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Celso Placido, estrategista da Warren Investimentos, analisou o recorde de 140 mil pontos no Ibovespa e projetou os riscos e oportunidades para a Bolsa até 2026. A entrevista abordou taxa de juros, câmbio, política fiscal e fluxo estrangeiro.

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Transcrição
00:00A gente vai conversar agora com o Celson Plácido, ele é estrategista da Warren Investimentos.
00:05Boa noite, sempre um prazer ter você aqui com a gente.
00:08Quero começar falando sobre esse recorde de hoje, de mais de 140 mil pontos no Ibovespa.
00:14Isso é sustentável a longo prazo, na sua opinião?
00:17Primeiramente, boa noite, obrigado pelo convite.
00:19Acredito que sim, é sustentável, apesar de que a gente precisa sim fazer o dever de casa.
00:24A gente sabe que tem uma bomba para vir uma parte da política fiscal em 2027,
00:27mas é sustentável porque está muito barato a nossa bolsa.
00:31Ah, mas está barato há bastante tempo. Sim, dólar é mais barato ainda.
00:34Mas quando você analisa que a gente chegou num patamar de taxa de juros,
00:38quando a gente olha a própria taxa de juros, se ele é 14,75, é muito isso.
00:42As empresas estão alavancadas, só que eu diria que esse seria provavelmente o máximo da taxa.
00:47Daí em diante é queda. Então o mercado já olhando para o ano que vem, uma queda, uma inflação,
00:52por mais que o ano que vem, uma previsão ali próximo ao teto da meta, 4,5%,
00:56mas o mercado já analisando isso. Olha, daqui a 18 meses tem eleições,
01:00tem a parte da política fiscal que independente do governo mudando ou não,
01:04vai ter que fazer em 2027 porque está gastando demais
01:07e você tem taxa de juros que tende a cair, não só lá fora, mas também aqui no Brasil.
01:11O que é exatamente fazer o dever de casa? Você começou falando sobre isso.
01:16Isso, corte de gastos. O governo, apesar da arrecadação estar sendo recorde,
01:20batendo o recorde, ele não corta custos.
01:22Então ele precisa, o cobertor é curto, precisa cortar gastos, precisa reduzir o tamanho do Estado.
01:28Não adianta, a gente tem um gasto muito elevado, salários, uma inflação sendo gerada,
01:33ou seja, mesmo uma inflação de 5,5% para esse ano, isso gera um efeito de correção do salário mínimo
01:39com ganho real, ou seja, acima da inflação e é cascata.
01:43Previdência, tudo isso e os problemas mesmo que a gente está vendo na Previdência.
01:46Não adianta, tem que cortar gastos em 2027 porque a gente tem uma bomba contratada para lá.
01:51Falando ainda dessa questão do patamar de 140 mil pontos do Ibovespa,
01:57tem uma previsão da Morgan Stanley que fala em 189 mil pontos em meados de 2026.
02:04A sua expectativa é essa também? O que pode contribuir para isso ou para barrar esse resultado?
02:10Acho que ele entra também em muita análise. No passado a gente viu análise de 200 mil pontos.
02:13Acontece muita coisa em relação a isso e também tem o externo influenciando.
02:18O que favorece é, olhando o investidor estrangeiro, começa a olhar o Brasil.
02:23Primeiro que dentro dos países emergentes, a gente ficou para trás em relação a outros países.
02:27Foi feito um dever de casa por parte do Banco Central.
02:29Então, com taxa de juros elevados, tentando controlar a inflação,
02:33por mais que a gente viu ontem o IBCBR, que é uma proxy do PIB,
02:36mostrando ainda um PIB, provavelmente um PIB acima das expectativas,
02:41uma economia ainda forte, você tem um Banco Central ali resiliente.
02:45O Galipo, o presidente do Banco Central, falando muito sobre isso,
02:48patamar de juros para um prazo elevado.
02:50Eu acho que vocês falam isso, muito interessante.
02:52Quando os juros param de subir, a Bolsa começa a andar,
02:55porque você já tem uma expectativa de redução de juros mais para frente.
02:58Porque o que a gente fala é que tem um lag, né?
02:59Tem um prazo para a taxa de juros fazer efeito na economia
03:02e depois ela começa a suavizar a inflação e aí melhora.
03:06Taxa de juros em queda e para as empresas também.
03:08Por outro lado, o que pode prejudicar?
03:10É óbvio, a gente tem, sempre tem, crises geopolíticas nos Estados Unidos
03:15entrando numa recessão, gera um efeito negativo também.
03:18E no Brasil, por mais que a gente ainda tenha um problema fiscal,
03:21que ainda não saiu da frente, o investidor estrangeiro começando a falar de Brasil.
03:25Só que a Bolsa já andou, se a gente olhar esse ano.
03:27Esse ano a Bolsa já vem apresentando um desempenho positivo.
03:30Mas o que pode afatar?
03:31Tanto a parte externa, com essas brigas, essas tarifas,
03:34que o Brasil até acaba se posicionando melhor,
03:37mas também se a gente não fizer o dever de casa.
03:38Não adianta nada, porque se não fizer, não vai se concretizar 180 mil pontos.
03:42A gente fica sempre naquele chamado voo de galinha.
03:45A gente não consegue olhar o horizonte e falar que é o país do futuro
03:48se a gente não faz o dever de casa no presente.
03:50E vocês na Warren trabalham com a possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos?
03:55Tem, mas é pequena.
03:56Eu diria que é pequena.
03:57A economia dos Estados Unidos é muito rápida, ela é muito dinâmica.
04:02O próprio Warren Buffett sempre fala isso,
04:04o maior investidor fala isso.
04:05Não aposto contra os Estados Unidos, ele falou isso na época da pandemia.
04:08E é uma baita verdade.
04:09Agora, hoje, o problema foi muito isso.
04:11Quer dizer, o Trump indo ao Capitólio e falando,
04:14olha, vamos reduzir impostos que é bom para a economia.
04:16Só que você tem um problema de déficit fiscal.
04:18Então, arrecada menos.
04:20O que acontece?
04:20Que ele tem as contas comprometidas também.
04:23Aqui no Brasil, não.
04:23A gente subiu o imposto para arrecadar mais.
04:25Mas tem que fazer o dever de casa cortando gastos.
04:28Vamos passar para o Vinícius.
04:29Vinícius, fica à vontade para perguntar para o Celso.
04:32Celso, eu queria voltar um pouco para a sua análise de perspectivas para a Bolsa.
04:36porque, num mundo mais normal, num país mais normal, a gente tem uma taxa de juros,
04:42tanto no mercado quanto a Selic, alta a perder de vista, pelo menos até o começo de 2026.
04:47A gente vai ter uma desaceleração da atividade econômica em 2025 e outra em 2026.
04:53Pelo menos essa é a previsão.
04:54Tendo isso em vista no mundo normal, a gente ia esperar que as empresas não fossem tão bem.
05:01Agora, é claro que tem outros fatores aí nesse jogo, que é a realocação de dinheiro no mundo.
05:09Quanto disso, dessa melhora da Bolsa, que nem foi tão grande assim, né?
05:13Porque a gente, para chegar no valor real do ano passado, tem que chegar a 145 mil pontos.
05:18Quanto disso é dinheiro de fora, sendo realocado, ou do México, ou dos Estados Unidos,
05:24e que pode sair numa reviravolta americana de novo, que a gente está vendo?
05:28E quanto disso é melhora de perspectiva para o Brasil?
05:32Porque aí a gente pode aquilatar o risco de a Bolsa dar uma caidinha de novo,
05:35se tiver uma rodada de doideiras ou de melhoras nos Estados Unidos, né?
05:39Eu acho que, muito provavelmente, ainda não veio o que a gente chama do investidor dedicado ao Brasil.
05:45Veio o que a gente chama do smart money, que é aquele que quer o ganho rápido mesmo.
05:49O ganho rápido, entre aspas, não posso dizer que é fácil, mas aquele ganho mais rápido.
05:53Então, é muito fluxo do que qualquer outra coisa.
05:56É óbvio, quando um banco estrangeiro chama atenção para o Brasil, isso é positivo,
06:01porque ele fala, olha, perspectiva daqui em diante não é desse dinheiro de curto prazo,
06:05mas sim realocação de investimentos para quem é dedicado em mercado emergente.
06:11Infelizmente, o Brasil ainda é muito pequeno.
06:13Eu lembro quando eu visitei investidores estrangeiros lá fora e falo,
06:16pai, não, olha o Brasil, olha o Ásia, olha outros países, o Brasil é muito pequeno dentro do meu portfólio.
06:20Mas mesmo que seja muito pequeno, por mais que ele suba a exposição de 2% para 4%,
06:25você está dobrando a exposição ao Brasil.
06:27Então, isso gera o efeito.
06:28O outro efeito positivo é que no Brasil, quando você olha os fundos de pensão, os grandes gestores, os próprios bancos,
06:35o dinheiro não está alocado em renda variável, está no menor patamar dos fundos de pensão.
06:40Normal, a gente olha as taxas de juros no Brasil, quando a gente olha IPCA+, que nada mais é do que a antiga NTNB,
06:47paga-se uma taxa de juros mais a correção via IPCA, juros reais acima de 7%,
06:52para que um fundo de pensão vai tomar risco comprando renda variável, aumentando suas posições em renda variável,
06:57se você tem um juros real muito acima da meta atuarial.
07:01Então, é muito aquele balanço, eu vou tomar risco agora, faz sentido ou não.
07:06Óbvio que tem um retorno embutido maior para renda variável, mas um risco mais elevado.
07:12Então, se a gente tiver, por mais que a gente olhe uma mudança, se tiver uma mudança de governo,
07:17ou mesmo que esse governo, sendo reeleito, faça o trabalho da política fiscal,
07:21as próprias NTNBs, IPCA+, elas fecham, ou seja, as taxas de juros comprimem e elas se valorizam.
07:26Renda variável também vai andar junto.
07:28Então, a grande pergunta é, o quanto eu faço esse balanço entre diminuir minha posição em renda fixa
07:34e aumentar em renda variável?
07:35O ponto é, todo mundo deveria ter renda variável no seu portfólio.
07:38A discussão é qual o tamanho, dependendo do seu perfil,
07:41que você tem que ter essa exposição em renda variável, que tem um retorno interessante aí,
07:45e taxas de juros vão cair, provavelmente, no ano que vem.
07:48Vamos falar de dólar, atualmente na casa dos R$ 5,60,
07:52só que o mercado ainda espera um câmbio na casa dos R$ 5,80, e isso no fim do ano.
07:58Vocês trabalham com que número e de onde deve vir essa pressão?
08:02Eu vejo um câmbio mais baixo do que o atual, eu acredito num câmbio entre R$ 5,40 e R$ 5,50.
08:08Uma correção por quê?
08:09Fim de R$ 25.
08:11Eu diria mais no curto prazo, porque qualquer número que eu falo aqui,
08:13eu vou saber que eu estou errado.
08:15Então, eu gosto de analisar mais curto prazo.
08:16Não é previsão, não é precisão, está tudo bem.
08:19Mas eu sei que vai estar errado, por quê?
08:20A gente brinca que previsão de câmbio é o cemitério dos economistas.
08:25Mas, no curto prazo, eu vejo um fluxo para cá, para o Brasil,
08:29e aí, com queda de taxa de juros globais, o diferencial de juros no Brasil,
08:34que é a CERIC 1475, quando você olha lá fora, vai só aumentar.
08:38Estados Unidos reduzindo juros, provavelmente, no segundo semestre desse ano,
08:41o Brasil só no ano que vem, e aconteceu hoje, a China reduzindo taxa de juros,
08:45e a Europa também reduzindo.
08:46Então, você vai ter um diferencial de juros, vai entrar de novo esse smart money
08:49que tende a reduzir o dólar para cá, o câmbio para cá.
08:52O que acontece no relatório Focus, nas projeções do Banco Central,
08:55que é um compilado, é que ninguém quer botar as R$ 5,50, R$ 5,60.
08:59Todo mundo vai reduzindo aos pouquinhos, semanalmente, para chegar nos R$ 5,80.
09:04Essa pressão, eu não vejo essa pressão acontecendo no curto prazo,
09:08e a gente já está no meio do ano, praticamente, a gente já começa junho.
09:10Então, eu diria que o câmbio para final do ano, se tudo ocorrer como está hoje,
09:15não mudar o status quo, é a casa de R$ 5,60.
09:18Mas eu diria que no curto prazo, ele pode não haver uns R$ 5,40.
09:21Vinícius.
09:22Não sei, mas claro, o seu curto prazo, Celso, para o dólar de R$ 5,40, é quando?
09:28É final do ano, final deste ano, vai ser uma coisa rápida?
09:31Não, é uma coisa rápida.
09:32É setembro?
09:32Não, é uma coisa rápida, eu diria nos próximos dois meses, talvez até menos.
09:35Tá, e depois volta?
09:36Depois volta.
09:37É porque R$ 5,40, no valor real do dólar, é como se ele voltasse ao começo de 2024.
09:44De qualquer modo, seria uma boa para a inflação se ficasse R$ 5,60.
09:48R$ 5,40, você acha, aí seria muito bom.
09:51Mas você acha que volta a R$ 5,60, que esse é o estável, por enquanto.
09:55Esse é o padrão para o Brasil na situação fiscal e de juros que a gente está agora.
10:00É isso?
10:01Se a gente não fizer nada, sim, política fiscal do jeito que está.
10:04Se a gente tiver anúncios positivos, eu diria, esse dólar pode haver um patamar mais baixo.
10:09Se se fizesse uma política fiscal mesmo, olha, vou cortar gastos, esse dólar podia voltar para R$ 5,00.
10:15Mas é difícil enxergar isso atualmente.
10:18Ouvir esse insistindo no cemitério dos economistas.
10:23Obrigada, Celso.
10:24É sempre um prazer ter você aqui, viu?
10:26Obrigado.
10:27Volte mais vezes.
10:28Obrigada.
10:28Obrigado pelo convite.
10:29Obrigado.
10:30Obrigado.
10:31Obrigado.
10:32Obrigado.
10:33Obrigado.

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