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Gonzalo Vecina analisou no programa Visão Crítica desta terça (03) como enfrentar a queda dos índices de vacinação no Brasil. Segundo o médico sanitarista e ex-presidente da Anvisa, a insegurança alimentar ajudou a aumentar o número de doentes e o governo brasileiro ter deixado de fazer campanhas de imunização foram as principais causas para o aumento no caso de doenças no Brasil, inclusive de algumas que já eram dadas como erradicadas.

Assista ao programa completo: https://www.youtube.com/watch?v=e_xD1fRc_Wg

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Transcrição
00:00Eu queria tocar em duas questões, mas primeiro passando para o doutor Vecina.
00:05O que aconteceu conosco, doutor Vecina?
00:07Nós éramos, não sei se eu estou correto, o país que mais vacinava no mundo.
00:13Há muito tempo atrás, quando eu era adolescente, faz um certo tempo,
00:17eu lembro que tinha vacinação infantil, paralisia infantil,
00:20e o doutor Seib veio várias vezes ao Brasil.
00:22Isso eu vi na televisão.
00:24E havia uma campanha que passava pela televisão e todo mundo ia lá e vacinava.
00:28Era algo líquido e certo.
00:30Aí, de uma hora para outra, inclusive fortalecido, creio eu,
00:34por leituras negacionistas durante a pandemia, a vacina passou a ser algo perigosíssimo.
00:39Ao invés de salvar, a vacina, entre aspas, matava.
00:43Doutor Vecina, parece que isso continua até hoje,
00:46por alguns índices, ao menos que eu vejo, acompanhando as notícias,
00:50que os índices de vacinação no Brasil caíram muito.
00:52Como enfrenta isso?
00:53Bom, primeiro, o modelo de vacinação brasileiro é um chamado modelo campanhista.
01:00A gente vacina fazendo campanhas.
01:03Os países mais evoluídos vacinam durante o período em que as crianças têm que fazer
01:09um negócio chamado puericultura.
01:11Que é ir no médico, pediatra ou na enfermeira que faz assistência primária à saúde nesses países,
01:17e que examina a criança para ver se a criança está crescendo,
01:21se a criança está tendo os reflexos que deveria ter,
01:25se está ganhando peso, enfim, se a criança está se desenvolvendo.
01:28Nesse momento, que é o momento da puericultura, ela toma vacina.
01:32É desse jeito que nos países civilizados se consegue proteger a população infantil de maneira adequada.
01:39No Brasil, nós, a partir de 1975, resolvemos partir para o modelo campanhista.
01:45Por quê? Porque nós éramos pobres.
01:47Nós somos um país de renda média e nós não tínhamos dinheiro para fazer,
01:52para ter pediatra em tudo quanto é lugar.
01:54Então, nós fizemos o modelo campanhista.
01:57O modelo campanhista dá certo se houver campanhas.
02:02Em 2016, aqui no Brasil, nós demos lá o golpe de Estado e afastamos a presidenta Dilma Rousseff,
02:10porque ela estava fazendo pedaladas fiscais.
02:12E aí foi promulgada uma emenda constitucional, emenda constitucional 95,
02:19que paralisou os gastos públicos no Brasil por 20 anos.
02:25Onde é que o Ministério da Saúde, em 2016, no governo Temer, resolveu fazer economia?
02:33Nas campanhas.
02:34Acabaram-se as campanhas de vacinação, acabaram-se as campanhas das doenças infectocontagiosas,
02:41sexualmente transmissíveis.
02:44Acabaram-se as campanhas por segurança alimentar.
02:48Em 2022, o Brasil voltou a ter casos de desnutrição grave que não tinha desde os anos 2000.
02:56Doenças como aquelas que a gente vê nos filmes da África.
02:59Nós não tínhamos mais, voltamos a ter em 2022, porque voltamos a ter insegurança alimentar no Brasil,
03:07porque o governo resolveu não fazer mais estoque de alimento, não pensar mais em segurança alimentar,
03:13não ter políticas que garantissem que um mínimo de alimento chegasse à mesa dos mais pobres.
03:21Isso tudo fez com que, se você pegar os gráficos de vacinação, a queda começa em 2016 e vem mais ou menos do mesmo jeito até 2022.
03:35Por quê? Porque deixamos de fazer campanhas.
03:40Além de deixar de fazer campanha, apareceu isso que o Jean falou aí de médicos,
03:47que falavam, e ainda falam, esses médicos, que não tem que vacinar.
03:52Não precisa vacinar, venha no meu consultório, que no meu consultório eu tenho a solução para as doenças dos seus filhos.
04:01Custa um pouquinho mais, porque afinal de contas tudo que é bom custa mais,
04:05mas eu tenho a solução aqui, que é a história dos negacionistas.
04:09Os negacionistas têm uma alternativa que eles vendem, sempre.
04:13Então, as notícias falsas, o médico inglês que na década de 90 resolveu dizer que sarampo,
04:23vacina de sarampo dava autismo, e o que que, na verdade o que ele tinha era uma outra patente
04:30que ele queria colocar no mercado e colocou até a revista Lancet despublicar o que havia publicado sobre ele.
04:39Então, nós tivemos uma tempestade perfeita.
04:44A falta de dinheiro para fazer campanha, o modelo campanhista, a questão dos negacionistas,
04:57e particularmente essa associação chamada Médicos pela Vida.
05:02Médicos pela Vida são 10 mil médicos que são associados a essa entidade mística.
05:10Essa entidade mística tem 10 mil médicos.
05:12Nós somos mais de 600 mil médicos no Brasil.
05:15Então, é uma gota.
05:16Mas essa entidade, alguns desses médicos fazem barulho até hoje,
05:21dizendo que as pessoas não devem se vacinar,
05:24que a melhor solução está no consultório deles com as fórmulas maravilhosas que eles têm lá para vender
05:30para quem for o incauto que caia num consultório desses.
05:35Então, eu não tenho a menor dúvida sobre a explicação de por que a queda da cobertura vacinal
05:41e por que nós estamos recuperando, porque já estamos com as vacinas mais importantes,
05:46com uma cobertura hoje de 85%.
05:48Portanto, voltamos a fazer campanha.
05:51Não chegamos ao nível pré-2015, mas chegaremos,
05:56e eu espero que a gente caminhe para o modelo da poericultura,
06:00saia do modelo campanhista,
06:02na medida em que hoje tem mais de 50 mil unidades básicas de saúde funcionando no Brasil.
06:08Então, vamos lá.

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