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  • há 2 dias

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Transcrição
00:00Olá, boa tarde. O sargento reformado da Polícia Militar, Numeriano Luiz de Sá, de 64 anos,
00:06ocupava atualmente a função de secretário de Esportes e Lazer da cidade de Calumbi,
00:11que fica no sertão de Pernambuco. Ele é conhecido como Nô Numeriano e foi preso em flagrante
00:17e autuado por tentativa de feminicídio contra a esposa. A prisão foi num apartamento da família,
00:23neste edifício, que fica aqui na Rua da Aurora, em Santo Amaro. Testemunhas contaram que ele
00:28espancou a vítima com um bastão de madeira. A mulher, que tem 45 anos, faz tratamento contra um
00:35câncer a três. Ela contou que o marido iria levá-la numa consulta oncológica, quando de repente foi
00:41surpreendida pelas agressões dele. A mulher foi socorrida por vizinhos que ouviram os gritos de
00:47socorro. Um deles, inclusive, entrou no apartamento e conseguiu retirá-la bastante ferida. A gente vai
00:54acompanhar agora a entrevista que eu fiz com esse vizinho que salvou a mulher.
00:59Como os gritos eram muito altos, acho que fomos a vizinhança inteira para a sacada do prédio,
01:06para tentar identificar de onde vinha. Quando eu olho para o prédio ao lado, aí eu pergunto,
01:10é aí ou aqui? Aí uma vizinha aponta para baixo, né? E aí eu saio pelas escadas tentando ouvir de
01:17onde vinha, de onde vinham os gritos de socorro e vinha do apartamento abaixo. E aí eu vi a porta
01:23entreaberta, né? Ouvi os gritos e já entrei gritando, né? O que é que tá acontecendo e tal? E aí me deparei
01:30com a cena dos dois no chão, ela sangrando muito, provavelmente ele melado do sangue dela e os dois
01:37no chão. E aí foi quando eu entrei, ela estendeu a mão e pediu o socorro, né? Eu tirei ela de lá,
01:45pelas escadas, né? Para não esperar o elevador, porque apesar de eu não ter visto arma, mas a vítima
01:55disse que ele estava armado por ser policial e tal. Então fui pela escada e levei ela para o outro bloco,
02:02para a casa de um bombeiro, de um vizinho. Mas aí é importante dizer que nesse momento o prédio inteiro
02:07se mobilizou, né? Muitas mulheres desceram, fizeram, inclusive ficaram entretendo ele aqui, né? Para que ele,
02:13enfim, dizendo que ela tinha sido levada para atendimento, foi mais ou menos isso.
02:19Na hora em que você retira ela do apartamento, ele tentou impedir de alguma forma?
02:23Não, não tentou. Pedi para que ele ficasse no local, ele também aparentava estar muito cansado
02:28e aí fomos, enfim, fui descendo com ela.
02:33Esse bastão de madeira que teria sido usado para bater nela, para as agressões,
02:37vocês viram por aqui, foi apreendido?
02:40Então, o subtenente, que eu não me recordo o nome, ele desceu com esse bastão.
02:45Eu não vi no apartamento, como falei, mas vi quando o subtenente desceu com ele.
02:52E ela chegou a contar alguma coisa de como começaram essas agressões?
02:55Se houve uma briga antes disso?
02:57Não, ela disse que inclusive nunca tinha tido uma briga física, né?
03:01E que no momento também não houve nenhuma discussão que explicasse algum tipo de agressão.
03:08A vítima foi agredida na cabeça, sofreu fratura no nariz e teve dentes quebrados.
03:14Ela foi levada daqui pelo SAMU.
03:15O bastão de madeira foi apreendido.
03:18A arma do policial militar reformado também foi encontrada no apartamento.
03:22Por nota, a Polícia Civil disse que a investigação do caso será feita pela Delegacia da Mulher do Recife.
03:28Eu vou chamar agora novamente a entrevista do Márcio, o vizinho que salvou a vítima.
03:33Porque ele tem uma denúncia séria sobre a dificuldade que ele encontrou para assistir essa mulher ontem vítima de violência.
03:41Vamos acompanhar esse trecho também da entrevista dele.
03:44Muita gente diz que é preciso meter a colher, mas aí eu estou até escrevendo sobre isso já agora.
03:51Eu meti a colher, mas o Estado não estava preparado para isso.
03:53Porque o SAMU demorou mais de uma hora com essa vítima aqui.
03:58Porque eu cheguei com...
04:00Na época ela estava em choque, ela foi agarrada no meu braço até o hospital.
04:04E não tinha familiar ainda.
04:06Os familiares chegaram lá.
04:09E eu cheguei no hospital com ela, era cerca de 11 horas.
04:13Cerca de duas horas eu cheguei no plantão da mulher, na Delegacia do Varadoura.
04:17Eu cheguei em casa às três horas da manhã, sendo jogado de lá para a Saiplanque, da Saiplanque para a DHPP.
04:26E só no DHPP a gente conseguiu realmente encaminhar o caso.
04:29Mas a todo momento sentei ao lado do suspeito.
04:35E isso é o que acontece também com as vítimas.
04:37Isso é um absurdo.
04:38Essa política precisa ser revista.
04:40Se é prioridade realmente do Estado, o Estado precisa oferecer segurança e estrutura para atender essa população.
04:47Quando eu cheguei na Delegacia da Mulher, que é um especializado, só tinha dois computadores.
04:51Tinha um delegado que estava quebrando o galho e que foi embora.
04:55O delegado que chegaria não chegou.
04:56Ficou sem delegado.
04:58Uma especializada da mulher numa cidade como Recife.
05:01É um completo absurdo.

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