O Brasil registrou cerca de 45 mil homicídios em 2023, a menor taxa em 11 anos. O dado faz parte do Atlas da Violência, divulgado pelo Ipea, em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Entre os estados, os menores indicadores de homicídios por 100 mil habitantes estão nos estados da região Sul, além de São Paulo, Distrito Federal e Minas Gerais. Já as maiores taxas se concentram nas regiões Norte e Nordeste. Outro dado que chama atenção é que mais de 8% desses homicídios não tiveram a motivação identificada. Ou seja, mais de 135 mil brasileiros morreram de forma violenta sem que o Estado conseguisse identificar a causa da morte.
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00:00O Brasil registrou cerca de 45 mil homicídios em 2023.
00:10Olha, pra você ter uma ideia, essa foi a menor taxa em 11 anos, olha só, olha como é que nós estamos mal.
00:18O dado faz parte do Atlas da Violência, divulgado pelo IPEA, em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
00:25Vamos dar uma olhada melhor.
00:27Entre os estados, os menores indicadores de homicídio a cada 100 mil habitantes estão na região sul.
00:35São Paulo, Distrito Federal e Minas Gerais têm as menores taxas de homicídio a cada 100 mil habitantes.
00:44Já as maiores taxas se concentram nas regiões norte e nordeste.
00:49Outro dado que chama a atenção é que mais de 8% desses homicídios não tiveram motivação identificada.
01:00Ou seja, mais de 135 mil brasileiros morreram de forma violenta sem que o Estado conseguisse identificar a causa da morte.
01:12Pois é, vamos debater um pouco isso, porque primeiro que o índice de subnotificação e de identificação de autoria é muito baixo também.
01:26Então a maioria desses resta impune.
01:28Agora, meu querido Henrique Kriegner, eu fui promotor do júri, atuei durante alguns anos.
01:36E a gente verifica o seguinte, as causas principais do homicídio, tem o latrocínio, tem o roubo, tem o tráfico, cada um tem uma explicação.
01:45O homicídio, que é um crime que pode ser ocasional, passional, bandido matando bandido.
01:52O homicídio em si, ele está diretamente ligado à miséria, injustiça social e falta de oportunidades.
02:01No roubo, no latrocínio, isso aí até usa esse argumento como desculpa, né?
02:06Porque, agora, no homicídio, sim, é o sujeito que joga lixo na casa do vizinho, o vizinho discute e mata, é aquele que está andando armado, que não podia estar andando armado.
02:16É o sujeito que, num ímpeto de ódio, pratica aquele crime, é o crime do boteco, enfim.
02:23Isso reflete uma situação de injustiça social que o Brasil parece que não consegue controlar.
02:29É, realmente, a gente viu, inclusive ontem, né, um caso, perdão, no sábado, ali, na região metropolitana do Rio de Janeiro,
02:37de uma roda de pagode em que um cara saca uma arma e atira e, até agora, não se sabe qual foi a motivação desse crime, né?
02:46Aparentemente, os dois não tinham uma relação e uma boa porcentagem desses crimes são apurados, são os crimes misteriosos, né?
02:53Esses que não se sabe nem sequer a motivação.
02:55Nós estamos falando aí de quase 10% de todos os homicídios que são cometidos no Brasil.
03:00Mas uma coisa chama atenção, Capês.
03:01Esse número, ele mostra que até o ano de 2023.
03:06O ano de 2023 ainda foi anterior às primeiras tentativas do Ministério Atual da Justiça
03:11de criar-se, então, uma coordenação de segurança pública, trazendo até portarias que fossem medidas que deveriam ser adotadas
03:20pelas polícias que são de gestão municipal.
03:23A gente viu que as maiores reduções no índice de homicídios foram nos estados do Distrito Federal,
03:33em Minas Gerais e também no estado de São Paulo.
03:36Isso se a gente isolar o ano ali de 2023.
03:40Ou seja, as novas medidas adotadas por esses governos, elas têm dado efeito no combate a esses crimes violentos.
03:47São medidas que os governos estaduais estão adotando e que têm funcionado.
03:51Mas o governo federal agora ainda insiste em trazer, botar um dedo ali e fazer essas coordenações.
03:58Nós temos conseguido resultado quando a polícia e a coordenação estadual andam juntas
04:04para que, então, a gente venha combater esses homicídios que acontecem no nosso país, que ainda é muito alto.
04:10Mas se a gente começar a nacionalizar as políticas, se a gente começar a tirar o poder por parte dos governadores também,
04:17talvez a gente volte para o cenário que estava antes.
04:20Olha, o Ricardo Rosso, a gente estava trabalhando no quarto tribunal do júri no começo da minha carreira,
04:25que era da Penha, pegava toda a região da zona leste da cidade de São Paulo.
04:29Chegava sexta-feira à noite.
04:31Entre o início de sexta-feira à noite e domingo de manhã,
04:34o que aparecia de homicídios, de cadáveres, corpos em terrenos baldios,
04:39normalmente em festas, drogas, esse tipo de abuso, e muitos jovens sendo mortos.
04:46São Paulo, a experiência de São Paulo vem reduzindo isso, mas já vai de uns 15 anos para cá.
04:51Esses índices vêm caindo com mudanças de costumes, orientação da população.
04:57E, curiosamente, outros índices não conseguiram, não acompanharam essa redução.
05:01O latrocínio, os furtos, os roubos, eles vão oscilando.
05:04O que fazer para tentar diminuir essa taxa para níveis de tolerabilidade?
05:10Para as Nações Unidas, tem que ser abaixo de oito homicídios a cada grupo de 100 mil habitantes.
05:16Nós estamos no nível de tolerabilidade.
05:18Mas tem Estado aqui que tem 45, 50, 60 homicídios a cada grupo de 100 mil habitantes.
05:23Isso é mais que uma guerra da Ucrânia com a Rússia.
05:25Verdade, Capês.
05:26Mas uma das coisas muito importantes na política são os símbolos.
05:30O que nós não devemos fazer é passar a mão na cabeça de vagabundo.
05:33É falar que roubar um telefone celular para tomar uma cerveja está tudo certo.
05:38Não.
05:38E é o que esse Atlas da violência trouxe agora, com os dados de 2023,
05:43fica claro que a postura dos nossos líderes, dos nossos governantes,
05:48e toda a política pública desenvolvida a partir daí, importa e impactam muito.
05:53Porque o Atlas trouxe uma pequena redução de 2% no índice de homicídios âmbito nacional.
05:59Mas aonde aconteceram, de fato, essas reduções?
06:03Nos estados do sul do Brasil, no estado de São Paulo, governado por Tarcísio de Freitas,
06:08Minas Gerais e o Distrito Federal.
06:10Aqui nós tivemos reduções significativas.
06:13E aonde nós tivemos um aumento no incremento dos homicídios?
06:17Nos estados do Norte e do Nordeste.
06:19Então nós conseguimos mostrar claramente uma diferença na cabeça do governante.
06:24Óbvio, ligado à sua linha ideológica.
06:26Não tem muito segredo nesse processo.
06:27Basta olhar quem governa os estados, ou a maioria dos estados do Norte e Nordeste,
06:31quem governa a maioria desses estados, onde o Atlas da violência traz como dado
06:35que houver uma redução no número de homicídios.
06:38Então nós precisamos, primeiro ponto, começar a mudar essa mentalidade
06:41de que o bandido é um coitadinho da sociedade.
06:43E essa mentalidade equivocada nós precisamos alterar.
06:46Porque senão, nada vai mudar.
06:48Agora, o Guilherme Línguez, apesar do gerador de carácter estar dando corretamente a informação
06:52de que São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Rio concentram 66% dos casos,
06:58isso é óbvio, porque são os estados com maior população.
07:02Os mais populosos, evidentemente, concentram aí mais ou menos isso em termos de população.
07:08O que importa é o dado estatístico.
07:11Quantos homicídios ocorrem a cada grupo de 100 mil habitantes por estado?
07:15Ao que você atribui isso, Guilherme Mendes?
07:19A queda, você está dizendo?
07:21Atribua o que?
07:22Eu não posso comentar uma queda de 2%.
07:27Eu tenho que comentar 135 mil homicídios ocorrendo em 2023.
07:33Se você acha que é motivo para comemorar, é você.
07:35Eu quero que você comente o que está acontecendo.
07:37Eu quero comentar o que está acontecendo, que é uma catástrofe, é uma tragédia.
07:42E, diferentemente do que o Krigner falou, nós podemos, talvez, pegar como exemplo
07:47o que aconteceu no nosso vizinho aqui, a Argentina.
07:49Uma das poucas coisas boas que o presidente Javier Milley fez
07:54foi derrubar os índices de homicídio nas cidades argentinas.
07:58E lá eles seguiram uma regra, 90 a 10.
08:01O que significava essa regra no governo federal, a interpretação?
08:0690% dos homicídios aconteciam em menos de 10% das cidades.
08:10Basicamente, Buenos Aires, região metropolitana, Rosário.
08:15O que o governo argentino fez?
08:17Em parceria com a administração das províncias, incrementou, por meio da ação das Forças Federais
08:23de Segurança Pública, uma vigilância muito mais organizada, concatenada,
08:29nesses centros que são os centros de maior cometimento de homicídios.
08:34Esse programa foi um sucesso estrondoso.
08:37No primeiro ano, as taxas de homicídio despencaram, porque para cada homicídio,
08:42um, dois, três homicídios que aconteciam nas periferias de Buenos Aires,
08:46ou então em Rosário, nas grandes cidades, acontece um ou dois em uma cidade interior.
08:50Faz toda a lógica.
08:52Então, se o governo centrar esforços, junto com a administração local,
08:57o governo federal, para reduzir essas taxas, o resultado vem, assim como veio na Argentina.
09:02Talvez, diferentemente do que o Kriegner falou, essa deveria ser uma estratégia do governo brasileiro.
09:09Se nós sabemos já que a grande parte dos homicídios está em zonas populacionais concentradas,
09:14como está aí na tua tela, em Rio, Bahia, São Paulo e Minas,
09:19Por que não uma atuação maior das forças federais, óbvio, em orquestração,
09:25e junto com as forças regionais de segurança, para tentar diminuir essas taxas?
09:30Porque, como o Capês bem falou, os homicídios acontecem nas periferias, em finais de semana,
09:34não é naquela cidade de pacato do interior, que você aumentar a fiscalização, o policiamento,
09:40vai trazer um resultado tão efetivo.
09:42Então, eu acho que a ideia é justamente o contrário, fazer sim com que as forças federais de segurança
09:49auxiliem as forças locais para tentar reduzir esse índice, que é, como o Capês bem falou,
09:55é um dos índices mais catastróficos da segurança pública brasileira.
09:59E aí o Rous falou, ele está hoje inspiradíssimo, que a questão ideológica impacta na queda dos crimes.
10:06O próprio Kriegner colocou, esses números são de 2023.
10:11O governador Tarcísio, longe de aqui querer desqualificar qualquer tipo de gestão,
10:15ele assume em 1º de janeiro de 2023.
10:18Então, quer dizer, o fato de ter assumido, já impactou a queda nos homicídios no estado de São Paulo,
10:25logo no primeiro dia.
10:26Por quê?
10:27Porque o ladrão falou, peraí, acho que ele pensa diferente, eu não vou mais matar ninguém.
10:31Sendo que o Capês mesmo colocou, esses homicídios acontecem por quê?
10:39Por falta de oportunidade, por violência, por fácil acesso a armas, não tem nada a ver com discurso.
10:44Meu Deus, aí...
10:45Nada a ver com discurso.
10:46Coloca Guilherme...
10:47Então vamos ouvir, ficou polêmico, então Diego Tavares vai falar,
10:52depois o Ricardo Rous tem direito à resposta, porque ele foi citado diretamente.
10:56Lembrando que, na Argentina, os índices são...
11:01O primeiro ano do governo Milley foi o menor índice de homicídios da história, dos últimos 25 anos.
11:05E veja que na Argentina é por volta de 3, 3,5, 4 homicídios a cada grupo de 100 mil habitantes.
11:11E a Argentina é um país bem mais pobre do que o Brasil.
11:14O homicídio está relacionado à exclusão, problema educacional e injustiça social.
11:19Não está necessariamente ligado à riqueza maior ou menor riqueza.
11:22Mas você cutucou, Guilherme, você chamou todo mundo para a briga.
11:25Eu sou obrigado, eu vi todo mundo.
11:27E só um complemento da Argentina, que o Capês puder falar.
11:30Por favor.
11:30A Argentina tem a polícia federal, a polícia provincial e a polícia municipal.
11:36Ela não tem quatro polícias em cada unidade federativa como nós temos no Brasil.
11:41Que nós temos a científica, a civil, a militar, você tem a guarda municipal em alguns municípios,
11:46você tem, enfim, vários outros tipos.
11:48Essa integração é mais difícil.
11:49Agora, é interessante o Guilherme defender esse tipo de integração.
11:52Porque a última vez que forças nacionais foram chamadas para intervir na segurança pública,
11:58foi a esquerda que foi contrário.
11:59E isso a gente lembra lá no Rio de Janeiro, as intervenções das forças nacionais de segurança.
12:04Exército na rua.
12:05Essa aí, talvez, é nova que o Guilherme está defendendo.
12:07Mas exército...
12:08Eu vou ver agora o Diego Tavares.
12:10Tem que falar, senhores.
12:11E já que você vai falar, vou te dar mais um dado para você completar na sua resposta ao Guilherme Mendes,
12:18que foi provocativo.
12:19A violência contra crianças e adolescentes, ela ainda preocupa.
12:26Mais de duas mil crianças, entre elas bebês e crianças de até quatro anos, foram assassinadas.
12:39Mais de seis mil e quatrocentas crianças e adolescentes foram mortas nesse mesmo período.
12:45Na maioria dos casos, as mortes ocorrem por arma de fogo.
12:50Olha aí, 34% das mortes de jovens entre 15 e 29 anos são classificadas como homicídio.
13:02Se é homicídio, não é aquela morte que o ladrão mata para roubar.
13:06Isso é chamado de latrocínio.
13:08Então, homicídio é mesmo assassinato.
13:1034% de jovens entre 15 e 29 anos.
13:13Mais de duas mil e cem crianças, entre bebês e quatro anos de idade, foram assassinadas.
13:19Além de seis mil e quatrocentas crianças e adolescentes entre cinco e quatorze anos.
13:24Olha que loucura.
13:26Meu querido, mais um dado para você, o meu querido Diego Tavares,
13:30para você falar no momento em que o Guilherme Mendes chamou você para a briga.
13:33Pois é, eu não.
13:35E o Gui aqui, ele fez uma salada.
13:38Esse dado é estarrecedor, enfim.
13:40Já seria muito tranquilo rebater aqui o que disse o Guilherme Mendes,
13:43sem esse dado, com mais essa informação, fica mais fácil ainda.
13:46Porque o Gui trouxe para cá, é o aumento da circulação de armas,
13:51são as desigualdades sociais.
13:53É claro que todas essas variáveis, elas devem ser analisadas nesse contexto.
13:58Mas nós temos, por exemplo, a maior redução nos estados do Sul e Sudeste,
14:01que é onde tem maior circulação de armas do que os estados do Nordeste.
14:05Por exemplo, em relação à desigualdade social,
14:08os governos petistas se vangloriam muito de terem reduzido muito
14:11a desigualdade social nos estados do Nordeste, como de fato fizeram.
14:15E é justamente nessas reduções onde nós temos o aumento,
14:18nessas regiões que nós temos o aumento do índice de homicídios,
14:21do índice correto, como o professor trouxe aqui,
14:23que é aquele que se analisa a cada 100 mil habitantes.
14:26Então, na verdade, esse problema está muito claro.
14:29Não precisa ser um grande estudioso, não precisa ser um mestre em segurança pública
14:32para você saber que o que acontece no Brasil
14:34é um clima de permissibilidade em relação ao crime.
14:38O que você tem aqui é um ambiente no qual o vagabundo sabe
14:42que ele pode tirar a vida de uma pessoa
14:44que dificilmente ele vai responder por esse crime.
14:46É muito mais fácil, estatisticamente, você ser morto
14:49do que você matar alguém e ser preso.
14:52Ora, isso é um cenário de guerra, um cenário absurdo,
14:54e que, infelizmente, ao longo dos anos, ocorre um processo de normalização,
15:00ocorre um processo de aceitação desse cenário,
15:02que, como nós pontuamos aqui, é um cenário semelhante ao de muitos países em guerra.
15:07O fato, Guilherme Mendes, é que o Brasil é o país da impunidade
15:11e, por ser o país da impunidade, o ambiente de permissibilidade
15:16para a realização do crime está instalado.
15:19Nós precisamos, sim, engendrar diversas medidas de segurança pública,
15:23nos valermos da inteligência, nos valermos da tecnologia
15:25para tentar combater o crime organizado e também a violência urbana.
15:29A redução tem que ser comemorada,
15:31mas o Brasil ainda tem um longo caminho pela frente
15:32para a gente sair dessa zona de guerra em que nós nos encontramos.
15:35E eu gosto sempre de deixar aqui os exemplos
15:37de onde as coisas funcionam nesse sentido, Capês.
15:40Como, por exemplo, o que fez o presidente Bukele em El Salvador
15:42ao construir uma mega penitenciária
15:44onde todos aqueles que já tinham diversas passagens por crimes,
15:48onde todos aqueles que faziam uso de simbologia de facções criminosas
15:52eram jogados para dentro dessa prisão
15:54para receber o correto tratamento do Estado.
15:56Aqui no Brasil, é o contrário.
15:57O sujeito rouba 10, 15 vezes e ele é colocado na rua
16:00até que ele decide tirar a vida de alguém.
16:02Nós precisamos mudar o ambiente, a cultura e o clima
16:04aqui no Brasil para resolver esse problema.
16:06Agora, Ricardo Rous, eu achei que o Guilherme Mendes
16:09foi até irônico em relação a você, dizendo que...
16:12Porque no governo Tarciso, despencaram os índices de homestílio,
16:17de fato, diminuíram.
16:19Eles já vinham diminuindo.
16:21Caiu.
16:21Já vinham diminuindo.
16:24Nós estamos aí no índice abaixo,
16:26bem abaixo do índice que é considerado razoável
16:30pela Organização das Nações Unidas.
16:31Estou falando de 5,9, 4,2.
16:34Isso é índice da Argentina.
16:35Graças a Deus.
16:35Então, realmente, São Paulo está mantendo e diminuindo
16:40esse índice de homicídios.
16:42Agora, eu achei que o Guilherme Mendes foi até um pouco irônico
16:45em relação a você.
16:45Quer dizer que chegou o Tarciso, todo mundo já ficou com medinho
16:48e parou de matar.
16:50O que você tem a dizer a respeito disso?
16:51Porque aqui, minha função não é unir, é desunir.
16:55É jogar ele mão contra o irmão.
16:56Capé simples.
16:57Porque o que o Guilherme deixou de lado é que ele falou,
16:59o Tarciso tomou posse no dia primeiro e no primeiro dia?
17:03Primeiro que sim.
17:04A postura do mandatante, do mandatário, no caso do Tarciso,
17:07dizendo que vai fortalecer a polícia civil, a polícia militar,
17:10que vai combater com mão rígida o crime organizado,
17:13já começa a ser diferente.
17:16Veja o caso do Buqueri lá em El Salvador.
17:18Ou seja, é a postura do mandatante.
17:20Diferente de alguém que fala,
17:21não, não, não, você pode roubar o celular aí que está tudo certo,
17:23é só uma cervejinha, coitado desse aí.
17:25Você vê que a postura é diferente.
17:26Só que os dados, mediram 2023, o ano,
17:29de 2023, que já estava inteiro sob a gestão de Tarcísio.
17:33Então, sim, reflete a postura do governador Tarcísio.
17:36Mas vale aqui um dado importante para a reflexão do Guilherme.
17:39Esclarecimentos de homicídio, de acordo com o Instituto Sou da Paz.
17:42São Paulo, 40%.
17:44Bahia, há anos governado pelo PT, 15%.
17:48E, Guilherme, agora você, nessa sua ironia,
17:53parece que você levou um contra-golpe, hein?
17:54Não, de forma alguma.
17:55Então, difícil para você responder.
17:57Contrafatos no argumento, Guilherme.
17:58Mas, veja, eu tenho que celebrar os números da segurança pública.
18:02Agora, o que foi dito aqui é que o discurso do governante,
18:05muito antes da prática, até porque a prática demanda tempo,
18:09impacta no cometimento de determinado tipo de crime.
18:12Foi isso que eu depreendi do que foi dito aqui.
18:14Então, quer dizer, bastou saber que há um governante
18:17que, em tese, é mais linha dura,
18:19os homicídios caem.
18:20Aí fica a minha pergunta.
18:22Os casos de violência contra a mulher, contrariamente, subiram.
18:25Essa lógica do discurso vale também para esse tipo de crime?
18:28Ou aí é diferente?
18:30Por quê?
18:31Se a violência contra crianças, a violência contra as mulheres,
18:34na contramão de todos os índices de criminalidade do país inteiro,
18:37aumentaram,
18:38esses governantes também têm responsabilidade sobre esse aumento?
18:41Ou eles só têm responsabilidade sobre a queda?
18:43Não tem.
18:43Então, essa parcialidade é que me assusta.
18:47Guilherme, a palavra está garantida,
18:50o Guilherme Mendes pode concluir,
18:51mas eu quero te adiantar que o Henrique Crimes já quer fazer uma parte violenta.
18:54É claro, porque...
18:55Mas está garantida a palavra a você.
18:56É claro, porque, veja, aqui nós não estamos discutindo dados,
18:59nós estamos discutindo partidarismo.
19:00Não.
19:00Esse quer partidarizar a política de segurança.
19:03Você vê, se trouxe os índices da Bahia,
19:04que são os piores do Brasil há muito tempo,
19:07no qual se fala de homicídio,
19:08se tentando colocar um determinado resultado
19:12por conta de um partido político.
19:13E aí, quando você pega a administração da segurança pública no estado de São Paulo,
19:17eu falo de São Paulo porque eu estou aqui, sou paulista, paulistano,
19:20poderia falar de qualquer outro estado,
19:21em que você tem um acréscimo
19:23no cometimento de determinados crimes,
19:25sobretudo os contra a mulher,
19:27isso é responsabilidade de quem?
19:28De Jesus Cristo?
19:30Ou então as forças de segurança,
19:31os administradores não têm responsabilidade alguma?
19:33Foi um acaso?
19:34Então é engraçado.
19:36Dois pesos e duas medidas.
19:38Quer dizer, ao contrário, um peso e duas medidas.
19:41Se você acha que o discurso é só o suficiente para diminuir determinado índice,
19:47ou não estou dizendo que ele é só ou exclusivamente,
19:50mas que ele impacta,
19:51ele impactaria também no outro resultado?
19:53Não.
19:53Eu te pergunto.
19:54Ou aí é um acaso o fato de mais mulheres
19:57tenham sido vítimas de violência,
19:58conforme mostram os dados oficiais?
20:00Não impactaria, porque são duas coisas completamente diferentes.
20:04Quem comete os homicídios não é a mesma pessoa
20:07e o mesmo tipo de criminoso
20:09daquele que comete a violência contra a mulher.
20:12Ele não é africado pelo líder.
20:13De um lado, nós estamos falando sobre crime organizado.
20:16Esses são os maiores cometedores de homicídios no Brasil.
20:20Nós temos o crime organizado,
20:22nós temos o latrocínio.
20:23Agora, a violência contra a mulher,
20:26uma boa parte você tem índices de violência doméstica,
20:29não é membro de crime organizado.
20:33E o outro, você tem também esses que são violentadores,
20:36estupradores e coisas do tipo.
20:38Não agem de forma organizada.
20:40O que o Ricardo está trazendo aqui,
20:41faz com muita precisão,
20:43é que o crime organizado,
20:45esse responsável por boa parte dos homicídios
20:47que acontecem no Brasil,
20:49esse crime organizado treme
20:50quando você tem, sim, um líder,
20:53um governante que é firme
20:55na questão do combate ao crime.
20:57Especialmente no caso aqui do governador Tarcísio,
20:59que nomeia um capitão da rota
21:01direto para ser o secretário de Segurança Pública.
21:05É, sim, um indicador que tem peso.
21:08Não vamos esquecer
21:08que quando a gente teve o anúncio
21:10das eleições de 2022,
21:12o Vitorioso gerou até festa
21:15dentro de presídios
21:16e dentro de células do crime organizado.
21:18Então, que o governante,
21:19e o posicionamento do governante impacta, sim,
21:21é claro que impacta.
21:23Agora, comparar
21:24mortes cometidas pelo crime organizado,
21:27na sua maioria,
21:28porque esse número de homicídios
21:30tem de todo tipo,
21:30mas tem muito que é crime organizado.
21:32Com violência contra a mulher,
21:34é muito injusto,
21:35porque não são os mesmos
21:37perpetradores desse crime.
21:38Só para dar um dado aqui, Guilherme,
21:40já a palavra está com você.
21:41O Estado de São Paulo, em 2024,
21:43registrou 250 casos de feminicídio,
21:46que é o homicídio contra a mulher
21:48em razão dela ser mulher.
21:50Esse número é o maior já registrado
21:52pela Secretaria da Segurança Pública.
21:54Em comparação com 2023,
21:56foram registrados 221 casos.
21:58E agora, em 2024,
22:00250 casos.
22:01Agora, o que o Henrique Klinger coloca,
22:03a palavra está com você,
22:05é que no feminicídio,
22:07a maior parte dos casos de feminicídio
22:09é violência doméstica.
22:10E violência doméstica é um caso
22:13que não chega a ser tão fácil
22:16de prevenir como crimes praticados
22:18de violência comum.
22:19E aí, talvez,
22:19não tivesse tanta responsabilidade.
22:21Mas não é assim que você vê?
22:23É claro que não,
22:24porque, veja,
22:25o cidadão que comete crime
22:27é impactado por N fatores.
22:30O Klinger falou aqui,
22:31já cravando a questão
22:32da criminalidade organizada,
22:34nós vimos aí na matéria
22:35135 mil casos
22:37cuja motivação é desconhecida.
22:39É 10%.
22:40Então, mas se é desconhecida,
22:41como é que você afirma
22:42que é do crime organizado?
22:43Não, desconto 8,5.
22:45Entendeu?
22:45Desconto 8,5.
22:46Então, a gente está falando de 90%.
22:48Eu fico...
22:48Dentre dos 90,
22:50se você chutar no mínimo 50,
22:52você está ali bastante
22:53em crime organizado.
22:54Eu não estou falando só de PCC.
22:55Olha, só para dar um dado aqui
22:56para os dois.
22:57Falando de bairro.
22:57Só para pontuar o debate,
22:59para vocês continuarem.
23:00A Secretaria de Segurança Pública
23:01de São Paulo informou
23:03que houve aumento
23:03das prisões em flagrante.
23:05A polícia combateu o feminicídio.
23:08O número foi de 125 pessoas
23:09presas em flagrante
23:11em 2024.
23:12Em 2034,
23:132,4% em relação ao ano anterior.
23:16A doutora Ivalda,
23:17que ela está encarregada,
23:18que é uma delegada de polícia
23:19muito brava, competente,
23:21está encarregada disso.
23:22Porque a prisão em flagrante
23:22significa o seguinte.
23:24No ato que estava sendo praticada
23:25a violência,
23:27a vítima conseguiu,
23:28de alguma maneira,
23:28se comunicar.
23:29Hoje, a Secretaria tem meios
23:31de receber essa comunicação.
23:32e a polícia interveio rapidamente.
23:34Isso não mostra
23:35uma maior eficiência também?
23:37Aumenta.
23:37Isso mostra uma gravidade.
23:39Aumenta o feminicídio.
23:41E mostra uma eficiência também,
23:42aumentando as prisões.
23:44Guilherme Mendes,
23:44Henrique Kringner.
23:45Guilherme, depois Henrique.
23:47É claro que aquele que comete crime,
23:49ele tem múltiplas influências
23:51na sua decisão.
23:53E o criminoso que comete
23:54o crime do feminicídio,
23:55e a gente está falando aqui
23:56do ambiente doméstico,
23:57mas não é também
23:58só o ambiente doméstico.
23:59A gente viu agora,
24:00há poucos dias,
24:01uma moça que foi morta ali
24:03na região de Itaquera,
24:05que não tinha nada
24:05de violência doméstica.
24:07Ela simplesmente foi
24:08violentada e morta
24:10por um criminoso,
24:11um doente mental,
24:12sei lá,
24:13ou qual era a classificação
24:14desse ser objeto.
24:16Agora, dizer que
24:18dentro do cometimento
24:19do crime do feminicídio,
24:21dentro de um lar,
24:21essa pessoa que comete
24:23esse crime
24:23não sofre influências
24:24de N fatores,
24:26entre eles,
24:27o discurso,
24:28é negar a realidade.
24:30Porque se o discurso
24:31influencia a decisão
24:33de não cometer,
24:35o discurso também
24:36influencia a decisão
24:37de cometer.
24:38Mas quem que está
24:38fazendo o discurso?
24:39Eu queria perguntar,
24:40qual foi o discurso?
24:41Ninguém está fazendo
24:42discurso pró-crime.
24:44Agora,
24:45a determinada avaliação
24:46de como são
24:48os papéis
24:49das mulheres,
24:50da participação
24:51da mulher,
24:52do poderio da mulher
24:53dentro da sociedade,
24:55isso mexe sim
24:56com a cabeça das pessoas,
24:57no sentido delas
24:58serem mais sujeitas
24:59a atos de violência
25:00ou protagonistas
25:01de defesa.
25:01Você faz uma explicação
25:02sociológica,
25:04agora,
25:04fez uma explicação
25:05sociológica,
25:06que eu concordo
25:07com você,
25:08em parte,
25:08você tem a certa razão.
25:09Agora,
25:10Henrique Kriegner,
25:11outro importante dado
25:12é que desde o início
25:13da gestão Tarciso,
25:15foram aumentados
25:16os plantões policiais,
25:17foram expandidos
25:18em 87%,
25:19com 69,
25:2169 novas salas
25:23de delegacia
25:23da defesa da mulher,
25:2524 horas funcionando
25:26e em 2025,
25:27mais 15 novas salas
25:28serão implantadas.
25:29Então,
25:29se por um lado
25:30aumenta a violência,
25:31o Estado também
25:32está se equipando,
25:33não para reprimir
25:34com mais eficiência.
25:36E aí,
25:37aí é mérito do governo,
25:38porque a repressão
25:40adequada
25:40é mérito do governo.
25:41Claro,
25:42com certeza.
25:42E aí a gente vê
25:43na prática
25:44aquele princípio antigo
25:46que a gente fala,
25:47vira e mexe
25:47aqui no Linha de Frente,
25:48que o que impede
25:49o crime
25:50não é a severidade
25:51da pena,
25:52mas é a certeza dela,
25:53é a certeza
25:54de que ele vai ser preso,
25:55é a certeza.
25:56Então,
25:56quando você tem,
25:56por exemplo,
25:57um governador,
25:58você tem um secretário
25:59de segurança pública,
25:59você tem todo um aparato
26:00estatal sendo reforçado,
26:02isso aumenta a percepção
26:04de que aqueles
26:05que cometem crime
26:06serão punidos por ele.
26:08Quando você tem
26:08um esquema
26:09de smart cameras
26:10inteligentes,
26:11quando você tem
26:12todo um aparato,
26:13você vai fazer
26:14com que essa pessoa
26:16que comete crime
26:17tenha uma impressão.
26:18Aquilo,
26:19o que for cometido
26:20de crime aqui
26:21vai ser pego.
26:22Agora,
26:22o erro da tese
26:23do Guilherme
26:23é que
26:24se aumenta por um lado,
26:26também vai aumentar
26:27para o outro.
26:28Não é isso.
26:28O que você poderia
26:29alegar aqui,
26:31Guilherme,
26:31é que talvez
26:32existem certos crimes
26:33que não são,
26:34ou certos criminosos,
26:35certos tipos de crime
26:36que são cometidos
26:37que não são influenciados
26:39pela postura
26:39de um governante
26:40ou a postura do líder.
26:41Mas não quer dizer
26:42que nenhum tipo
26:43de crime
26:43vai ser influenciado.
26:44Quando a gente
26:45tem crime organizado,
26:46e crime,
26:47de novo,
26:47não é crime organizado
26:48só de grandes facções,
26:49estou falando
26:50de crime organizado
26:50até de menor escala.
26:52Quando você tem
26:52esses crimes organizados
26:54diante de um líder
26:56que enfrenta
26:57o crime de frente,
26:58com certeza
26:58a incidência desse crime
27:00vai ser menos provável.
27:01Com certeza
27:02eles vão procurar
27:03outras maneiras.
27:04Aquilo que antes
27:04era resolvido,
27:05talvez um conflito
27:06entre vizinhos,
27:07era resolvido
27:08com um tiro,
27:09o cara vai pensar
27:10duas vezes,
27:11porque sabe
27:11que vai ter punição.
27:13Quando ele sabe
27:14que não vai ter punição,
27:15fica muito mais fácil.
27:16Saca a arma,
27:17atira aqui,
27:17atira ali,
27:18e funciona tudo de uma vez.
27:19Agora,
27:20quando ele sabe
27:20que o Estado
27:21está no pé dele,
27:22que o Estado
27:22está investigando,
27:23que o Estado
27:23está prendendo
27:24e punindo
27:25aqueles que são presos,
27:26é com certeza
27:27que ele vai ser menos,
27:28vai ter menor chance
27:29de incidência
27:30naquele crime.
27:30Agora,
27:31Guilherme Mendes,
27:31você fala do discurso
27:33influenciando na violência,
27:35mas um discurso
27:36também,
27:38passando pano,
27:39não influencia
27:40na violência
27:40na medida
27:41em que você
27:41se coloca
27:42contra os órgãos
27:43de repressão,
27:45contra os órgãos
27:45de controle,
27:46contra a polícia,
27:47quanto você diminui
27:49a censurabilidade
27:50das ações
27:51desses criminosos,
27:52como alguns governantes
27:53às vezes falam
27:54nessa linha
27:54mais assistencialista,
27:56a culpa é da sociedade,
27:58isso também não tem
27:59um papel
27:59que influencia
28:00na violência.
28:01É claro que influencia,
28:03eu aponto aqui
28:04a incongruência
28:04dos meus colegas,
28:05porque o Rous
28:06lá atrás
28:06quando cita,
28:07aquele presidente,
28:09está falando
28:09o presidente Lula
28:10que diz que não tem
28:10problema em roubar
28:11um celular
28:11para tomar uma cervejinha,
28:12o que ele está dizendo?
28:14Presidente,
28:15não diga isso,
28:16porque o seu discurso
28:17vai impactar
28:17a postura de pessoas,
28:19é isso que ele está dizendo,
28:20e essa lógica
28:21é verdadeira,
28:22mas ela é verdadeira
28:23para todos os crimes
28:25e para todo
28:26o posicionamento
28:26na sociedade.
28:27Então me dá uma parte,
28:28deixa eu fazer uma pergunta.
28:29A questão só é a seguinte aqui,
28:30eu gostaria de entender
28:31de vocês qual é o raciocínio,
28:33porque se você tem um líder
28:34que é mais duro
28:36contra o crime,
28:37se você tem,
28:38como o Capês colocou,
28:39o incremento
28:40nas políticas de proteção,
28:41aumento das delegacias,
28:43funcionamento em 24 horas,
28:45abertura de mais salas de apoio,
28:46por que esses crimes aumentaram?
28:49É justamente a pergunta
28:50que eu faria para você,
28:51nós temos um recado claro,
28:52Guilherme.
28:52Então quer dizer,
28:52é um acaso divino,
28:54nós temos um recado claro
28:55do governador.
28:56Porque se tudo está sendo feito
28:56no caminho certo,
28:57se o investimento está sendo feito,
28:58o discurso está alinhado,
29:00por que o crime aumentou?
29:02É isso que eu gostaria de entender.
29:03O que eu não entendo
29:04é por que você está atribuindo
29:05o aumento desse crime
29:07também à gestão,
29:08porque foi aqui
29:08que partiu esse debate.
29:09Olha,
29:10se o governador
29:10é responsável
29:11pela diminuição
29:12do número de homicídios,
29:13ele também é responsável
29:14pelo aumento
29:14do número de violência
29:15e da mulher.
29:16E não é?
29:16Claro que não.
29:17Ah não,
29:18ele só é responsável
29:19no dado positivo,
29:20no negativo não tem nada a ver.
29:20É no positivo,
29:21porque ele tem uma postura
29:22clara, incisiva
29:23contra o crime organizado,
29:25contra os principais atores
29:27do crime de homicídio.
29:28Sucesso nosso,
29:29fracasso individual.
29:30E aí eu deixo o questionamento
29:31para você,
29:31te dou a oportunidade
29:32de responder aqui.
29:33Qual é a conduta,
29:34a conduta expressa
29:36do governador do Estado
29:37que, na sua opinião,
29:38fomenta atos de violência
29:40contra a mulher?
29:41Se nós estamos provando aqui
29:42que foram abertas
29:42mais delegacias,
29:43se foram criadas
29:44novas políticas públicas
29:46contra a violência
29:47contra a mulher,
29:48qual ato concreto
29:48do governador
29:49você acha que fomenta
29:50a prática desse tipo de crime?
29:52Não,
29:52não há ato concreto
29:53do governador nenhum.
29:54Então a culpa não é dele.
29:55Então a culpa não é dele.
29:57Mas veja só,
29:57da mesma forma como
29:58no ato concreto,
29:59nenhum no combate,
30:00é um sistema de segurança.
30:02Nós estamos falando aqui
30:03agora você abre mais delegacias,
30:05cria mais políticas públicas,
30:06o que o governador tem que fazer?
30:07Ele tem que botar a farda
30:08e invadir a casa das pessoas?
30:10Ele tem que fazer
30:11exatamente isso.
30:13Exatamente isso.
30:14Mas você sabe muito bem
30:15que grande da parte
30:16do apoio político,
30:17e aí nós estamos falando
30:18de uma questão social,
30:19não coloca a mulher,
30:21nesse caso desse pensamento,
30:22como uma protagonista
30:24de absolutamente nada.
30:25Você quer falar do Bolsonaro,
30:26é isso?
30:27Não, não,
30:27eu não quero falar de nada.
30:28É a figura oculta na cabeça,
30:29talvez.
30:30Vamos lá, gente,
30:31o questão é a seguinte,
30:32essas variações de índice
30:34de criminalidade
30:34se devem a inúmeros fatores.
30:36Inúmeros fatores, claro.
30:36Eu acho que estão,
30:38alguns estão simplificando demais,
30:40é por isso ou por aquilo,
30:41não é só uma figura humana
30:42que vai influenciar,
30:44são fatores sociais,
30:46políticos,
30:47educacionais,
30:48de impunidade,
30:50de discurso,
30:50tudo entra e a gente também
30:52não pode simplificar demais
30:54o debate.
30:55Agora, uma coisa é certa,
30:56meu querido Diego Tavares,
30:57se a gente fizer um recorte racial,
31:00mais de 35 mil pessoas negras
31:03foram vítimas da violência.
31:05Isso é estatística,
31:06a estatística não opina,
31:08ela constata.
31:0935 mil e 200 homicídios
31:12de pessoas negras.
31:14Uma pessoa negra
31:15tinha 2,7 vezes mais chances
31:17de ser morta
31:18do que uma pessoa branca.
31:19mortes de mulheres
31:21tiveram alto
31:21de 2,5%
31:22e a taxa média
31:24foi de 3,5,
31:263,5
31:27a cada grupo
31:28de 100 mil habitantes.
31:30Então,
31:31o recorte racial
31:32e de gênero
31:33é expressivo
31:33na expectativa
31:35de vida da população.
31:36No geral,
31:37as mulheres morrem
31:38mais tarde
31:38do que os homens.
31:40Pessoas brancas
31:41morrem mais tarde
31:42do que pessoas negras.
31:43Meu querido Diego Tavares,
31:45aqui sim,
31:46veja bem,
31:47você acha que
31:48há um risco maior
31:49de uma pessoa
31:50ser assassinada,
31:52ela vivendo
31:53numa periferia
31:54violenta,
31:55pegando transporte público,
31:57caminhando à noite
31:58em locais perigosos,
32:00em ambientes
32:01de promiscuidade,
32:02vulnerabilidade,
32:04dominados pelo tráfico,
32:05dominados pelo crime
32:06organizado,
32:07em ambientes de violência,
32:08em que o homem
32:09chega embriagado
32:10em casa,
32:10espanca a mulher.
32:11A chance
32:13de essas pessoas
32:14serem mortas
32:14não é maior
32:15do que aqueles
32:15que vivem
32:17em lares
32:17mais protegidos
32:18com toda assistência.
32:20E nesse ponto,
32:21as pessoas negras
32:23não estão
32:23mais alinjadas
32:25desse centro maior
32:27e que assistencial?
32:29Isso pode explicar
32:30o porquê
32:31do número
32:32de pessoas negras
32:32serem vítimas
32:33de violência?
32:3435 mil pessoas negras.
32:36O que você acha?
32:37Proporcionalmente,
32:39a sua avaliação,
32:40se isso está certo
32:40tudo está errado,
32:41Ricardo Rous depois
32:42e o comentário,
32:44Ricardo Rous,
32:45o nosso querido
32:46Henrique Kringner,
32:47que o Guilherme
32:47acha que só ele
32:48que tem que falar,
32:49e aí é o Guilherme
32:50Mendes que faz
32:50o contraponto.
32:52Olha, Capês,
32:52realmente,
32:53como eu disse
32:54há alguns minutos,
32:55existe um elemento
32:56social que tem
32:57que ser considerado
32:58quando nós fazemos
32:58a avaliação
32:59da violência urbana,
33:00quando nós fazemos
33:01as avaliações
33:03para a criação
33:03de uma política pública.
33:04E aí é inegável
33:05que pessoas negras,
33:07elas estão vivendo
33:08hoje,
33:09nas localidades,
33:10nas quais o crime
33:11é mais latente,
33:12nas quais esses crimes
33:13violentos são praticados
33:15com mais frequência.
33:17Infelizmente,
33:17nós temos hoje
33:18esse recorte racial
33:19ainda é muito latente
33:21no Brasil.
33:22A solução para isso,
33:24claro,
33:24que é a diminuição
33:25das desigualdades sociais,
33:27uma maior igualdade
33:27entre pessoas brancas
33:29e pessoas pretas.
33:29Agora,
33:30nós não podemos,
33:31com base nesse elemento social,
33:33nos rendermos
33:34a narrativas baratas,
33:35como, por exemplo,
33:36aquela que nós ouvimos
33:36muito por aí,
33:37de que a polícia
33:38é racista,
33:39de que a polícia militar
33:40trata diferente
33:41uma pessoa branca,
33:42uma pessoa preta,
33:43até porque,
33:44se nós pegarmos
33:45um recorte racial
33:46da própria polícia,
33:47a grande maioria
33:48da tropa,
33:48e aí eu digo,
33:49a tropa que está
33:49no dia a dia,
33:50na vida das pessoas,
33:52enfim,
33:52o PM,
33:53o praça,
33:53essas pessoas são também
33:54de maioria preta
33:55e parda.
33:56Então,
33:56nós precisamos identificar,
33:58nós precisamos identificar
34:00o elemento concreto,
34:01que, na minha opinião,
34:02é um elemento de localidade.
34:03Nós temos as pessoas
34:04pretas e pardas
34:05vivendo mais nessas áreas
34:06onde o crime é mais latente,
34:08onde o crime organizado
34:09tem maior controle.
34:10É o que disse o Diego Tavares,
34:11as pessoas que estão
34:12em zonas de maior
34:13vulnerabilidade social
34:14têm maior propensão
34:16de se tornarem vítimas
34:17de crimes violentos.
34:19Ricardo Rouss.
34:20Exatamente,
34:20concordo plenamente
34:21com o que o Diego falou,
34:22e se a gente olhar,
34:23esses dados são
34:24de âmbito nacional,
34:24mas se nós regionalizarmos
34:26esses dados,
34:27nós vamos ter pessoas,
34:28principalmente pessoas pretas,
34:29em situação de maior
34:31vulnerabilidade,
34:32por exemplo,
34:33no estado da Bahia,
34:33onde a violência
34:34é estratosférica.
34:35Estou dando um exemplo
34:36de um recorte importante.
34:37Então, aqui a gente pegou
34:38um dado nacional,
34:40mas nós precisamos
34:40regionalizar esse dado
34:42para entender cada vez melhor.
34:43E óbvio que na Bahia,
34:44com um percentual maior
34:45de pessoas em vulnerabilidade
34:47e pessoas de cor preta,
34:48o índice vai para cima.
34:50E é isso que deve ser
34:50levado em consideração.
34:52Henrique Kriegner.
34:53A gente precisa tomar cuidado
34:55para não responsabilizar
34:56aqueles que não têm
34:57responsabilidade
34:58e não tirar a responsabilidade
34:59daqueles que têm
35:00responsabilidade, sim.
35:02Quando a gente começa
35:02a fazer esses recortes
35:03étnicos, raciais,
35:05é claro,
35:05eu concordo com tudo
35:06que está colocado aqui.
35:07O que a gente não pode
35:08é colocar a responsabilidade
35:11no colo de uma ideia
35:12ou de uma...
35:13Ah, então, por exemplo,
35:14a culpa disso é o racismo
35:16ou é o racismo estrutural.
35:18Então, qual que é o CPF
35:20desse racismo?
35:21Porque como é que a gente
35:22prende?
35:22Como é que a gente combate?
35:23É isso que a gente precisa
35:25nomear os atores de verdade
35:26para que a gente possa
35:27ir atrás disso
35:28e encontrar soluções.
35:29É fato.
35:30E o que não pode
35:31é as pessoas que vivem
35:32maior vulnerabilidade econômica
35:34também serem as maiores
35:36vítimas do crime organizado.
35:38Guilherme Mendes.
35:39Eu fiquei feliz
35:40porque os meus colegas aqui
35:41estão defendendo nada mais
35:42do que políticas afirmativas
35:44para a diminuição
35:45das igualdades.
35:46É o que eu acabei
35:46de falar de contrário agora.
35:47Porque se você
35:48parte do pressuposto
35:49que por ser mulher
35:50e por ser negro
35:51você morre mais
35:53do que ser branco
35:54e ser homem
35:54como é que você
35:55vai diminuir
35:56e equacionar
35:57essa diferença
35:58dando mais oportunidades
36:00para que as pessoas
36:01sejam tratadas
36:02de forma igual
36:02independentemente
36:04da sua cor
36:04e do seu gênero.
36:06Como é que se faz isso?
36:07Por meio de políticas afirmativas.
36:09Não tem outro caminho.
36:10Muito obrigado.