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  • há 23 horas
A Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham Brasil), conglomerado de empresas nacionais e norte-americanas, investe no comércio e em melhores práticas de negócios. Segundo o presidente da entidade, Abrão Neto, já foram aplicados cerca de R$ 50 bilhões em projetos já desenvolvidos ou em desenvolvimento. Esse e outros apontamentos sobre metas mais sustentáveis foram feitos na manhã desta quinta-feira (13), durante o encontro ‘COP 30 Business Forum - Belém Edition’, que reuniu lideranças empresariais, especialistas e outros interessados, para debater o papel do setor privado na agenda climática.

Repórter: Maycon Marte
Imagens: Ivan Duarte

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Transcrição
00:00Olha, o papel de uma entidade como a Tcham, que tem 3.500 empresas no Brasil todo,
00:06que representam cerca de um terço do PIB, é ajudar num movimento de engajamento, de mobilização.
00:14Isso tem acontecido numa intensidade cada vez maior.
00:18A gente consegue perceber o interesse, a participação e a adoção de ações concretas por parte do setor empresarial.
00:26Então, para dar um exemplo, é um levantamento recente que a gente fez com mais de 300 empresas,
00:32mostra um volume de investimentos de mais de 50 bilhões de reais em projetos de preservação aqui no Brasil.
00:39Acho que esse exercício de engajamento também é a visibilidade para os casos que estão dando certo,
00:45para os casos de sucesso que acabam encorajando outras empresas a seguirem o mesmo caminho,
00:51e mostrar que essa é uma via que traz retorno, que traz competitividade, tem resultado financeiro.
01:00E, aliás, a sustentabilidade é fundamental.
01:03Só um grupo de 250, 300 empresas que mostraram, trouxeram projetos para essa coop de ações que eles individualmente têm feito
01:12e que, no total, chegam a quase 50 bilhões de reais.
01:15A gente faz esse levantamento desde 2021 e o que a gente tem percebido é que, a cada ano, gradualmente,
01:22há um incremento, há um aumento no número de empresas, de projetos e de compromisso financeiro com essas ações de sustentabilidade.
01:32Mas o investimento já é feito, já está aplicado?
01:34Feito e em andamento.
01:35Tem vários que já começaram e têm horizontes temporais diferentes, alguns até o final do ano, outros até o ano que vem.
01:41Então, é hoje no conjunto de todos esses projetos.
01:44A prioridade é que todas essas discussões, compromissos que são adotados internacionalmente,
01:53quando incorporados aqui no Brasil, se tenha clareza, se tenha previsibilidade,
02:00marcos regulatórios que permitam às empresas fazerem os seus investimentos
02:04e contribuir para esse esforço que é coletivo, que é uma ação que junta, de um lado, o poder público
02:11com o setor empresarial e sociedade civil.
02:14Cada um tem um papel complementar e diferente.
02:17O setor privado é um agente de transformação que precisa de previsibilidade, de clareza,
02:24mas quando essa clareza existe, quando os marcos regulatórios são modernos, adequados, precisos,
02:29e isso viabiliza os investimentos, viabiliza financiamento e a ação concreta que leva
02:35à redução de emissões, melhor adaptação, mais resiliência para o clima.
02:40Chegamos a uma emergência climática tão grande, atingimos por uns 21 meses,
02:451,5 graus de acessamento global, no semestre de 2023, todos os meses de 2024, muitos meses de 2025.
02:532024, um mês mais quente, o registro histórico, desde que criamos as civilizações, 10 mil anos atrás.
03:022025 será o segundo ano mais quente também.
03:06Todos os sistemas bateram réguas, ondas da calor, secas, incêndios florestais,
03:11rajadas de metas, todo excesso de chuva, inundações, eragamentos,
03:15tudo isso no mundo inteiro, no Brasil também.
03:18A ciência já vem dizendo isso há muito tempo, por isso que a ciência diz,
03:22não podemos passar de 1,5 grau, só que nós vamos passar.
03:27A ciência agora coloca que nós vamos atingir permanentemente 1,5 grau entre 5 e 10 anos,
03:352030 e 2035.
03:36Então, COP30 tem que ser muito importante, porque ela tem que fazer acelerar a redução desse...
03:46E nós vamos passar de 1,5 grau, mas, por exemplo, tem que reduzir muito rapidamente as emissões
03:52para não passar de 1,7 graus.
03:55Se a gente só zerar as emissões líquidas em 2050, nós vamos passar de 2 graus.
04:03Alguns estudos estão indicando até um risco de chegar a 2,5 graus.
04:06Isso é o que a gente chama de ecocídio, suicídio ecológico para o planeta.
04:11A COP30, nesse ponto, tem também que ser muito ambiciosa, de acelerar, como, por exemplo,
04:18o estudo que nós fizemos.
04:20Vamos também apresentar esse estudo aqui no pavilhão da Ciência Planetária,
04:26na sexta-feira, às 4 da tarde, que é um estudo mostrando...
04:35Não, desculpe, terça-feira, na semana que vem, às 5 da tarde,
04:39mostrando que o Brasil pode zerar as emissões líquidas em 2040.
04:44Totalmente factível, mas isso tem que ser generalizado.
04:4875% das emissões vêm da química dos combustíveis fósseis.
04:52Tem que ter uma super rápida transição.
04:54Então, o ano passado foi uma maior emissão, nós vamos reduzir muito rapidamente.
04:59E para não passar de 1,7 graus, nós vamos começar a reduzir 5% das emissões por ano, globalmente.
05:08E, como eu falei, 75% das emissões é aquele combustível fósseis.
05:13Então, tem que ser uma super rápida transição energética.
05:16E aí...
05:17Essa é a nossa urgência agora, essa transição.
05:19Super, super urgência, lógico, transição energética,
05:23porque 75% das emissões é a química dos combustíveis fósseis.
05:26Mas também nós precisamos zerar as emissões dos desmatamentos.
05:3210, 12% das emissões vêm dos desmatamentos,
05:36porque não só é emissão,
05:40mas também os desmatamentos que causam maior risco para a biodiversidade.
05:44Isso é global, especialmente aqui na Amazônia.
05:48Nós temos a cópia aqui na Amazônia.
05:50Então, simbolicamente, nós temos que ir muito nessa direção
05:53e completamente zerar os desmatamentos.
05:56E também fazer para a gente, mesmo que a gente passe para 1,7 e não deixar chegar a 2,
06:04a gente tem que fazer uma grande remoção de gás carbônico da atmosfera.
06:11E a maneira melhor de fazer essa remoção é a chamada solução de base à natureza,
06:17que é criar em todo o planeta uma super restauração dos biomas,
06:23principalmente das super restaurações topicais.
06:25Nós estamos falando aí 5, 6 milhões de quilômetros quadrados,
06:30e mais que a metade do Brasil.
06:32O Brasil tem toda a condição de restaurar 1 milhão de quilômetros quadrados
06:37de todos os nossos biomas.
06:38Nós já perdemos 22, 23% da Amazônia brasileira,
06:42já perdemos 52% do Cerrado, 48% da Caatinga,
06:4885% da Mata Atlântica.
06:52Então, o Brasil tem toda a condição de restaurar mais de 1 milhão de quilômetros quadrados.
06:57Nós temos aproximadamente 3 a 3,2 milhões de quilômetros quadrados
07:02pastagens, agricultura, silvicultura.
07:05O Brasil tem condição de ser um país desses 5, 6 milhões de quilômetros quadrados
07:10que nós vamos fazer em todo o mundo.
07:11O Brasil pode liderar isso com 1 milhão de quilômetros quadrados.
07:17E aí, fazendo isso, nós vamos estar removendo uns 5, 6 milhões de toneladas de gás carbônico.
07:23Então, é reduzir rapidamente as emissões e ter essa remoção por muitas e muitas décadas.
07:31Aí, no máximo, a gente chegaria a 1,7.
07:34E aí, até 2.100, nós diminuiríamos até abaixo de 1,5.
07:39Então, isso é absolutamente essencial.
07:42A COP30 tem que ir muito nessa direção.
07:44E, lógico, como eu falei, aqui no Brasil, 70% do uso da terra zerar completamente o desmatamento.
07:52Nós temos um plano, o Brasil tem um plano governamental de zerar o desmatamento dos biomas
07:58até 2030, mas precisa deixar bem claro, tem que zerar todo o desmatamento.
08:04Não pode ser só o desmatamento ilegal.
08:14Não pode ser só o desmatamento.
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