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  • há 2 dias

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Transcrição
00:00A história da Revolução Coreana na década de 1930 carrega episódios de glória, mas
00:05também de profunda dor.
00:08Entre eles, o caso do Minsa Enda ocupa lugar central, não apenas como manobra de infiltração
00:13organizada pelo imperialismo japonês, mas também como exemplo de como o sectarismo
00:18e o oportunismo internos podem infligir danos quase tão graves quanto os ataques diretos
00:23do inimigo.
00:24O Minsa Enda, literalmente, Associação para o Bem-Estar do Povo, surgiu em fevereiro
00:29de 1932, sob a tutela da polícia japonesa de Jandau.
00:35Seu nome, cuidadosamente escolhido, buscava ocultar seu verdadeiro caráter, um instrumento
00:40do aparato colonial para semear a divisão entre coreanos e chineses, minar a confiança
00:45no movimento comunista e penetrar nas fileiras revolucionárias com elementos traiçoeiros.
00:51Sob eslogas como autonomia de Jandau para os coreanos, o grupo atraía nacionalistas ingênuos
00:56e até alguns revolucionários inexperientes, explorando os sentimentos legítimos de orgulho
01:01nacional para fins reacionários.
01:03A liderança revolucionária coreana, atenta à ameaça, desmascarou rapidamente a organização
01:09e decretou sua dissolução formal já em abril de 1932.
01:13No entanto, o dano político não cessou aí.
01:18Os imperialistas japoneses, mestres na guerra psicológica, espalharam a suspeita de que
01:23membros do Minsayendam haviam se infiltrado nas fileiras revolucionárias e no Partido
01:27Comunista.
01:29Essa propaganda, amplificada por elementos de esquerda com ambições pessoais e visão
01:33estreita, alimentou um clima de paranoia que daria origem à chamada luta anti-Minsayendam.
01:38O desvio ultra-esquerdista e suas consequências A campanha contra o Minsayendam, que deveria
01:45ter sido conduzida com rigor investigativo e justiça revolucionária, degenerou em um
01:50movimento ultra-esquerdista e punitivo.
01:53Guiados por boatos, denúncias anônimas e acusações sumárias, certos dirigentes transformaram
01:59a luta ideológica em uma verdadeira caçada política.
02:02Em Jandau, centenas de comunistas coreanos foram presos, torturados e executados sob a acusação
02:08de serem elementos do Minsayendam.
02:11Combatentes que haviam dedicado anos à causa revolucionária viram-se repentinamente rotulados
02:16como traidores, muitas vezes sem qualquer prova.
02:20Essa linha errônea foi impulsionada por líderes como Kim Song, Du, Gui Gao e Afan, que usaram
02:25a luta anti-Minsayendam como trampolim para ascensão pessoal, sacrificando a vida de camaradas
02:30em nome de um falso zelo revolucionário.
02:32O resultado foi devastador.
02:35A tática imperialista e a unidade sino-coreana
02:38O episódio do Minsayendam também expôs o alcance da estratégia japonesa para derrotar
02:44a revolução sem batalha aberta.
02:47Ao perceber que não poderia vencer militarmente o ERPC, o inimigo recorreu a métodos indiretos.
02:53Caça à rendição, persuadindo ou forçando guerrilheiros a abandonar a luta.
02:57Política de aldeias de internamento, concentrando populações para cortar o apoio logístico
03:04aos guerrilheiros.
03:05Operações de terra arrasada, destruindo recursos e deslocando comunidades inteiras.
03:11Criação de organizações fantoche como Minsayendam, provocando divisões internas
03:16e minando a confiança entre coreanos e chineses.
03:20Superar essa tática exigiu não apenas ação militar, mas também reconstrução política
03:24e ideológica.
03:25A amizade sino-coreana, gravemente abalada nos primeiros anos da campanha anti-Minsayendam,
03:32teve de ser restaurada passo a passo, por meio de ações conjuntas contra o inimigo e pela
03:36reabilitação dos injustiçados.
03:39Conclusão
03:40Lições permanentes
03:41O caso do Minsayendam e a luta anti-Minsayendam ensinam que a revolução enfrenta dois tipos
03:47de inimigos, o externo, que ataca de frente, e o interno, que mina a coesão.
03:52Se o primeiro pode ser combatido com armas, o segundo só pode ser derrotado com vigilância
03:58política, disciplina ideológica e justiça imparcial.
04:02A história mostra que erros internos, quando combinados com a intriga do inimigo, podem
04:07infligir danos profundos e duradouros.
04:10Mas também demonstra que uma liderança esclarecida e justa é capaz de corrigir desvios, restaurar
04:16a confiança e retomar o curso estratégico da revolução.
04:20Ao preservar a integridade política, manter a unidade das massas e rejeitar tanto a complacência
04:25com o inimigo quanto o sectarismo destrutivo, a Revolução Coreana sobreviveu a essa crise
04:30e saiu dela mais madura, mais consciente e mais determinada a jamais permitir que tragédias
04:35semelhantes se repetissem.
04:37Perdas humanas, quadros experientes, imprescindíveis para a luta anti-japonesa, foram eliminados.
04:45Quebra da unidade, a desconfiança corroeu os laços entre coreanos e chineses, facilitando
04:51o trabalho de propaganda do inimigo.
04:53Retrocesso organizativo, o fortalecimento do exército revolucionário popular da Coreia
04:59e a expansão do movimento sofreram atrasos consideráveis.
05:02A tragédia foi tamanha que, mesmo após a resolução oficial do problema na Conferência
05:08de Nanyutou, em 1936, a própria palavra Minsa Endan passou a ser evitada, tal a profundidade
05:14das feridas deixadas.
05:17Como lembrou o grande líder camarada Kim Il-sung, os coreanos haviam sofrido mais do
05:22que qualquer outro grupo com aquela campanha, pois a repressão interna atingiu principalmente
05:26suas fileiras.
05:28A virada na linha revolucionária
05:30Frente a essa situação, a liderança revolucionária autêntica adotou uma política de reorientação.
05:37Kim Il-sung defendeu que a vigilância contra infiltrações deveria ser mantida, mas baseada
05:42em métodos justos, explicação, persuasão e crítica, não tortura ou execução arbitrária.
05:49A partir de meados da década de 1930, a prática de punições corporais ou tortura dentro das
05:55fileiras revolucionárias foi praticamente eliminada, um contraste absoluto com o caos
06:00do início da campanha.
06:02Casos como o do caçador coreano injustamente acusado de ligação com Minsa Endan, que pediu
06:07pessoalmente para encontrar Kim Il-sung e limpar seu nome, ilustram a nova postura.
06:13Ao ouvi-lo, o comandante reafirmou que o problema do Minsa Endan já foi resolvido e que ele poderia
06:18retomar seu lugar na frente revolucionária com a consciência limpa.
06:23Esse gesto não apenas recuperou um combatente valioso, mas também transmitiu a mensagem de
06:28que a revolução não abandonaria seus filhos por boatos infundados.
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