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Klara Castanho celebra retorno à TV e mudança radical para personagem: 'Se tiver que raspar, raspo'

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Transcrição
00:00Bom, foi um ano que, de fato, só faltou teatro pra eu ter abraçado todas as vertentes como atriz.
00:07Foi um ano que eu me descobri muito mais ampla como profissional.
00:12Eu comecei o ano terminando Garota do Momento, que foi uma novela que foi muito especial pra mim.
00:17Depois de sete anos fora da TV aberta, eu voltei com uma personagem tão bonita,
00:22tão complexa, com tantas camadas, tão bem acompanhada,
00:26e que me acarretou já trabalhos muito legais em seguida.
00:30Eu acabei a novela num sábado, numa quarta-feira eu já tava numa reunião de roteiro
00:35pra uma série que deve lançar ano que vem, que deve lançar não, que vai lançar ano que vem,
00:39que já era completamente diferente, que me permitiu também descobrir mais uma faceta,
00:44que foi o Quando Ela Desaparecer, que é a adaptação de um livro do Vitor Bonini, do mesmo nome,
00:49que é uma série completamente policial e de suspense, meio terror em certos aspectos,
00:58que me desafiou muito num lugar emocional.
01:01Porque depois de uma novela, que claro, tinha drama, a gente tá falando do produto mais dramático
01:07que a gente tem disponível na nossa cultura, que é a novela.
01:10Era uma entrega diferente de drama nesse processo.
01:13A série me exigiu muito fisicamente, era uma série onde eu corria muito,
01:17tem metade de um episódio que a gente brincava que se juntasse todos os takes da Sarah correndo,
01:23tinha um episódio.
01:24Ela corre muito atrás, e aí tem ida e volta.
01:27E aí um desafio da série é que a gente ia e voltava no tempo.
01:31A gente vivia em 2012 e em 2019.
01:36Então a gente ia e voltava nesse meio tempo.
01:38Depois, eu vendei, 20 dias depois, num filme, que foi o Deixe Acontecer,
01:43que eu acabei de gravar nos estúdios Globo,
01:45que pela primeira vez me deixou ruiva e que me testou nesse lugar visual diferente,
01:51que de alguma forma me envelheceu, que é uma coisa que eu busco há alguns anos também,
01:56que é aproveitar essa passabilidade de idade.
02:01Posso ir e voltar muito nas idades e nos períodos de vida desses personagens.
02:07Então foi me testar, foi um ano de me testar.
02:10Teve estreia do Salve Rosa, que é um filme que tá muito no meu coração,
02:14que eu tive a sorte de ganhar o prêmio no Festival do Rio como melhor atriz.
02:18Nosso filme ganhou como voto popular de melhor filme.
02:21Então foi um ano de muitas conquistas, foi um ano de muita felicidade.
02:25É um ano de saldo muito positivo e que já resulta em processos novos pro ano que vem.
02:32Porque dois dos projetos que eu fiz esse ano, a gente só vai ver ano que vem.
02:36Então foi um ano muito proveitoso, é um ano que eu vou levar com muito carinho no meu coração.
02:40É porque eu acho que existe uma coisa que é, a lógica é a gente ter sempre a mesma cara.
02:44Óbvio que a gente envelhece, mas o registro de público é sempre o mesmo.
02:49As pessoas lembram do meu rosto e da minha feição de criança.
02:52E eu mudei 50 centavos desde que eu comecei na televisão.
02:55O acessório que eu tenho mais prático pra fazer essa mudança e pra que o público entenda
03:01que é um novo personagem, que é uma nova história, que é uma nova realidade, é o meu cabelo.
03:07E o cabelo da novela, o cabelo da Eugênia, que era um cabelinho aqui, com a franjinha aqui,
03:13era um cabelo muito marcante, que as pessoas gostavam muito.
03:16E que me deixou muito marcada naquele meio tempo.
03:19A gente tava contando uma história dos anos 50.
03:21A gente precisava dessa característica marcante pra que a pessoa olhasse e falasse
03:25Ah, é outra época.
03:26Então, como foi uma personagem muito marcante, com um visual muito marcante,
03:30eu queria, pra um novo trabalho, mudar completamente.
03:33Então, meu primeiro pedido pra série foi colocar um mega hair,
03:37porque eu sabia que isso já, por si só, transformaria tudo.
03:41Se eu disser que não dá um medinho quando eu vou mudar, eu vou tá mentindo.
03:45Mas, eu acho que quando você entra na profissão, e você entende que você é só o veículo daquela história,
03:53você é só o meio pra qualquer que seja a história que a gente vai contar,
03:58você desapega um pouco da aparência.
04:00Porque você aprende a administrar.
04:02Por exemplo, esse cabelo é diferente de tudo, diferente de todo e qualquer registro que já houve em relação a mim.
04:09E é muito maravilhoso, porque você vê que as pessoas se chocam e enxergam uma versão sua que talvez você mesma não tenha visto.
04:16É uma dinâmica se acostumar, é adaptar guarda-roupa, é adaptar dia a dia,
04:22é ter, nesse caso, uma toalha mais escura, porque solta tinta toda vez que você lava.
04:27Mas que compensa muito na reação de público de conseguir ligar imediatamente ao trabalho que você tá fazendo.
04:33Porque é isso, pra mim, a minha aparência é um transporte pro público chegar naquela história, naquele resultado.
04:40E eu sou a pessoa mais disposta a mudar por trabalho.
04:45Se tiver que raspar a cabeça, vamos raspar a cabeça.
04:47Se tiver que cortar Joãozinho, a gente corta Joãozinho.
04:49Meu cabelo cresce muito rápido.
04:51Eu sou adepta e me adapto a qualquer coisa.
04:54O que me mandar fazer, eu vou ter cinco minutos de choque, em seguida eu tô topando.
04:58Fazer comédia é uma das coisas mais difíceis que existe.
05:01Porque você entender qual é o seu limite pra não parecer um pastelão que não faz sentido e ninguém vai rir, ninguém vai entender.
05:10Tem um timing diferenciado, um gestual, é tudo muito difícil.
05:14Eu falo, eu falo, desde sempre, que eu sei chorar.
05:17Chorar é fácil, chorar é tranquilíssimo.
05:20Emocionar é difícil, agora chorar é super fácil.
05:23Agora, fazer rir é muito complexo.
05:25Eu admiro muito quem consegue entender o timing do humor com facilidade.
05:30Eu sou uma pessoa muito irônica na minha vida.
05:33E eu tenho amigos que falam que isso gera um certo humor.
05:36Mas ele é zero proposital.
05:38Então eu não sei como acessar isso de forma prática.
05:41Quando eu tinha 12 pra 13 anos, eu fiz uma novela, que foi Morde a Sopra,
05:45que tinha um toque de comédia.
05:48Mas ali o texto ajudava.
05:50Eu tinha pessoas ao meu redor que davam esse tom e eu só embarcava.
05:55Agora, quando você é mais velho, e às vezes você encabeça esse movimento da comédia,
05:59fica tudo muito mais complexo.
06:01Porque o humor pode ser muito engraçado.
06:03O meu humor, o humor daquela fala, pode ser muito engraçado pra mim,
06:07mas pode ser zero engraçado pra você.
06:09Então você fazer isso de uma forma mais ampla, no tempo certo,
06:12gerando uma piada que a pessoa vai entender e vai achar engraçado,
06:15é muito difícil.
06:16É muito, muito, muito, muito difícil.
06:19E a gente, na grande maioria das vezes, a gente tem a bengala, digamos assim, do texto.
06:25A gente tem um apoio no texto.
06:26Agora, você lê aquele texto, você dá aquela fala no tempo certo,
06:30e a outra pessoa achar engraçado pra conseguir fazer um bate-bola,
06:34pra que vocês façam esse gol, é muito difícil.
06:37É muito difícil.
06:37Quem fala que comédia é fácil, nasceu pra fazer comédia.
06:41Porque, meu Deus do céu, é muito mais difícil do que fazer uma cena
06:45extremamente emotiva e emocionante.
06:48Não, não, não, pelo amor de Deus.
06:50O que eu quero pra minha carreira?
06:51Eu quero experimentar tudo que eu puder.
06:54Eu quero viver da mocinha mais mocinha,
06:57a vilã mais vilanesca que tiver, pra que seja vivida.
07:01Eu acho que uma grande vontade, hoje,
07:04é viver a vilã que eu vivi com nove anos de idade.
07:06Eu comecei na TV sendo uma vilã,
07:09e acho que hoje em dia eu tenho muito mais bagagem
07:11pra gerar muito mais raiva nas pessoas.
07:13Eu acho que isso precisa ser aproveitado.
07:15Eu quero viver essa grande vilã,
07:16eu quero viver grandes personagens,
07:18eu quero ser a porta-voz de histórias potentes,
07:21eu quero poder levar informação,
07:23eu quero poder experienciar coisas novas,
07:26não só sozinha, mas também com o público acompanhando.
07:30Eu sei que, hoje, a internet,
07:33o streaming, o cinema,
07:35a gente tem uma linguagem cada vez mais única
07:37em cada uma dessas vertentes de audiovisual.
07:40Então eu quero poder explorar cada uma delas.
07:42Eu quero poder chegar nos meus 70, 80 anos,
07:45falando, meu Deus, eu vivenciei um pouco de tudo.
07:48Eu tive a oportunidade de viver cada uma dessas personagens
07:51e ser porta-voz de grandes histórias.
07:53Eu acho que o ator, além da gente experienciar
07:56e experimentar como pessoa,
07:58a gente também, de novo,
08:00é porta-voz de grandes histórias
08:02e de grandes discussões.
08:03Eu quero poder olhar para trás daqui 50 anos,
08:07daqui 60 anos e falar,
08:09eu pude ser veículo,
08:11eu pude ser caminho
08:12para que tal coisa fosse discutida,
08:15para que tal assunto fosse debatido.
08:17Eu quero que o meu caminho seja feito
08:19de personagens marcantes, claro,
08:21mas de histórias marcantes,
08:23de grandes mensagens.
08:25E o objetivo aqui, agora, com 25 anos,
08:27ah, eu quero uma grande vilã.
08:33Amém.
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