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INTIMIDADE FATAL - SOZINHA

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TV
Transcrição
00:00Estamos no cinema.
00:04Eu nunca me imaginei nas telonas.
00:16Ela era uma viajante, sempre disposta a uma aventura.
00:22Eles estavam construindo um outro começo, uma vida nova.
00:25E eu fiquei feliz por eles.
00:27Mas a casa, um dia feliz, se torna a casa dos horrores.
00:33Havia sangue para todo lado, nas paredes, no chão.
00:40Quem tinha um motivo? Quem tinha uma razão?
00:42Obviamente alguém com muita raiva, com muita maldade.
00:47Entrei em pânico, porque eles me consideravam suspeito de homicídio.
00:52É impossível não sofrer com o que aquela mulher passou.
00:55Eu perguntei o motivo. Ele disse que foi o diabo dentro dele.
01:05Isso, muito bom.
01:07Apaga as velas.
01:08Parabéns, Chris.
01:09Feliz dia das bruxas.
01:10Feliz Natal.
01:11Tchauzinho.
01:12A energia dela era muito boa.
01:38Tinha um sorriso largo.
01:39Além de ser uma pessoa muito divertida e gentil.
01:44Ela era muito curiosa sobre tudo.
01:47Estava sempre andando por aí e se divertindo.
01:49Ela era muito chique.
01:51Uma pessoa muito na dela.
01:52Ela tinha classe.
01:56Ela era uma pessoa muito pé no chão.
01:59Era da paz e muito zen, eu diria.
02:02E passava a sensação de bastante segurança.
02:05Ela era muito tímida no convívio e muito calada.
02:12Mas tinha um bom senso de humor.
02:14Meio infantil, às vezes, o senso de humor dela.
02:19Provavelmente reproduzindo a forma como foi criada na Suécia e também como aprendeu inglês e tudo.
02:27Era uma companhia muito agradável.
02:32Nascida na antiga Iugoslávia, Marioara foi criada na Suécia.
02:36Por ter nascido na Suécia, às vezes ela ficava sozinha.
02:42E tinha alguns amigos, não muitos.
02:45Era uma pessoa reservada.
02:47Gostava de fazer coisas sozinha.
02:48Ela era uma viajante.
02:50Ela adorava ver o mundo.
02:52Sempre disposta a uma aventura.
02:55E ela se tornou comissária de bordo no Oriente Médio.
02:58E acabou ficando baseada no Bahrein.
03:03No Bahrein, Marioara conhece um piloto da Marinha Americana chamado Mike Shand.
03:08Estávamos baseados no QG da Marinha no Bahrein, na época.
03:13Ele se apaixonou instantaneamente por ela.
03:15E eu vi por que ela era corajosa, era alegre, gentil e linda.
03:22Ele viu tudo isso e pensou, nossa, onde que ela estava esse tempo todo?
03:27Os dois se casam em 1992, após um rápido namoro.
03:32Depois que Mike e Marioara se casaram,
03:34Mike foi transferido da equipe do Bahrein de volta para a frota da esquadra em Hanford, na Califórnia.
03:40Mas logo após se mudarem para os Estados Unidos, uma sombra se abate sobre os recém-casados.
03:46Mike começou a sentir dores de cabeças severas, que eram causadas por um fungo cerebral que ele contraiu no Bahrein.
03:54Só havia mais dois casos registrados nos Estados Unidos.
03:59Eles fizeram uma cirurgia invasiva e retiraram o fungo.
04:02Mas como resultado disso, Mike ficou sujeito a convulsões.
04:07Foi uma recuperação muito lenta.
04:10O fato deles terem passado por aquilo juntos, acho que selou o laço matrimonial deles dois.
04:17O casal sobrevive a um imenso obstáculo, mas poucos anos depois ocorre outra tragédia.
04:22Era em torno de sete e meia da noite, eu recebi uma ligação do nosso agente do plantão que estava aos prantos.
04:31A patrulha rodoviária da Califórnia disse que houve um acidente fatal envolvendo Mike e que ele morreu.
04:39O outro veículo era um caminhão.
04:42Mike estava num carro esportivo pequeno.
04:44O motorista cruzou o canteiro central e havia suspeita de consumo de álcool.
04:49O chefe, amigo do marido, vai dar a notícia a Marioara.
04:57Jamais vou esquecer a expressão dela olhando...
05:05pela porta, porque ela sabia que havia algo de errado.
05:10O marido dela não estava em casa e...
05:13aquela com certeza foi...
05:16a coisa mais difícil que eu tive que fazer na marinha.
05:24Então, nós demos a notícia e ela desmoronou completamente.
05:30O mundo de Marioara jamais seria o mesmo.
05:39Ela não parecia mais tão pé no chão, tão em paz como antes.
05:43E ela parecia sentir muita raiva, o que é bem compreensível.
05:48Ela sentia raiva da vida.
05:50Por que aquele homem que ela esperou tanto...
05:53e com quem passou tanta coisa junto...
05:55morreu tão rápido e de forma negligente?
05:58Por fim, a raiva vai passando...
06:05e Marioara encontra conforto e consolo no amigo do falecido marido...
06:09Michael Edmonds.
06:11Ela sabia dos tempos que nós convivemos na Califórnia...
06:14que podia confiar em mim.
06:16Acho que gostávamos da companhia um do outro.
06:19Tínhamos interesses semelhantes em muitas formas diferentes...
06:23e uma coisa leva a outra.
06:25Sabe, nos dávamos bem.
06:28No verão de 2002, o casal se muda para Taos, no Novo México.
06:34Taos é uma cidade pequena no norte do Novo México...
06:37nas Montanhas Sangue de Cristo.
06:43Era completamente distante das coisas que atormentavam ela.
06:48E como eu estava saindo da marinha...
06:52nós dois decidimos mudar para Taos.
06:55Certamente é uma cidade pequena e...
07:01parece ainda menor por ser abrigada por essas montanhas.
07:05Eu adoro olhar as montanhas ao anoitecer.
07:09Toda noite é um visual diferente das montanhas...
07:13e eu...
07:14adoro isso, a paz.
07:17Sem desconsiderar a memória de Mike Shand...
07:20porque acho que isso não saía da cabeça deles...
07:22mas eles tinham uma nova vida juntos agora...
07:26e na tragédia, às vezes, pode nascer alguma coisa boa.
07:30Nós dois vivíamos meio bobos de felicidade...
07:36com a previsão de mudar para a nossa casa...
07:39que não víamos desde as primeiras fases da construção.
07:43Eles gostavam muito de fazer coisas na casa...
07:47decorar e trabalhar no quintal...
07:49fazer um jardim...
07:51e também fazer coisas pela cidade...
07:53ir conhecendo a cidade aos poucos.
07:55Nós duas éramos apaixonadas por jardinagem...
08:02por isso nós íamos a uma estufa na cidade...
08:05para conversar sobre flores...
08:07todas as coisas que ela adorava.
08:09Ela cultivava um jardim muito bonito na Califórnia...
08:13e estávamos começando a fazer isso no nosso quintal...
08:18aqui em Taos.
08:20A vida errática de Marioara e seu espírito livre...
08:25sempre a levaram a ser aberta a novas coisas...
08:28e às vezes a riscos desnecessários.
08:31Eu lembro de uma vez que Marioara voltou para casa...
08:34e disse ter dado carona para um rapaz em Taos...
08:37e eu expliquei a ela que isso poderia ser muito perigoso...
08:41e para ela não fazer mais isso no futuro.
08:44Pode parecer que Marioara e Michael...
08:47construíram a vida perfeita juntos...
08:49mas esse casal tem seus problemas.
08:51Ela nunca conseguiu superar completamente...
08:55a violência e a forma abrupta da morte do marido...
09:00e às vezes Marioara ficava irritada...
09:04com coisas que eu não entendia.
09:07Em julho de 2002...
09:09poucos meses depois de ir morar com Michael...
09:12Marioara decide sair de casa.
09:14Eu diria que eles acharam que estavam seguindo rumos diferentes...
09:19caminhos diferentes na vida...
09:21e por isso ela quis ter um apartamento dela.
09:25Marioara aluga um apartamento pequeno na praça da igreja...
09:28do outro lado da cidade em uma área chamada Ranchos de Taos.
09:32Eu sabia que Taos não era seguro...
09:37e quando me mudei para cá...
09:38os antigos me disseram...
09:41tome cuidado...
09:42não vá a...
09:44ranchos de Taos...
09:45não fale com algumas pessoas de lá...
09:49não deixe que venham a sua casa...
09:51não deixe mesmo...
09:53tome cuidado.
09:54Era um apartamento muito pequeno...
09:56um quarto nos fundos...
09:58com um banheiro ao lado...
10:01e a cozinha e a sala de estar ficavam no mesmo ambiente.
10:05De novo sozinha...
10:06Marioara é confortada por vizinhos simpáticos...
10:09incluindo o locador Eduard Duran.
10:12O senhor Duran tinha um neto...
10:14chamado Nathaniel...
10:15e ele ajudou com a mudança dos móveis...
10:17mais pesados do quarto.
10:19Marioara também arruma um emprego de meio período...
10:22num hotel próximo.
10:24Mas quando ela começa a colocar a vida nos eixos...
10:27depois da tragédia...
10:28algo pior ainda está para acontecer.
10:33Em 9 de julho de 2002...
10:35às 6 da tarde...
10:36a polícia recebe uma ligação...
10:38de um vizinho de Marioara Shand.
10:41Um certo dia...
10:42uma ligação para a emergência...
10:44chegou à central de Taos...
10:46e diziam que tinha uma mulher...
10:49num condomínio...
10:50e que o carro dela não saía de lá.
10:52O vizinho estava acostumado...
10:54a ver o carro dela sair...
10:55porque ela tinha um emprego...
10:57na cidade...
10:58fazendo faxina em um dos hotéis.
11:02Eles ficaram preocupados...
11:03e pediram uma checagem de bem-estar.
11:04Os policiais chegaram no local...
11:12para realizar a checagem...
11:14e eles viram sangue...
11:15na parte externa do apartamento.
11:20Os investigadores...
11:21começam a documentar a cena...
11:23chocante dentro do apartamento.
11:25Tinha uma quantidade grande...
11:29de sangue no chão...
11:30tinha sangue nas paredes...
11:33era...
11:33uma cena de crime...
11:34muito brutal.
11:36Entramos no que seria...
11:38a área da cozinha...
11:41e imediatamente...
11:42vimos o corpo...
11:43da senhora Shand.
11:44Ela usava...
11:50uma blusa leve...
11:51e um hobby branco...
11:53e...
11:53ela tinha...
11:54algumas facadas no abdômen...
11:56e ferimentos no pescoço.
12:00O braço esquerdo...
12:01cobria parcialmente...
12:02seu rosto.
12:04E além disso...
12:06nós vimos...
12:06alguns ferimentos defensivos...
12:09nas mãos dela...
12:10do que...
12:11parecia ser uma lâmina...
12:13um instrumento afiado.
12:16O que passou...
12:16pela minha cabeça...
12:17imediatamente...
12:18foi o horror.
12:20Toda a maldade...
12:22dos últimos momentos dela...
12:24nesse mundo...
12:25sabe...
12:25isso...
12:26não é uma sensação...
12:27nada boa.
12:30Mas investigadores...
12:32sabem que...
12:33ocultas no horror...
12:33das imagens da cena do crime...
12:35há pistas que vão ajudá-los...
12:37a pegar o assassino.
12:39Me indicaram que...
12:40no batente da porta...
12:41havia alguns respingos de sangue...
12:43baseado na altura dela...
12:45e na altura dos respingos...
12:46era provável...
12:47que ela tivesse sido atacada...
12:48no rosto...
12:49pelo menos três vezes...
12:51na entrada da porta.
12:52Essa mulher...
12:53sem dúvida...
12:54lutou pela vida.
12:55Tinha indicadores...
12:57aparentes...
12:58de que...
12:58ela tentou evitar...
12:59que alguém conseguisse...
13:00entrar no quarto dela.
13:03Na entrada do quarto...
13:05dava para ver...
13:06marcas...
13:07dos pés dela...
13:08escorregando no sangue...
13:09de quando ela tentava...
13:10segurar...
13:11a porta fechada.
13:12Mas fica óbvio...
13:14para os investigadores...
13:15que o assassino...
13:15foi mais forte.
13:18Ele então...
13:18entrou no quarto...
13:19e a atacou violentamente...
13:21com um instrumento...
13:22afiado...
13:24cortando e esfaqueando...
13:25ela inúmeras vezes...
13:27causando vários...
13:28respingos...
13:30pelo quarto.
13:30na direção da janela...
13:33dos fundos do quarto...
13:35tinha...
13:36o que pareciam ser...
13:38jatos de sangue arterial.
13:41Ali ficou claro...
13:42para mim...
13:43que...
13:43como o pescoço dela...
13:44tinha um corte...
13:45do lado esquerdo...
13:47assim que...
13:48o suspeito...
13:48conseguiu entrar no quarto...
13:50ela correu...
13:51para outra única saída...
13:52que era aquela janela.
13:54E a posição do corpo...
13:56sugere o motivo do assassino.
13:58As pernas dela...
14:00estavam afastadas...
14:02é...
14:03indicando...
14:05que ela sofreu estupro também.
14:08Olha...
14:08eu acho que...
14:09ninguém conseguiu sair...
14:10daquela cena do crime...
14:11sem se afetar...
14:12pelo que viu.
14:14É impossível...
14:15não sofrer...
14:15com o que aquela mulher passou.
14:20Os investigadores...
14:22precisam descobrir...
14:23quem cometeria...
14:24um crime tão horrível...
14:26e por quê.
14:26Enquanto a gente analisava...
14:29a cena do crime...
14:30ficou claro...
14:31que aquilo não foi um roubo...
14:33nada de valor...
14:33foi levado da casa.
14:34O alvo desse crime...
14:36sem a menor dúvida...
14:37foi Mariu Arachand.
14:42Trabalhando de forma...
14:43incansável na cena...
14:45peritos encontram...
14:46uma pista valiosa.
14:48Entre as coisas...
14:48que nós descobrimos...
14:50tinha algumas...
14:51pegadas...
14:52na direção...
14:53e em torno...
14:53da entrada do quarto.
14:55E elas eram...
14:55muito importantes...
14:56na investigação...
14:58para descobrir...
14:59o tamanho do pé...
15:00do assassino.
15:01E também...
15:02podíamos identificar...
15:03o desenho do solado...
15:05e comparar...
15:06com calçados do assassino.
15:08E quando o legista...
15:09chega para remover o corpo...
15:10eles descobrem outra pista.
15:15Embaixo da cabeça...
15:16da Mariu Arachand...
15:17tinha um relógio masculino.
15:18E...
15:22aquele relógio...
15:24era uma prova...
15:24bastante importante.
15:27Aquele relógio...
15:28era do agressor...
15:30ou era o relógio...
15:31que já estava ali?
15:33Será que era...
15:34de algum amigo...
15:36ou conhecido dela?
15:37Muito provável...
15:38o relógio ter caído...
15:39durante o embate.
15:41Mas há uma pista...
15:43importante...
15:43que eles não encontram...
15:44no local.
15:45nenhuma arma...
15:48foi encontrada no local...
15:49só o relógio.
15:51O relógio...
15:52assim como a ausência...
15:53de arrombamento...
15:53e as marcas das pegadas...
15:55dão aos investigadores...
15:56pistas boas.
15:58Eles se espalham...
15:59para ver se os vizinhos...
16:00de Mariu Arachand...
16:01viram ou ouviram...
16:02alguma coisa...
16:03que levasse a polícia...
16:04a algum suspeito.
16:05Às vezes...
16:06coisas que parecem...
16:08pequenas ou sem importância...
16:09para um vizinho...
16:10são cruciais...
16:11para a investigação.
16:12Era de suma importância...
16:13enviar agentes à rua...
16:14para conduzir os interrogatórios.
16:20Um dos primeiros interrogados...
16:22é o neto do locador...
16:24Nathaniel...
16:25de 17 anos...
16:26que mora ao lado.
16:27Eles perguntaram...
16:28se ele conhecia...
16:29Mariu Arachand...
16:30se sabia o que tinha acontecido.
16:31Ele afirmou...
16:32que não sabia de nada...
16:34e que só tinha estado...
16:35com a Mariu Arachand...
16:36uma única vez...
16:37e que ele só entrou...
16:39no apartamento dela...
16:40uma vez...
16:41antes de se mudar...
16:42para ajudar o avô...
16:43a colocar eletrodomésticos...
16:45no apartamento.
16:47Mas ele dá...
16:48aos investigadores...
16:49uma informação interessante.
16:52Ele diz...
16:53que a polícia...
16:53deveria interrogar...
16:54um amigo dele...
16:55chamado Mitchell Rhodes.
16:57Rhodes tem 19 anos...
16:59e mora a um quilômetro...
17:00da casa de Mariu Arachand...
17:01já foi preso antes...
17:04mas por nada grave.
17:06O Nathaniel...
17:08afirmou...
17:09que...
17:09o Mitchell...
17:10vinha agindo...
17:10de uma forma bem estranha...
17:11e suspeita.
17:14Nathaniel disse...
17:15olha...
17:16talvez ele...
17:18saiba de alguma coisa.
17:20Na esperança...
17:21de ligar Mitchell...
17:22às provas da cena do crime...
17:23investigadores falam com ele...
17:25e gravam o interrogatório.
17:27Eles perguntam a Mitchell...
17:29onde ele estava...
17:30na noite do homicídio.
17:31Tá legal...
17:32mais cedo você falou...
17:34que o viu numa festa...
17:35que noite foi essa?
17:36Foi na sexta-feira...
17:37ou foi no sábado?
17:38Foi na noite de sábado...
17:40eu acho...
17:40é...
17:41acho que foi sábado...
17:42ou será que foi sexta?
17:44Na verdade...
17:44eu não lembro...
17:46é...
17:46eu não lembro.
17:48O relato que ele deu...
17:49sobre o paradeiro dele...
17:51foi no mínimo duvidoso.
17:52É...
17:53eu não sou muito bom com datas.
17:55Entendi.
17:56Ele dava datas...
17:57e depois mudava...
17:59informava lugares...
18:00que não eram consistentes...
18:02e...
18:03dizia que ele não se lembrava...
18:05direito das datas...
18:06nem dos horários...
18:07especificamente.
18:09Mas é o motivo...
18:10que ele dá para não lembrar...
18:11de datas e horários...
18:12que chama a atenção...
18:13dos investigadores.
18:14quando a gente começou a questionar...
18:18ou tentar obter mais detalhes...
18:19sobre datas e horários...
18:20dos paradeiros dele...
18:21ele disse que...
18:23o relógio dele quebrou.
18:26Eu estou vendo que você tem um relógio?
18:27Aham.
18:28Está bem largo em você, né?
18:29Aham.
18:30É assim que vocês usam o relógio...
18:31hoje em dia?
18:32Foi a minha avó que me deu...
18:34na semana passada.
18:35Aquilo é claro...
18:36que fez a gente suspeitar...
18:38que talvez ele fosse...
18:39ou o dono do relógio...
18:41encontrado embaixo...
18:42do corpo da Mariwara.
18:43De um modo geral...
18:45no decorrer do depoimento...
18:46ele foi se tornando...
18:48um suspeito...
18:48do homicídio...
18:49da Mariwara Shand.
18:52Mitchell aceita...
18:54fornecer uma amostra de DNA...
18:56mas antes de ela ser enviada...
18:57ao laboratório em Albuquerque...
18:59chega outra ligação...
19:00para a polícia.
19:03Nós recebemos outra ligação...
19:05de outro homicídio...
19:06de uma jovem.
19:08Um homicídio brutal...
19:09semelhante ao de Mariwara Shand.
19:12A vítima era uma mulher...
19:14garganta cortada...
19:15muitas facadas.
19:16Os dois crimes...
19:17são assustadoramente parecidos?
19:19Os dois...
19:20de mulheres solteiras...
19:21que moravam sozinhas...
19:23os ferimentos...
19:24também...
19:25eram muito consistentes...
19:26assim como o estupro...
19:27que sofreram.
19:29Então ali...
19:30parte do...
19:31debate...
19:32era se tínhamos um assassino...
19:34e...
19:35estuprador em série.
19:36As coisas que já vinham tumultuadas...
19:39ficaram ainda mais complicadas.
19:42A vítima...
19:45é a mãe de 22 anos...
19:47Lien Martínez.
19:50Foi muito semelhante...
19:52e nós achamos na época...
19:53que foi a mesma pessoa...
19:56porque era o que as circunstâncias...
19:57mostravam.
20:00Até então...
20:00a polícia conseguiu manter...
20:02a notícia do assassinato...
20:03de Mariwara escondida do público.
20:05Sempre que a gente libera...
20:07para a imprensa...
20:08a gente recebe...
20:09muitas informações...
20:10que são pistas falsas...
20:11e afastam a gente...
20:12da investigação.
20:13Então as autoridades policiais...
20:15se viram num dilema...
20:17liberamos para a imprensa...
20:19que possivelmente...
20:20há um assassino...
20:21ou...
20:22estuprador em série...
20:24e arriscamos...
20:25causar algum tipo de pânico...
20:27por outro lado...
20:28você tem que avisar a população...
20:29para ter muito cuidado...
20:31cuidado extra.
20:32Eles decidem...
20:34que avisar a população...
20:35é mais importante...
20:36que outras considerações.
20:38Nervos à flor da pele...
20:40e...
20:41todos em alerta máximo.
20:44Então a polícia...
20:45recebe outra pista...
20:46que muda a direção...
20:47da investigação...
20:48de Mariwara Shand.
20:51Alguns colegas de trabalho...
20:52falaram que ela vinha discutindo...
20:54com o namorado...
20:55Michael Edmonds...
20:57e que...
20:57eles não estavam bem.
21:00O namorado e ela...
21:01tiveram algum tipo de briga...
21:04a ponto dela sair de casa...
21:05e foi assim...
21:06que ela acabou...
21:07nesse apartamento?
21:09Quem tem um motivo?
21:10Quem tem uma razão?
21:11Obviamente...
21:12alguém que...
21:13cometeu o ato...
21:15com muita raiva...
21:17com muita maldade.
21:19Dada a violência do crime...
21:21a brutalidade...
21:22a gente imaginou...
21:23que fosse um crime passional...
21:25e isso faria de Michael Edmonds...
21:27uma pessoa a ser investigada.
21:29Com certeza...
21:30a gente ia interrogar ele.
21:31Estamos no cinema.
21:33Nunca imaginamos...
21:34astros do cinema.
21:35Eu nunca me imaginei...
21:36nas telonas.
21:43Após obter um mandado...
21:44de busca para a casa dele...
21:45a polícia vai atrás...
21:47de Michael Edmonds.
21:49O delegado me perguntou...
21:50se eu conhecia...
21:51Mariwara Shand...
21:52e eu disse...
21:52claro...
21:53é minha melhor amiga...
21:54e ele disse...
21:56bom...
21:56ela foi assassinada.
21:57A polícia ficou de olho...
22:01em Edmonds...
22:02durante a busca...
22:03na casa dele.
22:05Eu tinha que ir acompanhado...
22:06se quisesse ir ao banheiro.
22:08Me mandaram sentar na sala...
22:10enquanto outros agentes...
22:11vasculhavam a casa.
22:13O que os investigadores...
22:14queriam ver mesmo...
22:15é se conseguiam identificar...
22:16ou relacionar...
22:17alguma das provas...
22:18da cena do crime...
22:19com alguma coisa...
22:20que pudesse encontrar...
22:21na casa do Sr. Edmonds.
22:23talvez um recibo...
22:24dizendo o tipo de relógio...
22:25que ele comprou...
22:27uma caixa...
22:27relógios costumam vir...
22:29numa caixa própria...
22:30fotografias...
22:31havia fotos dele com ela...
22:34fotografias dele...
22:35com o relógio no pulso...
22:37que tipo de calçados usava...
22:38ele usava calçados esportivos...
22:40caso usasse...
22:41teriam o desenho...
22:42da sola compatível.
22:45Policiais retiram...
22:46várias caixas...
22:47da casa de Edmonds...
22:48mas ainda não terminaram.
22:50O delegado...
22:52e um dos outros policiais...
22:54queriam saber...
22:54se podiam fazer...
22:55umas perguntas...
22:56depois de terminar a busca.
22:59A principal pergunta...
23:00era do paradeiro de Edmonds...
23:01na hora do homicídio.
23:04O Michael afirmou...
23:06que estava em casa sozinho...
23:07e que não tinha mais ninguém...
23:09para confirmar a informação.
23:10Eu entrei em pânico...
23:11na verdade...
23:12porque...
23:13eles me consideravam...
23:15suspeito de homicídio.
23:18E eu era novo na cidade.
23:20então eu não tinha...
23:22nenhum amigo...
23:23de verdade, nada.
23:24A reação foi muito defensiva...
23:26uma reação do tipo...
23:28como você usa?
23:31Comecei a achar que...
23:32aquilo não acabaria bem.
23:35E só piora...
23:36dali para frente.
23:38Eu tinha...
23:39umas facas de cozinha...
23:41num cepo de madeira.
23:43Eles queriam saber...
23:43por que alguns espaços...
23:45estavam vazios.
23:45Eu comprei o cepo...
23:48e as facas separadamente...
23:49então...
23:50expliquei isso a eles.
23:53Eles analisaram...
23:54minhas mãos...
23:55com um tipo de luz.
23:57Quando eles terminam...
23:58Edmonds também tem perguntas a fazer.
24:01Eu perguntei...
24:02onde ocorreu o crime...
24:04e...
24:05eles disseram...
24:06você não sabe?
24:06Eu disse não.
24:07Eu não sei onde...
24:09ela está morando.
24:10Não era raro...
24:11Marioara...
24:12desaparecer...
24:13sabe?
24:13Dar um tempo...
24:15de morar junto...
24:16por um motivo ou outro...
24:17e ir para outro lugar.
24:20Por mais suspeito...
24:21que ele fosse...
24:22ninguém tinha motivo...
24:23para apreender...
24:24o Michael Edmonds.
24:26Mas eles têm outra pergunta...
24:28para ele.
24:29E então...
24:30me pediram...
24:32uma...
24:32uma amostra de DNA...
24:34que eu...
24:35que eu forneci...
24:36para eles.
24:38Acreditando que...
24:39Marioara...
24:40sofreu estupro...
24:41o legista talvez...
24:42consiga encontrar...
24:43DNA no corpo dela.
24:45Mas...
24:46Michael e Marioara...
24:47tinham um relacionamento amoroso...
24:49então provar sua culpa...
24:50ou inocência...
24:51daria muito trabalho.
24:56No dia seguinte...
24:58chega o laudo...
24:58da autópsia de Marioara.
25:02Ela sofreu...
25:03oito facadas...
25:05além de sete cortes...
25:07pelo corpo...
25:07alguns deles...
25:08na mão esquerda...
25:10embaixo dos dedos...
25:11indicando...
25:12ferimentos de defesa.
25:14A causa oficial...
25:15da morte...
25:15foi hemorragia...
25:16causada pelas facadas.
25:18Mas essa...
25:19não foi a única informação...
25:20fornecida na autópsia.
25:22Ela foi estuprada...
25:23e eles conseguiram...
25:24recuperar o sêmen...
25:25e obter uma amostra...
25:26do DNA.
25:28A autópsia...
25:29também mostra...
25:30exatamente...
25:30o que aconteceu...
25:31nos últimos momentos...
25:32de Marioara.
25:34A conclusão...
25:36que as provas...
25:37nos indicaram...
25:38foi...
25:39de que...
25:40ele bateu nela...
25:43a esfaqueou...
25:44cortou...
25:45a garganta dela...
25:46e a estuprou.
25:47Ela morria aos poucos...
25:49enquanto era estuprada.
25:55Com a amostra colhida...
25:57quem cometeu esse crime terrível...
25:58pode ser identificado...
26:00sem qualquer sombra de dúvida.
26:02Investigadores...
26:03só precisam achar...
26:03um correspondente.
26:05com o caso Marioara...
26:11ainda sem solução...
26:12a polícia agora...
26:13tem outro crime...
26:14incrivelmente semelhante...
26:15nas mãos...
26:16o homicídio...
26:17de Leanne Martinez.
26:20Ficou decidido...
26:22que nós íamos fazer...
26:23uma investigação...
26:24conjunta com a delegacia...
26:25já que as duas mulheres...
26:26foram mortas...
26:27de forma semelhante.
26:31As vítimas se conheciam...
26:32elas frequentavam...
26:33o mesmo grupo de amigos.
26:36A polícia apura rapidamente...
26:38que as vítimas...
26:39não se conheciam...
26:40mas isso não significa...
26:42que os homicídios...
26:43não tenham ligação.
26:44Eles...
26:45continuavam procurando...
26:46possíveis suspeitos...
26:48conhecidos...
26:49todo tipo de coisas...
26:50e nada foi descartado...
26:52mas...
26:53a possibilidade maior...
26:54era que...
26:55a mesma pessoa...
26:56tinha cometido...
26:57os dois crimes.
26:58E tudo indica...
26:59que o principal suspeito...
27:00do homicídio...
27:01de Marioara Shen...
27:02seu ex...
27:03Michael Edmonds...
27:04pode ser descartado.
27:07Ele não conhecia...
27:08Leanne Martínez...
27:08não tinha como conhecer...
27:10de lugar nenhum...
27:10desse mundo.
27:12E quando chega...
27:13ao resultado...
27:14da análise de DNA...
27:16ele é liberado.
27:16O insulto de alguém...
27:20imaginar que eu seria...
27:22capaz de fazer...
27:22uma coisa daquelas...
27:23me irritou de verdade.
27:25Eles não tiveram...
27:26o mínimo respeito...
27:28por mim...
27:29como indivíduo.
27:30Obviamente...
27:31tínhamos que começar...
27:33pela pessoa...
27:34mais próxima...
27:34que era...
27:35o namorado...
27:37para que ele fosse descartado.
27:38Enquanto isso...
27:44há um avanço...
27:45no caso...
27:45Leanne Martínez.
27:47A polícia...
27:48recebe a denúncia...
27:49de que um homem...
27:50chamado Richard Frescas...
27:51vendeu um som...
27:52de carro roubado...
27:53parecido com o que...
27:54desapareceu do carro...
27:56de Leanne Martínez.
27:58Mas...
27:58quando a polícia...
27:59vai interrogar Frescas...
28:01ele não é encontrado.
28:03Por sorte...
28:04parentes dele...
28:05dão outra pista.
28:06A gente começou...
28:08a receber informações...
28:09de que o Richard...
28:10tinha viajado...
28:11para a casa da prima.
28:14Ele deixou algumas peças...
28:15de roupa na casa dela...
28:16e essas peças...
28:17foram recuperadas...
28:18pelos investigadores...
28:19e mantidas como provas.
28:21Um par de tênis...
28:22jogado por ele...
28:23foi achado no lixo...
28:25e...
28:25nós encontramos...
28:26sangue no tênis...
28:27que ele deixou...
28:28na casa dela.
28:30Será que correspondem...
28:32as pegadas de sangue...
28:33encontradas no apartamento...
28:34de Mario Arashand?
28:36Bom...
28:37isso...
28:37com certeza...
28:38era de interesse...
28:39da investigação...
28:40da Shand também.
28:41Nós...
28:42queríamos analisar o sangue...
28:43para ver se conseguíamos...
28:45colocar o Richard...
28:46na casa...
28:47da Mario Arashand...
28:48se tivesse sangue...
28:49da Mario Arashand...
28:50naqueles sapatos...
28:52nós queríamos saber.
28:55Enquanto isso...
28:56investigadores...
28:57encontram uma ligação...
28:58entre Richard Frescas...
28:59e Leanne Martínez.
29:01Descobrimos que...
29:03Leanne Martínez...
29:04mantinha um grupo...
29:05grande de amigos...
29:07e Richard Frescas...
29:09andava...
29:10com Leanne Martínez...
29:12ou com algumas pessoas...
29:13do mesmo círculo de amizade.
29:16Encontrar uma ligação...
29:18entre Mario Arashand...
29:19e Richard Frescas...
29:20é mais difícil.
29:22Num palpite...
29:23eles voltam...
29:24ao trabalho de Mario Arashand.
29:25Os investigadores...
29:27descobriram...
29:28que a Mario Arashand...
29:29trabalhou...
29:30num hotel local...
29:31e que...
29:32ela fazia...
29:32faxina no hotel.
29:34Investigadores...
29:35se perguntam...
29:36se o hotel...
29:36não pode fornecer...
29:37uma ligação...
29:38e ao interrogar...
29:39a gerente...
29:40tiram a sorte grande.
29:43Eu tenho em mãos...
29:44alguns recibos...
29:46do Hampton Wing.
29:47Depois de pesquisar...
29:48alguns arquivos...
29:49a gerente...
29:50encontra um recibo...
29:50de entrada...
29:51de Richard Frescas.
29:52Diz que a chegada...
29:55foi no dia 8 de junho...
29:56de 2001.
29:59Ele entrou...
29:59às 4h54 da tarde.
30:01Saiu no dia 9 de junho...
30:03de 2002.
30:05Eles também mostraram...
30:06todos os registros...
30:08da limpeza...
30:09e a Mario Arashand...
30:10tinha limpado o quarto...
30:11depois que o Richard Frescas...
30:13ficou no hotel.
30:15Isso indica...
30:16que o suspeito...
30:17de ter matado...
30:17Lian Martinez...
30:19pode ter tido contato...
30:20com Mario Arashand...
30:21menos de um mês...
30:22antes do assassinato dela.
30:24A hora da saída...
30:25nem sempre é exata.
30:27Depende da hora...
30:28que lançam a saída...
30:29no sistema.
30:30Então...
30:31a polícia...
30:31encontra outra ligação...
30:33entre Frescas...
30:33e Mario Arashand.
30:36Nós também recebemos...
30:38informações...
30:39de alguém...
30:39que empregou o Richard...
30:41para trabalhar...
30:42na igreja...
30:43na mesma praça...
30:45onde a Mario Arashand...
30:46foi morta.
30:46E nós começamos...
30:48a achar Richard Frescas...
30:49em todos os lugares...
30:51onde a Mario Arashand esteve.
30:55Mas onde está...
30:56Richard Frescas?
30:58Uma semana depois...
30:59a polícia descobre.
31:01Agentes federais...
31:02prenderam...
31:02o Richard Frescas...
31:03na Califórnia.
31:05Eu e outro...
31:06agente da polícia estadual...
31:07viajamos para a Califórnia...
31:09para interrogar...
31:09o Richard Frescas.
31:10Eu vou te fazer...
31:12algumas perguntas...
31:13porque eu ouvi...
31:14com certeza...
31:14você está sabendo...
31:15mas teve outro homicídio...
31:17em Taos...
31:18da Mario Arashand...
31:19que ocorreu...
31:20naquela pracinha...
31:21da igreja de lá.
31:22Então você...
31:23Nós perguntamos...
31:25o paradeiro dele...
31:26nas datas...
31:27que a Mario Arashand...
31:28estava na casa dela.
31:30E...
31:30o Richard forneceu datas...
31:32em que esteve fora...
31:34com...
31:34pessoas diferentes...
31:35mas não naquela área.
31:37Ele certamente...
31:38se distanciou...
31:39da cena do crime.
31:39Eu costumava...
31:41me manter longe...
31:42da área da igreja...
31:43por respeito.
31:45Tá, então vamos dizer...
31:46que em junho...
31:47ou julho...
31:48você não esteve...
31:49naquela praça.
31:49Não.
31:51Os investigadores...
31:52então decidem mudar...
31:53de tática...
31:54e questionar Frescas...
31:55sobre Lianne Martínez.
31:58Tá, agora...
31:59deixa eu te falar uma coisa.
32:01Você causou a morte...
32:02de Lianne Martínez.
32:03Tá legal?
32:04Nós sabemos disso...
32:05e deixa eu explicar...
32:06Peraí, peraí, peraí...
32:07O que é isso?
32:07Nós acreditamos que...
32:09provavelmente foi um acidente.
32:10Não foi intencional...
32:12mas aconteceu.
32:13Cara, nem fui eu...
32:14que fiz aquilo.
32:15Calma, calma, calma.
32:15Muitas vezes...
32:16quando realizamos...
32:17esses interrogatórios...
32:18principalmente quando é alguém...
32:19que acreditamos...
32:20que seja responsável...
32:21pelo crime...
32:23o que eu gosto de fazer...
32:24é dar duas opções.
32:26Uma menos ofensiva...
32:27de admitir que a outra...
32:28mas em ambas...
32:29admitindo a mesma coisa.
32:30Mas Frescas...
32:33não ia admitir nada.
32:34No final do interrogatório...
32:37o Richard Frescas...
32:38negou qualquer envolvimento...
32:40nos dois homicídios...
32:42e forneceu a amostra de DNA...
32:44depois ele pediu um advogado.
32:46A polícia prende Frescas...
32:48por violação de liberdade condicional...
32:50e aguarda o resultado...
32:52dos testes de DNA.
32:53Havia poucos indícios...
32:56que levassem a polícia...
32:57a acreditar...
32:58que eram dois assassinos diferentes.
33:00Não parecia ser isso...
33:01na época.
33:03Mas quando o resultado...
33:04do DNA chega...
33:05a polícia finalmente consegue saber...
33:07se os homicídios...
33:08têm ligação.
33:09E não é o que eles esperam.
33:12O laboratório de criminalística...
33:14reportou que tinha compatibilidade...
33:17para Richard Frescas.
33:18O sêmen recuperado...
33:19do corpo da Liane Martínez...
33:21correspondia ao de Richard Frescas...
33:23assim como o sangue...
33:24encontrado no tênis dele.
33:26Mas não teve correspondência...
33:28com Marioara Shand.
33:30Frescas é acusado...
33:31pelo homicídio de Liane Martínez.
33:34O caso de homicídio...
33:35de Martínez foi encerrado...
33:37mas o homicídio de Marioara Shand...
33:39por enquanto...
33:39segue sem solução.
33:42De volta a Estaca Zero.
33:49Por sorte...
33:50investigadores estavam prestes...
33:51a receber uma denúncia...
33:53que mudaria todo o rumo...
33:54da investigação.
33:56Pois não.
33:57Qual é a sua emergência?
33:59Alô?
33:59Oi.
34:00Eu queria fazer uma denúncia.
34:02O que está havendo?
34:04Eu soube daquela moça...
34:05que foi morta...
34:06na região dos ranchos.
34:08Sim.
34:09E...
34:09eu sei quem foi.
34:10em julho de 2002...
34:16em Taos...
34:17a polícia do Novo México...
34:19soluciona...
34:20um dos dois homicídios...
34:21que levaram a cidade...
34:22ao limite.
34:23O assassinato brutal...
34:25de Marioara Shand...
34:26segue sem solução.
34:27mas a polícia...
34:29recebe uma denúncia...
34:30por telefone.
34:31Eu acho que sei...
34:32quem foi.
34:33Certo.
34:36O nome dele é Nathaniel Duran...
34:38e ele estava coberto...
34:39de sangue.
34:41O mesmo Nathaniel Duran...
34:42que investigadores...
34:43interrogaram...
34:44no questionamento inicial...
34:45dos vizinhos.
34:46O cara que ligou...
34:48afirmou ter dado carona...
34:50para o Nathaniel Duran...
34:52e disse que...
34:54o Nathaniel Duran...
34:55parecia muito abalado...
34:56e nervoso...
34:58e...
34:58que ele tinha...
34:59bastante sangue visível...
35:01no cabelo...
35:01no nariz...
35:02e na orelha...
35:03e que ele afirmou...
35:05ter matado...
35:06uma mulher.
35:08E...
35:09você sabe...
35:10se ele foi visto...
35:11no lugar onde isso aconteceu?
35:13Ele mora do lado dela.
35:14E o cara...
35:17afirmou...
35:17que ele era vizinho...
35:18da vítima...
35:19e aí desligou.
35:21A polícia...
35:22consegue rastrear...
35:23o denunciante...
35:24através de registros telefônicos...
35:26e ele concorda...
35:27em falar com eles.
35:28O Nathaniel me ligou...
35:30ele perguntou...
35:31se eu podia ir buscar ele.
35:32Daí eu percebi...
35:33que tinha alguma coisa errada...
35:34sabe...
35:34que ele estava nervoso...
35:36com alguma coisa.
35:37Daí eu perguntei...
35:38qual era o problema.
35:39No início...
35:40ele não quis tocar no assunto...
35:41até que eu disse...
35:42que ele podia me contar tudo...
35:44até porque...
35:44a gente era amigo...
35:45há muito tempo...
35:46sabe...
35:47a gente sempre compartilhou tudo...
35:49então...
35:50Certo...
35:51eu perguntei de novo...
35:52qual era o problema.
35:54Ele me disse...
35:54que tinha feito mal...
35:55a uma garota...
35:56tinha machucado uma garota...
35:58aí eu perguntei...
35:59ela morreu...
35:59ela está bem...
36:02e daí ele falou...
36:03que deu facadas nela...
36:04oito vezes ele falou...
36:06bem no pescoço...
36:07foi o que ele disse.
36:08E ele disse o motivo?
36:10O motivo não...
36:11ele disse que foi o diabo...
36:12dentro dele.
36:13eu perguntei...
36:14se ele tinha usado cocaína...
36:15ou alguma droga...
36:17ele falou que sim...
36:18que estava doidão.
36:19A informação era consistente...
36:22com a cena do crime...
36:23e isso mostrou...
36:25que ele tinha...
36:26informações que...
36:27ninguém mais tinha.
36:29Então...
36:29nós tínhamos o principal suspeito...
36:31do homicídio.
36:32E havia outro motivo...
36:37para Nathaniel...
36:38parecer um suspeito viável.
36:39O Nathaniel Duran...
36:42era o neto...
36:43do locador.
36:44E o fato do Nathaniel Duran...
36:46já ter conhecido...
36:47a inquilina...
36:49e também ter acesso...
36:51a casa...
36:52pode explicar...
36:53para a gente...
36:54porque não houve...
36:54nenhum arrombamento...
36:56para entrar na casa.
36:56Assim que Nathaniel...
36:58foi identificado...
37:00como um forte suspeito...
37:03agentes...
37:04fizeram uma busca...
37:06na casa dele.
37:09Encontraram calçados...
37:12do tipo que correspondiam...
37:13com as pegadas...
37:15encontradas no apartamento...
37:16da Mariuara Shand.
37:17De posse de todas...
37:21essas informações...
37:22agentes levaram Nathaniel...
37:23para interrogá-lo de novo...
37:25e para coletar...
37:26uma amostra de DNA.
37:27E quando saiu o resultado...
37:29desse exame?
37:30Porque você entende, né?
37:31Ah, não.
37:32Eu entendo.
37:33Ele...
37:34vai sair rapidinho.
37:36Ele deu amostras...
37:37de DNA voluntariamente...
37:39mas ficou muito nervoso...
37:41enquanto coletávamos...
37:42a amostra.
37:43Ficou perguntando...
37:44quanto tempo ia demorar...
37:45para sair o resultado...
37:46e...
37:47também fez algumas perguntas...
37:49sobre a amostra.
37:51E nós fotografamos...
37:53as mãos dele...
37:53para ver se tinha...
37:54algum ferimento.
37:56Deixa eu tirar uma foto...
37:57do outro lado da sua mão...
37:59antes de terminar...
38:00porque a gente tinha que ter feito isso...
38:02lá no começo.
38:04Diante da cena do crime...
38:05e dos ferimentos da Mariuara Shand...
38:07parecia que...
38:08a pessoa que tentava entrar...
38:09bateu nela.
38:11Talvez...
38:11ferimentos causados pela faca...
38:13que ele portava...
38:14ou do instrumento ponte agudo...
38:15que ele segurava...
38:16muitas vezes...
38:17quando vemos essas facadas...
38:19a faca escorrega...
38:21e...
38:21o assassino se machuca...
38:22com a própria arma.
38:24Então...
38:24nós procuramos...
38:26por...
38:26algum desses indicadores.
38:27você é destro ou canhoto?
38:30Ah...
38:30eu sou destro.
38:32Destro?
38:32Uhum.
38:33Você tem facas?
38:35Não.
38:36Não?
38:36Uhum.
38:37Costuma andar com facas?
38:38Não.
38:39Nunca?
38:40Nunca.
38:41Só quando eu estou nas montanhas.
38:42Aham.
38:43E na maioria das vezes...
38:45elas nem são minhas.
38:46Aham.
38:47Então você nunca carrega uma faca?
38:48Não.
38:48Nunca fez isso?
38:50Não.
38:50Na palma da mão direita dele...
38:54tinha um corte.
38:56Quando você cortou a mão?
38:59Foi quando eu estava nas montanhas.
39:00Aham.
39:02Foi um corte muito feio.
39:04Quando eu perguntei sobre o corte...
39:07ele falou que tinha cortado...
39:09numas pedras.
39:12E o que é que você fez na noite de 6 para 7 de julho?
39:16Que dia da semana?
39:18Isso foi na noite de sábado...
39:20para domingo.
39:22Da semana passada?
39:23É.
39:23Nós encontramos a senhora Shen de dia 9.
39:25Eu estava em penhasco.
39:26Você estava em penhasco?
39:27É.
39:27Isso aí.
39:28Quando a gente perguntou do paradeiro dele...
39:31ele também falou que ele estava longe de lá...
39:34com alguns amigos numa festa.
39:36Então...
39:36deu a impressão que ele estava tentando se distanciar...
39:40da cena do crime.
39:42Bom, a gente coletou algumas provas...
39:44e a gente quer descartar você como suspeito.
39:47É claro que se você não é o culpado...
39:49a gente quer descartar você logo...
39:50e começar a investigar outros suspeitos.
39:52A tática de muitos investigadores é dizer...
39:56não estamos acusando você...
39:57mas sabemos que você pode nos dar informações...
40:00e quer nos ajudar.
40:02Sem problema.
40:02Eu não tenho com o que me preocupar, né?
40:06Se eu tivesse com o que me preocupar...
40:07eu não viria até a polícia.
40:09Isso é meio óbvio, né?
40:10Claro.
40:12Não, e a gente agradece por você ter vindo.
40:14E você...
40:15começa a procurar sinais.
40:16As atitudes dele, a linguagem corporal...
40:19qual a reação dele?
40:21E em algum momento...
40:23os investigadores jogam a bomba.
40:26Nathaniel, presta atenção.
40:27Os investigadores e eu...
40:29estamos trabalhando...
40:31há um bom tempo nesses casos.
40:33Tá legal?
40:33Aham.
40:34Até aqui, tudo indica...
40:37que você é o responsável.
40:38Não, peraí.
40:39Peraí.
40:39Deixa eu te explicar...
40:40o que leva a gente...
40:41a essa conclusão.
40:43Tá legal?
40:43Mano, vocês vão tentar me culpar por isso?
40:45Nathaniel.
40:45Nathaniel.
40:47Eu não tô perguntando...
40:48se foi você ou não.
40:49Foi você.
40:49Eu fui bem direto com ele...
40:53afirmando...
40:54que ele era o responsável...
40:56admitindo ou não...
40:57porque ele cometeu o crime.
40:59Então, o Nathaniel desabou...
41:01e começou a chorar.
41:02Foi um acidente, não foi?
41:05Nathaniel.
41:06Foi um acidente, não foi?
41:08Depois que ele...
41:10conseguiu se controlar...
41:12ele pediu um advogado...
41:14e nessa hora...
41:14o interrogatório acabou.
41:16Eu não tenho mais nada a dizer.
41:19Tá bom.
41:19Então, a gente vai terminar...
41:21o interrogatório aqui.
41:22São...
41:23meio-dia e 45.
41:25Nathaniel Duran...
41:26é mantido sob custódia policial...
41:28enquanto aguardavam...
41:29o resultado do exame de DNA.
41:31Depois, nós recebemos...
41:33o resultado...
41:35do exame de DNA...
41:36e o sêmen recuperado...
41:38do corpo da Mariuara Shend...
41:40aquela amostra de DNA...
41:42correspondia...
41:43ao de Nathaniel Duran.
41:46Nathaniel Duran...
41:47foi acusado pelo estupro...
41:49e homicídio...
41:50de Mariuara Shend.
41:54Eu fiquei aliviado.
41:56Fiquei aliviado...
41:57antes de mais nada...
41:58porque nós...
41:59finalmente...
42:01teríamos um desfecho...
42:02e alguém...
42:03pagaria pelo crime.
42:06Duran foi julgado...
42:07dia 16 de dezembro de 2003.
42:09A defesa de Nathaniel Duran...
42:13foi...
42:14de que ele a conhecia...
42:17e foi fazer uma visita.
42:18Ele bateu na porta...
42:19eles conversaram...
42:20ela o convidou para entrar...
42:22eles transaram...
42:24e ele foi embora.
42:25Não sabia de nada...
42:26do que aconteceu depois.
42:27O júri não acreditou.
42:30Voltou com o veredito de culpado...
42:32e Duran foi condenado...
42:33à prisão perpétua.
42:34Eu achei a condenação...
42:38do Nathaniel Duran...
42:39justa...
42:40mas por outro lado...
42:41eu também fiquei arrasado.
42:43Eu queria que tivesse um jeito...
42:45dele passar...
42:46pela dor...
42:46e pelo sofrimento...
42:47que a Mariuara Shend passou.
42:50Isso seria a justiça.
42:52Eu já...
42:52trabalhei em muitos casos de homicídio...
42:54você nunca esquece deles.
42:57Era um ser humano...
42:58era uma pessoa amada por alguém.
43:00Nós temos que ter sempre isso em mente.
43:02Eu adoraria ver...
43:04como a Mariuara estaria hoje.
43:06Adoraria saber se ela...
43:09manteria um bom...
43:10relacionamento com o Michael.
43:13Ou mesmo que ela não estivesse com ele...
43:15eu adoraria saber...
43:17como estaria a vida dela hoje.
43:24Acho que se eu pudesse dizer alguma coisa...
43:26para a Mariuara hoje...
43:28é que eu sinto saudade dela.
43:32Versão Brasileira...
43:44DPN Santos
43:45Música...
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