Cristian abandona a família para escalar o monte Everest e retorna para casa com câncer terminal. Mas seu retorno traz | dHNfdGtlRVVvZXpYOGc
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00:00 Eu olhava pros meus...
00:02 Pros meus colegas e eles viam
00:06 aquele branco,
00:09 aquele branco infinito.
00:12 E eu sabia
00:16 que eles não escutavam o que eu escutava.
00:18 Qual é a relevância de ter sido o primeiro brasileiro negro a escalar o Everest?
00:24 A IEC tem o orgulho de possuir um professor
00:28 que alcançou o topo do monte Everest.
00:32 Chiquinho foi convidado pra fazer parte de um grupo de dança lá em São Paulo.
00:36 E aí?
00:37 Ele disse não.
00:39 Não é bom ficar longe da família, pai.
00:41 Eu quero saber o que mudou.
00:43 Bem, o que mudou agora?
00:45 Quatro meses é muito tempo.
00:47 Amanda, da última vez que você foi estudar na casa de uma amiga,
00:51 você voltou com o Rio Roxo, lembra?
00:53 Você veio pra onde?
00:54 Eu vou pro show de rap.
00:57 Aquele silêncio profundo.
00:59 Silêncio cheio de tristeza.
01:02 Silêncio cheio de dor.
01:06 Sinto muito.
01:07 O senhor está com câncer de pulmão.
01:10 A partir de amanhã você não anda mais com esse bando de maluteiro,
01:15 de vagabundo, viciado, entendeu?
01:17 Acabou!
01:18 Você ainda não tá sozinho.
01:20 Mas é assim que você pode acabar.
01:23 Eu me pergunto como você conseguiu escalar aquela altitude
01:26 estando com câncer de pulmão.
01:28 Tem uma coisa que eu aprendi.
01:30 Como economista, é que tudo na vida tem um preço.
01:33 Só que eu não sabia que o preço era alto demais.
01:37 Você não precisa passar pelo que eu passei
01:40 pra entender o que eu tô falando, porque não adianta.
01:42 Que muçarja que é?
01:45 Você precisa ser negro.
01:47 Vivendo, morrendo, no mar.
02:02 [Som de trânsito]
02:04 [Música]