No Dia Dia Rural desta sexta-feira (06), o jornalista Otávio Céschi Junior entrevista no evento GAFFFF 2025, o CEO da Agrion Fertilizantes, Ernani Judicer.
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NotíciasTranscrição
00:00E eu recebo aqui o Hernani Judici, que é CEO da Agrion Fertilizantes,
00:04para a gente falar do trabalho deles, que é uma coisa bastante inovadora
00:08e que eu fiquei muito curioso aqui na pré-conversa que nós tivemos aqui antes de entrar no ar.
00:13Bom dia e obrigado pela presença, Hernani.
00:15Obrigado, obrigado por receber a gente aqui.
00:17Bom, a Agrion Fertilizantes faz um trabalho dentro das usinas de cana-de-açúcar
00:22na produção de fertilizantes. Conta para a gente como é que é isso.
00:25O Agrion é uma empresa que tem uma tecnologia proprietária única no mundo,
00:29que nós desenvolvemos um modelo de negócios único.
00:31A gente produz fertilizantes com fábricas instaladas dentro das usinas de cana,
00:35totalmente integrada com as usinas em economia circular.
00:38Todos os materiais orgânicos, torta de filtro, vinhaça,
00:41nós recebemos e produzimos fertilizantes, orgânico, minerais, sólidos e líquidos,
00:45foliares e micro-organismos, produtos biológicos.
00:48Recebemos energia da geração, biomassa do bagaço, biogás da vinhaça e toda essa parte orgânica.
00:56A única coisa que vem de fora é o NPK, que é incluído no produto, o fertilizante mineral.
01:00Só que pela forma que a gente produz, os produtos que a gente produz,
01:03a gente reduz o consumo de mineral e aumenta a produtividade agrícola.
01:07Então, é um fertilizante agronomicamente muito bom e ecologicamente maravilhoso para o meio ambiente.
01:13Bom, ecologicamente ele é maravilhoso para o meio ambiente.
01:16Você já falou tudo aí.
01:17E do ponto de vista de produção, ele é muito bom porque você tem um rendimento maior.
01:21Como é que ele atua na cultura da cana-de-açúcar?
01:26Os nossos fertilizantes orgânico-minerais, eles são produtos de liberação gradual.
01:30Então, a matéria orgânica, ela encapsula o mineral e faz uma liberação gradual.
01:35Então, você consegue levar menos mineral e a planta absorve mais.
01:38E a matéria orgânica fica no solo, recompondo aquela composição do solo ali,
01:42melhorando também a característica do solo.
01:45Então, ele aduba a planta, leva minerais para a planta e também melhora a condição do solo.
01:49Então, isso no longo prazo, os ganhos são muito grandes agronômicos.
01:53Na planta, cresce mais saudável, absorve mais nutrientes.
01:55Então, é um produto que aumenta muito a produtividade agrícola.
01:59A gente consegue produzir a um custo muito eficiente porque estamos dentro da usina,
02:03numa logística muito mais eficiente de produção.
02:05E é um produto que é sustentável ao mesmo tempo.
02:08O açúcar, que vem da cana-de-açúcar e o nosso etanol,
02:12eles têm outros concorrentes no mundo, principalmente o açúcar.
02:15Esse modelo de produção do fertilizante dentro da usina é nosso, é exclusivo,
02:19ou isso veio de algum outro lugar?
02:21Esse modelo de negócio, o tipo de produto que a gente produz é nosso,
02:24a tecnologia é nossa, é patenteada, pode ser levada para outros países.
02:28Mas o Brasil, a indústria de açúcar alcooleiro do Brasil é muito avançada
02:31em recuperação de resíduos, reutilização.
02:34Hoje, produz-se etanol, açúcar, biogás, energia e agora fertilizantes.
02:38Então, essa cadeia toda em volta da cana-de-açúcar,
02:40no Brasil é muito mais avançada do que no resto do mundo.
02:42Então, o nosso modelo hoje é visto por usinas na Austrália, nos Estados Unidos,
02:46na Índia, com o interesse de a gente exportar a tecnologia no futuro.
02:48Mas o Brasil é tão grande, tem tanta usina aqui,
02:51então a gente está muito focado dentro do mercado local.
02:53Tanto que mudou, de usina de cana-de-açúcar e álcool,
02:57virou...
02:59Sucro energético.
03:00Cadeia sucro energética.
03:02Porque todos os resíduos são aproveitados.
03:05E essa é uma grande ideia, de você estar dentro da própria planta,
03:08onde são gerados os resíduos.
03:10Do ponto de vista de meio ambiente, ecologicamente, então, é fantástico.
03:14É, o fertilizante, ele tem uma pegada de carbono muito grande.
03:17A produção, do início ao fim, da cadeia inteira,
03:21tem uma pegada de carbono bastante relevante.
03:23Gera muito resíduos no processo.
03:25Então, na medida que a gente produz isso dentro da usina
03:27e reduz o consumo desses minerais, desses químicos,
03:31a gente reduz não só o uso e as perdas do químico,
03:35mas também toda a cadeia de transporte, logística, geração de resíduos.
03:37Então, o nosso produto hoje, inclusive, nós estamos qualificando mundialmente
03:41essa redução de pegada de carbono junto à ONU,
03:44que, através de um fundo de investimento, é sócio da nossa companhia hoje.
03:46Tá legal.
03:47E com isso aí, é possível certificar, de alguma forma,
03:49com sustentabilidade o produto que sai da usina?
03:52Sim.
03:53Gera benefícios para a usina também nessa questão ambiental.
03:56A gente pode certificar.
03:58E hoje tem alguns projetos em andamento
04:00para que o açúcar da usina que consome nossos fertilizantes
04:02tenha um valor maior.
04:04Sim.
04:04Nacional e internacional.
04:06E a gente também tem o programa do RenovaBio,
04:08que o nosso produto gera mais CBIOS para a usina.
04:10Então, já de início, ela já gera mais CBIOS usando nosso produto
04:14do que usando o químico.
04:15É, a cana-de-açúcar deu uma grande virada.
04:18Essa mudança para o modelo sucro energético é fantástica.
04:21Hoje, o etanol de segunda geração tem geração de energia.
04:25Vinhaça, que era jogada em rio e matava peixe e poluía,
04:28hoje é usado como adubo.
04:30O bagaço, que não tinha o que fazer com o bagaço,
04:33vai na geração de energia hoje.
04:35O pessoal que produzia cogumelo antigamente pegava o bagaço da cana de graça.
04:40Depois acabou, não tem mais isso.
04:41Tiveram que mudar o modelo.
04:43Hoje, esses subprodutos todos têm valor.
04:48Nós utilizamos a torta de filtro, que tem um valor agronômico,
04:51e a vinhaça também.
04:53Fazemos o fertilante líquido e aplicamos ela com a vinhaça.
04:56Então, além disso, a gente faz folhear.
04:58E hoje, todas as empresas estão entrando muito forte com os micro-organismos,
05:01com a parte biológica.
05:02Então, redução de químicos é hoje uma tendência, é um caminho sem volta.
05:06Esse produto, por ser produzido dentro da planta da usina,
05:10da empresa, ele é utilizado exclusivamente ali
05:13ou ele é colocado no mercado também?
05:15No nosso modelo de negócio, nós construímos a planta,
05:18fazemos investimento.
05:19A usina consome parte do nosso produto final,
05:21dos nossos produtos finais, tem uma linha grande.
05:23E a maior parte é vendida no mercado para todas as culturas,
05:26café, milho, só, jortifruti.
05:28Então, na verdade, a gente se acopla à usina
05:32para reduzir o custo operacional,
05:34para levar para ela um benefício de um produto melhor,
05:36um custo menor, mas o mercado todo da região
05:38se beneficia também com o produto nosso.
05:40A gente constrói fábricas num raio de 200 quilômetros.
05:42Passou do raio, faço uma outra fábrica.
05:43Então, o nosso plano é fazer 10 fábricas nos próximos 5 anos.
05:46E quantas você já tem hoje?
05:47Duas.
05:48Duas onde?
05:48Tu passa igual ao lado de Uberlândia com a Bioenergias Caroeira
05:52e uma segunda agora com a Nova América e com a EnerSugar em São Paulo e em Assis.
05:56E com possibilidade de crescimento até no mercado externo.
05:59Você já disse que existe o interesse de muitos outros produtores
06:02de açúcar e etanol no mundo
06:04interessados no modelo de produção de vocês.
06:07No mundo, Estados Unidos, conversas avançadas com os Estados Unidos,
06:10isso nos Estados Unidos, na Austrália, até Belize.
06:13A gente tem conversado com usinas lá.
06:16É uma tecnologia que, com certeza, para o mundo todo funciona.
06:19Não só o produto final, mas como a questão também ambiental.
06:22Então, isso de fato vai ser do Brasil para o mundo.
06:24E é incrível, né?
06:25Eu volto a como o modelo da produção do açúcar, a cana-de-açúcar,
06:29se modificou e se transformou.
06:31A cada dia se descobre um novo material que pode ser produzido
06:35a partir de algum resíduo da cana-de-açúcar, né?
06:38É, hoje todos são aproveitados.
06:39E o que eu acho mais interessante, por exemplo,
06:40lá no caso da Bioenergética Carueira,
06:43ela tem hoje uma planta de geração de biometano também.
06:46E o maior cliente da unidade biometano somos nós,
06:50que somos uma indústria de fertilizante dentro da usina também.
06:52Eles já viraram um fornecedor de vocês.
06:53Exato.
06:54Então, toda a cadeia ali dentro, aquele ecossistema se mantém,
06:57gerando novos produtos.
06:58Então, hoje a gente produz fertilizante recebendo energia do bagaço,
07:03biometano da vinhaça, a vinhaça torta.
07:05A única coisa que vem de fora é o fertilizante mineral.
07:06Então, é tudo em economia circular e com custo menor de produção
07:10e com produtos de maior qualidade.
07:11Então, é o caminho perfeito.
07:13Agora, obviamente que tem todo um desenvolvimento de mercado,
07:16futuro, crescimento aí.
07:19A gente tem muito espaço para crescer,
07:20mas tem toda uma jornada aí pela frente.
07:22Tá bom.
07:23Para a gente terminar, está gostando do GAF?
07:25Muito.
07:25Segundo ano, a gente sempre participa.
07:27Todos os eventos da Datagro, a gente participa, gosta muito.
07:29Esse ano está melhor ainda, crescendo.
07:31Acho que cada ano vai ser melhor, né?
07:32Gostou do formato?
07:33Ficou diferente, né?
07:34Muito, né?
07:35Muito interessante, mas eu achei o público muito interessante,
07:38de todos os aspectos.
07:39Achei as palestras muito boas sempre.
07:41E no final do dia, a gente ainda se diverte com o show aí, né?
07:45É verdade, Hernani.
07:46Muito obrigado pela participação aqui.
07:48Deixa um www de vocês aí.
07:51Nosso site é www.agrion.com.br.
07:54Ok, então.
07:55O Hernani Jutz, CEO da Agrion Fertilizantes.
07:58Muito obrigado pela presença.
07:59Obrigado a vocês.
07:59Até breve.
08:00Abraço.
08:00Obrigado.
08:01Obrigado.
08:02Obrigado.
08:03Obrigado.
08:03Obrigado.