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  • há 7 horas

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Transcrição
00:00Ele dava sinais como todo autista dá, pede socorro dentro do seu mundo.
00:05E aí as pessoas sempre interpretam como frescura, como birra, como criança mal educada.
00:12Eu sou mãe atípica, eu sei. É sempre assim, que a criança é mal educada.
00:16Ele sempre deu sinais. Foram 16 passagens que ele teve.
00:20E dessas 16 passagens que ele teve, foram 16 tentativas de tratamento que ele nunca teve.
00:25Ontem, ontem, ele estava com a avó dele, que é graça, e compramos biscoito para ele, refrigerante, que ele queria, que ele preferia.
00:32E ele estava super calmo. Falou só assim, avó, deixa o portão aberto que já já vou dar uma volta. E foi para a bica.
00:38A realidade da família é que já temos um histórico de problemas psicológicos desde a época de tio Lúcio,
00:45que é o primeiro que aparentou, passou 25 anos internado.
00:49Então o histórico da família já é bem aguçado, bem avançado.
00:52Então qualquer pessoa que acompanhasse ele iria entender, porque existem todos os trâmites para poder chegar naquela pessoa que é doente.
01:01Então por aí ele já teria que ter o tratamento, ele nunca teve.
01:04O único apoio que ele teve, a família, como todos dizem, abandonou, não abandonou.
01:09Só que uma pessoa neurodivergente, já grande, 16 passagens, nunca teve tratamento.
01:16O apoio que teve foi o assistente social e o diretor do presídio, vale ressaltar.
01:19Foram as únicas duas pessoas nessa passagem dele que ele pôde conversar, abraçar e se sentir amado.
01:26Então a gente não podia fazer muita coisa.
01:28Quem poderia fazer era o poder público.
01:30Nós não, não podíamos.
01:31Como família a gente fez o que pôde.
01:34Mas segurar uma pessoa assim dentro de casa o tempo todo,
01:36todo mundo que tem uma pessoa neurodivergente dentro de casa sabe como é.
01:40Tanto o presídio como o assistente social, todos avisaram que ele precisava de tratamento,
01:47ele teve julgamento, o juiz mandou internar.
01:50Só que o poder público nunca fez, nunca cumpriu.
01:53É tanto que das vezes que ele foi preso, a maioria era por jogar uma pedra na viatura,
01:57porque ele queria se sentir seguro.
01:59Muitas das vezes ele falava, se eu estiver preso, as pessoas na rua não dão em mim.
02:04Porque eu peguei tal coisa em troca do almoço e fulano deu em mim.
02:07Ele sempre tinha medo das pessoas darem nele, sempre.
02:11Tiraram ele como uma pessoa super, como é que pode-se dizer, agressiva.
02:19E ele não era uma pessoa marginal, ele não era marginal.
02:24Ele era um menino neurodivergente que tinha mentalidade de 4 anos.
02:28Ah, mas ele roubava, ele roubava sim.
02:30Alguém mandava, sempre ele roubar, ele trocava por comida.
02:33Ele nunca roubou para vender um celular.
02:35Ele nunca teve um dinheiro daquele roubo.
02:37E toda a família sabia.
02:39Muitas das vezes ele estava roubando pequenos furtos para trocar por um biscoito, por um pirulito.
02:44Então eu acho que ninguém, em sã consciência, iria assaltar ninguém para trocar por um bom mojo mais na frente.
02:50E aí
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