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O músico Dado Villa-Lobos participou nesta quinta-feira (5) do programa Papo Antagonista. Na entrevista cedida a Claudio Dantas, Dado contou detalhes sobre a formação da Legião Urbana, extinta banda de rock brasiliense da qual foi um dos fundadores, e como a produção musical do grupo esteve ligada quase sempre ao momento cultural, social e político do Brasil.

Dado Villa-Lobos ainda comparou as músicas que hoje fazem sucesso com o que acostumou a ouvir desde criança e que contribuiu para a sua formação: "Nada contra, mas não consigo ouvir 30 segundos de Anitta. Ela não fala para mim" que ainda completou: "Eu fui jovem, hoje estou velho".

#DadoVillaLobos #LegiãoUrbana #PapoAntagonista
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Transcrição
00:00Muito bem, deixa eu dar boa noite para o Dado Villa-Lobos.
00:07Salve, boa noite. Boa noite, Geral. Beleza? Prazer estar aqui com vocês.
00:14Nesse, o antagonista cruzoé, tipo, emblemático e fantástico.
00:22Olha, primeiro, eu sou seu fã. Então, assim, é um privilégio poder conversar com quem a gente admira.
00:33O trabalho que você fez na sua carreira, junto com os seus parceiros.
00:37O trabalho do Legião, que está completando 40 anos. Não é isso?
00:42Não, é incrível, realmente. É o rock de Brasília, 40 anos.
00:47Quando eu penso nisso, eu falei, meu Deus, outro dia eu era um moleque aí de Brasília, na cidade, em 1981, 2, enfim.
00:56Com 15, 16, 17 anos e aquelas coisas todas acontecendo.
01:01Uma grande onda na cidade, no país inteiro, com essa nova ordem acontecendo na canção.
01:13Enfim, o liberalismo, digamos assim, quebrando barreiras e rompendo censuras, ditaduras, essas coisas todas.
01:24Com as músicas, com o movimento forte do rock.
01:28E Brasília, da onde eu me digo assim, da onde você é, cara?
01:34Tu veio da onde? Eu vim de Brasília.
01:36Então, é basicamente isso.
01:40E a gente, naquele momento, é isso.
01:42Tanto tempo atrás, fomos tão jovens.
01:46Mas foi impactante, foi incrível.
01:52Foram essa garotada falando para a garotada.
01:56Foi mais ou menos isso.
01:58E no sentido, assim, com a voz em cima de um palco, fazendo política e pedindo mudanças imediatas na relação da sociedade brasileira, né?
02:12Que eu vejo.
02:13Então, finalmente, a gente, moleque, não apanhava mais tanto assim da polícia e tudo.
02:17E conseguia ir adiante.
02:19Não precisava ser tão rigoroso com censura, essas coisas.
02:23E a gente quebrou todos esses muros, essas barreiras.
02:28Eu acho que foi assim.
02:29É assim que eu me lembro nesses últimos 40 anos de Brasília.
02:34Aquilo tudo.
02:35Eu estava ali quando eu encontrei o Juruna ali no Congresso.
02:40Eu tinha, sei lá, 15, 16 anos.
02:42Cruzei geral.
02:44Vi o Newton Cruz chicoteando os carros na L2.
02:50E aquilo foi realmente impressionante.
02:51Ali a gente viu e os caras caíram.
02:55E a gente vai agora adiante.
02:58Você topou com o Sarney lá, não?
03:02Não, não.
03:03O Sarney não.
03:04Ainda está aqui.
03:05O Sarney é um becano da coisa toda.
03:08O Sarney está aí para...
03:10Enfim.
03:11Eu acho, falando no Sarney, eu acho assim...
03:16Pô, saudades do Sarney, vou lhe dizer.
03:19Está difícil hoje, hein?
03:20Saudades.
03:24Deixa eu te perguntar um negócio.
03:28Justamente, quer dizer, a gente está falando de uma coisa que começou 40 anos atrás e marcou um momento...
03:36Marcou, fez história, né?
03:37Marcou um momento do nosso país, da música brasileira.
03:43E é muito curioso porque essas letras, todos os acordes, tudo ainda é muito atual.
03:57Eu ouço...
03:59Eu ouço...
04:00Eu vinha para cá hoje, para a redação, coloquei no meu celular aqui o Metal Contra as Nuvens,
04:11que é uma das músicas que eu mais amo de vocês.
04:14E assim, cara, você chora porque vocês conseguiram fazer uma arte de protesto e política de uma forma lúcida que permanece atual até hoje.
04:32Eu não sei se o problema, se isso é só resultado da genialidade de vocês ou se também resultado de um país que vive em círculos, que não consegue evoluir e que aí torna esse protesto ainda atual.
04:53É interessante você falar de Metal Contra as Nuvens, que foi aquele momento do Collor, não sei o que lá.
05:01Não sou escravo de ninguém, ninguém senhor do meu domínio, né?
05:05Tipo, aquilo era o Renato estava falando, enfim, diretamente para ele.
05:09E nesse mesmo disco tem uma canção chamada A Montanha Mágica, que começa
05:15Sou meu próprio líder, ando em círculos, sabe?
05:19E é isso, basicamente a gente estava ali, os melhores momentos da banda era quando a gente estava dentro do estúdio justamente compondo o nosso repertório.
05:34E que cada vez retratava realmente o que a gente vivia ali, aquela coisa do Brasil mesmo, né?
05:42A gente é totalmente influenciado por onde você vive e tudo sai dali, tudo acaba virando música, canções, arte, enfim.
05:54E a gente, uma banda de rock, e a gente estava dessa geração antiga de banda de rock que se preocupava em, de repente, de vez em quando, botar o dedo na ferida e extravasar essas ideias.
06:09E falar assim, ó, isso aqui, olha, isso aqui não está dando.
06:14E se você pega uma canção como Que País é Esse, que foi composta em 1978, então a gente vê, meu Deus, né?
06:24Nas favelas, no Senado, sujeira para todo lado.
06:27É, então a gente fica realmente andando em círculos.
06:32Isso é terrível, é impressionante, a gente anda em círculos, o país é o voo da galinha, parodiando o Fernando Gabeira, enfim.
06:43E a gente vive isso, mas isso é o Brasil, é um lugar muito louco e a gente está vivendo tempos bem loucos, bem, bem loucos.
06:54Seria você, a gente, Metal Contra as Nuvens, eu acho que é a música mais longa de vocês?
07:03Com certeza.
07:04O Renato era um maluco que, pô, fala assim, cara, ele vinha do, como chama isso, do progressista, sabe?
07:14O rock progressivo, aquela coisa de, sabe, a música que pega a metade de primeira hora.
07:20É meio Led Zeppelin, né?
07:21É meio Led Zeppelin.
07:21É, ela vai mudando de ritmo ao longo, né?
07:25Começa num folkzinho, num negócio.
07:27E aí vai mudando a estrutura harmônica e no final vêm as cordas todas, aquele cavaleiro medieval.
07:33Era a história, essa, como chama isso, de você colocar a história de hoje lá atrás no passado, né?
07:44Enfim, com imagens do passado.
07:48Mas é isso, 11 minutos, até então a gente tinha nosso recorde que era faroeste caboclo, que tinha nove.
07:55Aí o Renato falou, vamos bater faroeste, vamos fazer uma.
07:58E aí termina com aquela cordazinha aí, né, aquela, está tudo bem, enfim.
08:06E agora a nossa história não tem fim, enfim.
08:10E essa história...
08:12Pelo avesso assim...
08:16A gente no final do programa vai pôr essa música, eu já separei aqui.
08:22Como é que é na tua cabeça um mundo hoje de TikTok, de videozinhos curtos, de músicas, assim...
08:33Como é que é isso pra ti, que fazer esse tipo de arte, sabe, de 11 minutos, que aquilo envolve a pessoa, coloca ela dentro de uma...
08:46Ela viaja junto com a banda, né, qualquer ouvinte aqui, qualquer um dos nossos espectadores aqui, pô, meu...
08:53Faroeste caboclo, você viaja junto, ela é muito cinematográfica, tanto é que está todo mundo fazendo filme das letras, das músicas de vocês.
09:01Como é que é isso?
09:02Como é que é pra ti hoje, assim, esse mundo de TikTok?
09:05O que é que está acontecendo?
09:09A gente não consegue mais produzir, as nossas bandas não conseguem mais ter essa lucidez política, esse engajamento.
09:18Parece que os artistas confundem fazer uma arte de protesto com dar opinião, né?
09:24Então você vê artista subindo no palco, defendendo político A, B, C, O, D, e...
09:30Mas, pô, o cara é artista, o cara tem todas as ferramentas na mão.
09:34Tem toda a técnica pra poder usar isso, né, para questionar a política, pra questionar o sistema, pra abrir a cabeça das pessoas.
09:46Como é que é pra você isso tudo?
09:48É, eu acho que os tempos mudaram radicalmente, né, enfim.
09:53Antigamente, pô, o moleque ia lá e montava uma banda de rock com a vontade de mudar o mundo, né?
10:00Era essa a ideia, né?
10:02Desde os Beatles e desde Elvis e tal, você ia subir, fazer canções e tocar pra um monte de gente.
10:10Enfim, a gente tinha esse sonho, um sonho adolescente que acabou virando verdade.
10:18Esse sonho, contradizendo o John Lennon, esse sonho não acabou.
10:24Mas, porque o Lennon tá aí, cara, isso continua um sonho pra mim maravilhoso.
10:32Hoje em dia, eu acho que os malucos, cara, o formato mudou, a informação chega numa velocidade da luz, assim, de um clique, de um toque.
10:46E você, os caras mandam um recado no TikTok, entendeu?
10:50De um minuto e tal.
10:52Em relação a artistas, não desmerecendo nenhum dos artistas, eu digo, que tão aí peitando esse governo,
11:00que eu, tudo que vai peitar esse governo, eu sou a favor.
11:03Então, que se foda e que quero, vamos derrubar esses caras, vou ter todas as minhas forças,
11:09vão estar direcionadas pra isso.
11:11Toda a minha energia vai estar pra isso.
11:14Então, mas vem, tipo, a Anitta, que vai e realmente levanta uma bandeira e esculacha o presidente, o governo,
11:22esse absurdo que a gente vive todo dia, a cada dia.
11:28Ela, corajosa, atrás dos seus 20 milhões, 30 zilhões de seguidores,
11:37é tipo pica, meu, cara, foda, essa mulher é incrível.
11:40Só que a música dela, cara, eu realmente, eu não consigo ouvir 30 segundos, entendeu?
11:46Porque não fala pra mim, não fala pra mim definitivamente.
11:52É a contradição.
11:54É, exatamente.
11:55Então, mas, né, Pabla Vittar, aquela toda situação que rolou lá no Lollapalooza,
12:02eu acho maravilhoso, não desmereço nenhum, nada, zero, é que, assim, eu realmente não tô mais nesse mundo.
12:11Eu tô em outro lugar, eu tô aqui nesse meu lugar aqui, onde eu ouço as minhas músicas e eu faço outras músicas aqui também, entende?
12:19Então, é isso.
12:20Mas, nada contra, entendeu?
12:23Mas, não fala pra mim.
12:26Pra mim, antigamente, eu fui criado com as músicas que falavam pra mim,
12:31eu fui moldado, eu fui formado com tudo que eu ouvi.
12:37Meus pais botavam, tinha lá em casa, Gal Costa, Caetano Veloso, Chico Buarque,
12:42quando eu tinha 5, 6 anos de idade.
12:44Depois, aos 10, eu ouvia Chuck Berry, essas coisas.
12:50Aos 12, eu tava ouvindo Lou Reed.
12:52Aí, pá, veio aqui os anos tal, os nossos companheiros de banda de rock.
12:58Nos anos 80, 79, 80, eu ouvia Alceu Valença, A Cor do Som, não sei o que lá.
13:04Aí a gente chegou tocando, aí Paralamas, Barão, não sei o que lá,
13:08a gente atuou titãs e o Brasil inteiro nessa onda, reformulando, digamos assim,
13:14a linguagem musical do país.
13:18E aí, foi adiante.
13:20E hoje em dia, eu acho que, bom, eu só posso acreditar que eu realmente,
13:25eu fui jovem, hoje eu tô velho.
13:27Fomos tão jovens.
13:32Fomos tão jovens, né?
13:34Você tava falando do Lennon e tal, aí eu, cara, eu acabei pedindo aqui pra minha produção,
13:40foi agora, né?
13:41Porque aqui é bate-papo, é espontâneo, eu não gosto de deixar nada planejado, né?
13:45A gente nem conversou antes, só te mandei uma mensagem.
13:48É verdade.
13:50Até agradeço a Tereza que fez essa ponte com a gente aqui.
13:53Boa, boa Tereza, grande Tereza.
13:55E aí, o seguinte, me pedi pra botar isso aí, porque hoje eu recebi esse negócio,
13:59o Ernesto Araújo, aí, claro, deixa eu só explicar pra turma, né?
14:03Pô, você é filho de diplomata.
14:05Porra, isso é foda, sou filho de diplomata, isso aí é um absurdo.
14:09Isso, realmente, eu fico tão triste com o que fizeram do Itamaraty.
14:13Eu vou te falar.
14:15Bom, mas vamos lá.
14:16Deixa eu só ler.
14:17Eu quero, vou passar pra você, eu quero só ler aqui, ó.
14:19Pra quem não tá lendo, não consegue, de repente, enxergar aqui.
14:22Olha, tá aí o postagem do Ernesto Araújo,
14:25nosso ex-chanceler ou anti-chanceler, né?
14:27Como a gente gosta de dizer.
14:29Olha, hoje, a partir das 20, farei uma live no meu canal
14:31para discutir alguns problemas do globalismo.
14:34Vou analisar a música em média, né?
14:35Do John Lennon.
14:37Um mundo sem transcendência, sem nações e sem sentido pra viver.
14:41Ah, meu Deus.
14:46Eles viam um sentido absurdo, totalmente deturpado da parada, né?
14:53Do Lennon, né?
14:55O que que era?
14:56Tinha...
14:57Essa gente aí via o Ernesto Araújo com aquele outro maluco lá.
15:02Só louco, só tem louco aí.
15:03Os caras fora de sintonia.
15:05Vendo...
15:06Maluco local.
15:08Porra!
15:08Mas aí os caras vendo o sentido do diabo, diabólico, de incesto, de não sei o que lá,
15:16do capeta, nas letras dos Beatles.
15:20Assim, é tipo...
15:22Achei bizarro.
15:23Agora, sabe uma coisa louca pra mim?
15:26É que os caras também, eles conseguem fazer a contra-informação de um jeito...
15:32Os caras são os gênios do mal, cara.
15:34Esses caras vão levar um deles aí.
15:36Talvez esse...
15:38Esse cara que eu nem falo o nome, que tá ali no Planalto, vai levar o prêmio Lex Luthor da maldade,
15:45com certeza, nesses últimos quatro anos.
15:48Isso é certo.
15:50O cara, eles conseguem se apropriar de uma música tipo essa da Legião Urbana,
15:57que na verdade era do Aborto Elétrico, de 78.
15:59Que país é esse?
16:01Eles...
16:01Porra, esse é o país.
16:03Olha o que fizeram com o nosso país.
16:05Entende?
16:06É bem louco isso pra mim, esses sentidos trocados.
16:11Então, e o cara se apropriar do teu trabalho pra deturpar a mensagem daquilo e jogar politicamente.
16:18Você deve ficar, cara, meu, não aparecendo na minha frente, desgando.
16:27Cara, é tipo úlceras.
16:28Eu aqui, eu moro no Rio, né?
16:30E eu ando de bicicleta.
16:33Aqui, eu ando bem de bicicleta, subo montanha, desço, não sei o que lá.
16:36Hoje eu subi a montanha e desci e passei na barra.
16:38Eu sempre, quando eu passo na barra, eu passo ali na Avenida da Sernambetiba,
16:44Vivendo a Jabarra, é clássico.
16:46Eu puxo um catarrão lá do fundo e...
16:50Lá na entrada e sigo reto.
16:52É assim que eu vivo, entende?
16:56Olha, cuidado, tem uma ciclovia.
16:59Tem uma ciclovia aí que desaba.
17:01Cuidado.
17:02Não, não, essa aí já era.
17:04Bizarro, bizarro.
17:08Eu estava nesse dia.
17:10Deixa eu te falar.
17:10A gente está falando de Brasília, né?
17:12E assim, para as novas gerações, é muito curioso,
17:16porque eu estava conversando sobre outras coisas,
17:18mas que todas as discussões que eu tenho recentemente com amigos,
17:23com pessoas com quem eu convivo,
17:25elas vêm para o mesmo ponto, né?
17:29E assim, essa enxurrada de informações que a gente vive hoje,
17:35as novas gerações, eu tento para a minha filha,
17:38eu tenho uma filha de seis anos,
17:39eu tento mostrar para ela as músicas que eu gosto,
17:44os livros que eu gosto.
17:46Ela está se alfabetizando, mas eu tento mostrar as figuras,
17:49eu tento dar para ela essa base,
17:52porque eu vejo as gerações agora,
17:54todas elas consumindo esses enlatados todos, né?
18:01Que continuam empurrando para a gente,
18:04eu acho que agora cada vez mais.
18:07E assim, elas tratam tudo como novidade.
18:13Então, muita coisa que está voltando a acontecer,
18:17que já aconteceram, que a gente devia ter aprendido com aquilo.
18:22Elas tratam, essas gerações tratam todas como novidade.
18:25E é muito difícil, eu que estou no papel de informar,
18:28de tentar conscientizar,
18:29eu fico assim, meu,
18:31tu tem que toda hora puxar a gaveta, o arquivo,
18:33e botar na mesa para mostrar,
18:35olha, isso aqui já aconteceu.
18:37Há pouco tempo mesmo, a imprensa,
18:38a imprensa estava divulgando uns áudios
18:40que vazaram do STM, né?
18:43Sobre tortura, na época do regime militar.
18:46E a imprensa tratando aquilo como novidade,
18:48assim, olha, houve tortura, meu,
18:50mas assim, a gente tem 40 anos de produção, né?
18:55Dessa época, tratando de regime,
18:58de pessoas que foram torturadas,
18:59de outros que torturaram.
19:00Quer dizer, então você toda hora tem que trazer
19:03esse passado de volta para ensinar.
19:05Eu estou dizendo isso para chegar num ponto
19:07que eu estava conversando com o meu irmão,
19:10que é muito fanzão teu também,
19:12e eu assim, pô, o que você quer perguntar para o Dado e tal?
19:14Ele falou, pô, não sei,
19:17que eu fico até meio perdido aqui,
19:19porque é muita emoção,
19:22e eu fico assim, poxa,
19:23mas olha, toda vez que eu vou aí em Brasília,
19:24eu fico me perguntando,
19:25pô, não tem nada do Legião aqui,
19:27não tem um museu.
19:28A gente tem aqui um centro cultural do Renato, né?
19:31Que foi batizado com o nome do Renato,
19:32que tem umas tranqueirinhas lá,
19:34mas assim, você não tem nada
19:35que repisa a história de vocês
19:39e a arte de vocês
19:41para tentar ensinar para essas gerações.
19:45Como é que você vê isso, cara?
19:48É, eu acho que é isso.
19:49É o Brasil tratando a sua memória
19:51do jeito que sempre a tratou, né?
19:54Enfim, não sei.
19:57Mas fora isso,
20:00temos umas questões de litígio com o herdeiro,
20:03essas coisas todas que realmente não ajudam nada
20:06no sentido de se movimentar
20:09em favor desse movimento aí
20:12que você está pleiteando e tal.
20:15Mas o que eu acho é que
20:18isso é o Brasil, né, gente?
20:22A gente tenta apagar a nossa história.
20:24Você está falando aí dos áudios
20:26da ditadura, do STM, né?
20:30Lá de 75 e tal.
20:31Esses áudios não eram inéditos,
20:34todo mundo já conhecia.
20:35Quer dizer, eu não conhecia,
20:37mas segundo o professor Cláudio,
20:40esqueci o nome dele,
20:42e um outro,
20:43os pesquisadores, historiadores,
20:46já tinham ouvido,
20:47já estavam sabendo.
20:50A questão toda que eu acho que,
20:52pior ainda,
20:54é que no momento a gente está tentando,
20:56a gente não, né,
20:57a estrutura do Estado
20:59está tentando
21:00enterrar a história,
21:04modificar a história.
21:05Hoje em dia é muito difícil, né,
21:07saber o que é verdade,
21:08né,
21:09o que realmente é contra,
21:12você realmente está difícil
21:13tirar o joio do trigo.
21:15Você não sabe o que é joio,
21:16não sabe o que é trigo,
21:17você acaba engolindo aquilo tudo.
21:19Então, eu acho que deve ser muito difícil
21:22para essa juventude,
21:25essa nova geração,
21:27ter acesso ao que realmente é
21:30e o que foi o Brasil
21:32e o que nós somos hoje, né,
21:34porque nós somos...
21:37A história é mal contada
21:39nos livros didáticos de história.
21:43Então, eu acho muito difícil,
21:45muito complicado,
21:45é uma questão de educação, realmente.
21:47O nosso povo aqui,
21:50como a gente já dizia
21:53na música Perfeição,
21:56nós somos um Estado
21:57que não é nação.
21:59Isso aqui, definitivamente,
22:00não é nação.
22:02Então, se você não é uma nação,
22:04fica complicado
22:06você contar a história
22:08desse povo e dessa nação,
22:11enfim, que somos nós hoje, né,
22:13assim, uma variedade tão grande,
22:15de um país tão grande, tão plural
22:17e tão coisa...
22:19A gente está divagando aqui na questão,
22:21mas eu acho que fica difícil mesmo
22:24para a garotada, entendeu?
22:26Eu tenho problemas em casa
22:27com um filho de 30 anos, entendeu?
22:29Eu estou com um neto também
22:30e vejo que as pessoas se informam realmente.
22:36as fontes, as pessoas não leem mais,
22:40eu tenho meus filtros, né,
22:43de articulistas,
22:45pessoas que eu confio,
22:47que escrevem diariamente nos jornais,
22:51alguns que eu acredito,
22:53outros que não,
22:53eu vou atrás da informação
22:56que eu acho que é crível e possível
22:59e ainda questiono assim mesmo.
23:02E a nossa história,
23:04se você for ver,
23:07é questionável, é claro que é,
23:10mas eu tenho, eu adoro história,
23:12então eu entendo
23:13o que esse país foi construído
23:17em cima da escravidão, entende?
23:21Então, nós ainda somos
23:23esse reflexo aí,
23:27essa consequência
23:28desses 300 e tantos anos,
23:31é só ler o Laurentino Gomes,
23:32enfim, o que for,
23:34e aí a gente vai ver que vai demorar,
23:36cara, para resolver essa questão toda,
23:37porque aí a gente está escondendo tudo aí,
23:39entende?
23:40Não, não, o Brasil é pica,
23:41a gente é foda,
23:42tem isso, tem aquilo
23:43e cadê o Giano Mami?
23:47É só essa a minha pergunta.
23:49É complicado.
23:51Falando de...
23:53de história também,
23:55a gente tem,
23:55a gente viu,
23:57aí você fica à vontade
23:58de tocar no assunto ou não,
24:01a gente acompanhou até o ano passado
24:03a disputa sobre
24:05que está acontecendo,
24:07que vinha acontecendo,
24:08foi decidida pelo STJ
24:09em relação ao uso até
24:11do nome da Legião
24:14por você, pelo Bonfá,
24:17para vocês fazerem shows, etc.,
24:18porque o filho do Renato
24:19criou caso com isso,
24:22e também impediu até a divulgação
24:24de uma série
24:27que a Globoplay estava fazendo.
24:30Como é que está isso hoje, cara?
24:32Porque, assim,
24:33eu entendo que...
24:36é claro que o cara,
24:38você, ele como filho,
24:41quer botar ali,
24:44trabalhar a memória do pai e tal,
24:46mas vocês são os parceiros do Renato
24:48na construção dessa história,
24:50vocês fizeram isso juntos,
24:52né?
24:52eu não consigo ver porquê
24:56de uma briga dessa, né?
24:58E isso vir para o STJ,
24:59não sei se ele recorreu ao STF,
25:01não vir registro,
25:02mas como é que está esse negócio?
25:03Hoje vocês estão podendo usar,
25:05estão fazendo show,
25:06como é que está a tua vida hoje
25:07em relação ao trabalho com a Legião?
25:10É, então,
25:12tudo começou lá em 2015,
25:14quando a gente estava completando
25:1630 anos do lançamento
25:18do primeiro disco,
25:20um projeto que veio
25:22da nossa companhia de discos,
25:24aí é maio,
25:25o cara chegou e falou assim,
25:26pô, rapaziada,
25:27está lançando uns discos aqui,
25:30reedições comemorativas
25:32dos respectivos discos,
25:36e aí, pô,
25:36tem aqui o Legião Urbana 1, né?
25:39O nosso primeiro disco,
25:40que tem o nome da banda,
25:42e, pô,
25:45seria bacana fazer isso,
25:46aí eu falei assim,
25:47pô, maravilhoso,
25:48aí ele mandou os tapes
25:49para mim,
25:51lá no estúdio,
25:52a gente remixou
25:53todas as demos
25:54e lançamos um CD duplo,
25:59como se fosse uma antologia,
26:01enfim,
26:02a gente remasterizou o disco
26:04e na íntegra
26:05tem um segundo disco
26:06com as demos
26:07e algumas takes ao vivo
26:11de programa de televisão,
26:14enfim,
26:14bem bacana,
26:15assim,
26:16eu fiquei super empolgado,
26:17falei, pô,
26:17que demais,
26:18assim,
26:18é um registro histórico,
26:21eu acho,
26:21que essa banda é histórica,
26:23faz parte da cultura do Brasil,
26:25então,
26:25da cultura nova,
26:27musical brasileira,
26:29e, de fato,
26:31é,
26:31as pessoas,
26:32a gente é muito conhecido
26:33e tudo,
26:33isso faz parte da história
26:34do Brasil,
26:35ponto,
26:36né,
26:36aí,
26:37beleza,
26:38pô,
26:38e as pessoas estão,
26:39vão ver aquela banda
26:40no estúdio ensaiando
26:41ainda é cedo,
26:42entende,
26:43coisas assim,
26:44e aí,
26:45a gente chegou e falou assim,
26:46pô,
26:46que maravilha,
26:47eu fiquei super empolgado,
26:49aí eu cheguei no Bonfire
26:50e falei assim,
26:51porra, cara,
26:51por que a gente não sobe
26:52no palco
26:53e faz uma turnê
26:56comemorativa
26:57desse momento,
27:00né,
27:00dos 30 anos,
27:01aí a gente falou,
27:03pô,
27:03beleza,
27:04aí a gente tomou o cuidado
27:05de,
27:07porque assim,
27:08não é Legião Urbana,
27:09Legião Urbana acabou,
27:10sou eu e Bonfá,
27:11vamos celebrar,
27:12junto com os amigos
27:13no palco,
27:14a nossa história,
27:15as nossas canções,
27:16junto com o público
27:17que realmente
27:19estava muito interessado
27:21em ver,
27:21e ver aquelas músicas
27:22de novo,
27:23chamamos o André Frateschi,
27:25que estava com a gente
27:26em Brasília
27:27quando ele tinha 11 anos,
27:29entende,
27:29estava ali no nosso camarim,
27:31enfim,
27:31toda uma longa história,
27:33mas linda,
27:34bonita,
27:35e aí a gente tomou o cuidado
27:37de entrar no TJ,
27:40no Tribunal de Justiça
27:41aqui do Estado do Rio de Janeiro,
27:44onde o juiz,
27:46que agora esqueci o nome,
27:47Fernando,
27:47alguma coisa,
27:48falou assim,
27:49deu a causa,
27:51falando assim,
27:51ok,
27:51vocês podem ir,
27:53tranquilo,
27:54vai fazer,
27:56subir no palco
27:56e trabalhar,
27:58basicamente,
27:59trabalhar,
28:00botar a sua vida ali,
28:02nossa vida é estar no palco,
28:05é estar no estúdio e tal,
28:07e essa banda são vocês,
28:10e vamos embora,
28:10vamos fazer.
28:12Aí o juiz deu,
28:14ok,
28:15a gente,
28:16opa,
28:16o juiz deu ok,
28:17então partiu,
28:18e fizemos uma grande excursão,
28:20de mais de 100 shows,
28:23pelo Brasil,
28:24a gente foi,
28:25putz,
28:25de norte a sul,
28:26foi maravilhoso,
28:27foi ótimo,
28:28foi incrível,
28:29e,
28:30enfim,
28:31o filho adotivo,
28:35chegou,
28:35não gostou,
28:36e entrou com um processo,
28:38lá no,
28:41sei lá,
28:42em qual tribunal,
28:42em qual instância,
28:44em qual instância,
28:44e aí ele vai e perde,
28:47aí de novo,
28:48aí perde de novo,
28:49aí fomos ao STJ,
28:52e lá de novo ele perde,
28:55e agora ele voltou com a carga total,
28:59enfim,
28:59ele está pedindo,
29:01sei lá,
29:01dinheiro,
29:02um terço da excursão,
29:04lá,
29:05daquele primeiro disco,
29:06enfim,
29:07que a gente não era,
29:08a gente está falando,
29:09a gente não é,
29:11não bota a propaganda,
29:14a Legião Urbana voltou,
29:16não,
29:16não,
29:16a Legião Urbana não voltou,
29:18é só o Dado e Bonfá,
29:19comemorando,
29:20esse repertório maravilhoso,
29:22lindo,
29:22clássico,
29:23histórico,
29:24na música brasileira,
29:26que eles compuseram juntos,
29:28com esse ícone maravilhoso,
29:30super,
29:31mega,
29:32tal,
29:32Renato Russo,
29:33entendeu,
29:33a gente foi,
29:34você está vendo essa foto aí,
29:35isso aí,
29:35a gente no Napalm,
29:37em São Paulo,
29:38em 1983,
29:40o Negrete ainda não tinha entrado na banda,
29:42a gente estava ali tocando,
29:44o primeiro disco,
29:46sei lá,
29:47geração,
29:48será,
29:50tinham 15 pessoas aí nesse dia,
29:53então,
29:53isso é um trabalho que vem,
29:56durou,
29:58mais,
29:5815 anos,
30:00eu não sei,
30:0213 anos que a gente ficou juntos,
30:03olha,
30:03essa aí,
30:04a gente,
30:04era a casa do meu pai,
30:06no Mansões,
30:08MSPW,
30:10ele tinha um terreno,
30:11tinha construído uma casinha de sala e quarto,
30:14com banheiro e uma cozinha,
30:16e a gente passou um tempão ensaiando aí,
30:18então,
30:19para mim,
30:20é muito confuso essa questão da justiça brasileira,
30:24e esse processo no STJ foi bem complicado,
30:30a relatora realmente não entendeu nada e tomou na cabeça,
30:34e perderam,
30:38aliás,
30:38a gente ganhou,
30:40eu acho que não só a gente,
30:41mas eu acho que eu fui,
30:42todo mundo deu parabéns,
30:45enfim,
30:46todas as pessoas envolvidas nessa história,
30:48de A a Z,
30:50de não importa a classe social,
30:52não importa a direção política,
30:59todos falaram assim,
31:00isso aí,
31:01cara,
31:01transcende,
31:03a verdade é que a legião urbana,
31:05transcende qualquer embate,
31:08hoje,
31:09esse embate social que existe hoje,
31:15ah, você é Bolsonaro,
31:16você é não sei o que lá,
31:18transcende,
31:19transcende,
31:20e as pessoas entendem isso,
31:23só não entende o herdeiro que quer confusão,
31:29a gente está aí na confusão,
31:31e a gente vai ganhar de novo,
31:35não tem como,
31:36não tem como,
31:37claro,
31:38vocês que construíram isso,
31:40o herdeiro que construa a sua própria história também,
31:45exatamente,
31:46essa é uma questão séria no Brasil,
31:48essa coisa dos herdeiros,
31:50tem várias questões nas artes plásticas,
31:55enfim,
31:56todas as sessões culturais,
32:00enfim.
32:02Essas fotos,
32:03inclusive,
32:03a gente estava reproduzindo aí,
32:04tem a capa do teu livro de 2015,
32:06que você lançou,
32:06Memórdia de um Legionário,
32:08Exatamente.
32:10Muito legal essa foto aí,
32:11você tinha quantos anos nessa?
32:13Cara,
32:14essa aí eu tinha 12 anos,
32:1612 anos,
32:16eu morava em Paris,
32:18meu pai era conselheiro da embaixada na Unesco,
32:21Estimoso isso.
32:24É,
32:25pô,
32:25quando,
32:25você tem uma...
32:27Era a jaqueta do Lou Reed,
32:28né,
32:28cara,
32:29Lou Reed era meu ídolo,
32:30aliás,
32:31é meu ídolo.
32:32Dado,
32:33você tem uma,
32:33uma,
32:34uma música,
32:36um show,
32:37uma gravação,
32:38que seja assim,
32:39tipo,
32:40ó concurso,
32:41essa foi a,
32:42essa foi a da minha vida,
32:44tá gravada na minha cabeça,
32:45você tem uma,
32:49aquele show,
32:50aquela,
32:50de determinada música,
32:53você tem isso?
32:55Cara,
32:56tem,
32:56tem,
32:57é,
32:58é que não é só uma,
32:59só,
33:00são momentos,
33:01assim,
33:02de lembrar,
33:03de gravar o primeiro disco,
33:05você tá ali,
33:06descobrindo aquelas coisas todas,
33:08e o disco aconteceu e tal,
33:11os grandes shows,
33:13né,
33:14assim,
33:14tipo,
33:15o show que a gente fez no Jockey,
33:177 de julho,
33:181990,
33:20é,
33:20no dia da morte de Cazuza,
33:22foi impressionante,
33:24parou o Rio de Janeiro,
33:25a Lagoa,
33:26eu tava aqui,
33:27eu moro na Gávea,
33:28eu morava aqui,
33:29pá,
33:29parou tudo,
33:31e,
33:32e,
33:32foi impressionante aquilo,
33:35eram mais de 50 mil pessoas que desceram,
33:38pra ver esse show,
33:40desceram da Rocinha,
33:41do Leblon,
33:42de Santa Marta,
33:44todos os cantos,
33:46entende?
33:47É isso,
33:47sem,
33:48sem questão social,
33:51racial,
33:52nada,
33:53isso não existia,
33:54e o preço do ingresso era 7 dólares,
33:56faz a conta aí,
33:587 vezes 5,
33:5940 reais,
34:0135 reais,
34:04aliás,
34:05não era real,
34:06porque o real só veio em 94,
34:07era o cruzado velho,
34:09cruzado,
34:10entendeu?
34:11Narjara Turetas,
34:14mas,
34:15é,
34:15foram momentos,
34:16foram momentos,
34:16era do Collor,
34:19era do Collor,
34:20cara,
34:21o Collor tinha roubado todo o nosso dinheiro,
34:23aquilo foi uma loucura,
34:25e o Brasil ficou ali,
34:26que nem os cordeirinhos,
34:27se fosse na França,
34:28degolavam todos,
34:29aqui,
34:30aqui é engraçado,
34:33a gente acha que vai,
34:34que vai melhorar,
34:35mas só pior,
34:37hoje a gente olha o Collor,
34:38o Collor era um,
34:39era um,
34:40era um,
34:40era um estagiário,
34:43né?
34:45Estagiário,
34:46e está aí,
34:47fazendo estágio,
34:48continua fazendo estágio aí no Senado,
34:51continua fazendo,
34:53das músicas,
34:56de gravação,
34:57assim,
34:57que você bota para tocar,
34:59pô,
35:00essa aqui é a que tem a melhor pegada,
35:03a voz do Renato estava melhor,
35:04a minha guitarra estava perfeita,
35:07você tem alguma assim,
35:08que você acha que,
35:08puta,
35:09é foda,
35:09essa aqui é histórica?
35:12Olha,
35:12eu vou te falar,
35:13tem,
35:13se você,
35:15tem algumas,
35:15tá?
35:16Vou falar duas aqui,
35:17por exemplo,
35:18a gente fez um,
35:19o disco,
35:20Que País é Esse?
35:20a gente gravou em 15 dias,
35:22e mixou em 15,
35:23foi assim,
35:24um recorde assim,
35:25porque a gente conhecia,
35:26eram as músicas do aborto,
35:27não sei o que lá e tal,
35:28Faroeste,
35:29tinham só duas músicas novas,
35:30que era Angra dos Reis,
35:33e mais do mesmo,
35:35mas eu lembro da gente gravar
35:37Conexão Amazônica,
35:38que era uma música surreal,
35:40que a gente,
35:41que eu adorava,
35:42ver o aborto elétrico,
35:44tocar essa música,
35:45então,
35:46falei,
35:46caramba,
35:47foi,
35:48e aí o Renato pegou um SM58,
35:50dentro da técnica,
35:51e gravou a voz ali,
35:53era uma voz guia,
35:54e ele,
35:55se você ouve a música hoje,
35:56uau,
35:57ele começa com um grito,
35:58uau,
35:59e pá,
35:59e vai,
36:00estou cansado,
36:01e tudo ali,
36:02no microfone SM58,
36:04sem aquela coisa,
36:05e tal,
36:06e cara,
36:06é a voz que está na,
36:08na gravação,
36:10e depois,
36:11cara,
36:12tipo,
36:12sei lá,
36:12Pais e Filhos,
36:13era tipo,
36:14uma música que realmente,
36:17a gente passou um ano fazendo aquele disco,
36:19e quando a gente foi fazer,
36:21aquela,
36:22aquela introdução,
36:23plim,
36:23plim,
36:24plim,
36:24plim,
36:25né,
36:25e aí foi,
36:26as coisas foram vindo,
36:28e acontecendo,
36:30antes da letra,
36:31né,
36:31porque a gente fazia primeiro a,
36:32a música,
36:34formatava a música,
36:36e depois,
36:37entrava a letra,
36:38de Renato,
36:39e chama Pais e Filhos,
36:42porque o Bonfato tinha sido pai,
36:45eu ia ser pai também,
36:47e a gente ficava vendo,
36:49no estúdio,
36:51as revistas,
36:51Pais e Filhos,
36:52sabe,
36:53para ver como é que é,
36:54qual a fralda que a gente ia comprar,
36:56o que que ia,
36:57quando era aquela,
36:59até,
37:00até,
37:01até estar na trilha digital,
37:03que agora é tudo digital,
37:05Dado Vila Loura,
37:06muito obrigado,
37:07cara,
37:07muito obrigado pela tua participação,
37:09Ah,
37:11eu que agradeço,
37:12pô,
37:12foi uma,
37:13uma conversa ótima,
37:14relembrando e,
37:15situando a nossa vida,
37:18hoje,
37:18né,
37:18com o passado,
37:20hoje,
37:20pensando no futuro,
37:21maravilhoso,
37:22tá aí,
37:22eu tô vendo Brasília aí no fundo,
37:24e me dá saudade,
37:25eu vou lhe dizer que,
37:27eu amo Brasília,
37:28adoro Brasília,
37:29assim,
37:30é,
37:31e vamos,
37:32vamos retomar Brasília,
37:33o Planalto,
37:34aí,
37:34vai retomar,
37:35valeu,
37:38grande abraço,
37:39grande abraço,
37:40obrigado,
37:41Claudio,
37:41valeu.
37:42E aí
37:44E aí
37:49E aí
37:55E aí
38:01E aí
38:02Tchau, tchau.
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