizando.
13:07E aí, vira um vício e as pessoas saem replicando.
13:09E acho que é outro problema que a gente tem na internet e no Brasil, de modo geral.
13:12As pessoas só replicam sem ir atrás da verdade.
13:15E aí, acabam replicando e achando que aquilo é bonito, aquilo é certo.
13:18No fim das contas, não tá certo.
13:19Não, mas tem uns erros clássicos.
13:21Bom, por exemplo, acho lindo quando a pessoa fala, ah, doutor, essa tauba.
13:26Tauba.
13:27Porque tauba, ela soa, ela soa, ela soa melhor que tábua.
13:34Ela é mais legal que tábua, por exemplo.
13:36Salsicha é muito mais gostosa do que a salsicha.
13:38Às vezes o cara fala, galfo, ao invés de galfo.
13:43Galfo.
13:44Galfo não convida.
13:46Tem palavras que são normalmente melhores no galfo.
13:48Você tá comendo com a cu e é, tem que comer com o galfo.
13:51Com o culé.
13:52Então, é.
13:53Você tá comendo com a culé, com o galfo.
13:55Tem algumas coisas que...
13:57Que são até mais poéticas, né?
13:58Isso, poético.
13:59Você não matou.
13:59É poético, é romântico.
14:01É verdade, é verdade.
14:02E aí, assim, são coisas que vêm de muito tempo, né?
14:05Inclusive, tá se perdendo, né?
14:06O Tauba, o Galvin.
14:07O meu avô falava sol, o sol, com o L bem marcado, né?
14:11No final, né?
14:12O sol, é o sol, que também acho bonito isso.
14:14E isso tá se perdendo, porque é uma geração que, infelizmente, já tá falecendo e não
14:18tá sendo replicado.
14:19Tudo bem, né?
14:20A gente sabe que é muito próprio de uma...
14:22Um grupo de pessoas que nasceram em uma determinada época.
14:26E é natural que se perca, né?
14:27E agora tem muita...
14:29A internet, ela tem muito...
14:31Tem uns caras que chamam, que eu não sei o que é, eles falam, vai tancar.
14:34Eu não sei o que que significa.
14:36Ah, as gírias da internet.
14:38É lugar de jogo.
14:38Então, mas o que...
14:39Que cacete que é tancar.
14:41Tancar vem do LoL ou do Dota, que é um personagem que você recebe, você aguenta golpes.
14:49É o tancar, que é o tanque.
14:51Tancar golpes, é aguentar.
14:53É a linguagem de resílio.
14:53Quando o cara fala, eu não tanquei, eu não aguentei.
14:56Não aguentei, não tanquei a porta.
14:58É, não.
15:00É, os caras falam, não tanco, né?
15:02Isso tá acontecendo muito, né?
15:03Agora as gírias dos joguinhos pra dentro do dia a dia deles, da geração deles.
15:07Tem N expressões, né?
15:09Desde a da cringe, que já ficou cringe, falar cringe.
15:11Sim.
15:12Até o tancar, que é algo mais moderno.
15:14Mas isso faz parte dessa molecada que tá chegando agora aí.
15:17Então faz parte do grupo social deles.
15:19Mas lembrando sempre, aquilo que você falou no começo.
15:20Não dá pra usar o tancar numa redação, numa entrevista de emprego,
15:25num dia a dia, numa...
15:26Quero pedir aumento pro meu chefe, não tô tancando o meu chefe.
15:29Então, é, então assim...
15:30Tem coisas que não dá pra utilizar.
15:32Tem que saber utilizar e aonde utilizar.
15:34Bom, professor, desculpa te colocar numa polêmica, mas...
15:36É factual.
15:38É factual.
15:39Porque o Rui, vamos ver fora.
15:40Já vem, Lula ou Bolsonaro?
15:41O Carioca, um grande amigo meu.
15:43Ele viralizou um corte super antigo dele.
15:46Aí é sempre corte e tira do contexto, que ele fala sobre doutrinações das escolas.
15:51E ele acha que tem que, cada um, o pai, tem o seu papel em interferir, inclusive, na educação.
15:56Como é um corte, é muito difícil de entender.
15:58Mas existe doutrinação?
16:00Você que é professor, esse lugar, ele tá também nas escolas?
16:03Porque também tem uma coisa bem chata em relação a isso.
16:05Igual o limite do pai.
16:06É, não é nem limite só do pai.
16:07O pai pode interferir, né, na parte da metodologia?
16:10Como é que você enxerga isso?
16:11Cara, assim, ó.
16:12Eu acho que, primeira coisa, a educação, ela começa em casa.
16:15Então, a educação tem que partir de dentro de casa.
16:17A escola potencializa o ensino.
16:19A educação, ela vem de casa.
16:21Então, sim, os pais têm que acompanhar os filhos desde perto o tempo todo na escola.
16:24Tem que ter isso.
16:26A escola tem doutrinação?
16:28Não deve ter.
16:29Eu não posso afirmar se tem ou não tem, porque eu não tô mais dentro de todas as
16:32escolas do Brasil.
16:33Perfeito.
16:33Entende?
16:34Então, assim, ela não deve ter.
16:35Ela deve ser o lugar de potencializar o ensino e a aprendizagem.
16:39Essa é a função da escola.
16:40E a função da escola também é um papel social.
16:42A escola é a primeira sociedade que as crianças vivem.
16:44É isso aí.
16:45É uma mini sociedade.
16:46Entendeu?
16:46Então, elas aprendem dentro da escola a se relacionar um com o outro.
16:50Essa é uma das funções principais da escola.
16:52Então, ensino e aprendizagem e socialização.
16:55Todo o resto, se acontece, tá errado.
16:58Isso em vários lugares, né?
17:00Em vários lugares.
17:00Mas, especialmente na escola, não é pra ter doutrinação.
17:03Pode ser que tenha.
17:04E aí, parte de alguma coisa individual de cada um que tá fazendo o seu papel lá dentro
17:09da escola.
17:09Não pode acontecer, mas sim.
17:11Porque eu acho que hoje em dia as pessoas querem ter muito controle.
17:14Porque, por exemplo, o que que você aprende?
17:16Tudo de ruim também se aprende na escola.
17:19Ambiente social, né?
17:19Não se aprende palavrão na escola, fumar, tudo que é isso.
17:22Por quê?
17:23Porque você vai...
17:25Mas o que acontece?
17:27Por que você vai entrar na escola?
17:29Quando você entra na escola, você vai estar com 40 moleques que vieram de umas outras
17:35famílias.
17:36Então, é uma mistura de família.
17:38E ali você vai aprender a se defender.
17:40Você vai entender o que é socialização.
17:41E cada um tem seus valores.
17:43De certa forma, é uma troca de educação também.
17:44Cada família tem o seu valor.
17:46Por isso que as famílias têm que dar educação pra que a criança possa se posicionar dentro
17:50da escola.
17:51E ela vai conseguir enxergar.
17:52Pô, aquela criança tem um valor diferente do meu.
17:55Mas a minha mãe, meu pai me ensinaram tal coisa.
17:57E ele vai se posicionar dentro da escola.
17:58Por isso que não adianta a gente falar delegar pra escola a educação, do modo padrão
18:04da palavra.
18:04Mas sim, a educação vem de casa e ela é potencializada com o ensino e aprendizagem.
18:08E o que eles falam também é que a criança, dos 9 aos 16 anos, elas determinam o que elas
18:15vão ser com os amigos que elas vão ter.
18:17É ali que ele vai ter a identificação.
18:19É a criança.
18:20Formam os grupos.
18:21Isso.
18:21Que é o grupo que você vai se identificar.
18:25Que precisa passar por isso.
18:26Até pra ela vir.
18:27Até pra ela vir.
18:27Até a criança.
18:28Maturidade.
18:29É individual, né?
18:30Seu pai passa um valor.
18:31Seu mãe, outra escola.
18:32O senhor não acha que hoje, assim, hoje em dia as crianças, os adolescentes, eles
18:38praticamente querem fazer parte de um grupo.
18:40E antes, na nossa época, a gente meio que escolhia o grupo que a gente queria entrar.
18:44Hoje é aquela questão da aceitação, do vitimismo e tal.
18:49Ah, será que eu faço parte?
18:51Você acha que isso atrapalha também no geral da educação?
18:54Com certeza.
18:54Com certeza.
18:55Quando a criança não sabe se posicionar, não sabe o que ela quer de verdade e se deixa
18:59levar.
18:59Não, eu vou.
18:59Pra poder entrar nesse grupo, eu tenho que fazer isso.
19:01Então, eu vou ser assim.
19:03Pertencer, né?
19:03Exatamente.
19:04Isso é um problema, sim.
19:05Mas esse problema, ele é sanado dentro de casa.
19:08Sim.
19:08Ele é sanado dentro de casa.
19:09A escola tá ali pra dar uma potencializada.
19:11Mas aquilo que eu tô falando, eu tô batendo essa técnica porque é uma verdade.
19:14Eu ouvi a vida inteira isso.
19:15Ah, mas a escola não tá educando meu filho.
19:17Não, não.
19:17Seu filho tem que vir educado de casa.
19:18Isso.
19:19Então, essa falta de posicionamento da criança, muitas vezes é porque não tem
19:23posicionamento dentro de casa também.
19:24É porque os pais, a família às vezes delega pra escola.
19:27Porque dá trabalho, né?
19:28Dá trabalho, claro.
19:29Criar uma criança não dá trabalho.
19:30É muito trabalho.
19:31É muito trabalho.
19:31E os pais têm pouco filho hoje em dia.
19:34Tirando o Zucke, irmão.
19:35Então.
19:35E quando você tem?
19:37Com três aí.
19:37Se quiser um ou três.
19:39Não, eu tô na fila, eu quero o próximo.
19:41Você teve vários irmãos ou não?
19:44Eu tenho três irmãos.
19:45Três irmãos.
19:46Com você, quatro.
19:47É, eu sou, na verdade, sou o penúltimo.
19:49Então, são quatro.
19:50Quatro é criado como preá.
19:53Sim.
19:54Por quê?
19:54Porque o pai e a mãe colocam ali, só dá uma olhada se tá engordando.
19:58E se tá respirando.
19:59E se tá respirando.
20:01Ainda no meu caso, eu tenho uma situação específica, eu tenho dois irmãos de outra
20:04família, de outra mãe, né?
20:05Então, eu sou o filho único da minha mãe.
20:07Mas, mesmo assim, né?
20:08Eu cresci num lugar onde tinha 30 crianças.
20:10Era um prédio, um condomínio de 30 crianças.
20:12Então, todo mundo crescia mais ou menos assim.
20:14Olhava, a mãe olhava pra janela.
20:15Tá vivo, tá gritando lá fora.
20:16Vocês não sabiam nem qual era o dela.
20:17Se não respondia, a mãe cuspia na cabeça.
20:19É, se gritasse, não aparecesse na janela rapidinho.
20:22Aí, hoje em dia, o cara tem um filho.
20:24Então, ele fica daquele filho.
20:26Aquele filho tem que ser um pequeno Einstein.
20:29E ele não sabe, né?
20:31É o Pililico.
20:32O Pililico é uma cobrança.
20:33É um inferno.
20:34Coitado, o Pililico.
20:35Vai armado pra escola.
20:37O Pililico manda no pai.
20:38Manda.
20:39Ontem falou que era o irmão.
20:40Deu raquetada.
20:41Mas ele tá...
20:42Embora sozinho de táxi ontem.
20:44Fundou com o fuzil.
20:45É impressionante.
20:47A gente tá me devendo dinheiro.
20:48Vai na Gugã.
20:49É impressionante.
20:50Ele tá me devendo uma boa grana.
20:52Começou a trabalhar ontem.
20:53Mas é isso, é isso.
20:54E aí, essa superproteção acaba gerando, né?
20:57Também essa falta de posicionamento.
20:59A imaturidade.
20:59As crianças estão cada vez mais tempo demorando pra amadurecer.
21:03Por isso, por essa superproteção.
21:05Por esse movimento dos pais não deixarem a criança crescer e ser realmente aquilo que ela precisa ser.
21:09É óbvio, né?
21:10Não é pegar a criança com 3 anos e soltar na rua e atravessa a rua e se vira.
21:13Não é nesse sentido.
21:13Mas que ela viva cada etapa da vida como tem que viver.
21:16Quando eu chegar com 15, 16...
21:17Eu lembro que quando eu tinha 15, 16...
21:19Pô, a gente já era um menino adulto, pô.
21:21A gente já se virava muito.
21:22Hoje em dia, não.
21:23Você vê criança com 30 anos, né?
21:25Então é complicado.
21:26A adolescência tardia, né?
21:27Isso.
21:28Ó, muito bacana o livro.
21:30E ainda tem as letras de música.
21:31Tem letras aqui do Chico Buarque.
21:33Chico Buarque é bom, né?
21:34Cada puta letra, né?
21:36Dá pra comer muita gente com essas músicas.
21:38Aquela construção.
21:39Puta, construção é uma obra-prima, né?
21:42Construção, eu me lembro muito bem.
21:46Quanta, Semi?
21:48Construção.
21:49Pô, muito legal, viu, professor?
21:51Bem bicho.
21:51Pô, legal.
21:52Muito legal.
21:52Obrigado pela oportunidade de poder trazer o livro aqui pra vocês também.
21:54Falar de língua portuguesa com vocês aqui.
21:56Parabéns.
21:57Curtiu?
21:57E a gente tem feito esse trabalho do livro.
22:00Muita gente pode perguntar assim, mas professor, já tem rede social, tem um monte de coisa
22:03que já entrega conteúdo de língua portuguesa, mas é mais uma plataforma, porque ainda
22:06existe gente que gosta de livro, graças a Deus.
22:09Sim.
22:09Então, entregando o livro pra mais uma plataforma de ensino, que é a parte de livro também,
22:14né?
22:14Então, é mais um movimento meu de poder tentar chegar a mais pessoas.
22:18Porque tem muita gente que não tá na internet e que prefere o livro.
22:20Então, é pras pessoas também que eu fiz esse livro.
22:22Minha avó que falava, minha avó falava, meu neto, se cê tiver um livrinho, cê nunca
22:28tá sozinho.
22:29Então, sempre tenha um livrinho que cê gosta.
22:32É isso.
22:32Legal, né?
22:33Os velhos, né?
22:33Os velhos tinham...
22:34É uma sabedoria, né?
22:35Eles tinham aqui, do livro, que tá à venda, ó aqui, ó.
22:40Nas plataformas, você pode comprar português para não pagar, amigo.
22:44Cês têm mais alguma pergunta para o nosso querido professor?
22:47Eu acho muito difícil a língua portuguesa.
22:50Cê acha difícil?
22:51É, por exemplo, eu não entendo porque se fala o mapa e não a mapa.
22:56Qual que é a lógica disso?
22:57É difícil.
22:58Não, não, é porque eu não entendo.
23:00Aí, eu acho que eu falo errado e não tenho um bom português, porque eu não entendo
23:03a lógica.
23:05É igual a moto.
23:07Uma coisa que as pessoas...
23:08O pente, o rabinho.
23:08O pente, o rabinho.
23:08O pente, o rabinho, é o estado.
23:09As pessoas acham que, porque é uma palavra que terminou em A ou em O, ela é masculina
23:13necessariamente ou feminina necessariamente.
23:15Não é isso.
23:16O gênero gramatical das palavras não tem a ver com isso, não tem a ver com a terminação
23:21delas.
23:21Não tem a ver com o quê?
23:22Com a terminação A, por exemplo.
23:23Você fala mapa, termina em A, seria a mapa.
23:25Não entendo, mas como que eu descubro se eu não conheço?
23:27Isso é construção da língua, isso é etimologia.
23:30É um estudo de onde a língua veio, com a batinha.
23:32A moto vem de motocicleta.
23:35Mas é uma coisa assim, eu não sou especialista em etimologia, mas é a construção da língua
23:41ao longo do tempo, né?
23:42Pensar que a nossa língua tem uma trajetória histórica.
23:44Aquele alemão, o mapa, o mapa, o lente.
23:47O mapa.
23:48Eu tomo o meu lente.
23:50É que ele tem nome duplo, né?
23:52Sami pode ser homem, mulher.
23:53Homônimo.
23:55É, a minha mulher é sueca, né?
23:57Então ela troca muito, sabe?
23:59Ela fala o mapa.
24:00O mapa.
24:01Onde está o mapa?
24:02O mapa?
24:02O quê?
24:03Onde está com a máquina de chuva?
24:05Eu falo o que é máquina de chuva?
24:07É um guarda-chuva.
24:08O doutor Fritz.
24:09Tudo é uma máquina.
24:11É porque quando você é estrangeiro, tudo vira uma máquina.
24:12Onde é aquela máquina de chuva?
24:14O criança.
24:15O criança.
24:16Me traga o criança aqui.
24:19Eu não tenho.
24:20Parece que está pedindo para matar, né, meu irmão?
24:21O criança.
24:22É meio bravo.
24:23Puta sotaque bravo, meu.
24:25E meu sogro, bicho.
24:26Meu sogro, ele aprendeu a falar português.
24:28Para você ver como é que é, né?
24:29Meu sogro, ele é sueco.
24:31Ela veio para cá.
24:32E aí ele aprendeu português com fita cassete.
24:36Eu comprei um jogo de fita.
24:37Era fita cassete, né?
24:39Sim, sim.
24:39Em Nova York, eu comprei.
24:41Mandei para ele e ele aprendeu a falar português.
24:43Aí ele me ligava.
24:44Ele falou assim.
24:45Ele falou igual ao papo.
24:47Alô.
24:49Eu falava.
24:50Oi, Ion.
24:51Tudo bem?
24:53Fala.
24:55Mas.
24:57Bebada.
24:58Eu falava.
25:00Oi, Ion.
25:02Tudo bem?
25:05Entendi.
25:08Tudo bem?
25:12É você?
25:14Levava.
25:15Para fazer uma frase.
25:17Quinze minutos.
25:19Mas isso ele estava jovem.
25:20Era o semi-medicado.
25:21Fé.
25:22Está jovem.
25:22Mas ele aprendeu.
25:25Olha para você ver.
25:26Com fita cassete.
25:27Com fita cassete.
25:29Depois ele fez uma universidade de português em Portugal para falar o idioma.
25:36Bacana isso, né?
25:37Da hora.
25:37E aí as pessoas falam que hoje em dia é difícil aprender português, né?
25:40Mas é o jeito que ele aprendeu.
25:42Só depende da dedicação.
25:44Se dedicar um pouquinho em cima da língua portuguesa a gente aprende.
25:46Não é difícil.
25:47Ainda mais para quem já nasceu falando português, né?
25:50E você é uma simpatia, professor.
25:52Está aqui, ó.
25:54Noslen.
25:54Noslen é o quê?
25:55É Noslen.
25:56Noslen.
25:56Noslen.
25:57Lê ao contrário agora.
25:59Lê daqui para o outro.
26:00Nelson.
26:00Nelson da massa.
26:01Nelson.
26:02Nelson é meu avô paterno.
26:04Nelson inverteu o nome e deu para mim.
26:06Ah.
26:06E ele não tem barba e é cabeludo.
26:09Aí, ó.
26:10Na verdade não tem mais nada.
26:11E Borges ao contrário.
26:13O que que dá?
26:14Borges ao contrário?
26:15Vou te falar um negócio ao contrário.
26:17Segrobe.
26:18Segrobe Nelson.
26:19É.
26:19Noslen Sebrog.
26:22É professor Aginhoff.
26:24Sabe o que é Aginhoff é o contrário?
26:25É formiga.
26:26Professor, se você falar Aginhoff.
26:30Do nada, meu.
26:31É, tinha no Djalma Jorge.
26:32É assim, ó.
26:35Olha lá.
26:35Você põe a fita ao contrário e aí você fala Aginhoff.
26:40Fica formiga.
26:42Amigo aliás.
26:43Amigo aliás.
26:44Vambora.
26:44Vambora.
26:45Vamos, professor.

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