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Péricles Garcia leva trocadilhos, poesia e música ao ‘Divirta-se’
No sétimo disco, o cantor belo-horizontino explora jogos de palavras e homenageia a música brasileira.
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NotíciasTranscrição
00:00Divirta-se! Divirta-se! Cultura, advirta-se!
00:06Olá, seja bem-vindo ao Divirta-se, seu podcast de cultura do Estado de Minas.
00:11E aí, Lucas, tudo bem?
00:12Fala, Otávio, beleza?
00:14Estamos aqui mais uma vez, eu e o Lucas Lana, repórter de cultura do jornal Estado de Minas,
00:19para falar um pouco de arte e hoje é música.
00:23Tá animado, Lucas?
00:24Pra caramba! Convidado super gente fina, talentoso pra caramba e...
00:29Ah, na música mineira e brasileira, né?
00:32Sim, total. E um nome de peso, né? Muita glória, né?
00:37Péricles significa isso no grego antigo.
00:39Ah, que legal!
00:40Péricles, muita e Cleus, glória.
00:42Então, nosso convidado é...
00:44Estamos recebendo hoje, Péricles Garcia, seja bem-vindo ao Divirta-se, estou muito feliz de receber.
00:51Obrigado, Otávio, obrigado, Lucas, pelo espaço.
00:54Prazer é meu estar aqui, pra gente conversar um pouquinho, né?
00:56De música, que é essa coisa tão importante, né?
00:58É isso. A gente tá gravando poucos dias depois da morte do Loborges, né?
01:04Então, a gente aproveitar aqui no Divirta-se, mandar um abraço aí pra família e, por que não, pra todos os fãs, né?
01:11Desse fenômeno que foi o Loborges.
01:14A gente ficou muito consternado com essa partida, mas a gente faça, então, uma dedicação que esse Divirta-se de hoje seja em homenagem ao Loborges.
01:24Bom, temos que seguir em frente.
01:29Péricles, tá lançando um novo álbum, lançou no final de outubro, né?
01:32Já está nos Spotify e nas plataformas digitais aí.
01:37Então, eu queria que você falasse um pouquinho desse lançamento, né?
01:41A gente tá aqui, pedi pro meu diretor mostrar aqui com essa arte incrível que o Péricles trouxe aqui.
01:47Conta pra gente, então, um pouco desse lançamento e dessa ideia também que envolve essa arte, por favor, Carlos.
01:54Bacana.
01:55Bom, eu resolvi lançar um disco novo depois de...
02:00O último que eu lancei foi em 2021, chamado Músicas de Confinamento, que é as músicas que eu fiz no confinamento, né?
02:06Como várias pessoas fizeram, né? Vários artistas tiveram essa ideia de lançar um disco com músicas que fizeram naquela época, né?
02:14Então, depois disso, eu já tinha lançado seis discos, aí eu falei, ah, tá bom, né? Seis discos, muita música.
02:21Eu comecei a atuar como musicoterapeuta também, então, meu tempo foi tomado muito pela musicoterapia, né?
02:27E aí eu tava tranquilo quanto a isso. E aí, no ano passado, comecei a sentir falta de alguma coisa, sabe?
02:35Eu cantava, tem minhas bandas que eu canto, tem a banda vinil, da qual eu faço parte, que eu canto com eles, mas assim, não tava compondo, né?
02:45E aí, em junho do ano passado, aniversário do Gil, eu comecei a pesquisar mais sobre as letras do Gil pra fazer as nossas sessões lá da musicoterapia, pra falar um pouquinho do Gil, né?
03:04Sim. E aí, eu pesquisando as letras, comprei aquele livro, todas as letras do Gil, e aí eu comecei a ver os jogos de palavras que o Gil fazia, ele adora fazer isso, né?
03:16Talvez a maioria das músicas dele tenha esses jogos de palavras. E aí me veio uma ideia de fazer uma primeira música usando esses jogos de palavras.
03:23Eu já fazia isso antes, mas não com essa intencionalidade, né? E aí eu fiz uma música chamada Achados e Perdidos, e a partir daí, em menos de um mês, saíram oito músicas, né?
03:34Seis minhas, só minhas, e outras duas parcerias com o Paulo Vale. E aí, todas elas brincando com as palavras, com esses jogos de palavras, e aí me fez nascer de novo a vontade de gravar um disco.
03:46Porque normalmente eu componho pra gravar disco, assim, eu não sou muito compositor, a gente fica compondo, toda hora compondo, não.
03:52Quando eu paro pra compor, eu paro pra compor. Aí sai aquela quantidade de música, aí eu vejo que aquilo é um álbum que tem ligação, normalmente tem,
04:01elas tem alguma ligação com a época do que eu tô vivendo, e foi o que aconteceu com esse disco. E aí eu vou falar, agora eu vou ter que gravar outro disco. Não tinha essa intenção.
04:09E aí eu vi que aquele vazio que eu tinha, inclusive, tava tendo até refluxo.
04:15Parou, e aí voltou minha esposa, então ela até falou que você não tava com refluxo, né?
04:23Minha esposa é médica, né? Ela falou, não, você não tava com refluxo, não.
04:26A gente fez o negócio, você tava com música entalada, né?
04:29É, verdade.
04:30Música entalada. E aí, eu uso, inclusive, numa das músicas do disco, falando sobre isso, né?
04:35E aí esse disco foi inspirado no Gil, né? Então eu dedico o disco ao Gil, assim, é...
04:42Claro que o Gil tá lá em cima, é aquele mestre, a música que eu fiz pra ele chama Mestre Gil, né?
04:47É aquele mestre, eu sou apenas um pequeno discípulo, né?
04:51Mas tentando usar dessas artimanhas aí, dos jogos de palavras, pra tentar fazer a minha música.
04:57Inclusive na parte musical também, de tentar misturar estilos, né?
05:01Que não era um caminho que eu vinha traçando.
05:05Eu tinha decidido um estilo meio folk rock, canção, pros últimos discos, né?
05:11Muito coisa de violão, de aço.
05:14E que nesse disco foi por água baixa, vamos dizer.
05:18Mas é interessante você falar disso.
05:19Mas antes de tudo, só dar o nome do disco, Desanoviado, que chama, né?
05:23Que o pessoal tá vendo só a capa, mas procurar depois.
05:26Cara, foi interessante você falar esse negócio de transitar por diferentes estilos.
05:30Eu queria pegar isso desde quando você começou ali na década de 90.
05:34Sim, pois é, esse é o sétimo álbum, né?
05:36Tem uma história.
05:37Exatamente, e já passou por muitas sonoridades diferentes, assim, você...
05:42Aqui antes da gente começar, você falou que tocou Clube da Esquina, uma banda que tocava Clube da Esquina.
05:46Sim, em Minha Gerais.
05:47Tocou Creedence, cover, tocou rock dos anos 70, brasileiro.
05:53Não sabia, soul music.
05:54Então assim, como é que foi essa formação?
05:56Tocou com o Afonso também, né?
05:58Então assim, como é que foi essa formação e como que foi esse...
06:03Quais esses universos que você foi transitando, assim, até chegar hoje?
06:08Bom, eu sou, vamos dizer, em 91, eu tinha 15 anos de idade, né?
06:14Então, aquele Rock in Rio de 91, né?
06:18A MTV, né?
06:20Eu fui criado por isso, né?
06:22Então eu sou aquele cara do Rock Brasil.
06:24Comecei com o Rock Brasil, assim, gostando do Rock Brasil, final dos anos 80, início dos anos 90.
06:30Depois veio Beatles, né?
06:31E aí é aquela coisa, assim, aquele negócio de tirar o fôlego e queria ouvir tudo, queria tudo.
06:36Gravar fitinha, fita cassete com todos os discos dos Beatles.
06:40Meu professor de violão tinha lá todos os discos.
06:43Eu fui lá e fiquei lá um dia inteiro gravando a fita cassete e tal.
06:47Então veio Beatles.
06:48Logo em seguida, em 95, que foi quando eu comecei, né?
06:52Que eu tô fazendo 30 anos, assim, como músico profissional, né?
06:57Vieram as outras bandas ali internacionais.
07:00Creedence, né?
07:00Que a primeira banda que eu tive foi um combo de Creedence.
07:03E assim, as outras.
07:05E veio o Rock Progressivo também.
07:07Yes, Gênesis, Floyd, entre outros, assim.
07:11E a partir do Rock Progressivo, é que me veio o interesse pelo Clube da Esquina.
07:17Acho que as primeiras referências brasileiras que eu tive mais acesso foi o Clube da Esquina e Mutantes.
07:22E muito por causa do Rock Progressivo, assim, né?
07:26O Alberto, um grande amigo meu, que tocava comigo no Creedence, me aplicou muita coisa.
07:31E me aplicou também, principalmente, o Clube da Esquina, que eu nunca esperaria que eu ia gostar, né?
07:37Eu sempre falava MPB, né?
07:39Eu ouvi, tá, ah, legal, mas nunca tive interesse.
07:43Não vou falar que eu não gostava, nunca tive interesse em ouvir.
07:45E na hora que eu ouvi o Clube da Esquina 1, o Clube da Esquina 2, o Minas, eu ouvi aquilo e falei, caramba, isso aqui é feito aqui, né?
07:57Literalmente, NBH e tal.
07:59Aí eu enlouqueci, cara.
08:00Aí eu pirei, comecei a...
08:02Fui na esquina lá da Paraisópolis, com o Diasópolis.
08:06Ah, quase pra rezar.
08:09Visitei os pais do Milton, os pais adotivos em Três Pontas.
08:12Quando eu estive lá, visitei, fui na casa do Milton.
08:15Aí eu enlouqueci com o Clube da Esquina e montei essa banda.
08:18Eu tinha que montar uma banda pra tocar Clube da Esquina.
08:20Eu tocava Clube da Esquina e tocava...
08:22Tinha uma menina que cantava com a gente, a Daniela.
08:24Ela cantava...
08:24Aí a gente cantava Elis também.
08:26Aí coisas da Elis.
08:27O que que era o Clube da Esquina também?
08:29É.
08:29E ali eu comecei a encaixar músicas minhas.
08:32Foi no Linha Gerais que começou.
08:34Então uma dessas músicas depois vieram fazer parte do primeiro disco meu, Mar de Montanhas.
08:40Mas assim, a coisa mineira me pegou de um jeito.
08:43Mas aí eu comecei.
08:44Eu falei, o negócio da música brasileira é forte, né?
08:47Aí veio Tom Jobim, Gil, Caetano.
08:50Aí todo mundo entrou nessa barca, né?
08:54E a Soul Music também.
08:56Que é engraçado assim, que a Soul Music entrou um pouco mais tarde pra mim.
09:00Mas o Steve Wonder virou uma das maiores referências que eu tenho, apesar de eu não ter coragem de cantar muita coisa do Steve Wonder nas bandas, nas coisas assim não.
09:10Porque pra mim ele não tem como chegar perto.
09:13Mas o que dele que te pegou assim de referência que você usa assim, que você acha que bebe da fonte dele?
09:19Aquelas coisas dos anos 70, aqueles discos ali dos anos 70 até o Songs of the Key of Life, né?
09:2771 até 76, aqueles discos naquela sequência.
09:30Logo depois que ele ficou independente lá na Montau, né?
09:33Que ele quis.
09:34Ele falou, eu vou produzir meus discos, eu vou gravar tudo, né?
09:36E aí aquilo ali me influenciou demais, assim, né?
09:41Aí eu tive uma banda que se chama Pois É.
09:43Essa banda era uma banda de Soul, assim, né?
09:46De versões, de música.
09:47E o Zé era um jogo de palavras, igual você estava falando das letras do Gil também, né?
09:51Era porque era Pois É.
09:52É, no final das contas eu sempre usei esse jogo de palavras.
09:57Só que agora nessa coisa desse disco, eu pensei em fazer isso, né?
10:05Nos outros eu fazia normalmente.
10:06Depois eu fui revisitando o meu repertório anterior, sempre teve jogo de palavras.
10:11Não todas as músicas, mas ela sempre teve ali.
10:14Só que agora foi concentrado.
10:16Não, eu tenho que fazer música só com jogos de palavras.
10:19Algum jogo de palavras tem que ter ali.
10:21Trocadilho, né?
10:22Então, eu sou o mestre do trocadilho, eu adoro trocadilho.
10:25Então, nesse disco tem um apocalipse, né?
10:29Eu falei, vamos chamar apocalipse, tem que ser um calypso, né?
10:32Aí eu tive que inventar uma mistura ali pra ficar uma coisa meio calypso, né?
10:37Na coisa.
10:39Aí na música eu falo apocalipse codélico final.
10:42Então, apocalipse codélico, né?
10:45Juntando.
10:46Então, eu fiquei brincando com essas palavras, com esse jogo de palavras.
10:49Tem outro exemplo também que eu acho legal.
10:51Tem uns jogos que eu já tinha anteriormente.
10:54E aí eu relembrei esses jogos de palavras que eu tinha pra fazer essas músicas.
10:58Um jogo de palavras que eu tinha era o seu Jorge Michael Jackson do pandeiro, né?
11:03Porque tem o seu Jorge, Jorge Michael, Michael Jackson e Jackson do pandeiro.
11:08Aí eu falei, eu tenho que fazer uma música com isso, né?
11:09Então, eu inventei um personagem que é um dançarino que dança tudo, né?
11:14E aí ele...
11:15E a própria música em si, ela mistura vários estilos, né?
11:18Tem baião, tem soul, tem rock, tem tudo na mesma música, né?
11:22E fui brincando, morro, mato e rio.
11:24Morro, mato e rio.
11:26É engraçado que a gente...
11:27De morrer, de matar e de rio.
11:30É uma coisa meio psicopata, né?
11:31Então, eu falo, morro, mato, rio de tanto prazer.
11:35Falar, o cara é psicopata, né?
11:37Perco de vez a razão, natureza de enlouquecer.
11:41Aí vem o negócio da natureza.
11:42Na verdade, a natureza...
11:43Eu tô falando morro, morro, mato, né?
11:46Da natureza, assim.
11:48Então, eu fiquei brincando com esses jogos pra chegar nisso, né?
11:53É um ouvinte mais desatento.
11:55Talvez não perceba essas brincadeiras, mas é bem profundo, né?
11:59Eu queria andar mais pra trás ainda.
12:01Como é que você começou?
12:03Você começou tocando violão?
12:05Você vem de uma família de músicos ou não?
12:09Conta um pouquinho dessa primeira mesmo história, assim.
12:12Você ouvia discos na casa dos seus pais?
12:14Como é que foi a iniciação mesmo na música?
12:18Eu acho que a iniciação mesmo foi ouvir naqueles discos infantis, assim.
12:22Arca de Noé, Turma do Balão Mágico.
12:25Aquilo eu adorava e eu ouvia muito, né?
12:27Eu gostava muito.
12:29E minha mãe cantando muita música do Roberto Carlos pra mim, né?
12:32Depois, hoje em dia, eu descobri de onde eu conheço algumas músicas do Roberto Carlos.
12:36Inclusive, eu sou muito fã do Roberto.
12:38Hoje, quando adolescente, eu não podia falar uma coisa dessa, né?
12:41Brega!
12:42Ainda mais que eu não era do rock, ele ia falar que eu gostava.
12:45Hoje não, né?
12:46Mas a minha mãe me influenciou, cantava muito, né?
12:51Algumas músicas do Roberto.
12:54E aí, aprendi o violão cedo, com oito anos.
12:58Esse professor que eu falei, que eu gravei os Beatles lá, né?
13:01Nilson.
13:02Aí, fiz de oito aos doze anos violão clássico.
13:04Ai, mas imagina, menino, sei lá.
13:06Eu não queria saber daquele negócio, né?
13:08Apesar de eu não era, eu era meio muito tímido, muito na minha, né?
13:11É meio aqueles caxias, né?
13:13Da escola, assim, né?
13:14Então, muito, muito tímido.
13:16E aí, comecei a ouvir algumas coisas em casa também, de rock, que meu pai gostava.
13:25Mas, muito a influência dos colegas, ouvindo aí o rock nacional, Titãs, Paralamas.
13:29A gente estava naquela época, né?
13:31Se ele com 10, 11 anos, esse pessoal estava lançando o auge.
13:33Legião Urbana, amava, ama até hoje, assim.
13:37As letras do Renato é aquelas letras que falam para o jovem, né?
13:40Sim.
13:41Ele está narrando a nossa vida ali, né?
13:44Então, quando ele falava assim, fiquem aí esperando o meu amor passar.
13:47Eu ficava esperando o meu amor passar, né?
13:49Então, era aquilo ali.
13:51Ele estava narrando o que estava acontecendo comigo, né?
13:54E aí, em 93, eu participei de uma gincana do colégio.
14:01Eu estudava lá no Marista Dom Silveira, né?
14:03Aí, teve uma gincana e tinha provas da gincana de música, assim.
14:07Que você tinha que cantar, né?
14:10Imitar o Raul Sexta, cantar uma música Raul Sexta, sei lá.
14:12Ou fazer uma paródia.
14:14E aí, foi nessa gincana que eu cantei.
14:15A primeira vez, eu não sabia que eu cantava.
14:17Eu tocava violão, assim.
14:19Depois, voltei e comecei a aprender violão popular, tal.
14:22Mas, ficava cantando bem em casa, baixinho, né?
14:25E foi nessa coisa que eu...
14:28Nessa gincana que eu sabia que eu aprendi.
14:30Eu falei, olha, eu consegui cantar, né?
14:33E eu comecei a ganhar as provas da gincana, cantando.
14:36Todas as provas que eu participava, eu ganhava.
14:38Aí, eu falei, olha, é bacana.
14:40Aí, tinha um festival da canção do...
14:43Dois meses depois, ia ter um festival da canção.
14:44Eu já compunha.
14:46Eu compunha desde os 13.
14:4714 anos.
14:48Vou entrar com a música minha, né?
14:49É um festival esse que tem até hoje?
14:51O Festival Nacional da Canção?
14:53Não, o festival lá do colégio mesmo.
14:54Ah, do palégio.
14:55Do danço velho.
14:56Não sei se ainda tem.
14:58Mas, tinha...
14:58Aí, eu participei.
14:59Entrei.
15:01Minha música ficou, acho que...
15:03Terceiro?
15:04Não.
15:04Quarto lugar.
15:06E eu ganhei o prêmio de melhor intérprete nesse festival.
15:08O 93.
15:10E o pessoal da...
15:11O pessoal da minha turma falava assim.
15:13Não acreditava, porque eu era assim, quietinho, né?
15:16Lá, não falava nada, assim, estudioso e tal.
15:19Né?
15:20Todo mundo falava assim, o Péricles, né?
15:21Eu lá no palco...
15:23Ah, aquela coisa meio Fred Mer.
15:25Eu falo isso assim, o palco me dá uma liberdade que eu não tenho, assim.
15:39Mas é boa, a pergunta é boa.
15:41É só pra...
15:41Mas é engraçado assim, que no palco eu tenho essa liberdade de ser uma pessoa que normalmente
15:49eu não sou no dia a dia, até hoje.
15:51Hoje eu não sou tão tímido igual eu era, né?
15:54Sou bem mais...
15:55São 30 anos já ali, né?
15:57Mas assim, mesmo assim, eu não faço o que eu faço no palco, eu não faço no dia a dia, né?
16:03As performances, as coisas que eu faço, deitar no chão e fazer assim.
16:09E uma influência nisso, só porque agora eu lembrei, uma influência dessa coisa do palco
16:14foi muito o Fred Merckx, né?
16:15Que o Queen também, quando o Fred Merckx morreu em 91, virou uma grande influência pra mim.
16:21Foi ali que eu conheci o Queen, que foi notícia, né?
16:24Tudo jornal, fantástico.
16:26Foi, gostei dessa música, né?
16:27Aí comecei, aí veio o tributo a Jorge...
16:29Tributo a Fred Merckx, né?
16:31Aí eu vi aquilo, pô, que legal, comecei a...
16:34E aí ele virou minha referência de palco, né?
16:38Bom, mas aí voltando lá...
16:39Aí no outro ano eu participei do outro festival, aí entrei com mais duas músicas,
16:43ou seja, minhas duas músicas foram selecionadas, uma ficou em segundo lugar no festival,
16:47e eu de novo ganhei o prêmio de melhor intérprete no festival.
16:50Falei, olha, tô achando que eu dou pra esse negócio aí.
16:54E aí fui, em 95 eu entrei pra faculdade, fazer engenharia elétrica, né?
16:59Não me peçam pra arrumar nada depois.
17:01É, tem um mau contato aqui.
17:03Porque eu só compus, eu só formei, eu só formei.
17:07É, como se fosse fácil também, né?
17:09Eu fiz na UFMG, formei lá, mas assim, nunca toei.
17:14É legal isso que você tá falando, né?
17:16E essa pergunta do Lucas que eu brinquei aqui foi muito boa,
17:19porque realmente a música às vezes ela tem um papel de libertação, né?
17:23Da própria personalidade e tal.
17:26Você enxerga isso, assim, que sem a música você seria uma outra pessoa e tal?
17:31Você consegue imaginar, assim, você consegue ver o dia que a música mudou sua vida, por exemplo,
17:36nesse dia do colégio, e aí dali em diante, você decidiu o que ia ser?
17:43Como é que foi isso?
17:43Olha que engraçado, é que eu falei com vocês que o festival foi em 1993, né?
17:51O Freddie Mercury morreu em 91.
17:52Então, na verdade, eu acho que o ponto de virada ali foi no dia da morte do Freddie Mercury.
17:59Porque eu já tocava violão, tudo assim, e muito...
18:02Aí eu olhava aquele cara que, num palco gigante, com uma multidão,
18:07ele parecia que ele era muito maior do que uma pessoa que tava ali, né?
18:12Eu falava, cara, como é que esse cara consegue fazer isso, né?
18:16E na época não tinha essa quantidade de telão,
18:18tinha alguns telões, mas não eram os telões que hoje que você vê.
18:23Às vezes a pessoa via lá de trás o show, o Freddie Mercury lá pequenininho, cara,
18:27mas ele crescia, né?
18:29Sim.
18:29Eu falei, cara, aí eu virei fã dele, não só pela voz, mas por causa disso.
18:34E eu acho que isso me levou a, quando entrar no palco,
18:38ter como referência o Freddie Mercury.
18:41Então, a primeira vez que eu entrei pra cantar,
18:44eu falei assim, se eu tenho que cantar aqui, eu não vou cantar aqui.
18:47Tinho do... Chico Buarque, né?
18:49João Gilberto.
18:50João Gilberto, não.
18:51Eu vou cantar igual o Freddie Mercury, foda-se, não sei como é que eu...
18:54Não, fica à vontade, entra com o Ilo.
18:57Fica à vontade.
18:58Falei, não vou cantar igual o Freddie Mercury.
19:00Como que eu vou fazer isso, eu não sei.
19:02Mas eu vou ter que me liberar.
19:04Ah, eu sei, botar braço pra cima.
19:07E foi isso que eu fiz.
19:08Como que eu fiz?
19:09Eu não sei.
19:10Eu fiz.
19:12Eu simplesmente fiz.
19:13E na hora que eu fiz, foi libertador nesse sentido.
19:16Eu falo assim, cara, eu posso fazer isso, né?
19:19Eu não sou aquele cara que eu achava que é que todo...
19:22Porque isso é uma coisa assim, a gente põe uma personalidade pra gente,
19:27uma persona, né?
19:28O tímido.
19:29Porque todo mundo fala isso, né?
19:30É.
19:30E aí você veste aquilo e vai, né?
19:35Eu sou assim, ansioso.
19:37Você é ansioso?
19:37É, eu sou ansioso.
19:38Então, agora eu sou...
19:40Eu sou ansioso e não tem como mudar.
19:42E o tímido era isso.
19:43Eu sou tímido.
19:45E na hora que eu vi que não, podia ser...
19:48Cada olho mais arregalado que o outro na plateia.
19:51Tipo assim, quem que é esse cara que tá aí?
19:54Que legal.
19:54É massa isso porque, de certa forma, a história de libertação do Fred Mercury,
20:00que é muito parecido com isso, né?
20:01Que viveu muitas repressões pela questão da sexualidade e por N outras questões,
20:07inspira várias outras pessoas e estamos aqui com a prova viva de que essa história,
20:13ela se repete.
20:14Que a libertação de um serve como inspiração para a libertação de outro e a formação de um artista, né?
20:21É, cara, esses caras grandes, né?
20:24Esses grandes nomes da música, eu fico imaginando a quantidade de gente que eles inspiraram, né?
20:28Para entrar, assim, você pega Beatles, né?
20:32Todo mundo cita Beatles, né?
20:33Sim.
20:34Você fica imaginando o que Beatles...
20:36Imagina quem viveu a época, né?
20:38E quem se tornou músico naquela época dos Beatles, né?
20:42Então, como que aquilo bateu para ele, né?
20:44Para ele estar ali e fazer a sua própria...
20:50Se formar como um artista único, mas inspirado por outros, né?
20:56Carregando aquela influência de outros, né?
20:58E o meu é um pouco isso, é um Fred Mercury, mas que depois foi misturando com todo mundo, né?
21:04Com o Milton Nascimento, com o Tom Jobim, com o Steve Wonder, com o negócio e aquilo virou essa...
21:11Esse feijão tropeiro maravilhoso.
21:13Eu até queria falar um pouco disso, assim.
21:15Quando que essa ideia, essa coisa que era da sua personalidade virou uma profissão?
21:21Quando que você passou a viver de música mesmo?
21:23Ó, como eu falei, eu comecei profissionalmente ganhando dinheiro ali com a música em 95, com o Credence Cover, que era o Cover de Credence.
21:33E, ao mesmo tempo, eu estava fazendo faculdade de engenharia.
21:37E aí foi ali que eu comecei a ver o seguinte...
21:40Eu era muito cacheão na escola, né?
21:42O cara ali, que todo mundo...
21:45Aquele negócio de passava no terceiro bimestre, né?
21:48Pra que você está estudando? Você já passou no terceiro bimestre?
21:50Só tirava acima de 90, né?
21:51Que isso!
21:52Era só assim, né?
21:53Chegou na faculdade, eu era o pior da minha sala.
21:55Porque só tinha um cara da minha sala, que é o Hugo Barra.
22:02O Hugo Barra, cara, foi um dos diretores mundiais do Google.
22:06Caramba!
22:06Depois, assim...
22:07É um cara conhecido.
22:08Se você procurar o Hugo Barra, aí você vai achar...
22:10Depois ele foi pra China, que é aquele...
22:13IOMI, como é que chama aquele...
22:16Ele era o tipo de presidente.
22:17Hoje ele é diretor do negócio de inteligência artificial do Facebook, uma coisa assim.
22:23Então, assim, só tinha esse tipo de cara na minha sala, né?
22:27Então, eu era o pior, né, cara?
22:28Eu falei, cara, nunca tive essa sensação, né?
22:30Tomando exame especial, tomando bomba numa matéria.
22:34Eu falei, cara, não sei o que é isso.
22:35Ou seja, eu falei, aqui não é o meu negócio.
22:37E, ao mesmo tempo, eu comecei a cantar com o Creedence College.
22:41O primeiro show que eu fiz foi no antigo Multiplace.
22:44Sim.
22:45Lá no Multiplace, tinha 3 mil pessoas, cara.
22:48Era uma festa de escola, essas grêmios estudantil, né?
22:51As grêmios estudantil faziam muitas festas.
22:52Sim.
22:53O primeiro show que eu faço, a Rede Transamérica estava lá na porta esperando.
22:59O que está chegando aqui?
23:00O Péricles, o vocalista do Creedence.
23:02Caramba, o que é o primeiro show?
23:04Só a termos de comparação, o Palácio das Artes tem 1.700 lugares.
23:08Você tocou para dois Palácios das Artes no seu primeiro show.
23:11Primeiro show.
23:12Então, assim, não, tanto é que eu fui fazer voz e violão.
23:14Fiz muito tempo de voz e violão em bar.
23:16Mas a ordem foi o contrário.
23:19Eu fui fazer voz e violão em bar dez anos depois que a gente tinha começado.
23:23Já teve o seu Rock in Rio pessoal ali.
23:26Depois que foi aprimorando.
23:28Mas e aí?
23:28Aí você foi ganhando?
23:30É, é onde que eu ganhava o dinheiro era para tocar.
23:34Tinha cachê legal, era bacana, assim.
23:36Tinha um cara que produzia a banda.
23:38E a gente, menina, eu vi o TC aqui, o Tiago, falando de negócio de cabeça, de agente jovem.
23:44Aí o cara produzindo a gente, negócio.
23:46Aí eu falando, assim, aí a gente, assim, gostava um monte de coisa, né?
23:52Ô, vamos botar um repertório, metade do repertório, vamos fazer, assim, coisas que a gente gosta.
23:56Vamos tocar Roto Califórnia, vamos tocar Mutantes, vamos tocar, sei lá, Beatles, Yes, vamos tocar Yes.
24:02Vamos botar Yes no repertório.
24:04Aí o cara fala, vocês estão doidos, vocês têm que colocar credência, a banda chama credência e corre.
24:08Aí a gente, não, beleza, tudo bem.
24:10Aí chegava, chegava no meio do show, a gente fala assim, gente, agora nós vamos fazer homenagem ao rock.
24:14Ele não acabava nunca, cara, a gente fazia umas sete, oito músicas, assim, não tinha nada a ver.
24:18Aí o cara desistiu da gente.
24:20Cara, menino, né, é difícil.
24:22É o TC que ele está se referindo, é o episódio que a gente fez com o Tiago Corrêa, do transmissor, do Diesel.
24:28Muito legal.
24:29Que conta muitas peripécias deles, viajando para tentar ser músico profissional também.
24:34Se você não viu, acessa a playlist aqui no Portalai e veja que vale a pena, muita história divertida.
24:41Mas retomando, quer fazer uma aí?
24:43Eu quero, aproveitando isso que o Otávio te perguntou, né, da profissionalização,
24:47uma coisa que me chamou muita atenção foi ali no Dom Silvério, quando você falou que ganhou pelo menos duas vezes melhor intérprete, né?
24:53Isso.
24:54Ali você não, igual você falou, você não se preocupava com a voz nem nada.
24:59Quando que você descobriu que a voz também era um instrumento?
25:02Que aí você começa, tipo, pô, eu tenho que cuidar da minha voz, né, eu tenho que aquecer.
25:06Porque eu imagino que no começo, talvez, isso não tinha preocupação.
25:11Pode ser ano passado?
25:12Sério?
25:13Em 30 anos?
25:14Legal.
25:14No 29?
25:16Ainda tá nessa transformação.
25:19Não, porque ano passado eu comecei realmente a fazer, muito por causa da musicoterapia também.
25:24Porque eu, intuitivamente, não tô falando que isso é certo não, viu?
25:29Intuitivamente eu achei um lugar pra voz.
25:31O Credence exigia muito a voz, né?
25:33Sim.
25:33Porque era agudo e tinha um drive.
25:34É, o Queen também que você citou como um, só coisas que tem um vocal realmente muito marcante.
25:39E o Credence eu ficava tentando imitar a voz do cara, assim, do John Fogarty.
25:44E aí eu fazia o drive, com o drive, com o drive, e fazia agudo, né?
25:49Então era agudo e com drive, né?
25:55Só que eu achei um lugar na cabeça, sem querer.
25:59Achei um lugar que eu conseguia manter lá, tal.
26:03Então assim, eu fui muito relaxo, assim, com a voz, sabe?
26:06A minha sorte é que eu nunca fumei, então tem muito pouco.
26:10Então essa parte, assim, de desgaste por outras coisas, assim, eu não tenho.
26:15Mas com a musicoterapia, eu praticamente canto o dia todo, né?
26:19Como é que é isso?
26:20Você já citou duas vezes, fala um pouco sobre essa musicoterapia.
26:23A musicoterapia veio com uma demanda muito de...
26:27A coisa da pandemia, né?
26:29Faz a gente repensar várias coisas, né?
26:32Eu criei um negócio chamado...
26:35Cria-songs, que a gente criava músicas personalizadas para as pessoas.
26:40Eu e o Paulinho, eu e o Paulo Vale, né?
26:42Esse que fez a capa e tudo.
26:44E aí a gente fez algumas músicas, deu para ganhar uma graninha com isso.
26:49E eu falei, mas eu tenho que arrumar, porque isso é muito esporádico, assim, né?
26:52Tem que arrumar uma coisa mais fixa.
26:53Aí eu fiz a pós-graduação em musicoterapia, né?
26:57Comecei a atuar com idosos, que é um público que eu achei mais interessante do que...
27:02A musicoterapia atua muito com crianças, com autismo, né?
27:07Ela é muito importante, inclusive, uma das terapias mais importantes, né?
27:10É, tem crianças, por exemplo, autistas, que muitas vezes não se comunicam, mas cantam, né?
27:14Isso, exatamente.
27:15É uma linguagem muito importante para eles, né?
27:19Se comunicam através da música, sim.
27:21Exato, é melhor dizendo isso.
27:22E aí com idosos também, principalmente os idosos com demência, com Alzheimer, né?
27:28Porque a memória musical é a última que vai embora, né?
27:30Ah, é? Olha só.
27:32E é mágico, cara.
27:33É uma coisa mágica.
27:34Eu já faço atendimentos particulares e faço atendimentos também em casas de repouso, né?
27:40As ILPIs, né?
27:42E é mágico.
27:44Eu já atendi idosos, assim, que praticamente não falavam nada mais, o vocabulário muito restrito.
27:49E que, de repente, sabe cantar Asa Branca, do início ao fim, assim, sabe?
27:54Quando você começa a tocar.
27:56Então, é uma coisa muito bonita.
27:58Além de tudo, é muito bonito, assim, sabe?
28:00Você vê aquela transformação que a música faz.
28:02É claro que a demência, ela não tem cura, né?
28:05Ela, progressivamente, ela vai...
28:07Mas, gente, você consegue com a musicoterapia, como é que fala assim?
28:12É retardar o processo, como se fosse uma fisioterapia para o cérebro, né?
28:17Sim, sim.
28:17Então, é muito bonito, cara, o trabalho, assim, com a musicoterapia.
28:20Só que aí, assim, eu atendendo, eu estou atendendo bastante, assim.
28:23E aí, você o tempo inteiro falando, cantando, né?
28:26Não é só cantar também.
28:28Você faz jogos musicais, faz outros instrumentos de percussão para eles se expressarem de alguma forma.
28:35Mas, eu comecei a usar muita voz.
28:37E aí, começou a desgastar mais ainda, né?
28:39Do que vim.
28:40E isso vai ficando mais velho, né?
28:42Aí, já tem, naturalmente, né?
28:45E aí, eu comecei a fazer um tratamento, ano passado, com a Janaína Pimenta, né?
28:50Que é o fonoaudiólogo super requisitado.
28:52É do Milton, do Milton, da Ivete Sangar.
28:55Aí, fiz com ela um pouco.
28:57Ela me passou uns exercícios.
28:59Hoje, eu não estou indo nela.
29:01Eu estou mais fazendo os exercícios, mas agora eu estou, assim, super correto.
29:05Como eu nunca fui na vida.
29:06Arrependido de não ter feito isso antes, assim, sabe?
29:09Não, mas que bom que você não estragou a voz para tentar recuperar depois, né?
29:12Porque aí, seria...
29:14É.
29:15Mas, eu dei muita sorte, cara.
29:17Eu tenho muitos amigos meus, músicos dessa...
29:22Da minha geração, assim, que já teve.
29:24Calo nas costas vocais, teve que operar, fazer algum procedimento, né?
29:28Eu nunca tive, não.
29:30Mas, é...
29:31Tem que cuidar.
29:31Tem que...
29:32Não pode deixar...
29:33Ninguém pode seguir meu exemplo, não.
29:35Quem é cantor...
29:35É um instrumento, né?
29:37E, às vezes, fazendo esse drive, né?
29:39Buscando um rockedão ali para cantar, às vezes, dá uma desgastada, né?
29:43Eu dei sorte, cara.
29:44Eu dei sorte.
29:44E que você também não é boêmio.
29:46Também não é só sorte, né?
29:47Também foi uma decisão aí.
29:48O exemplo mais claro é a X-Rosa.
29:50É.
29:50Acabou com a regaçó voz dele.
29:52Bom, vamos levantar a moral desse podcast aqui, para a gente não se perder.
29:56Eu queria que você falasse um pouco mais desse disco, né?
29:59Teve essa criação dessa mídia física, que não é exatamente o que a gente está acostumado
30:06a ver.
30:07Eu queria que você contasse um pouco, né?
30:08A história, talvez até...
30:10E mostrasse o que é esse disco não para ele, né?
30:12Eu queria pedir para o meu diretor aí, encaixar ali para ele mostrar.
30:16Se você puder mostrar para a gente...
30:18Fica mais encostado aqui, só para ele poder...
30:20Como é que eu põe para cá?
30:21Isso, isso.
30:22Naquela ali.
30:23Aí você fala para a gente.
30:25Conta a história.
30:26Bom, isso aqui parece um LP, né?
30:28Um LP, mas, na verdade, não é.
30:34Aqui a capa.
30:35Inclusive, belíssima a arte do Paulinho.
30:37O Paulo Vale, que eu já citei várias vezes aqui, eu cito ele porque ele é baterista,
30:42ele é letrista, ele é letrista de duas músicas desse disco, né?
30:45Ele também fez jogo de palavras e tal, igual eu fiz.
30:49E ele que fez a...
30:49Ele é fotógrafo, ele que fez as fotos aqui e fez a arte.
30:54Então você vê que é um cara multiuso, né?
30:56Muito mais.
30:57E criou esse formato que a gente chamou, que ele chamou de LV.
31:03LV é large, como que é?
31:06Vixe, large visual.
31:08Acho que é isso.
31:11Que é o quê?
31:12O que a gente sempre tem, assim, o pessoal reclamando, vamos dizer assim, né?
31:17Pô, a música digital, aquela coisa muito ali, a gente ouve, mas a gente não tem mais nada,
31:22não tem a letra, não tem a ficha técnica.
31:25Era legal, na época do vinil, que você tinha arte, que você pegar e ver a capa assim e tal.
31:31Aí o Paulinho teve essa ideia, falou assim, cara, nós vamos criar um produto, né?
31:37Que vai ser uma capa de vinil, né?
31:39Capa contra capa, como se fosse vinil.
31:42Um encarte, né?
31:44Com as letras.
31:45Aqui tem uma historinha que une as músicas.
31:48Esse disco acaba sendo um disco conceitual, porque eu vi que tem uma relação entre as músicas.
31:53E esse texto é seu?
31:54Não, esse texto é do cara do Antídoto, que é aquele canal do YouTube.
32:00Ele que fez, e aqui as letras, e aqui um QR Code pra pessoa ouvir a música, né?
32:08Que cai no meu site e a pessoa pode ouvir a música, pode ouvir também no Spotify, onde que ela quiser, né?
32:14E acompanhar, como antigamente, né?
32:17Com a letra na mão, olhando de vez em...
32:20A gente fez questão de fazer uma arte bem bonita, assim, pra...
32:23Pois é, desanuviar, né?
32:24Desanuviar.
32:25Aí botou a nuvem na mente.
32:26É, exato.
32:27Fala um pouquinho desse processo aí pra gente.
32:30Cara, é...
32:31É, você fala do negócio do nome e tudo?
32:33É, da arte junto com a música.
32:34Olha pra você ver.
32:35O que que conversa isso aí com o álbum em si?
32:38Então, na verdade, a gente queria criar uma arte bonita, que inclusive a pessoa quisesse
32:44pegar esse aqui depois e colocar num quadro, fazer um quadro, que vários quadros de negócio
32:49ela pudesse.
32:50Então, a ideia do Paulinho era criar esse tipo de arte.
32:52Então, ele me mandou várias ideias.
32:54Então, não tinha o nome do disco ainda.
32:56E aí, essa ideia, eu falei...
32:58Aí ele falou, ah, cara, a gente põe uma modelo com uma pessoa com uma nuvem tampando os olhos
33:03e letras caindo, que tem esse negócio do jogo, de jogos de palavras e tal, chovendo,
33:08letras assim, e aí a nuvem tampando e...
33:11Eu falei, ah, cara, eu gostei dessa ideia, né?
33:14Aí eu falei, mas isso aí, como é que vai ser o nome do...
33:16Aí, o que que isso tem a ver, assim, com o nome do disco e tal?
33:19Não, o que que isso tem a ver com o disco em si?
33:22Eu falei, ah, cara, mas aquela capa da vaca do Pink Floyd não tem nada a ver com as músicas
33:29que tem lá.
33:29Eu, é verdade, é verdade.
33:31Aí eu falei, beleza.
33:32Aí eu tenho um grupo no WhatsApp com pessoas mais próximas, assim, que gostam do meu trabalho,
33:36são 450 pessoas mais ou menos.
33:39E eu fiz uma enquete lá, com nomes, assim, baseado na capa.
33:44E aí o Desanuviar venceu.
33:45Então foi uma enquete que tinha três ou quatro nomes, não lembro, ou dois, não lembro.
33:51E aí o Desanuviar venceu.
33:54Era seu preferido ou não?
33:55Pode ser sincero, esse nome.
33:57Ah, eu que...
33:58Tinha outros nomes que o Paulinho tinha dado.
34:01O Desanuviar foi um nome que eu dei.
34:03Mas eu gostei dos nomes que o Paulinho deu também.
34:05Então, assim, como é um que eu já tinha escolhido, eu gosto desse jeito.
34:09Que legal, né?
34:09Isso, a gente está tendo aqui uma espécie de aula também de criação de público, né?
34:14É.
34:15São caminhos para o underground mesmo, né?
34:18Tanto essa arte super inovadora, essa ideia achei super legal, mas também isso, de buscar
34:24ter uma proximidade, né?
34:25Porque as redes sociais, às vezes, a gente fica meio refém ali dos algoritmos.
34:29Eu te sigo, mas eu não vejo as suas coisas, né?
34:32E acho até legal, assim, o que você poderia falar, assim, para alguém que está começando
34:37agora, nesse aspecto da produção, da criação de público, você teria, assim, uma sugestão
34:45para um artista iniciante agora, cara?
34:49Olha, eu vou te falar, assim, eu sou um cara...
34:53Difícil falar dessa coisa de rede social, porque eu sempre...
34:57Por exemplo, eu tenho músicas, eu e o Paulinho, a gente tem músicas meio críticas, né?
35:01Então, tem um que se chama Touch Scream.
35:03Ah, o Touch Scream é um que tem jogo de palavra.
35:06Enquanto você vive tocando a tela, eu vivo de tocar canções para ela.
35:12Então, tem o negócio do toque, né?
35:13Eu uso muito o negócio do toque, da tela, tela.
35:16Então, assim, eu uso esse negócio.
35:19Então, eu sempre tenho essa crítica, assim, à rede social, porque é um negócio que me
35:22faz muito mal, assim, sabe?
35:24Eu vejo que é um vício, né?
35:25Que todos nós temos, assim, não dá para escapar.
35:29Ao mesmo tempo, é uma coisa que veio para ficar, né?
35:31Mas eu tento, assim, sempre ter um olhar crítico, assim, né?
35:34Ficar, assim, tentar afastar.
35:36Eu fiquei uns nove meses longe do estágio.
35:40Eu preciso disso para desintoxicar.
35:42Aí voltei e tal.
35:43Então, eu acho, assim, não pode se criar uma ilusão de que, assim, ah, tem não sei
35:50quantas curtidas, ou tem não sei quantos seguidores, ou número, em termos de quantidade
35:55de número, que aquilo quer ser o...
35:57É uma validação do artista, né?
36:00Sabe?
36:00Porque tem gente que sai curtindo, né?
36:03Nem vê o que está escrito, nem vê o que está o negócio, né?
36:06Tem gente que tem esse hábito.
36:07E a própria relação da coisa é um consumo muito rápido.
36:11Muito rápido.
36:12Próximo, próximo, né?
36:14Próximo, próximo.
36:15Não guarda a informação, né?
36:16Às vezes a pessoa viu uma música minha ali no negócio, ah, curtiu, mas, cara, daqui
36:20uma hora ela nem lembra que ela viu aquela música, curtiu.
36:23Então, é muito difícil.
36:24Eu acho muito...
36:24É meio paradoxal, né?
36:27Ao mesmo tempo, você tem...
36:28Todo mundo tem uma...
36:29Hoje em dia, uma possibilidade, né?
36:32De divulgar sua música, de gravar em casa e divulgar e botar no Spotify.
36:36Ao mesmo tempo, é tanta gente, tanta gente, tanta coisa, que é muito mais difícil
36:40você fidelizar, né?
36:41Que esse é o grande lance, é da fidelização, né?
36:45E a fidelização hoje é bem mais complexa, né?
36:47Então, eu acho que assim, tentar esse tete-a-tete, assim, sabe?
36:51De ter, por exemplo, a minha ideia foi criar esse grupo no WhatsApp.
36:55Eu fui lá, um por um, no Instagram, as pessoas que eu vi aqui, perguntaram, falou, eu estou
36:59com um grupo no WhatsApp que você vai receber a mensagem uma vez por semana, não é um
37:03grupo de discussão, é um grupo só de divulgação.
37:05Uma vez por semana, eu vou falar dos shows que eu vou fazer, das novidades, vou fazer
37:08enquete, igual eu fiz essa aqui.
37:10Ah, que legal!
37:11Aí, essas pessoas entraram lá.
37:13Então, assim, eu sei que as pessoas viram lá no grupo, você consegue ver quem que
37:19visualizou.
37:19Sim, sim.
37:20É diferente do Instagram, que eu não sei quem que viu, pra quem que chegou, pra quem
37:24que eles mandaram, né?
37:25Então, assim, é uma estratégia que eu criei, mas eu acho que tem várias outras, depende
37:29do público.
37:30Eu acho que as pessoas, os artistas mais novos, tem uma possibilidade muito maior, assim,
37:37né?
37:37De ter um público maior, de conquistar um público maior através das redes sociais, que
37:43eles nasceram já com isso inserido, assim.
37:46Eu não, a gente, eu estou do transição, né, cara?
37:50É muito estranho isso, assim, eu acho o mundo muito estranho.
37:53A gente está passando do analógico, analógico, mas digital, para o digital.
37:58É.
37:59Você pegou todas as transições.
38:01É, então sim.
38:01E agora uma retomada também, aí essa vontade do físico, do toque e tal, o que é muito
38:06legal.
38:07Bom, a gente está chegando, o diretor já está me sinalizando ali.
38:11Eu queria, então, fazer uma brincadeira que a gente propôs antes, né?
38:17A gente depois fala dos projetos futuros e o caminho aí do álbum, mas eu queria,
38:23então, que você respondesse, eu vou falar quatro coisas aqui, que você respondesse
38:28de forma sucinta o que elas significam para você, beleza?
38:32Pode ser?
38:33Pode, mas uma palavra não precisa, não pode.
38:34Do jeito que você achar melhor, se conseguir uma palavra, ótimo, mas não precisa ficar
38:38preso.
38:38Pode ser em uma frase e tal.
38:40Beleza.
38:40Beleza.
38:41Vamos começar com o Gilberto Gil.
38:45A minha última e maior influência, a última no sentido de, a mais recente, a mais recente
38:52e maior influência que tem traçado o meu caminho, a partir desse disco aqui.
38:59Clube da Esquina.
39:00A minha primeira influência brasileira e que está aí até hoje, né?
39:05A perda do Lô, eu fiquei muito sentido, mas está aí.
39:11Vinil.
39:13Pô, vinil tem dois signos.
39:15Vinil é a minha banda de cover que eu faço shows aí, por aí.
39:21E o vinil é isso, cara.
39:24É a minha ligação com o analógico.
39:26Eu tenho vinil.
39:28Então, é a minha ligação com o analógico, né?
39:30Para não se perder, para não ficar todo no digital.
39:33E a última, o rock'n'roll.
39:35O que significa para você?
39:36Ah, o rock'n'roll é o que une tudo, cara.
39:38Assim, para mim, né?
39:40Ele é a liga, né?
39:42Do resto todo.
39:43Todas as outras influências, elas vieram pelo rock'n'roll, né?
39:47Vieram.
39:48O Tantz veio pelo rock'n'roll.
39:49Depois o Clube da Esquina veio pelo rock'n'roll.
39:51E aí o resto veio pelo Clube da Esquina, mas ligado ao rock'n'roll.
39:55Legal, é isso aí.
39:57Bom, então para a gente ir caminhar de vez para o final,
40:00eu queria que você falasse dos próximos passos, né?
40:02Quando que vai ter show para lançar o disco?
40:06O que as pessoas que te acompanham lá nesse grupo muito legal também
40:09dessa estratégia que você criou podem esperar aí?
40:12E onde comprar também.
40:13Ah, legal.
40:14Isso, é.
40:14Exatamente.
40:14Bom, o show de lançamento vai ser no dia 14 de novembro,
40:18na Monca Cervejaria.
40:22E lá a gente está fazendo uma promoção, assim, né?
40:26A pessoa pode comprar o ingresso, mas pode comprar o ingresso mais o LV.
40:30E tem o CD também, porque eu lancei CD também.
40:33Aí a pessoa pode comprar o LV, o CD, junto com o ingresso, né?
40:37Então, inicialmente, eu vou esperar para ver a questão do show,
40:41quantos que vão vender, quantos que as pessoas vão comprar,
40:44porque eu não fiz tantos também, né?
40:46Por enquanto eu fiz, acho que, 200 ou 300, assim.
40:49E o que sobrar eu vou colocar depois, vou armar uma estratégia,
40:53colocar a venda na internet, tudo, para a pessoa poder adquirir.
40:56Mas, inicialmente, nos shows, né?
40:58E o que eu tenho marcado é o lançamento, e depois, no futuro, assim.
41:03Aí vem coisas assim, a gente quer dar aquela, prolongar um pouco a vida do disco, né?
41:08Porque, hoje em dia, o disco, ele vai ser lança, uma semana depois.
41:13Já é a notícia velha.
41:14Com essa quantidade de informação, né?
41:16E como eu não sou muito de lançar single, como eu disse para vocês,
41:19eu componho para o álbum, né?
41:21Então, assim, eu vou ter que ficar inventando.
41:24Então, clipe, tem a história, que eu quero fazer uma revista em quadrinho dessa história aqui.
41:29Que legal.
41:29Eu tenho essa ideia de fazer uma história.
41:31Porque a história ficou bem legal, então eu quero...
41:33Então, eu vou inventar coisas.
41:35Como é que é?
41:35Assim, a gente já está terminando, mas como é que é compor para um álbum,
41:38diferente de compor música a música?
41:40Explica isso em termos...
41:43Como se você estivesse explicando para uma criança de 5 anos.
41:47Cara, compor para o álbum é o álbum falar para você o que você está vivendo naquele momento.
41:53Sabe?
41:54Então, eu...
41:56Só dois exemplos, assim.
41:57O Rua Universo, que é o meu disco de 2016,
41:59eu morava numa rua chamada Rua Universo.
42:02E lá nasceu meu filho.
42:03E lá foi o lugar que eu fui morar quando eu casei com a minha esposa.
42:07Então, eu fiz uma música chamada Lar,
42:08que fala do lugar...
42:10Tem a música Rua Universo, que é a rua lá.
42:12Tem a música Canção para o Francisco, que é a música que eu fiz para o meu filho.
42:15Então, é tudo aquilo que eu estou vivendo naquele momento,
42:18eu coloco naquele álbum.
42:19É como se fosse ali mesmo.
42:20Quando eu olho para trás, eu sei as fases da minha vida,
42:23olhando para os meus álbuns.
42:25E eu acho isso muito legal, cara.
42:26Porque, para mim, é importante isso.
42:29Eu já lancei singles solto.
42:31Fica lá, na nuvem.
42:34Ninguém ouve.
42:34É engraçado, as pessoas que gostam do meu trabalho,
42:36ninguém fala dos singles, dos dois, três singles que eu lancei,
42:40porque eles ficam sem rumo,
42:43ficam órfãos, sabe?
42:45De alguma coisa, de um álbum.
42:46Então, para mim, não estou falando que é assim,
42:49para mim funciona lançar um álbum,
42:51e falar, olha, essa é a minha vida agora.
42:53Esse é o meu momento.
42:54E aí, daqui dois, três anos,
42:56vou lançar outro com aquele momento,
42:58daquele...
42:59É a minha forma de estar no mundo,
43:03com a minha música.
43:04Legal, legal.
43:04Quase uma tatuagem musical, né?
43:06Exatamente.
43:07Maneiro.
43:08Mais alguma coisa?
43:09Não, só isso.
43:09Quero agradecer muito, Pepe.
43:10Obrigado mesmo.
43:11Eu que agradeço, cara.
43:12Obrigado mesmo.
43:13Obrigado.
43:13Pelo espaço aí.
43:14Foi muito bacana a conversa.
43:16É bom quando tem mais tempo, assim,
43:18que normalmente quando a gente dá entrevista,
43:20é aquela...
43:20Dez minutos, quinze...
43:21Aí o podcast sempre é legal,
43:25que a gente pode falar de mais coisas,
43:26mas ampliar, né?
43:27E ao mesmo tempo passa super rápido, né?
43:29A gente sente que tem assuntos que ficam,
43:32mas não dá para a gente se perder tanto.
43:35Mas você que está aí, né?
43:36Acompanhe o trabalho do PECS,
43:38entre no grupo dele.
43:40Achei essa estratégia muito bacana.
43:42Maravilhoso o material gráfico.
43:44Parabéns.
43:45Essa ideia é sensacional.
43:46Obrigado.
43:46Realmente inovador.
43:47Nunca tinha ouvido falar disso.
43:49Então, parabéns para você, ao Paulo,
43:51que criou, que criaram, né?
43:54Melhor dizendo.
43:55E te desejar aí sorte nesse lançamento,
43:59no show e deixar um espacinho final
44:01para as suas últimas palavras.
44:04Minhas últimas palavras?
44:06Vou falar então uma coisa que...
44:08É um projeto meu da musicoterapia.
44:11Chamado Parar para Escutar.
44:13Eu acho que a gente devia ter uma relação com a música
44:18que a gente tinha...
44:19Isso é uma coisa que eu sinto falta antigamente.
44:21A gente tem que ter uma relação com a música
44:23de sentar e escutar a música.
44:27Porque a gente hoje ouve música fazendo outras coisas.
44:29Lavando roupa, no carro...
44:31Não, agora eu vou sentar no sofá.
44:34Pode ser no seu...
44:35Não precisa ter o vinil e tudo, né?
44:38Sentar e vou ver o que essa música...
44:40O que esse álbum, essa música,
44:41ou o que for, tem para me dizer.
44:42E ela diz muita coisa, sabe?
44:44E eu acho que isso faz...
44:46Como musicoterapeuta, eu sei o tanto que isso faz bem para o cérebro, né?
44:50O tanto que é importante.
44:51Por isso que a memória musical é a última a ir embora.
44:54Então eu queria, mais do que falar de mim ou da minha carreira,
44:58deixar essa proposta das pessoas...
45:01Sentar no maratona, série, fica uma série, um milhão de capítulos de cada série.
45:09Cara, um disco de meia hora, senta.
45:12Meia hora.
45:13Senta no domingo, o que seja.
45:15Senta lá.
45:16Agora eu vou ouvir um disco.
45:17Você vai ver que a sua vida vai mudar.
45:20Legal.
45:21É uma bela palavra final.
45:23Porque a gente está perdendo isso mesmo.
45:24Demais.
45:25Demais.
45:25Bom, então é isso, né?
45:28Agradecer aí, Lucas, mais um episódio.
45:31Muito legal.
45:32Péricles, muito obrigado.
45:34Muito bacana aí a sua história, tudo que você trouxe aí para a gente.
45:37Esse lance da musicoterapia é demais.
45:40Então acompanhem aí o trabalho do Péricles.
45:44Deixa o like aqui nesse vídeo.
45:47A gente está fazendo quinzenalmente o Divirta-se.
45:50Talvez, às vezes, falha um pouco, antecipa um pouco.
45:54Mas sempre temos coisas sobre arte, sobre música, literatura, cinema.
45:59Tem a playlist aqui que você vai poder ver diversas pessoas, como eu já falei.
46:05E aí a gente está aqui querendo que você interaja.
46:08Então se você chegou até esse ponto do episódio, mande aqui um comentário.
46:14Eu vou provocar aqui os fãs do Péricles.
46:17Se você chegou, escreva aqui um comentário.
46:19Eu cheguei.
46:20E eu vou mandar o link lá no grupo.
46:22Vou.
46:22Então o pessoal do seu grupo esteja intimado a comentar aqui o episódio.
46:29Então eu vou agradecer vocês dois novamente.
46:32E dizer que para mais notícias do Brasil, de Minas e do mundo, é m.com.br.
46:38Valeu e até a próxima.
46:39Divirta-se.
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