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  • há 1 dia
lendas urbanas história de terror sobrenaturais

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Transcrição
00:00A Fera da Rota 66, capítulo 3, o eco da estrada, som de motor distante, pneus no asfalto e vento frio cortando o silêncio do deserto.
00:11A estrada parecia interminável.
00:14O Impala 72 seguia em frente, mas nenhum deles sabia para onde.
00:19A luz fraca do amanhecer já se misturava ao cinza do deserto e o GPS continuava preso no mesmo ponto.
00:27Trecho 19. Dentro do carro, o silêncio era mais pesado do que a fumaça que haviam deixado para trás.
00:35Ninguém falava. Ninguém chorava. Era como se o medo tivesse sugado o som das vozes.
00:42Mas o horror ainda não havia terminado. Naquela estrada, nada termina.
00:4800, é meia-noite e 54 minutos o tempo está frio e dá para ouvir um trovão distante na estrada.
00:56O tempo parece não passar na Rota 66.
01:00Adam olhou para o retrovisor e sentiu um calafrio percorrer sua espinha.
01:05O espelho tremia com o balanço do carro, mas por um breve instante, ele jurou ver um vulto branco caminhando no meio da estrada lá atrás.
01:14Virou-se rápido. Nada.
01:17Apenas a imensidão vazia do deserto.
01:20Mas Vera percebeu.
01:22Você viu também, não viu?
01:24Sussurrou.
01:25Adam não respondeu.
01:27Apenas apertou mais o volante.
01:29As crianças dormiam.
01:31Ou tentavam.
01:32Até que Mateus, o mais novo, começou a murmurar palavras sem sentido.
01:37Ela está aqui.
01:39Ela está sussurrando.
01:40Vera se virou assustada.
01:42O que, filho?
01:44A moça do vestido branco disse que ainda falta um.
01:47Um trovão ecoou à distância, mesmo sem nuvens no céu.
01:52E então, o rádio do carro chiou sozinho.
01:56Vocês não deveriam ter queimado o meu lar.
01:59Adam desligou.
02:01Mas o rádio voltou, dessa vez, com uma estática densa, sufocante.
02:05E por um instante, a voz virou a de Vera.
02:08Adam, você me deixou morrer.
02:12Ele pisou fundo no acelerador, o carro ganhando velocidade.
02:16Mas o ponteiro do velocímetro travou nos 66 milhas por hora.
02:21E o número brilhou em vermelho, como se tivesse vida própria.
02:25Já é duas e quinze da manhã.
02:28Mais adiante, uma placa enferrujada surgiu na beira da estrada.
02:33A tinta descascada ainda permitia ler.
02:37Rota 66, trecho 19, 2 milhas.
02:41O coração de Adam disparou.
02:44Isso é impossível.
02:45Já passamos daqui.
02:46Mas Vera, olhando pela janela, percebeu algo ainda pior.
02:50O motel estava novamente à frente.
02:52O mesmo letreiro quebrado, o mesmo prédio carbonizado,
02:56como se o tempo tivesse dado um laço.
02:59Adam, nós nunca saímos.
03:01Às três e cinco da manhã, ele freou bruscamente.
03:05O impala deslizou sobre o asfalto até parar de lado, levantando poeira.
03:09O motor morreu.
03:10E no instante em que o silêncio voltou, um som metálico ecoou do porta-malas.
03:16Tum, tum, tum.
03:18Três batidas.
03:19A mesma voz feminina, agora mais nítida, murmurou.
03:23Eu só quero o que é meu.
03:26Adam, suando frio, pegou a lanterna e saiu do carro.
03:30O vento do deserto soprava quente e seco, mas o chão parecia gelado.
03:36Ele foi até o porta-malas e girou a chave.
03:38A tampa levantou devagar, rangendo.
03:41Lá dentro, nada.
03:43Nada.
03:44Além do mesmo quadro queimado que Maria havia encontrado no motel.
03:48Mas agora, o rosto da mulher não estava mais borrado.
03:52Era nítido.
03:53Olhos vermelhos, sorriso distorcido.
03:56E nas bordas da fotografia, uma nova inscrição, gravada com algo que parecia sangue.
04:02A estrada quer mais um.
04:04Às quatro e dez da manhã, de repente o carro se acendeu sozinho.
04:09Os faróis iluminaram o deserto à frente.
04:11E o que surgiu sob a luz, fez Vera gritar.
04:16Centenas de cruzes de madeira, fincadas na areia.
04:20Cada uma com uma placa metálica enferrujada, marcada por datas antigas.
04:25Entre elas, sombras humanas e móveis, observando.
04:29Adam fechou o porta-malas e voltou correndo para o carro, gritando.
04:33Apertem os cintos agora!
04:35O motor rugiu, mas o velocímetro subiu sozinho, sem que ele tocasse no pedal.
04:41Setenta, oitenta, cem milhas por hora.
04:45O rádio voltou a chiar.
04:46E entre os ruídos, a voz de Evelyn entoava algo como uma canção fúnebre, invertida e perturbadora.
04:53O asfalto é o meu túmulo.
04:55E quem me encontra, nunca mais vai para casa.
04:58Zero cinco.
04:59São cinco e vinte e cinco da manhã.
05:00As cruzes desapareceram.
05:03A estrada parecia se dobrar sobre si mesma.
05:06As luzes do painel piscavam freneticamente.
05:09Vera abraçava as crianças, enquanto o empala atravessava um corredor de sombras e ruídos.
05:16Maria chorava.
05:17Papai, o céu está girando.
05:20Do lado de fora, o mundo parecia distorcido.
05:23O deserto se transformava em visões de épocas antigas.
05:27Caminhoneiros, viajantes e carros carbonizados presos na areia.
05:32Como se a estrada fosse um cemitério de almas.
05:35E no meio disso tudo, Evelyn Moore, de pé no acostamento, observando o carro passar.
05:42O vestido branco agora estava negro e de fuligem e o rosto queimado pelo fogo, mas vivo.
05:49Ela ergueu uma das mãos e sussurrou.
05:52Vocês não podem fugir de mim.
05:54Seis e vinte da manhã, o empala atravessou o que parecia ser uma neblina densa.
06:02Quando a visão voltou, o sol já havia desaparecido.
06:07Era noite novamente.
06:08Adam olhou para o painel e percebeu o mais terrível de tudo.
06:13O relógio marcava meia-noite e trinta e dois.
06:16O mesmo horário de quando tudo começou.
06:20Vera olhou para ele em choque.
06:22Adam, acho que estamos presos.
06:26Ele respirou fundo, o olhar fixo no retrovisor.
06:29E ali, refletida no espelho, estava Evelyn sentada no banco de trás.
06:35Ela sorriu.
06:36Bem-vindos de volta à estrada.
06:39Som de pneus cantando, gritos abafados e o rádio sussurrando até o fade-out.
06:45Baseado em registros nunca confirmados, alguns dizem que o trecho dezenove da rota sessenta e seis é um ponto fora do tempo, onde o passado e o presente se cruzam e a estrada escolhe quem nunca mais sairá dela.
06:59Outros juram que em noites de lua nova, se você parar o carro e escutar com atenção, pode ouvir o som de um Impala 72 acelerando no vazio e uma mulher cantando entre as ruínas.
07:12Se você sobreviveu até aqui, deixa seu like, se inscreve no canal e ativa o sininho para não perder o próximo capítulo, A Estrada do Fim.
07:23E me conta aí nos comentários.
07:25Você acredita que uma estrada pode prender uma alma?
07:28Até a próxima.
07:29E cuidado, da próxima vez que estiver dirigindo à noite, olhe duas vezes pelo retrovisor.
07:36E se inscreve no canal e ative o sininho para não perder o sininho para não perder o sininho para não perder o sininho para não perder o sininho.
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