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O especialista em relações internacionais Augusto Lerner Krieger concedeu entrevista ao Jornal da Manhã e analisou os possíveis efeitos do conflito entre Israel e Irã no Oriente Médio. Ele explicou os riscos da escalada da guerra e o impacto que a instabilidade regional pode ter nas relações internacionais e na economia global.
Apresentador: André Marinho
Entrevistado: Augusto Lerner Krieger

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Transcrição
00:00Recebendo aqui, ao vivo no palco do Morning Show, o Augusto Lerner Krieger.
00:04Ele que é coordenador de relações institucionais da Stand With Us Brasil,
00:08uma importante organização de combate ao antissemitismo globalmente.
00:12Tudo bem, Augusto? Prazer em vê-lo.
00:14Realmente é difícil discordar que, apesar da contra-ofensiva iraniana,
00:18mas Israel dizimou, pelo menos decapitou em grande parte,
00:21toda a inteligência iraniana, os principais membros do generalato da guarda revolucionária.
00:28Mas, claro, o Irã mostrando também sua força.
00:31Sua expectativa nesse quarto dia de conflito aberto entre ambas as nações?
00:35Bom dia.
00:36Bom dia a todos, obrigado pelo convite.
00:39É um prazer estar com vocês, André Marinho e os demais representantes na mesa.
00:45Hoje é o quarto dia de conflito, mais uma tensão muito grande no ar
00:49entre a expectativa do aumento dos ataques israelenses em território iraniano,
00:57não somente em Teherã, mas também nas suas instalações nucleares
01:01espalhadas por todo o país, um país de grande dimensão territorial.
01:07E também, ontem também, vale se destacar,
01:11Israel realizou pela primeira vez na história, não somente contra o Irã,
01:15mas desde a fundação da sua independência de 1948,
01:18o ataque mais longe já realizado pela força israelense,
01:23a leste iraniano, a mais de 2.300 quilômetros de distância do território israelense,
01:30atingindo um avião de reabastecimento do exército iraniano.
01:34Então, isso só mostra também, só condiz que os ataques,
01:39se eles vão continuar, vão aumentar, inclusive hoje mesmo,
01:43as forças de defesa israelenses informando também,
01:45deixando avisos para a população iraniana, principalmente em Teherã,
01:50que evacue a cidade, que isso é um indício claramente
01:53de que os ataques vão aumentar e, consequentemente, por outro lado,
01:58pelo lado iraniano da questão, há uma possibilidade também,
02:03com esse aumento dos ataques israelenses,
02:06o maior número de mísseis balísticos serem lançados pelo regime iraniano
02:12contra as principais cidades israelenses,
02:16citando já Haifa, que foi bastante atacada desde o início do conflito também,
02:22principalmente Tel Aviv, que é a capital, entre parênteses, econômica do país.
02:27Jerusalém também teve alguns danos também desde o início desse conflito,
02:32não somente de conflito, mas de uma guerra entre esses dois países,
02:37que não está diminuindo, não está tendo uma desescalada,
02:40muito pelo contrário, está tendo um aumento das duas partes,
02:45Israel cada vez mais atingindo seus objetivos militares
02:48e também na questão onde o Irã produz o seu enriquecimento de urânio.
02:55Seguimos aqui com Augusto Lerner Krieger,
02:57coordenador de Relações Institucionais da Stenova das Brasil,
03:00dando sequência aqui ao Papo Augusto Propan,
03:01que a gente ouça aqui o Mano Ferreira com a próxima pergunta.
03:04Bom dia, Augusto.
03:05A gente sabe que nessas operações militares,
03:08além do efeito do ponto de vista da estratégia de contenção do adversário,
03:14há também os impactos políticos.
03:17E nesse sentido, eu queria saber a tua leitura.
03:20A gente sabe que o Irã já teve conflitos importantes,
03:23tanto com os Emirados Árabes como com a Arábia Saudita.
03:27Qual que deve ser, na tua leitura, o efeito desse conflito Israel e Irã
03:33na percepção dos outros países da região?
03:37Você acha que isso tende a aumentar ou complicar a cooperação de Israel
03:44com esses outros países da região?
03:47Eu acho que, Mano Ferreira, obrigado pela pergunta.
03:50Acho que existem dois cenários possíveis e que estão sob a mesa nesse atual momento.
03:56O primeiro, é claro, é uma declaração da maioria dos países árabes,
04:01e é importante ressaltar que o Irã não é um país árabe, sim, é um país persa,
04:05mas também com uma religião islâmica, também diferente de maioria chiita,
04:10e os países árabes, citando o Emirado dos Árabes Unidos, Arábia Saudita,
04:14entre outros países na região, são de maioria sunita.
04:18Claro que o discurso quase que total desses países vai ser pela diminuição do conflito
04:29e também, consequentemente, de um cessar-fogo entre a atual guerra entre Israel e Hamas.
04:34Com certeza, vai ser esse discurso na prática e para as pessoas verem que nenhum país na região
04:41quer uma guerra que, consequentemente, diminua a produção de petróleo,
04:47enfim, aumente o preço do barril de petróleo.
04:50Mas, por outro lado, os países árabes também, sunitas, citando principalmente aqui a Arábia Saudita,
04:57eles têm uma intenção que o Irã não possua armas nucleares
05:02e, consequentemente, não consiga enriquecer urânio a mais de 90%,
05:06o que dá, sim, a possibilidade de o regime de ter armas nucleares.
05:12Então, é uma questão muito dúbia.
05:14Por cima, a gente consegue ver esses países condenando, consequentemente, os ataques israelenses,
05:21mas também, por outro lado, é importante destacar que a comunidade, os países árabes do Golfo,
05:26principalmente, também citando o Egito, o Jordânio, que já sai um pouco da região do Golfo,
05:31mas também eles veem, com bons olhos, não uma guerra, mas sim que o Irã não atinja o seu objetivo,
05:38que seria a produção de armas nucleares e o único país que pode, sim, de fato, impedir isso,
05:45tirando, claro, os Estados Unidos, é Israel.
05:49E também é importante citar que, no ano de 2023, com a participação efetiva,
05:55a primeira vez, da China no Oriente Médio,
05:57tanto o Irã e a Arábia Saudita, dois grandes rivais no Oriente Médio,
06:06retomaram as relações diplomáticas no país,
06:09com o PIDASD, de 2017.
06:12Então, a gente vê uma reaproximação entre iranianos e sauditas,
06:16mas, claro, com grandes desavenças,
06:18citando, principalmente, a questão do programa nuclear iraniano.
06:21Augusto, eu queria muito ouvir a sua análise também da tentativa explícita
06:28do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu,
06:31conclamando o povo iraniano a se insurgir, a se rebelar,
06:34a revoltar contra a guarda revolucionária do Ayatollah Khomeini.
06:38A gente nota nas redes sociais várias imagens ali de tentativas de fuga em massa
06:42de Teherã, dos civis iranianos,
06:44até, inclusive, membros do exército iraniano
06:47abandonando os seus aparelhos e equipamentos militares
06:51à beira das estradas ali em volta do Irã.
06:55Você sente que, enfim, os ingredientes ali para ver essa revolta,
06:59ou pelo menos a queda, eventual queda do Ayatollah Khomeini,
07:02estão começando a se alinhar?
07:04Ou ainda está distante de um alinhamento de estrelas como esse?
07:09Eu acho que as declarações do atual primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu
07:17têm muito mais um efeito de retórica do que de um efeito de prática
07:23de uma possível caída do regime de Ali Khamenei e seus membros
07:29também das guardas revolucionárias do Irã.
07:32Eu não vejo hoje como uma possibilidade iminente de acontecer,
07:39também eu não vejo hoje em dia a população iraniana...
07:42Eu vejo, sim, uma população iraniana muito dividida,
07:44uma grande parcela da população iraniana
07:47que quer, deseja a queda do regime,
07:52mas são coisas muito diferentes.
07:54A queda do regime, de fato,
07:56é a população querer a queda do regime, de fato,
07:59e a população ter a possibilidade de fazer isso.
08:02Hoje em dia o regime ainda controla
08:04com um poder militar dentro do próprio país iran
08:09firme e forte, ele controla grandes...
08:12Quando tem manifestações contrárias aos regimes,
08:14eles não permitem que isso aconteça,
08:17muito pelo contrário,
08:18eles utilizam de armas, inclusive,
08:21que possam vitimar civis e da população iraniana
08:25que protesta contra o regime.
08:27Mas nesse atual momento da guerra,
08:29isso pode mudar, claro,
08:31as situações no Oriente Médio,
08:33elas são muito voláteis
08:35e tudo pode acontecer,
08:37como caiu o regime sírio em menos de 10 dias.
08:40Então há uma possibilidade, claro,
08:43mas hoje eu não vejo ela como uma possibilidade iminente
08:47por todas essas razões que eu trouxe também.
08:50Somente os ataques aéreos israelenses
08:52não vão ocasionar uma mudança de regime.
08:55As mudanças de regime, principalmente no Oriente Médio,
08:57se a gente for destacar, por exemplo, no Iraque,
09:00com a caída de Saddam Hussein,
09:02sem entrar no critério se ela foi positiva ou negativa,
09:06ela necessariamente precisa de tropas, soldados,
09:10para que isso possa acontecer.
09:12E isso claramente não vai acontecer.
09:13Não terão soldados israelenses lutando no Irã
09:18e também não terão soldados iranianos
09:21ou membros de grupos apoiados pelo Irã
09:24lutando em território israelense,
09:26ainda mais por causa do enfraquecimento total
09:29ou quase que total do resbolar,
09:32principalmente no Líbano,
09:33após a eliminação dos principais membros do resbolar
09:36em setembro e outubro de 2024,
09:38pelo exército israelense também.
09:40É isso aí, Augusto Lerner Krieger,
09:43coordenador de Relações Institucionais da Stameless Brasil.
09:45Obrigado pelo diagnóstico preciso.
09:48Também importantes reflexões aqui que você trouxe para o programa.
09:51A gente conta com você aí na sequência,
09:52porque, claro, esperamos que as tensões aliviem,
09:56que realmente esse medo todo,
09:57essa tensão possa dar aquela bela arrefecida nos próximos dias,
10:01mas enquanto não dão, a gente conta com você também.
10:03Obrigado.
10:04Obrigado, bom dia a todos.
10:07É, meus amigos, queria repercutir aqui também um pouco.
10:09Fabrício Naitz, mais algum contorno interessante?
10:12Eu acho que vale a pena a gente mencionar aqui até.
10:14Você conhece o programa Sixteen Minutes,
10:16talvez um dos principais programas de entrevistas nos Estados Unidos.
10:19Entrevistou nos últimos dias,
10:20Mohammed bin Salman,
10:22príncipe herdeiro ali do trono saudita,
10:24da coroa saudita.
10:25Claro, rivais e inimigos históricos,
10:28a Arábia Saudita de maioria sunita
10:30contra o Irã de maioria xiita.
10:33E ele disse que, ele fez uma comparação clara
10:34dizendo que o Irã seria o equivalente da Alemanha nazista
10:37dentro do Oriente Médio atual.
10:40E fazendo ali até uma conclamação
10:42dizendo que a Europa, naquele momento dos anos 30,
10:44demorou a agir.
10:45Você consegue vislumbrar algum cenário
10:47onde esses países do Golfo de maioria sunita,
10:50VIDE, Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes e outros
10:54poderiam se engajar militarmente no conflito ou não?
10:57Militarmente, não acredito.
10:59Até, inclusive, havia uma expectativa.
11:01Aquela visita que o Trump fez ao Oriente Médio
11:03há cerca de um mês e meio, aproximadamente,
11:05foi considerada muito positiva.
11:07Teve uma reaproximação dos Estados Unidos com a Síria,
11:10coisa que não existia há muito tempo.
11:12A Arábia Saudita contava com isso
11:15para tentar até mesmo uma reaproximação com o Irã,
11:18porque eles buscam diversificar a economia saudita
11:21para ser menos dependente do petróleo.
11:24E agora a coisa foi por água abaixo.
11:25Mas não acredito que os países ali do Golfo
11:29entrariam numa questão militar direta contra o Irã.
11:32Acho que não é interessante para o balanço da região
11:34nesse momento.
11:35Isso traria ali um grande problema,
11:37um grande desequilíbrio
11:39num momento em que isso não é necessário.
11:40Pelo contrário, eu acredito, inclusive,
11:43que quem vai sobrar
11:44para ser o mediador das conversas de um cessar-fogo
11:47pode acabar sendo o Catar,
11:49que é um país ali da região
11:50que tem esse histórico de mediação,
11:52mediou o cessar-fogo entre Israel e Hamas.
11:55Hamas, a gente sabe.
11:56Proxi do Irã.
11:57Ou seja, tem uma interlocução ali
11:59com todo mundo na região.
12:01Proxi, Paquim, não sabe basicamente
12:03um boneco de ventríloco, né?
12:05Um pre-poste, né?
12:07É o poste, né?
12:08É o pre-poste.
12:09De qualquer forma,
12:10eu vou com o Mano Ferreira aqui.
12:11Quer complementar, Mano?
12:12Fica à vontade.
12:13Eu acho que a gente está vivendo
12:14um momento geopolítico muito tenso,
12:16onde estamos vendo uma reconfiguração
12:18do tabuleiro global.
12:19E não dá para isolar esses fatores, né?
12:24Então, a Europa já tem várias preocupações
12:28relacionadas à forma como a Rússia
12:31tem conduzido o conflito na Ucrânia.
12:35Então, eu acho que é muito difícil imaginar
12:38que a Europa vá entrar militarmente
12:43num conflito com o Irã,
12:45num contexto em que há tantos anos
12:48já há a tentativa de conter o avanço
12:50de Vladimir Putin,
12:52que é interpretado por diversos líderes europeus
12:55como uma tentativa de anexação de território
12:58agora na Ucrânia,
13:00mas que teria capítulos seguintes, né?
13:03Que teria, possivelmente, invasões
13:07em outros países,
13:08caso consiga o sucesso completo na Ucrânia.
13:11Então, os líderes europeus têm,
13:14nos últimos anos,
13:15usado bastante energia nesse outro conflito.
13:19É muito difícil imaginar
13:21que vão, digamos assim,
13:24dispersar a sua energia
13:26entrando numa aventura no Irã,
13:29nesse momento.
13:30Mas tudo isso acaba sendo
13:33sempre relacionado, né?
13:35São fatores que sempre que você mexe
13:37uma peça no tabuleiro,
13:39todas as outras acabam se movendo também.
13:42Então, é um cenário muito complexo
13:44que certamente a gente vai continuar
13:45acompanhando aqui na Jovem Pan.

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