O presidente do Grupo Condor, Pedro Joanir Zonta, concedeu entrevista exclusiva ao D’Ponta News, compartilhando detalhes inéditos sobre sua trajetória e os próximos passos da maior rede supermercadista do Paraná. Com quase 100 operações, mais de 13 mil colaboradores e faturamento previsto para ultrapassar R$ 10 bilhões em 2025, o empresário destacou o compromisso com a inovação, a valorização das pessoas e o crescimento sustentável do grupo.
Da infância simples ao comando de um império
Natural do interior do Paraná, Zonta iniciou sua carreira vendendo ameixas na beira da estrada ainda criança. Aos 22 anos, sem experiência no ramo, adquiriu seu primeiro mercadinho em 1974, no bairro Pinheirinho, em Curitiba. “Ou estudava, ou comia. Era uma questão de sobrevivência”, relembra o empresário, que não concluiu o ensino fundamental, mas nunca perdeu a sede por conhecimento e a disposição para o trabalho duro.
O crescimento do Condor foi impulsionado por oportunidades aproveitadas com ousadia, como o fornecimento de alimentos para o canteiro de obras da Petrobras em Araucária, que multiplicou rapidamente o volume de vendas da empresa. “Eu gosto de trabalhar. Administrar empresa é olhar faturamento, despesa e lucro bruto. Essa é a rédea que você precisa ter o comando”, resume Zonta.
Resiliência diante das crises
Durante a entrevista, Zonta destacou os desafios enfrentados ao longo de cinco décadas, como as crises econômicas dos anos 1980 e a hiperinflação. “Tem uns obstáculos que a gente passa por cima, outros tem que contornar. Mas sempre seguir em frente e não se deixar abalar”, aconselha. O empresário também reforçou a importância de ouvir o consumidor, mas sempre respeitando o equilíbrio financeiro da empresa.
Expansão, diversificação e sucessão
O Grupo Condor não se limita mais ao varejo alimentar. Atualmente, o conglomerado inclui 21 postos de combustíveis, uma indústria plástica (Cipla, adquirida por R$ 65 milhões), atacarejos, shopping em Joinville e, recentemente, a tradicional Água Ouro Fino, fortalecendo a presença em novos mercados e segmentos.
A expansão segue acelerada, com novas lojas em construção em cidades como Maringá, Ponta Grossa, Araucária e Mercês, além de projetos para outras regiões do Paraná e Santa Catarina. “Estou aberto a comprar em qualquer região do País, desde que haja sinergia com o nosso negócio e a nossa história”, afirma Zonta.
A sucessão familiar é outro pilar do grupo. Os três filhos do empresário já atuam em cargos estratégicos e participam de treinamentos e eventos para garantir a continuidade e a modernização da gestão.
Compromisso com pessoas e comunidade
Zonta enfatizou o papel dos colaboradores na construção da marca. “A promoção do ser humano é o mais importante. Quando alguém sai do Condor, sai melhor do que entrou”, diz, ressaltando os investimentos em capacitação e bem-estar das equipes. O empresário também mantém forte ligação com as raízes familiares e a história dos imigrantes italianos que
Da infância simples ao comando de um império
Natural do interior do Paraná, Zonta iniciou sua carreira vendendo ameixas na beira da estrada ainda criança. Aos 22 anos, sem experiência no ramo, adquiriu seu primeiro mercadinho em 1974, no bairro Pinheirinho, em Curitiba. “Ou estudava, ou comia. Era uma questão de sobrevivência”, relembra o empresário, que não concluiu o ensino fundamental, mas nunca perdeu a sede por conhecimento e a disposição para o trabalho duro.
O crescimento do Condor foi impulsionado por oportunidades aproveitadas com ousadia, como o fornecimento de alimentos para o canteiro de obras da Petrobras em Araucária, que multiplicou rapidamente o volume de vendas da empresa. “Eu gosto de trabalhar. Administrar empresa é olhar faturamento, despesa e lucro bruto. Essa é a rédea que você precisa ter o comando”, resume Zonta.
Resiliência diante das crises
Durante a entrevista, Zonta destacou os desafios enfrentados ao longo de cinco décadas, como as crises econômicas dos anos 1980 e a hiperinflação. “Tem uns obstáculos que a gente passa por cima, outros tem que contornar. Mas sempre seguir em frente e não se deixar abalar”, aconselha. O empresário também reforçou a importância de ouvir o consumidor, mas sempre respeitando o equilíbrio financeiro da empresa.
Expansão, diversificação e sucessão
O Grupo Condor não se limita mais ao varejo alimentar. Atualmente, o conglomerado inclui 21 postos de combustíveis, uma indústria plástica (Cipla, adquirida por R$ 65 milhões), atacarejos, shopping em Joinville e, recentemente, a tradicional Água Ouro Fino, fortalecendo a presença em novos mercados e segmentos.
A expansão segue acelerada, com novas lojas em construção em cidades como Maringá, Ponta Grossa, Araucária e Mercês, além de projetos para outras regiões do Paraná e Santa Catarina. “Estou aberto a comprar em qualquer região do País, desde que haja sinergia com o nosso negócio e a nossa história”, afirma Zonta.
A sucessão familiar é outro pilar do grupo. Os três filhos do empresário já atuam em cargos estratégicos e participam de treinamentos e eventos para garantir a continuidade e a modernização da gestão.
Compromisso com pessoas e comunidade
Zonta enfatizou o papel dos colaboradores na construção da marca. “A promoção do ser humano é o mais importante. Quando alguém sai do Condor, sai melhor do que entrou”, diz, ressaltando os investimentos em capacitação e bem-estar das equipes. O empresário também mantém forte ligação com as raízes familiares e a história dos imigrantes italianos que
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00:00.
00:08Senhores e senhores, estamos começando o Ponto de Vista de hoje,
00:11conversando com as nossas 34 emissoras do Estado do Paraná
00:14e conversando com você através do portal De Ponta.
00:17É uma satisfação.
00:18E hoje nós estamos sendo recebidos aqui, na casa.
00:22Né?
00:22Porque isso aqui eu acho que o senhor passa mais tempo aqui dentro que em casa, né?
00:25Com certeza, com certeza.
00:27Joanir Zonta, que maravilha, que prazer estar aqui com o senhor hoje, particularmente para
00:32mim é uma satisfação porque a gente vê, de tantos anos você vê o resultado do trabalho,
00:39do cúmulo, do avanço, mas queria falar hoje com esse homem, com o Zonta, é um paranaense
00:46e eu agradeço, Joanir, em primeiro lugar agradeço de coração de você nos dar essa
00:50oportunidade de falar com o Estado do Paraná através dos nossos microfones, dos nossos
00:54veículos de comunicação. Obrigado, Joanir, de nos receber. Eu que agradeço e pra mim
00:59é uma honra ter recebido aqui no meu escritório pra nós conversar e também agradecer por
01:07disponibilizar essa rede de rádio pra gente se comunicar com todos os nossos clientes
01:13que com certeza ouvem a tua rádio. Eu queria falar um pouquinho, Joanir, até todo mundo
01:18conhece, todo mundo conhece o Condor, todo mundo conhece o senhor, todo mundo já viu,
01:23mas talvez as pessoas não conhecem um pouco mais na sua intimidade, no seu dia-a-dia,
01:28a sua família. Eu estava pouco aqui, o senhor recebeu sua esposa aqui preocupada com o
01:33senhor, da sua saúde, enfim. Senhor Joanir, como é que começou a sua vida, digamos comercial,
01:40desde pequeno trabalhando e daí como é que surgiu a oportunidade de entrar nesse ramo
01:46do supermercado? Como é que foi um pouco da tua história no começo?
01:48A grande oportunidade que eu tive na minha vida, que eu estava trabalhando com meu pai,
01:53e quando eu tinha 16 anos, meu irmão montou um abatedouro de suíno em fábrica de banho
01:59e linguiça e convidou eu e meu pai pra ser sócio dele, só com o trabalho. E nós trabalhamos
02:05até final de 73, foi quando entrou a expressão federal, o abatedouro não se enquadrava na
02:11nova legislação e como a propriedade era tudo do meu irmão, ele transformou em açougue
02:17e eu, já casado com dois filhos, precisava de renda. Comprei um caminhão, comecei a
02:22transportar areia, mas não ganhava nem pra gasolina. Foi quando, que em março de 74,
02:28fiquei sabendo que estava à venda o supermercado Biasi, aqui no Pinheirinho, e eu já conhecia
02:35ele do tempo do abatedouro, cheguei e conversei com ele, ele falou, estou vendendo porque
02:41vou mudar de ramo. Eu pedi quando é que ele queria, ele falou, eu quero 85 mil cruzeiros
02:47pelas instalações e uma Kombi e o estoque será no balanço. Falei, quanto você imagina
02:55que tem de estoque? Ele falou, deve ter em torno de 120 mil cruzeiros. Aí, falei, eu
03:01vou pensar e te digo alguma coisa. E o senhor tinha o dinheiro na época pra fazer isso?
03:07Eu vendendo o caminhão, era 90 mil cruzeiros o meu capital. Aí foi pra família, né?
03:13Olha, tá assim, assim, assim. De pronto, eles me emprestaram o dinheiro pra completar
03:19os 120 e pra mim fazer a proposta. Aí, falei pro exílio, eu ter pago o estoque à vista
03:25e as instalações e a Kombi em 10 vezes de 85. E ele aceitou. Isso foi 13 de março
03:32de 74. 74? Recente. Uma quarta-feira. Aí, já programamos que no domingo a gente fazia
03:42o balanço e segunda-feira seria por minha conta. Então, esse pra mim foi o maior desafio
03:47da minha vida. Por quê? Eu nunca tinha feito uma compra no supermercado. Eu não conhecia
03:53nada do supermercado. Tinha emprestado dinheiro pra fazer. Era do tempo, eu sou do tempo que
03:58minha mãe fazia a notinha e eu entregava no armazém e o armazém preparava pra entregar
04:03lá em casa. Uma vez por mês eu passava pra acertar. Quando casei, continuou no mesmo
04:08sistema. Minha esposa fazia a notinha e eu entregava no mesmo armazém. Então, eu não
04:13tinha noção nenhuma. Mas tinha que aprender rápido. Então, eu conversei muito com os
04:20clientes, com os vendedores, os fornecedores e eu abria a loja 7 horas da manhã e fechava
04:28às 8 da noite. E rapidinho eu ia pra concorrência. Pegava um carinha do supermercado e ficava
04:34circulando nos corredores. Eu via a forma de exposição, via os preços e a linha de
04:41produto. Mas ali era uma mercearia que o senhor tinha, né? É, 110 metros quadrados.
04:48Cinco colaborador. Era um mercadinho na época, né? E aí, os produtos que eu achava interessante
04:56eu comprava uma embalagem pra mim. Fazia contato com os fornecedores. No dia seguinte
05:01fazia contato com o atacado ou o fornecedor. Comprava o produto, colocava na área de venda
05:08e os clientes gostavam. Essa vocação do comércio, essa vertente comercial, assim,
05:12de onde que se traz? Do pai? De quando era pequeno? De trabalhado? A primeira bicicleta
05:19que eu comprei na minha vida foi vendendo ameixa. Na beira da estrada. Quantos anos
05:25isso? Sete, oito anos. Tinha ameixeira lá em casa e eu colhia as ameixas e ia vender
05:31numa cestinha e ia vender na beira da estrada no domingo, que tinha um trânsito maior.
05:37E com isso, no primeiro ano, na safra da ameixa e meu irmão. Quando eu fui sócio com meu
05:46irmão eu aprendi muito com ele. E matemática aprendi com meu pai. Meu pai era muito bom
05:51em matemática. Eu aprendi mais fora da escola do que dentro da escola, sabe?
05:58Com sete anos já tinha decorado a taboada com a ajuda do pai.
06:01A taboada não. Foi a primeira coisa. Minha mãe fazendo a polenta e me cobrando a taboada.
06:11Vamos dar um choque já. É tipo tirar do quente pro frio. Depois nós voltamos. Mas
06:17dá um choque as pessoas que estão nos acompanhando agora dessa história, o caminho dessa história
06:25com o que tem hoje. Quantas lojas hoje? Quantos colaboradores hoje?
06:30Hoje nós temos o Côndor, que tem hiper e super. Nós temos o Gigante, que é a Tacarejo,
06:39que tem três lojas. Temos o Hipermais, que tem nove lojas. E temos um atacado. Então,
06:48no total, são 71 unidades de supermercado, atacarejo e atacado.
06:56Quantos colaboradores, mais ou menos, hoje? Temos 21 postos de combustível. No total
07:01são 99 operações que nós temos. Em torno de 13 mil funcionários. 13 mil colaboradores direto.
07:11Dá pra comprar bastante ameixa hoje, né? Hoje dá.
07:15Vocês entenderam o que aconteceu na aula que a gente está podendo ter? Para os jovens que estão nos ouvindo agora,
07:23para as mães, para os pais, enfim, os paranaenses, as pessoas, entenderem que todo mundo pode
07:29chegar onde quer, né, Zonta? Com certeza. Tem que ser persistente. Porque
07:35em muitos momentos, os obstáculos que aparecem são tão grandes que parece que a gente não
07:41vai conseguir superar. Qual que te marcou? Além do aspecto da saúde, do aspecto comercial mesmo.
07:47O aspecto comercial, o pior ano da minha vida foi em 86. O Plano Cruzado, o plano do Sarney,
07:55que congelou todos os preços e o estudo do mercado viraram bandido. Então, foi uma
08:00coisa assim, muito traumática a situação que foi feita e a gente não sabia se a gente
08:07ia conseguir. Inclusive, muitas empresas, em 86, fecharam as portas porque não conseguiram
08:14continuar trabalhando, né? Então, eu no ano de 86, minha empresa encolheu 20% em função
08:21desse plano. Tanto que, março de 87, a inflação foi 82%. Porque liberou, todo mundo voltou
08:33a comprar os produtos que eram normais e aí apareceu realmente, né? Então, foi, o represado
08:40morreu durante um ano. Na hora que tira a represa, vejam o que acontece para frente,
08:46né? E esse momento de 86, como é que foi que se venceu esse baque? Como é que foi,
08:54até para uma pessoa que de repente está ouvindo a gente hoje, que está passando por
08:57isso hoje, né? Porque ninguém está livre de ter essa... O governo Sarney assumiu no
09:02dia 1º de janeiro de 86. Quando foi 28 de fevereiro, anunciaram no Jornal Nacional que
09:11ia ter um plano de governo anunciado no dia 1º de março, no Bom Dia Brasil. E realmente
09:19foi isso. Então, como tinha esse anúncio, eu juntei todo o meu pessoal assistindo o
09:23Bom Dia Brasil. Na mesma hora que o Sarney, o Ministro da Economia, estavam fazendo uma
09:32coletiva com a imprensa, já no mesmo momento mostrando que estavam prendendo um gerente
09:38de supermercado em Brasília porque estava marcando o preço. Na época não tinha o
09:43sistema que tem hoje de frente de caixa. Então todo produto tinha que pôr a etiqueta. Então
09:49era precificar o produto. O que o Sarney fez? Maquininha de aumentar preço. Não era mais
09:58de precificar produto. Não era mais de pôr o preço no produto, e sim de aumentar preço.
10:04Então ele colocou como o supermercado que gerava a inflação. E o supermercado nada
10:10mais é do que compra da indústria, põe sua margem para conseguir se manter e põe
10:16na área de venda. Com a concorrência que tem, todo mundo, segura todo mundo. Ninguém
10:22consegue colocar uma margem maior do que o mercado permite. Então é assim que sempre
10:29o mercado funcionou. E eles botaram para a população que era o supermercado que
10:35gerava a inflação. Tanto que aqui em Curitiba, numa loja, tinha a tabela do café. Só que
10:45o café Milita sempre foi o café mais caro de todos. E esse supermercado estava com o
10:51café Milita acima da tabela. Aí chegou um cliente que queria o Milita pelo mesmo
11:00preço. Aí o mercado falou, não, esse custa mais caro e tal. Esse eu não posso vender
11:05no preço da tabela. Ele chegou na porta da frente, a imprensa era com ele. Ele mostrou
11:10e falou, em nome do Sarney, eu fecho esse supermercado. Você lembra dessa? E ele virou
11:18delegado da Sunabe. Porque na época não tinha procão. Era a Sunabe que controlava
11:24o preço. E esse cara virou delegado da Sunabe. Então veja com quem que nós estávamos lidando
11:30naquela época. Na época ele se envolveu, não sei se não foi deputado. Ele promoveu-se
11:36com isso. Mas qual dessas operações que mais lhe atrai? De todas essas operações
11:43hoje? É o mercado mesmo? Ou é o desafio de novas operações? O que realmente me motiva
11:52é a gente ver o bem que a gente faz para as pessoas. Tem uma situação que em 79,
12:01um rapaz lá de Meio de Janeiro intoxicou-se na lavor. Ficou 15 dias no hospital e na
12:09hora que deu alta, o médico falou, você não vai poder voltar para casa. Porque o
12:13ar da região onde você mora tem resíduos do veneno que toda a região usa. Você tem
12:22que ficar seis meses fora para ganhar resistência. Ele tinha um tio que morava aqui em Curitiba.
12:28Falou para o pai dele que ia vir para Curitiba para ficar seis meses na casa do tio. Aí
12:34quando chegou aqui pensou, eu não vou ficar seis meses sem dinheiro aqui, vou arrumar
12:40um emprego. Chegou no Condre e conversando com ele, combinamos, amanhã ele começa.
12:45O que você já fez? Ele falou, era roça a vida inteira. Aí peguei ele e coloquei de
12:52assistente no depósito. Então o recebedor recebia a mercadoria, dizia para ele aonde
12:58era para ele pôr a mercadoria. Um estoquista. Desde 1995, ele é diretor de patrimônio
13:07do Condre. Então é uma pessoa, um dos meus braços direitos da empresa. Isso me gratifica.
13:15Esse é um exemplo. Ele conheceu a sua esposa dentro do Condre, casou, tem três filhos,
13:21encaminhou os três filhos. Isso é uma história. Uma história. Quer dizer, é centenas, milhares
13:28de histórias como essa que eu teria para contar. Isso é o que mais me motiva. É
13:32cinquenta anos, né? É, quarenta e seis anos que ele aprendeu. O Condre cinquenta e um
13:39já fez. O Condre cinquenta e um anos. Quer dizer, imagine quantas histórias dessas.
13:44Então isso é o que me motiva porque a gente faz bem encaminhar os colaboradores porque
13:51nós temos uma estrutura de treinamento regional onde diariamente as psicólogas estão fazendo
14:00treinamento com o pessoal. Treinamento, o que que é? É enriquecer o conhecimento da
14:06pessoa. Enquanto ela está dentro do Condre, ela vai aplicar no Condre. Quando ela sai,
14:12ela sai com o conhecimento. E nós temos até nível universitário. Nós temos um convênio
14:18com a universidade onde as pessoas se formam, fazem uma pós-graduação. Então esse é
14:25o lado que eu vejo o mais importante. A promoção do ser humano, né? O que nós conseguimos
14:32elevar o conhecimento para a pessoa crescer profissionalmente. Tem um, até me ocorreu
14:39agora, não sei se é gerente ou alguma coisa do Condre lá de Ponta Grossa. Eu me lembro
14:46do nome, era meu nome. Eu lembro na época que o senhor estava, e até eu quero focar
14:52nisso porque o Paraná inteiro na época do Covid se solidarizou com muita gente. Era
14:59família sofrendo e tal, mas tem homens públicos e o senhor sabe que hoje o senhor é um homem
15:03público. Não tem como não ser, né? E o senhor foi marcante a sua luta no Covid. E
15:09eu me lembro que eu cheguei no Condre, era lá do Calçadão, lá em Ponta Grossa. E
15:14o João estava lá e eu disse, ô João, bão, bão. Ele falou, bão, tamo aí, tamo lutando
15:19aí, cara. O senhor Zonir tá mauzão, cara, e tal. Ele tava totalmente abatido. E a gente
15:29via essa sensação de pertencimento do colaborador do Condre, tem muito, né? Sim. Eu acho que,
15:38como é a sua relação com os colaboradores? Na verdade, a gente convive tanto tempo junto,
15:43né? Eu tenho funcionário de muitos e muitos anos. Então não tem como não criar um vínculo
15:48de amizade. Amizade pessoal, familiar, né? Eu faço questão de todo ano reunir todos
15:57os meus gerentes com as esposas pra fazer um jantar de confraternização lá na minha
16:02casa. Então isso eu acho muito importante. Outro ponto que eu acho importante, todos
16:09os meus gerentes recebem uma cesta de café da manhã no dia do aniversário. Então eu
16:16vejo que essa convivência, porque eu tenho uma consideração muito grande por todos
16:22dentro da minha empresa. Porque, na verdade, somos nós que fazemos a empresa. Nós que
16:30atendemos 60 milhões de clientes por ano. Então não sou eu, é nós. Então, claro
16:39que eu tenho uma consideração muito grande por todos os colaboradores, principalmente
16:44por estarem fazendo a história do Condre junto com os nossos clientes.
16:49Deixa eu te pedir uma coisa. O que significa uma pessoa chamada Linda Ser na sua vida?
16:56É minha esposa, né? O que significa essa mulher na vida do Joanir?
17:00Minha companheira realmente foi um presente que Deus me deu. Eu só tenho a agradecer.
17:08A gente já está há mais de 30 anos junto. Nunca tivemos um conflito sério. Então pra
17:17mim ela é a minha companheira de 24 horas por dia.
17:21Começou junto essa peleia?
17:23É. Conheci ela na empresa. Realmente foi um relacionamento bom.
17:32A gente vê que o senhor fala muito de família. Essa relação de família fez com que seus
17:38filhos ficassem todos embaixo junto na asinha do pai e da mãe. Estão todos aqui juntos
17:46na empresa.
17:47Todos aqui, os três, fazem parte da empresa. A Andréia é diretora comercial. O Ricardo
17:54é vice-presidente. E a Sandra é diretora de RH. Ela gosta de trabalhar com o pessoal.
18:00E desde 2007, sempre foi uma preocupação minha a sucessão. Mas na minha cabeça estava
18:09que sucessão era só os sucessores se prepararem. Mas em 2007, quando eu fui ver, não é só
18:16isso. As empresas tinham que se preparar para a sucessão. Então nós iniciamos.
18:23Já está 100% concluído as empresas para a sucessão. E eles estão, desde 2007, participando
18:33de eventos, de congressos, de palestras. E isso vem a deixar mais claro como funciona
18:43uma sucessão. Então eu imagino que a nossa empresa está pronta, que não vai passar
18:48por nenhum trauma a ser alguma coisa acontecendo.
18:52E quais são os princípios que o senhor tem procurado e reiterado com esses que darão
18:58continuidade nesse processo? O princípio, porque você pode aprender bastante em palestra,
19:03inteligência artificial, não sei o quê. Mas tem um princípio, tem um caminho. Qual
19:08é o caminho?
19:09Na verdade, o que eles vão ouvir mais é sobre sucessão. O que já aconteceu em sucessão,
19:18na Marisa, por exemplo. A própria Traeno fez uma palestra e eles foram ouvir, porque
19:25ela sucedeu a tia. Então esses exemplos que são bons. Agora nós temos um exemplo aí
19:34das filhas do Silvio Santos, que assumiram o SBT. Então provavelmente daqui a pouco
19:41essas meninas vão expor como é que foi a passagem sem o fundador. Então essas informações.
19:50Quando se fala em informação comercial, aí tem os eventos que a Abras faz, que as
19:59associações estaduais fazem. Nós tivemos recentemente aqui em Curitiba, a Mercosuper,
20:05onde foi um sucesso, onde veio grandes palestrantes. E também nós temos fornecedores. Os grandes
20:12fornecedores, eles promovem viagem anual para algum lugar do mundo. Então eu já estive
20:19para Xangai, Berlim, vários do Celiste, eu conheci por intermédio deles. São vários
20:26fornecedores que fazem viagem. Tanto que a Andreia essa semana está com a Coca-Cola
20:32em Londres. Então eles levam, pegam os melhores palestrantes do mundo para expor os assuntos,
20:40como que está o mercado mundial. Então essa parte comercial de mercado, de análise mais
20:47profundo, isso é pego fora dessas. Então são dois trabalhos. Eles se prepararem para
20:53a associação, é um trabalho. Se prepararem para comandar a empresa e estarem por dentro
20:59de como está, o que está acontecendo no mundo, daí é outro ponto.
21:06Mas o aspecto, a solidez do princípio, que é a família, esses princípios são indiscutíveis.
21:14Com certeza. Eu achei interessante, um dia que nós estávamos conversando e um repórter
21:19perguntou para o Ricardo o que ele almeja no futuro. Ele dá seguimento à história
21:28do meu pai. Então isso é gostoso de ouvir de um filho.
21:34Aí começou a possibilidade agora de uma nova empresa centenária. O senhor pegou a
21:43Ouro Fino. A Ouro Fino, uma empresa de 126 anos, faz
21:48parte da história do nosso estado e estava passando por problemas sérios e ele conseguiu
21:56acertar com a família Mussolini. Eu estou preservando tudo o que a família Mussolini
22:02fez dentro da Ouro Fino. Se você chegar na casa do patriarca, que é a sede lá, está
22:10todas as louças no lugar, todos os quadros no lugar, os lustres, que são duas rodas
22:16de carroça no centro da sala, está tudo intacto e eu pretendo preservar tudo como
22:26está a estância Ouro Fino. Só vender mais.
22:30É, do portão para fora é venda. Então já investiu bastante na indústria com novos
22:38maquinários para aumentar a produtividade e estamos satisfeitos com o resultado.
22:44Sr. Jorneiro, a perspectiva econômica é sua, o que o senhor pensa, como é que o senhor
22:48está vendo hoje o Brasil em relação à economia e ao crescimento das suas lojas?
22:55Hoje, por exemplo, pensando um pouco no lugar onde é a nossa série, que é em Ponta Grossa,
23:00o senhor está fazendo uma loja lá linda, linda, que está prestes a inaugurar, acho
23:05que daqui a pouco já inaugura.
23:07A previsão de inauguração era no próximo mês, acredito que até o final do mês que
23:12vem, essa estará inaugurada.
23:15Ontem fechei mais um negócio de um terreno em Ponta Grossa, numa outra região.
23:22Então teremos outro mercado em Ponta Grossa?
23:24Teremos outro, só que agora comprei o terreno, tem que entrar na prefeitura e isso demora
23:29até sair o avalado de construção.
23:31O senhor lembra que região que é?
23:33É um furo de reportagem para nós isso?
23:37O senhor não quer contar estratégica?
23:39É uma região que importa.
23:40Não, não precisa dizer.
23:41O senhor não quer contar, só conta a região.
23:43Que o Côndor não está presente.
23:46Então fica mais fácil para imaginar onde vai ser.
23:49Nova loja do Côndor em Ponta Grossa, além dessa que nós vamos inaugurar.
23:52E em outras cidades, como é que está?
23:54Já começamos?
23:55Esse ano nós inauguramos uma em Maringá, agora vamos inaugurar em Ponta Grossa, nós
24:00temos uma aqui em Araucária para inaugurar, nós temos o Rio Negro, nós temos Barerinha,
24:08nós temos Mercês, bem central essa loja, vai ser bem perto da Sociedade Garibaldi,
24:15um pouquinho para cima.
24:17Então nós temos 11 projetos entre os que já estão iniciados e os que estão para
24:24iniciar.
24:26Olha, nesse processo de avanço, o senhor está sentindo segurança na economia?
24:33Como é que o senhor está sentindo esse momento do Brasil na economia?
24:37O Brasil é forte, o Brasil é grande, o Brasil é formado por pessoas trabalhadoras, empresários
24:44com responsabilidade e é claro que nesses 50 anos nós tivemos muitos governos e cada
24:54governo com uma ideia diferente.
24:57Passamos todos e nós vamos passar.
25:00Se nós for ver a história lá atrás, ela já vem, em 40 já era, já sempre foi problemático
25:10esse lado.
25:11Então eu acredito que a economia, as indústrias estão fortes, o comércio está forte, os
25:18comerciantes estão apostando no Brasil e é isso que é importante, estamos em pleno
25:23emprego, isso é bom.
25:25O que preocupa é que hoje está faltando mão de obra e nós temos bastante gente sem
25:33trabalhar por causa do auxílio do governo federal, que se for pegar emprego perde o
25:45auxílio.
25:46Então eu acho que deveria ser, continua o auxílio, a pessoa é carente, ela continua
25:54recebendo, mas dá liberdade para ela trabalhar, aí seria mais dinheiro no mercado e essa
26:00pessoa que hoje é um peso para o país passaria a produzir.
26:05Então eu não vejo o porquê que tem que perder a cesta básica, o que for dado, porque
26:14pegou emprego, eu não vejo dessa forma.
26:18Então eu acho que seria uma forma para o Brasil ir ainda melhor.
26:21Talvez se fizer uma nova triagem disso, porque tem muita gente que se acomodou com isso.
26:26Eu acho que a primeira coisa seria liberar para todo mundo trabalhar independente, para
26:32não perder o auxílio que tem.
26:35Interessante, pode continuar recebendo auxílio, pelo menos por mais um tempo, seis meses,
26:39sei lá.
26:40Na verdade, o importante é a pessoa se sentir útil, se sentir produtiva, ela mesmo por
26:48si própria já vai querer sair daquela de querer viver desmola, porque hoje eles vivem
26:54desmola esse pessoal.
26:55Isso deve ser terrível para um ser humano.
26:58Perda de autoestima.
26:59Isso, não tem autoestima.
27:00Ô, Sr.
27:01Janier, eu estou vendo que o senhor está muito bem, bem de saúde, está forte, tem
27:05feito exercício?
27:07Tem sobrado um tempo aí para... como é que está a qualidade de vida?
27:10Pouco exercício, estou muito bem, graças a Deus estou muito bem, durmo muito bem,
27:17acordo disposto, o dia para mim é tranquilo.
27:22É só tomar água orofina ou toma um vinho também?
27:24Um vinho, o vinho faz parte, né?
27:26Que vinho o senhor gosta de tomar?
27:28Toda noite.
27:29Eu gosto do Primitivo, Primitivo é na região de Mandúria da Itália, e inclusive tem até
27:37uma história sobre isso, eu com a minha esposa, nós estávamos em um navio e tomamos
27:42uma garrafa de vinho Primitivo, gostei, chegamos na Itália, fomos lá na Vinícola com a foto
27:51da garrafa de vinho, falei eu quero comprar esse vinho, aí o dono da Vinícola falou
27:57eu não posso te vender, esse aqui tem um distribuidor no Brasil, daí eu falei, então
28:03vamos fazer esse vinho com outro rótulo, e o rótulo nosso é Notte Rossa, noite vermelha.
28:11Notte Rossa, vou experimentar esse vinho, é um vinho que o senhor ajudou a fazer o nome.
28:16E fizemos, e hoje é o vinho italiano que mais o Condor vende, é exclusivo Condor,
28:23é um vinho...
28:24E que vem de lá, dessa...
28:25Vem de lá, dessa Vinícola, dessa Vinícola, e a gente trabalha com muitas Vinícolas.
28:31Sr. Jornir, foi, eu acho assim que nós acabamos, eu não sei se eu esqueci de abordar algum
28:36tema, eu acho que demos uma devagada até porque eu queria que o Paraná conseguisse
28:44entender um pouco dessa energia que eu estou sentindo nesse momento de estar aqui presencialmente
28:48com o senhor.
28:49Tomara que, eu sempre peço que o Espírito Santo ilumine a gente da comunicação de
28:54conseguir captar o que as pessoas que estão do outro lado estão pensando e trazer pra
28:58realidade do bate-papo que a gente está tendo.
29:01Eu vejo aqui nessa sala um monte de decoração diferente, até Maurício se você puder me
29:05ajudar, eu queria dar um pulo com o Zonzo ali naquele quadro ali pra fechar o nosso
29:09bate-papo, pra gente filmar isso que eu queria que você me contasse um pouco, já contou
29:13pra mim, mas eu queria que o Paraná soubesse e tivesse a oportunidade de ver esse quadro.
29:18Achei fantástico.
29:19Bom, aqui, Jornir, conta pra nós aqui.
29:23Essa casa aqui, ela fica lá em Caçola e eu fui na prefeitura e peguei o endereço onde
29:31meu avô nasceu.
29:32Caçola era a Itália?
29:34Itália.
29:35Caçola de 82.
29:36Colocou o endereço, eu fui até o terreno vago aqui na frente, umas taperas velhas aqui,
29:43e cheguei nessa casa aqui, um senhor saiu, um senhor de setenta e poucos anos na época,
29:49daí eu falei quem que eu era e tal, e aí ele falou, eu lembro que o meu pai falava
29:56que a família Zonta morava aqui na frente e foram embora pro Brasil e não deram mais
30:01notícia.
30:02Então esse quadro relata Caçola, né?
30:09Caçola foi fundada em 1935, até então pertencia a Bassano de Grappa.
30:16Então você imagina, o meu bisavô, virando a terra aqui pra fazer o plantio, que saiu
30:22de lá de Caçola e veio pro Brasil de navio, desceu em Santos e veio pra Curitiba de trem.
30:32Aqui é seu bisavô, meu avô e meu pai.
30:38E essa?
30:39É minha mãe.
30:40E aí minha bisavó era da família Moleta, e a família Moleta tinha vindo pra Curitiba
30:47uns dez anos antes e estava instalado aqui na Água Verde, mas o terreno na região da
30:53Água Verde não era bom de plantio.
30:55Então o meu bisavô foi pra Umbará e lá ele formou uma roça que a minha bisavó com
31:05o meu avô e os irmãos ficaram cuidando e ele foi trabalhar na linha de estrada de
31:11ferro que estava sendo feita de Curitiba a Paranaguá, isso em 1889.
31:18Então ele chegou em 1987 e em 1989 ele estava trabalhando na linha de estrada de ferro.
31:28Você imaginou espiritualmente o orgulho dessa simbologia desse quadro, dessas pessoas com
31:36a tua estrada, com a construção da sua estrada, do seu caminho, Azonta?
31:40Eu acredito que...
31:41Não é só, eu acho, a realização.
31:42Eu não vejo no senhor só a prosperidade, eu vejo prosperidade, eu não vejo riqueza.
31:47Não é só o fato de ter ficado rico, o senhor é um homem rico, mas é ser um homem rico
31:52e feliz, porque a prosperidade não é só ser rico, é ser feliz, eu vejo que o senhor
31:57é um homem feliz com o que faz, feliz com a família.
31:59Eu me sinto realizado pelo que eu posso fazer de bem porque eu me considero que Deus me
32:08deu uma missão aqui na Terra e eu estou cumprindo essa missão, porque daqui a pouco eu vou
32:13embora.
32:14E o que eu fiz vai ficar tudo aqui, é tudo dele.
32:19A gente está aqui de passagem, então nessa passagem é tentar fazer o maior bem possível
32:26e é isso que eu tento fazer no meu dia a dia.
32:29Azonta, eu acho que os anos de faculdade não me deram a oportunidade de ter uma aula hoje
32:34tão gostosa e as meninas que estão aqui, a Lu, a Luciana e a Verônica, o Maurício,
32:41o Arthur, meu irmão, meu amigo, amigo particular, é um amigo que eu trouxe junto, veio passear
32:46comigo e está trabalhando aqui, a gente teve a oportunidade, né Lu, de ter uma aula hoje
32:51de vida.
32:52Parabéns, Azonta, obrigado, inspira a gente, inspira e eu gosto de fazer esses programas
32:59assim porque de repente, imagina que felicidade se tem alguém nos escutando agora, nos assistindo
33:04e se inspire em lutar.
33:06Todo mundo tem história bonita, a família da Lu deve ter uma história bonita, o pai
33:10dela, o meu falecido pai tem uma história bonita, mas tem histórias que são, além
33:14de bonitas, são comoventes, são legais.
33:17Parabéns, Azonta.
33:18Com certeza, o Brasil foi isso que aconteceu, né, foram pessoas que chegaram, que lutaram,
33:24que fizeram do Brasil o que o Brasil é hoje, senão seria...
33:27Colônia.
33:28Colônia.
33:29Chuta de bola, obrigado, viu Azonta, obrigado.
33:33Senhoras e senhores, nós fechamos o programa.