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Kátia Abreu, comentarista do Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC, explicou como o crime organizado se infiltra na Amazônia, no agro e na mineração, impactando a economia verde e a credibilidade do Brasil. Ela destaca a importância da titulação de terras, da fiscalização e do uso de tecnologia para proteger o patrimônio nacional.

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Transcrição
00:00O debate hoje no Brasil gira predominantemente entre dois temas, o crime organizado e a agenda
00:13verde. E a gente vai conversar sobre essas questões que no fundo acabam se entrelaçando
00:18no cenário atual com a notável do nosso canal, a Kátia Abreu. Kátia, eu queria dar
00:22boa tarde para você, mas também nesse dia em que a gente está celebrando um ano do
00:27nosso canal. Você é uma parte fundamental, né? Sempre com a gente aqui todas as semanas.
00:32Então, parabéns para nós, né?
00:34Isso aí, Marcelo. Parabéns para nós. Parabéns à nossa CNBC, ao nosso tabular, o homem corajoso,
00:42brilhante e o Brasil que ganhou. Nós estamos fazendo um ano e o presente é para o Brasil,
00:47não é isso? De ter um canal extraordinário como esse, que está contribuindo com a informação
00:55fidedigna, honesta, correta e precisa. Eu tenho muito orgulho de estar aqui e contribuindo
01:00com vocês.
01:02Falando então sobre esse tema, né, Kátia? Qual é a relação que você faz entre a questão
01:08do desmatamento da economia verde com o crime organizado? Você acha que o crime organizado
01:13está atuando fortemente também nesse setor aí para atrapalhar o desenvolvimento dessa agenda?
01:18Olha, Marcelo, essa COP foi a primeira COP, por ser na Amazônia, claro, óbvio, ela teve um destaque
01:29muito grande na questão do crime ambiental nessa pauta, especialmente o crime organizado dentro
01:37da Amazônia. Porque até poucos anos atrás, quem é que imaginar que o crime organizado ia sair
01:43dos grandes centros, das grandes capitais, onde eles se criaram, como o Comando Vermelho
01:49em São Paulo, como o PCC no Rio de Janeiro e foram se estendendo nas capitais marítimas
01:55e depois, nos últimos anos, entraram pela floresta dentro, tomando conta das nossas riquezas
02:02e nós temos que combater tudo isso. E a COP foi um lugar mais do que especial para trazer
02:08essas denúncias para o mundo todo. Mas, além disso, tem temas que eles entrelaçam-se
02:15com esse crime organizado na Amazônia. Por exemplo, um tema universal que está no Congresso
02:22em vias de votação, com alguns empecilhos que ninguém entende porquê, que é o devedor
02:28quanto mais. Porque esse devedor quanto mais, Marcelo, não é aquele devedor, coitado, que
02:34teve dificuldades, que atropelou aqui, atropessou aqui, tomou uma má decisão. Não. Esse devedor
02:41quanto mais, que nós estamos falando, é o crime organizado. Ele vive disso. O negócio
02:47dele é ser um devedor quanto mais para lavar dinheiro. E isso tanto nos centros urbanos
02:54como também na nossa Amazônia. Para você ter uma ideia, o investimento anual em segurança
03:01pública foi 139,6 bilhões de reais que o orçamento da União investiu em segurança
03:08pública. Agora, a dívida do devedor quanto mais, que a grande maioria representada pelo
03:17crime organizado, 174 bilhões de reais. Quer dizer, é mais do que o dobro do que nós
03:25investimos em segurança pública. Então, para você ver o quanto falta de dinheiro para
03:29as nossas polícias, para o Ministério da Defesa, para o Ministério da Segurança Pública
03:35e Justiça, para a Polícia Federal, para as polícias militares, as polícias civis, para
03:40chegar até esses criminosos. O que chamou mais atenção durante todo esse período foi
03:47a entrada deles saindo das drogas, que era a sua exclusividade, que movimentou mais de
03:5420 bilhões de reais. Agora, entraram nos combustíveis, nas refinarias. E isso já chegou a mais de
04:0280 bilhões o movimento nos postos, que acreditam que são mais de mil postos de combustíveis
04:09que estão na mão do crime organizado, usando de uma brutalidade impressionante. E nós temos um
04:17número assustador, Marcelo, que a Amazônia transformou-se num corredor que passa 40% da droga que é
04:27espalhada pelo Brasil e pelo mundo. 40%. Nós sabemos que vem da própria Amazônia no Brasil, mas nós sabemos
04:35que vem de países vizinhos que eu não gostaria de mencionar os nomes, porque todos nós sabemos de
04:42onde vem essa fama já antiga. Sem deixar de lembrar que a exploração ilegal do ouro, que é os garimpos
04:52ilegais, eles jogam nos nossos rios 20 vezes mais administrados pelo crime organizado. Não é aquele
05:00garimpeirozinho, pobrezinho que está lá tirando ouro, não. São grandes organizações criminosas, sem
05:06licença, que jogam 20 vezes mais mercúrio nos nossos rios do que é recomendado pela Organização Mundial de
05:15Saúde. São mais de 4 mil pontos de garimpos ilegais na nossa Amazônia, que trabalham debaixo dos nossos
05:25olhos. E a polícia chega, o Estado se faz presente, quando retorna para a sua base, eles reiniciam tudo
05:34isso com muita facilidade. E nós temos uma Amazônia de dimensão continental e o Estado brasileiro não
05:41consegue ficar o tempo todo, 24 horas, neste lugar. Então, em 2022, 77% de toda a exploração mineral na Amazônia,
05:53garimpo mesmo para valer, era ilegal. Agora, você imagine a quantidade de dinheiro perdido, nós aí contando
06:02migalhas para fazer o superávit fiscal, contando migalhas para investir em segurança pública e defesa e a
06:10nossa riqueza toda saindo do país. Então, nós temos os campos de atração do crime organizado. Sempre
06:18preferiram lavagem de dinheiro. Agora estão comprando fazendas, Marcelo. Estão investindo em soja,
06:24investindo em pecuária, investindo em etanol, tudo de fachada para poder lavar o dinheiro do crime,
06:32entrando no agro. Então, a hora que entra no agro e entra na Amazônia, compromete, inclusive,
06:39a nossa credibilidade lá fora. Isso está atingindo a nossa imagem e a nossa reputação. Roubo e falsificação
06:48de insumos agrícolas, os defensivos, os fertilizantes e o roubo de máquinas que aumentou,
06:55nesse último ano, 37,5% de máquinas valiosíssimas que eles roubam, leva para outros países ou faz o
07:05desmanche das máquinas. Então, nós temos que entender que esses dois setores, assim como outros
07:12setores do Brasil, mas especialmente o agro e a nossa Amazônia, que é um grande setor, uma grande
07:20riqueza, uma grande fonte de riqueza, inexplorada na sua grande maioria pela legalidade, está à mercê do
07:27crime organizado. E não adianta falar em transição energética sem pensar no agro e sem pensar na Amazônia.
07:34Então, a COP fez muito bem em trazer esse assunto para discussão. E nós estamos falando
07:41absolutamente de quê? Eu vou dar dois exemplos muito importantes, Marcelo. Ao longo de toda a minha
07:47carreira como parlamentar, antes de ser parlamentar, como liderança classista, presidente de sindicato
07:53rural, de federação, nós lutávamos há tanto tempo pela legalização das terras da Amazônia. Todas as
08:01vezes que nós vamos tratar desse assunto no Congresso, aí vem sempre aquela turma para dizer que são
08:07grileiros, fazendeiros que querem tomar as terras da Amazônia. Terra que não tem ordem, terra que não
08:14tem documento, é terra sem lei. Se nós titularmos essas terras para pequenos, médios, grandes, qual é o
08:21crime nisso? Cada um que titule as suas terras, porque eles cuidarão delas. Agora, o crime organizado
08:27pega essas terras não tituladas, que são terras devolutas do INCRA, que é o dono das terras da
08:33Amazônia, o grande dono, o grande fazendeiro da Amazônia é o INCRA. Eles tomam conta dessas
08:39terras, chegam a vendê-las por um preço vil, apenas para servir de limpar o dinheiro sujo do crime
08:49organizado. Quer seja de qualquer, de madeira, de garimpe legal, enfim, de toda sorte de exploração da
08:58nossa madeira. E a outra questão, então, nós estamos disputando entre legalizar as terras da Amazônia e a
09:05grilagem de terra. Qual que é preferível? Ficar na mão do crime organizado ou ficar na mão de
09:10produtores rurais? Eu fico, Marcelo, de longe com os produtores rurais. E a outra questão é a indústria
09:17mineral. Uma indústria mineral para funcionar no Brasil, amigo, ela leva quase 10 anos ou mais para
09:23funcionar. Enquanto isso, o criminoso está tirando o ouro das terras e anomanes, está tirando o ouro de
09:29todas as terras indígenas, de unidades de conservação e nós aqui procurando uma legalidade que não existe.
09:37Uma legalidade que, na verdade, ela cria uma burocracia para impedir a legalidade. Então, quem está perdendo com
09:44isso? Está perdendo o povo brasileiro, que está vendo, que está vendo o seu ouro, os seus minérios
09:50irem embora pelas barcaças, por aviões clandestinos e não está arrecadando impostas para melhorar a sua
09:57qualidade de vida. Diretamente as comunidades indígenas que poderiam estar ganhando royalties
10:02disso e empresas idôneas com fiscalização adequada poderiam estar ajudando o Estado brasileiro a
10:10fiscalizar essas irregularidades. Então, todo mundo está perdendo. Então, nós poderíamos
10:16titular as terras da Amazônia o mais rápido possível, da forma correta, da forma com os
10:23critérios e as regras de regulação idôneas e deveríamos ter processos de mineração de
10:32empresas idôneas que sejam nacionais, que sejam multinacionais, mas empresas que têm
10:38compliance, empresas com rigor de compliance, que devem contas aos seus investidores, aos seus
10:44acionistas, para que também nós possamos fiscalizar com os órgãos de controle do Brasil se o nosso
10:50dinheiro vai chegar nas comunidades indígenas com a máxima urgência, como é no Canadá. Os índios do
10:57Canadá são ricos explorando potássio e nós compramos potássio para o Brasil das comunidades indígenas
11:03canadenses. E os nossos índios, como eu já cansei de dizer isso, não podem vender o potássio, porque
11:09existe um preconceito que não interessa ao Brasil e nem aos brasileiros. E por último, nós temos ainda
11:16que aqui saudar a nossa Força Aérea Brasileira, a FAB, que desenvolve o Link BR-2. É um nome
11:22complicadinho, Link BR-2, mas é uma coisa mágica. Eles estão investindo nesse produto em parceria com a
11:31iniciativa privada com a empresa brasileira para unificar as informações em tempo real da Amazônia
11:39inteira e do Brasil. E essas informações serão divididas com o Exército, com a Marinha e ainda as
11:46Forças Armadas poderão dividir essas informações com a Polícia Federal, com as Polícias Militares e
11:53também com a Polícia Civil. Poderão dividir com o IBAMA, com os órgãos ambientais estaduais. O que nós
11:59precisamos é de recursos para que a FAB, o Ministério da Defesa, possa desenvolver rapidamente esse sistema
12:07para que nós possamos vigiar a Amazônia 24 horas. Antes que alguém diga, ah, Cátia, mas tem o CISFRON.
12:14Maravilhoso, o CISFRON é um sistema espetacular, mas precisa ser reformulado, precisa ser modernizado
12:22com esses equipamentos de ponta que funcionam como equipamentos silenciosos, como os VANTES,
12:29que são aviões não tripuláveis e que podem 24 horas vigiar, 7 dias, 24 horas, 365 dias no ano,
12:41vigiar esses bandidos que exploram a nossa Amazônia. Muito obrigada, Marcelo.
12:45Realmente, Cátia, é um assunto que exige muita atenção e não é de hoje, né? É uma coisa que vem se
12:51desenvolvendo já com o tempo. Muito obrigado pela sua participação aqui no Real Time. Boa tarde para você.
12:56Boa tarde, Marcelo. Boa tarde a todos.
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