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NotíciasTranscrição
00:00O Jornal Nacional está na cúpula do clima em Belém.
00:22Trazer os líderes mundiais para o mergulho na realidade amazônica.
00:26Na COP30, a natureza não é só um assunto, é a personagem principal.
00:30Somos 1 milhão e 300 mil amazônidas e viver na floresta faz da nossa cidade um espelho dos desafios da COP.
00:40O fogo no ano passado fez a Amazônia inverter o seu papel.
00:44Em grandes partes, a floresta emitiu mais carbono do que tirou da atmosfera.
00:50Aqui na Zona Azul, países anunciam investimentos para o fundo de florestas tropicais.
00:55A maior iniciativa do governo brasileiro.
00:58O financiamento para combater as mudanças climáticas é assunto central.
01:02Mas qual é exatamente a conta do aquecimento?
01:05O Brasil propõe que um mutirão global transforme discurso em ação e execute o que já foi decidido em conferências anteriores.
01:14Na nossa série especial, você vai ver a batalha geopolítica entre os dois países que mais poluem o planeta.
01:21China e Estados Unidos.
01:22A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo.
01:35E a cidade de Belém fica bem no coração da floresta.
01:40É também a região que abriga a maior diversidade de espécies do mundo.
01:44E que, a partir de hoje, vai atrair toda a atenção do planeta.
01:50Esta quinta-feira marca o começo da cobertura do Jornal Nacional sobre a Conferência do Clima em Belém.
01:57E é pra lá que nós vamos ao vivo agora com o nosso repórter Felipe Santana.
02:03Felipe, muito bom ter você aqui.
02:06Muito boa noite e bem-vindo.
02:07Boa noite, Trale.
02:13Boa noite, Renata.
02:14Boa noite a todos.
02:15Bem-vindos a Belém nesse primeiro dia de Cúpula dos Líderes.
02:19Esse evento que antecede a COP30, que está reunindo chefes de Estado do mundo inteiro.
02:24Esses chefes de Estado passaram um pouco de calor.
02:26Hoje estava bem calor durante o dia aqui em Belém.
02:28No final da tarde choveu um pouquinho.
02:30Agora está um calor agradável.
02:31Olha só onde a gente está.
02:33Na frente do pavilhão da COP.
02:35Se você entrar por essa porta aqui, você entra na chamada Zona Azul,
02:39que é uma área controlada pela Organização das Nações Unidas,
02:42onde entram os funcionários da ONU, delegações de países
02:45e jornalistas credenciados para ver o que está acontecendo.
02:48Agora, se você for lá para o outro lado, você chega na chamada Zona Verde,
02:53que é onde está a sociedade civil, comunidades indígenas, ONGs, promovendo o debate público.
02:58A nossa equipe passou o dia hoje aqui na Zona Azul,
03:02vendo como estava essa conversa entre os líderes e chefes de Estado
03:06e é isso que a gente vai acompanhar a partir de agora.
03:09Ainda é um pavilhão em construção.
03:11São os últimos preparos, porque a COP30 começa oficialmente só na segunda-feira.
03:17Mas hoje foram duas horas de tapete vermelho.
03:21Uma fila de líderes estrangeiros, chefes de delegações, 127 apertos de mão.
03:29Todos eles foram recebidos pelo grupo paraense Arraial da Pavulagem.
03:34O que começou aqui hoje foi a cúpula dos líderes.
03:44São dois dias em que chefes de Estado vêm até aqui e fazem um discurso
03:48em que contam como pensam as mudanças climáticas.
03:52Aí eles vão embora e deixam aqui seus diplomatas, que vão sentar, discutir
03:57e aí decidir o que vai ser feito.
03:59O secretário-geral da ONU já chegou dizendo que chega de discussão
04:04que é a hora de agir.
04:10António Guterres afirmou que a dura verdade é que falhamos em garantir
04:15que o aquecimento da terra seria mantido em menos de um grau e meio
04:19e que isso foi uma falha moral e uma negligência mortal.
04:24Era o que todo mundo tinha combinado em outra COP, a 21, em Paris.
04:34Os países concordaram em reduzir as emissões de gás carbônico
04:38para não deixar que o planeta aquecesse mais de um grau e meio
04:41na comparação com níveis pré-industriais.
04:44Só que em 2024, o mundo já registrou média de temperatura acima disso.
04:49E a ONU divulgou um relatório hoje que mostra que de janeiro a agosto
04:53a média foi 1,42 grau acima.
04:58Na abertura da cúpula, o presidente Lula defendeu que ainda é possível
05:02frear o aquecimento global.
05:03Estou convencido de que apesar das nossas dificuldades e contradições,
05:09precisamos de mapa do caminho para planejar, de forma planejada e justa,
05:16reverter o desmatamento, superar a dependência dos combustíveis fósseis
05:21e mobilizar os recursos necessários para esses objetivos.
05:25O governo brasileiro recentemente autorizou a exploração de petróleo
05:29para fins de pesquisa na margem equatorial, próximo à foz do rio Amazonas.
05:35Lula já afirmou não ver contradição entre a realização da COP
05:39e o anúncio da licença pelo Ibama.
05:42O presidente também associou o combate às mudanças climáticas
05:46à luta contra a desigualdade social.
05:49A justiça climática é aliada do combate à fome e à pobreza,
05:54da luta contra o racismo e a desigualdade de gênero
05:58e da promoção de uma governança global mais representativa e inclusiva.
06:03Sem citar o presidente americano Donald Trump,
06:06ausência mais sentida da COP30,
06:08Lula disse que o contexto geopolítico está desconectado da urgência climática.
06:15Forças extremistas fabricam inverdades para obter ganhos eleitorais
06:20e aprisionar as gerações futuras a um modelo ultrapassado
06:26que perpetua disparidades sociais e econômicas e degradação ambiental.
06:32O presidente chileno Gabriel Boric criticou diretamente Donald Trump
06:37e lembrou, o presidente dos Estados Unidos, na última Assembleia Geral da ONU,
06:42disse que a crise climática não existe.
06:45Isso é mentira.
06:50O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, foi ainda mais enfático.
06:54Disse que a conduta negacionista de Donald Trump
06:58está levando a sociedade americana e a humanidade para o abismo.
07:04O príncipe William, da Inglaterra, convocou a ação.
07:10Disse, sejamos a geração que inverte a maré.
07:14Não por aplausos, mas pela gratidão silenciosa daqueles que ainda não nasceram.
07:20Esse é o nosso momento, não o desperdicemos.
07:28Depois, o presidente Lula foi o anfitrião de um almoço com líderes
07:32e anunciou o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre,
07:37na sigla em inglês, TFFF.
07:41É a grande iniciativa brasileira dessa COP.
07:43A ideia é captar investimentos públicos e privados a juros reduzidos,
07:48aplicar em projetos de maior retorno.
07:53E aí o rendimento dessas aplicações, os lucros,
07:56são repartidos entre os investidores e os países que mantiverem as florestas em pé.
08:02Os serviços ecossistêmicos que prestam para a humanidade
08:06precisam ser remunerados, assim como as pessoas que protegem as florestas.
08:11Apenas Brasil e Indonésia tinham anunciado investimentos.
08:15Um bilhão de dólares cada.
08:17Hoje, a Noruega anunciou 3 bilhões.
08:22O primeiro-ministro Jonas Garstor disse que interromper o desmatamento é essencial
08:28e que as florestas regulam o clima e sustentam a biodiversidade.
08:33O presidente Emmanuel Macron afirmou que a França vai contribuir com 500 milhões de euros
08:38para o TFFF nos próximos cinco anos.
08:42Portugal anunciou 1 milhão de euros, quantia bem menor.
08:54Até agora, cerca de 50 países manifestaram interesse em participar.
08:58O objetivo do governo brasileiro é fazer com que esses países passem da intenção para a contribuição
09:04e assim arrecadar 25 bilhões de dólares em recursos públicos.
09:09Hoje, o presidente Lula se reuniu com o príncipe William e o primeiro-ministro do Reino Unido,
09:15Keir Steinmer.
09:16A imprensa britânica noticiou que, por hora, os ingleses não vão participar do fundo.
09:21Do lado de fora da COP, houve protestos de grupos indígenas.
09:25E um artista fez bonecos dos líderes mundiais sentados, deitados na rede,
09:33para protestar contra quem fala muito e faz pouco.
09:38Muito bem, você já está vendo aqui com a gente no telão o repórter Pedro Bassan.
09:43O Bassan está em Belém, né, dentro da cidade, num outro ponto de vista.
09:50Pedro Bassan, conta pra gente, por favor, onde é que você está.
09:54Boa noite, bem-vindo.
09:58Obrigado, boa noite, Trale, boa noite, Renata, boa noite a todos.
10:01Nós estamos chegando à cidade onde, nos próximos dias, vai ser definido o futuro do planeta.
10:07E chegando da maneira mais tradicional, balançando pela água.
10:12Essa área aqui, toda iluminada até pela lua, é a Estação das Docas.
10:16Um local hoje totalmente reformulado, mas que, historicamente, era a porta de entrada da Amazônia.
10:22A ideia dessa COP é mergulhar os líderes mundiais na realidade amazônica.
10:28Aqui eles vão sentir de perto a força dos rios, a grandeza das matas e a intensidade do clima,
10:33de uma forma que, talvez, nenhuma outra sede da COP tenha sido capaz.
10:37Mas, afinal, o que é a COP?
10:40Agora a gente vai entender melhor por que tantas pessoas estão vindo a Belém
10:44e a importância dos assuntos que vão ser discutidos aqui.
10:47Estrada, avenida, rua.
10:59Os rios são o endereço de quem conhece de perto as mudanças do clima.
11:03O rio vão secando, como já secou, né?
11:10E a mata também.
11:13Nós tiramos o sustento disso.
11:15E se acabar, né?
11:17E aí, como é que vai ser?
11:18Ano passado, nós fomos muito quentes.
11:20Nós não tivemos castanhas de qualidade, castanha do Pará.
11:24Elas deram, mas foram muito secas.
11:28Uma COP é feita de números, metas e quantias.
11:34Mas a COP da Amazônia é feita, acima de tudo, de gente e natureza.
11:38Aqui, os temas em negociação saem do papel e se tornam uma realidade diante dos olhos.
11:45Os povos do planeta se encontram às margens do rio Guamá.
11:49É a COP, sigla em inglês, que significa Conferência das Partes.
11:55Mas partes do quê?
11:58O Brasil é parte importante para entender essa história.
12:0333 anos atrás, o mundo decidiu que estava em perigo.
12:08Na Rio 92, nasceu a Convenção do Clima da ONU, assinada por todos os países e pela União Europeia.
12:16Pela primeira vez, houve um consenso oficial.
12:20A ação do ser humano estava aquecendo a Terra.
12:25O planeta precisava de uma reforma.
12:28Para resolver essa ameaça à nossa existência, os países, ou seja, as partes dessa convenção, se reúnem uma vez por ano, na COP.
12:37A COP 1 foi em Berlim, em 1995.
12:40Um encontro por ano, pulando a pandemia, e chegamos à COP 30, em Belém.
12:46De uma certa forma, a COP pode ser considerada a maior reunião de condomínio do mundo.
12:53O condomínio é o próprio mundo.
12:55A Convenção do Clima é o Estatuto do Condomínio.
12:59Os moradores já definiram também o plano da obra.
13:02É o Acordo de Paris, aprovado na COP 21.
13:05O custo dessa reforma precisa ser repartido de forma justa.
13:09E os apartamentos são muito diferentes.
13:12Ainda falta decidir quem paga e quanto paga.
13:15Para complicar ainda mais, o condomínio precisa tomar as decisões por unanimidade.
13:20Se um morador não concorda, a obra não anda.
13:23Às vezes é difícil até a gente, na nossa família mesmo, numa reunião, tomar uma decisão.
13:29Imagina quando a gente coloca 198 países na mesma sala.
13:33Os Estados Unidos moram na cobertura.
13:35É o país que, historicamente, mais danificou o condomínio.
13:39Mas não só não quer pagar a reforma, como saiu da reunião.
13:43O governo americano não vem para a COP.
13:45Perto do topo, um poluidor novo, quer dizer, um morador novo.
13:49A China.
13:50Atualmente, é quem mais causa danos.
13:53Sozinha, é responsável por um quarto do problema.
13:57O bloco dos moradores antigos tem ainda os europeus.
14:01Alemanha, Reino Unido, França.
14:03Defendem a reforma.
14:04Dão palpites na reunião.
14:06Mas, na hora de pagar o boleto, atrasam a obra.
14:10Mais embaixo, os moradores que vão desaparecer se o prédio não for reformado.
14:16Tuvalu, Maldivas e outras vítimas do aquecimento.
14:20No meio do prédio, todos os olhos voltados para o síndico do momento.
14:26O Brasil tem um apartamento de classe média nesse condomínio,
14:30que também contribui bastante para o problema.
14:32É ali o sexto, sétimo apartamento, ou o país que mais contribui para o problema.
14:37Mas é um apartamento extremamente frágil.
14:40Numa assembleia com tantos interesses e opiniões diferentes,
14:44o Brasil já considera uma vitória, se todos puderem conversar com calma.
14:49Nós precisamos de coisas que sejam consideradas sucesso pelos países em desenvolvimento,
14:56pelos demais países, coisas que sejam consideradas sucesso pela sociedade civil,
15:01pela comunidade científica, ou seja, e sucesso político também,
15:07essencialmente, com o fortalecimento do multilateralismo.
15:10Nesse condomínio de mais de 8 bilhões de moradores,
15:15talvez a solução esteja na sabedoria de quem mora bem longe dos prédios.
15:21À beira do rio Guamá, o líder do povo Makuxi espera pelos líderes do mundo
15:26para conversar de igual para igual.
15:29Na foto do credenciamento, ele se recusou a tirar o coca.
15:33Manter a firmeza sem nunca perder a vontade de ajudar.
15:50Talvez seja essa a maior lição que o povo Makuxi trouxe aos negociadores da COP.
15:56O futuro do planeta depende de reuniões tensas, longas, muitas vezes emperradas.
16:01Mas quem sabe, num momento mais difícil, a Amazônia surpreenda com um atalho,
16:08escondido no meio da floresta.
16:14Pois é, e a conta? Quem é que paga?
16:17Nos próximos dias de COP30, a gente vai falar muito de financiamento
16:21para combater as mudanças climáticas.
16:23Esse é o tema do repórter Tiago Elts.
16:25Ele fala com a gente ao vivo do Mercado de São Braz,
16:28um prédio histórico bonito da capital paraense.
16:31Boa noite para você, Tiago.
16:35Um marco arquitetônico de Belém do Pará.
16:38Boa noite, Renata, Trale.
16:40Boa noite a todos.
16:41Esse prédio foi construído em 1910.
16:44Naquela época, o principal mercado era do Veiro Peso,
16:47que fica no centro da cidade.
16:49O governo queria melhorar o abastecimento em outras regiões.
16:52Construiu aqui no bairro São Braz esse prédio,
16:55com dinheiro do ciclo da borracha.
16:57Muito dinheiro.
16:58Na época, o prédio em estilo Art Novo, majestoso,
17:02de uma época que ficou conhecida como Belle Epoque da Amazônia.
17:06Agora, o prédio, em todo o seu esplendor, está renovado
17:09e é entregue de volta à população.
17:12Fica como um legado da COP de Belém.
17:15Agora, voltando para a COP diplomática,
17:17antes mesmo da primeira COP acontecer,
17:19os líderes já tentavam decidir e entender como
17:22e quem ia pagar a conta das mudanças climáticas.
17:25Essa discussão vai ser séria na semana que vem.
17:28Mas antes disso, a gente explica para vocês.
17:31O que conta é essa?
17:32A COP está de volta, de certa forma, para onde tudo começou.
17:41Em 92, o mundo se reuniu aqui, no Brasil,
17:45só que no Rio de Janeiro,
17:46e discutiu as mudanças climáticas.
17:48Já se sabia que conter o aquecimento do planeta
17:51ia custar muito dinheiro
17:53e que os países mais ricos
17:55deveriam pagar uma parte maior dessa conta.
17:57Isso porque, desde a Revolução Industrial,
18:04eles despontaram, mecanizando, industrializando sua produção,
18:08abrindo seus caminhos com trens e barcos,
18:11enriquecendo e poluindo,
18:13movidos a carvão e petróleo.
18:18Depois da Rio 92,
18:20a discussão sobre como eles pagariam essa conta
18:22seguiu em reuniões anuais, as COP.
18:26Na terceira delas, no Japão,
18:29foi firmado o Protocolo de Kyoto.
18:33Ele estabelecia metas de redução de emissões de poluentes,
18:36mas, sobre o dinheiro,
18:38traçava intenções, conceitos,
18:40sem um mecanismo prático.
18:42Nesses anos iniciais, das COP,
18:44toda a discussão era para bancar
18:46o que se chama de mitigação.
18:48O planeta está esquentando
18:49porque poluímos a atmosfera.
18:51Então, temos que limpar o ar.
18:53Basicamente, mantendo e plantando mais florestas,
18:56e parar de poluir.
18:58Olhando um exemplo pequeno,
19:00dá para a gente ter uma ideia do tamanho do desafio maior.
19:03Essa daqui é uma fábrica de cerveja em Belém do Pará.
19:06Até pouco tempo atrás,
19:07eles usavam um derivado de petróleo
19:08para aquecer essa caldeira.
19:11Aí fizeram um projeto para passar a usar biomassa,
19:14algo que tem demais aqui em Belém.
19:17Caroço de açaí.
19:18Eles reduziram a emissão de carbono,
19:22ainda de quebra,
19:23tiraram todo esse lixo do aterro.
19:25Só que, para adaptar uma única caldeira,
19:28eles gastaram 300 mil reais.
19:30Imagina mudar a matriz energética de um país.
19:34Não demorou muito para se perceber
19:36que a gente não ia conseguir diminuir a poluição
19:38a tempo de evitar problemas.
19:40Justamente, a falha em responder
19:45à necessidade urgente de mitigação
19:48no mundo inteiro
19:50levou ao acirramento,
19:53a maior frequência e a maior intensidade
19:55dos eventos climáticos extremos
19:58e de longa duração,
20:00fazendo com que as medidas de adaptação
20:03se tornassem cada vez mais importantes
20:06e também urgentes para as populações.
20:11Então, dinheiro para adaptação,
20:13para preparar cidades e países
20:14para conviver com as encrencas
20:16que já estão no nosso dia a dia
20:18passou a entrar na conta na COP7, em Marrakech.
20:22Foram precisos mais oito anos de negociações
20:24até a COP15,
20:26para que os países desenvolvidos
20:28topassem, pela primeira vez,
20:29pagar algo.
20:30100 bilhões de dólares por ano
20:32para bancar medidas de mitigação
20:34e adaptação em países em desenvolvimento.
20:38Nas COP seguintes,
20:39incluindo a do Acordo de Paris,
20:41não se resolveu o problema do financiamento.
20:44Enquanto isso, você passou a ver aqui,
20:46no JN, mais notícias
20:47sobre tragédias climáticas.
20:49Para desespero dos moradores,
20:51não choveu o dia inteiro,
20:52mas a água não baixou.
20:53Na verdade, ela subiu hoje.
20:55A prefeitura já decidiu.
20:57Esse bairro aqui não vai voltar a existir.
21:00Tudo aqui em volta queimou.
21:01Então, eles estão abrigados ali em cima,
21:04mas sem ter para onde ir
21:05e sem ter o que comer.
21:07E na COP27,
21:08uma decisão histórica
21:10botou mais um item na conta.
21:12As perdas e danos.
21:14O pagamento pela destruição irreversível
21:16provocada pelas mudanças climáticas.
21:19No ano passado,
21:19a COP29 terminou com um novo compromisso
21:22dos países ricos.
21:23300 bilhões de dólares por ano
21:25e um caminho para que o valor chegue
21:27a 1 trilhão e 300 bilhões.
21:29O governo brasileiro criou um grupo
21:31de economistas internacionais,
21:33incluindo três ganhadores do Prêmio Nobel,
21:35para tentar avançar com contribuições.
21:38O economista José Alexandre Schenckmann,
21:40que lidera o grupo,
21:41diz que há muitas oportunidades
21:43para engajar investidores
21:45e empresários estrangeiros.
21:47Há muita coisa para fazer,
21:48mas pelo menos eu vejo
21:49uma maneira de tentar,
21:53obviamente,
21:53tentar resolver essa questão, né?
21:56Na medida que é possível.
21:57Então, eu acho que não vai ser resolvido
22:00dizendo, olha,
22:02você nos deve dinheiro,
22:03tem que dar dinheiro.
22:04Você não resolve coisa assim, entendeu?
22:05A lógica econômica
22:07é mais do bom negócio
22:09do que você me deve.
22:11Ou seja, é possível.
22:13É com o Vladimir Neto
22:14que eu vou conversar agora.
22:16Ele está em um dos pontos
22:17mais importantes turísticos
22:19da cidade de Belém.
22:20Boa noite para você, Vladimir.
22:21Conta para a gente, então,
22:22onde você está.
22:22Boa noite, Renata, Trale.
22:28Boa noite a todos.
22:29Eu estou no Museu Emílio Guilde,
22:30uma das instituições científicas
22:32mais antigas e importantes
22:33do Brasil e da Amazônia.
22:35Criada em 1866,
22:37é uma referência internacional
22:39em biodiversidade,
22:40povos indígenas,
22:42arqueologia e clima.
22:43E também é o lar
22:45dessa bela sumaúma,
22:47árvore gigante da Amazônia,
22:48considerada sagrada pelos indígenas.
22:50A partir de sábado,
22:52esse museu vai abrigar
22:53mais de 200 eventos paralelos
22:55à COP30.
22:56E é em meio a tantos debates
22:58como esses
22:58que o governo brasileiro
23:00e a presidência da COP
23:01passaram os últimos dois anos
23:02elaborando a chamada
23:04Agenda de Ação,
23:05hoje dividida em seis eixos.
23:07Os melhores projetos
23:08vão ser discutidos
23:10aqui em Belém.
23:11É uma maneira
23:12de colocar em prática logo
23:14o que já ficou decidido
23:15nas últimas COPES.
23:16um mutirão
23:20quando muita gente
23:23se junta
23:23para fazer algo grande
23:25para a comunidade.
23:26A gente já está negociando
23:27há muito tempo
23:27e, por outro lado,
23:29você adiciona
23:30o elemento de urgência,
23:31ou seja,
23:31de que agora
23:32a gente já sabe
23:33que tem poucos anos
23:34para fazer a coisa certa.
23:36Você precisa
23:36de um esforço coletivo.
23:38Trazer para a vida real
23:40o que já foi decidido,
23:41implementação.
23:42Para organizar essa entrega
23:45surgiu a Agenda de Ação,
23:47que não faz parte
23:48da negociação formal,
23:49corre em paralelo.
23:50É o momento
23:51de discutir menos,
23:52acho que os acordos
23:53já foram feitos
23:54lá em Paris,
23:55agora o foco
23:56é na implementação.
23:57Um legado é
23:58a gente entregar
23:59um plano de implementação,
24:01ou seja,
24:01nos próximos cinco anos.
24:03O que a gente tem
24:03que implementar
24:04nos próximos cinco anos?
24:05Para isso,
24:06a presidência da COP
24:07analisou centenas
24:08de iniciativas
24:09em todo o planeta
24:10e definiu 30 grandes
24:12objetivos mundiais
24:13com seis eixos
24:14de atuação.
24:16Para se afastar
24:17dos combustíveis fósseis,
24:18por exemplo,
24:19vai ser preciso
24:20multiplicar o uso
24:21de fontes
24:22de energias renováveis.
24:24E para chegar lá,
24:25valem pequenos
24:26e grandes projetos,
24:28como a produção
24:28de um combustível
24:29limpo para aviões.
24:31É um querosene
24:32de aviação
24:32feito de matéria-prima
24:34renovável,
24:35a partir da agricultura,
24:36do plantio
24:37de espécies
24:38que vão produzir
24:39muito óleo.
24:40No nosso caso específico,
24:41nós estamos plantando
24:41macaúba.
24:43Para proteger
24:44as florestas
24:45e a biodiversidade,
24:47projetos de replantio.
24:49Mais de 40 mil
24:50hectares de áreas
24:51restauradas.
24:52O equilíbrio
24:52ecossistêmico
24:53gerado
24:54pela vegetação nativa,
24:56pelas comunidades,
24:57nossas vizinhas
24:58e pelos nossos plantios,
24:59esse equilíbrio,
25:00ele é muito importante.
25:02Para continuar
25:03produzindo,
25:04mesmo com o planeta
25:05cada vez mais quente,
25:07ajuda da ciência.
25:08como o Banco Genético
25:09da Embrapa.
25:10A gente consegue
25:11produzir,
25:12desenvolver
25:13cultivares
25:14ou variedades
25:15que são mais resistentes
25:16ou tolerantes
25:17às condições climáticas
25:19adversas
25:19que a gente vai ter
25:20no futuro.
25:21Para aguentar
25:22o forte calor
25:23nas cidades,
25:24adaptação.
25:25São quatro nascentes
25:27recuperadas.
25:28Nós estamos
25:28trazendo vida,
25:30toda uma biodiversidade
25:31de volta,
25:33né?
25:33E hoje
25:34nós lidamos
25:35aí com calor.
25:36As cidades
25:36estão quentes.
25:38E como você resolve
25:39isso?
25:39Plantando.
25:40Para preparar
25:41o ser humano,
25:42educação.
25:44Jovens que
25:45debatem as mudanças
25:46climáticas
25:46em busca de soluções
25:48e cobram
25:49as autoridades.
25:50Uma preocupação
25:51é urgente.
25:52Não dá
25:52para viver
25:53com dignidade
25:54com tanta poluição.
25:55É o nosso futuro
25:56que está em jogo.
25:57Se a nossa geração
25:59fizer um pouco
26:00a nossa parte,
26:02vai ser melhor
26:03para as gerações
26:04futuras.
26:06E para que tudo
26:07funcione,
26:08mobilização.
26:09A gente precisa
26:10de uma agenda
26:10de ação
26:11que acompanha
26:12e ajuda
26:13a implementação
26:14dos acordos
26:15internacionais
26:16a acontecer,
26:17mas a gente também
26:17precisa dessa agenda
26:18de ação
26:19com as pessoas,
26:20reconhecendo a ação
26:21que as pessoas
26:21já fazem nos territórios.
26:23O global
26:23só vai tomar
26:24decisões ambiciosas
26:26se o local
26:26pressionar.
26:27E o local
26:27só vai ter garantia
26:28de vida,
26:29de dignidade,
26:30de proteção
26:31se o global
26:31se movimentar.
26:32Então,
26:33não é um ou outro,
26:34é tudo junto.
26:35As iniciativas
26:36que mais deram certo
26:37ao redor do planeta
26:38serão apresentadas
26:39aqui em Belém.
26:40Os pavilhões
26:41da COP30
26:42irão receber
26:43mais de 200 reuniões
26:44de alto nível
26:45divididas por dias
26:46temáticos.
26:47O objetivo
26:48é identificar
26:49os problemas,
26:50os gargalos
26:51de cada iniciativa
26:52e ver onde
26:53é possível
26:53ganhar escala
26:54para que elas
26:55possam ser colocadas
26:56em prática
26:57em outros países.
27:00Ao final,
27:01os melhores resultados
27:02vão integrar
27:03o celeiro
27:04de soluções
27:04da COP.
27:06Soluções
27:07que continuarão
27:07a ser discutidas,
27:09aperfeiçoadas
27:10e implementadas
27:11depois da COP30.
27:13Para a ministra
27:14do Meio Ambiente,
27:15Marina Silva,
27:16o termo mutirão
27:18reflete a diferença
27:19entre o momento atual
27:20e o passado
27:21na Conferência do Clima
27:23no Rio
27:23em 1992.
27:25Em 1992,
27:27ainda tinha
27:27aquela sensação
27:30de que estávamos
27:30fazendo um alerta.
27:32Agora,
27:33o alerta
27:34vem de outra forma.
27:36Não há mais
27:37como adiar
27:38absolutamente nada
27:40em relação
27:41às ações
27:41para o enfrentamento
27:42da mudança
27:43do clima.
27:44não pode esquecer
27:45dos problemas
27:46e que existem problemas
27:48que só são resolvidos
27:49se for em mutirão.
27:55A TV Liberal,
27:57afiliada da Globo
27:58no Pará,
27:59é nossa parceira
28:00nessa cobertura especial
28:01sobre a COP30.
28:03Nós temos o prazer,
28:04então,
28:04de receber ao vivo
28:06aqui
28:06a repórter
28:07Jalília Messias.
28:09Jalília,
28:10que cenário lindo.
28:12Mostra pra gente
28:13onde você está.
28:14Boa noite,
28:15bem-vinda.
28:19Oi, Trale.
28:20Boa noite pra ti,
28:20pra Renata
28:21e pra todos.
28:22Eu estou
28:23num dos novos
28:24espaços de lazer
28:25em Belém.
28:26É a Nova Doca.
28:27Esse parque
28:28fica na parte central
28:29da cidade
28:29e é um dos legados
28:31da COP
28:31pra nós
28:32que vivemos aqui.
28:33Por aqui passa um canal
28:34porque Belém
28:35é banhada por rios
28:36e essa conexão
28:37com as águas
28:38faz parte
28:38da nossa identidade.
28:40Olha,
28:40devo te confessar
28:41que estou bem pavulagem,
28:43viu?
28:43E a gente usa
28:44essa expressão
28:45pra exibir
28:46orgulho mesmo.
28:48É que o belenense
28:49gosta de receber.
28:51É uma alegria
28:52mostrar a cidade
28:53pros visitantes
28:54o que a gente tem
28:55de melhor.
28:56E sabe o que a gente faz?
28:56A gente leva logo
28:57pro mercado do Ver o Peso
28:58pra comer um açaí
29:00com peixe,
29:00tomar um tacacá,
29:01dançar um carimbó,
29:03curtir essa nossa cultura
29:05que é vibrante.
29:06Eu preparei
29:07uma reportagem
29:08sobre a escolha
29:09de Belém
29:09pra essa COP.
29:10Vamos ver.
29:12Quase três anos
29:14se passaram
29:14desde que a ONU
29:15escolheu Belém
29:16como sede da COP.
29:18Ao apresentar
29:19a candidatura,
29:20a aposta brasileira
29:21foi no simbolismo
29:22de realizar
29:23pela primeira vez
29:24a Conferência Mundial
29:26em uma cidade
29:27da Amazônia,
29:28ainda que ela não tivesse
29:29a infraestrutura ideal.
29:31A proximidade
29:32com a floresta
29:33faz de Belém
29:35um espelho
29:35dos desafios
29:36da COP.
29:37como proteger
29:38cidades banhadas
29:39por rios
29:40e próximas do mar.
29:42Como combater
29:43o desmatamento,
29:44explorar a floresta
29:45sem destruí-la.
29:47Como diminuir
29:47a poluição,
29:48fazer a transição energética
29:50e tratar com dignidade
29:52povos ribeirinhos
29:53e indígenas.
29:54Rosineide mora
29:56na ilha do Kombu
29:57e faz parte
29:58de uma associação
29:59que gera renda
30:00com sementes
30:01de andiroba
30:01usadas em cosméticos.
30:03Onde a água doce
30:04é farta,
30:05ainda falta
30:06abastecimento regular.
30:09Mas chegaram
30:09outros serviços.
30:11Olha,
30:11para nós
30:12mudou muita coisa.
30:14Por exemplo,
30:14eu vejo da forma
30:15da visibilidade, né?
30:16Muitas pessoas
30:17procuram a gente
30:18e isso faz
30:18incentivar o nosso trabalho.
30:20Veio melhorias
30:21como a internet,
30:22melhoria de energia,
30:24a qualidade de energia
30:25é boa.
30:25A União Europeia
30:27e ONGs
30:27questionaram
30:28a escolha
30:29da sede da COP
30:30por causa
30:31da infraestrutura
30:32e da rede
30:33hoteleira limitada.
30:35Em junho,
30:36o Escritório
30:36das Nações Unidas
30:38para a COP
30:38realizou uma reunião
30:39de emergência.
30:4180 países
30:42em desenvolvimento
30:43reclamavam
30:44que mesmo
30:44com o subsídio
30:45da ONU
30:46não tinham
30:47como pagar
30:47a hospedagem.
30:49Essa foi
30:49a grande crise
30:51nos preparativos
30:52da COP.
30:53Diárias
30:53chegaram a custar
30:5410 vezes
30:56o preço normal.
30:57Em outras
30:57COP
30:58subiram
30:59duas
30:59ou três
31:00vezes.
31:01Em agosto,
31:0225 países
31:04negociadores,
31:05incluindo
31:05Canadá,
31:06Suécia
31:06e Holanda,
31:07assinaram um documento
31:09pedindo a transferência
31:10total ou parcial
31:12da COP
31:12para outra
31:13sede,
31:14devido aos preços
31:15das hospedagens.
31:16O governo federal
31:17contratou
31:17dois transatlânticos
31:19para hospedar
31:19delegações
31:20e criou
31:21uma plataforma
31:22em que
31:22aluguéis
31:23poderiam ser
31:24negociados
31:25a preços
31:25menos altos,
31:26o que atenuou
31:28em parte
31:28o problema.
31:29No começo,
31:30os países
31:31estavam tendo
31:31dificuldade mesmo
31:32de fazer as
31:33reservas
31:34nos hotéis
31:35e nos imóveis.
31:37Hoje,
31:38mais de 160
31:38países
31:39já estão
31:40confirmados
31:41com hospedagem
31:43garantida
31:43e já reservadas
31:45e pagas
31:45inclusive por eles.
31:46Mais de 4 bilhões
31:48de reais
31:48foram investidos
31:49em Belém
31:50pelos governos
31:51federal e estadual
31:52e prefeitura.
31:53Para os moradores,
31:54a COP
31:55trouxe muitos
31:56benefícios.
31:57Segundo o Sistema
31:58Nacional de Informações
32:00em Saneamento,
32:01antes da COP,
32:02apenas 19%
32:04da população
32:05urbana
32:05de Belém
32:06eram atendidos
32:07com serviço
32:08de esgoto.
32:09Com as obras
32:10para o evento,
32:11o percentual
32:12subiu
32:13para 39%.
32:15O que a senhora
32:15espera para além
32:16da COP?
32:18Meu Deus,
32:19mais melhorias,
32:20né?
32:21Porque a gente
32:22precisa.
32:23É o mínimo,
32:25é o básico.
32:26A Vila da Barca
32:27é uma das maiores
32:28comunidades
32:28sobre palafitas
32:29da Amazônia.
32:31Até bem pouco
32:31tempo atrás,
32:32os moradores
32:33não tinham água
32:34tratada em casa.
32:35Tinha um momento
32:36que a gente tinha
32:37que comprar água mineral
32:38porque a água
32:39faltava
32:40e quando ela voltava
32:41ela vinha com aquele
32:42ador,
32:43aquele fedor.
32:44Por terra,
32:45Belém só tem
32:45um acesso,
32:47a BR-316.
32:49O trânsito melhorou
32:50com a construção
32:51de novos viadutos.
32:53Avenidas foram
32:54recapiadas
32:54e receberam
32:55nova sinalização.
32:56A estrutura
32:58de um antigo
32:58aeroporto
32:59agora é o Parque
33:00da Cidade,
33:01uma área
33:01de 500 mil
33:03metros quadrados
33:04que será
33:05o coração
33:05da conferência.
33:07A sede da COP
33:08ainda enfrenta
33:09desafios gigantescos.
33:12Belém ocupa
33:13a posição 22
33:14no ranking
33:14de desenvolvimento
33:16humano municipal
33:16que inclui
33:17o Distrito Federal
33:19e as 26 capitais
33:20estaduais.
33:21A taxa de analfabetismo
33:23está entre as maiores
33:24para as capitais.
33:25No momento em que se escolhe
33:27Belém,
33:28um outro centro,
33:29era natural
33:30a desconfiança.
33:31Conseguimos,
33:32a partir
33:32de trazer a COP,
33:34nos antecipou
33:35um calendário
33:36de 30 anos
33:37de obras
33:38que demorariam
33:39todo este tempo
33:40e em momento algum
33:41nós tínhamos a expectativa
33:42de que ao atrair
33:44a COP
33:45nós teríamos
33:46uma cidade
33:46que não teria
33:48mais nenhum problema.
33:49Mas o fato
33:50é que nós tivemos
33:51uma evolução
33:52de qualidade
33:53de cidade.
33:55Essa 30ª
33:56Conferência do Clima
33:58representa uma reação
33:59do mundo
34:00que valoriza a ciência,
34:02que defende
34:03a cooperação
34:03entre os países,
34:05que propõe
34:05diálogo
34:06e consensos
34:07para superar
34:08os desafios
34:09do clima.
34:10É o que você vai ver
34:10agora na reportagem
34:12da Sônia Bride.
34:13A queima de petróleo,
34:16gás e carvão,
34:17os combustíveis fósseis,
34:19é vista, sim,
34:20pelo satélite
34:21observatório
34:21de CO2
34:22da NASA.
34:23E não é por acaso
34:24que a mancha
34:25parece mais forte
34:26sobre os Estados Unidos
34:27e a China,
34:28que juntos emitem
34:2940% dos gases
34:31que esquentam
34:31o planeta.
34:33Mas como a atmosfera
34:34era antes disso?
34:36No gelo
34:37da Groenlândia
34:37e da Antártica,
34:39os cientistas
34:39encontraram provas.
34:41Eles perfuram
34:42o gelo
34:42e tiram amostras.
34:44Quanto mais fundo,
34:45mais voltam no tempo.
34:47E essas bolinhas de ar
34:48revelam
34:49quanto gás carbônico
34:51havia na atmosfera
34:52quando aquela neve caiu.
34:54Em 800 mil anos,
34:56a concentração de carbono
34:57variou entre eras
34:58do gelo
34:58e períodos quentes.
35:00Mas o máximo
35:01era 280 partes
35:03por milhão.
35:04Entram os combustíveis
35:05fósseis na jogada
35:07e em menos de um século.
35:08Já estamos perto
35:09de 430.
35:11A relação
35:12entre as atividades
35:13humanas
35:14e o aquecimento
35:16não é resultado
35:17de um estudo,
35:19mas de dezenas
35:20de milhares
35:21de estudos
35:21como esses
35:22que você viu,
35:23que formam
35:23uma montanha
35:24de evidências
35:25de que esse aquecimento
35:26está afetando
35:27as florestas,
35:28os oceanos
35:29e mudando o clima
35:31em todo o planeta.
35:32A pesquisadora
35:33Patrícia Pinho
35:34é do painel
35:35de cientistas
35:36da ONU.
35:37Há alguma dúvida
35:38de que a causa
35:38é humana
35:39e é provocada
35:40pela queima
35:41de combustíveis fósseis?
35:42Nenhuma dúvida.
35:44Essa é a verdade
35:45irrefutável.
35:46Mas então,
35:47de onde vem
35:47tanto negacionismo
35:48climático?
35:49São setores
35:50que estão
35:52muito apegados
35:53a não mudar.
35:54A gente esquece
35:55que também
35:56a crise climática
35:57tem alguém
35:58que está
35:58se beneficiando.
35:59é tal como
36:00o desmatamento.
36:02Alguém lucra
36:03com isso.
36:03E o desmatamento
36:05é duplamente
36:06prejudicial
36:07para o clima.
36:08É que a cada vez
36:09que uma semente
36:10encontra um bom lugar,
36:12uma indústria
36:12química
36:13de limpeza do ar
36:14brota do chão.
36:16Tocada
36:17pela energia do sol,
36:18ela captura
36:19do ar o CO2,
36:21devolve o oxigênio
36:22e guarda o carbono
36:24em forma de tronco,
36:26galhos,
36:27folhas,
36:28raízes.
36:28metade
36:30de uma árvore
36:30é carbono.
36:33Todos os anos,
36:34as florestas
36:35tiram do ar
36:35e guardam
36:36em seus corpos
36:37quase um terço
36:38de todos
36:39os gases emitidos.
36:41Mas elas também
36:42sofrem com o calor.
36:44A Amazônia
36:44está a um grau
36:45e meio
36:45mais quente.
36:47No ano passado,
36:48teve uma seca
36:48recorde.
36:51O leste
36:51da Amazônia
36:52já perdeu
36:5240%
36:53da floresta
36:54e sem árvores
36:55chove menos.
36:56Então,
36:58juntou um cenário
36:59de temperaturas
37:02altas,
37:02super seco,
37:03a floresta
37:04ficou mais
37:05inflamável
37:06porque ela
37:06estava mais seca.
37:08A gente
37:08teve
37:09essa condição
37:10climática
37:11extrema
37:12a favor
37:13de quem
37:13quer destruir
37:14a floresta.
37:15No ano passado,
37:16os incêndios
37:16criminosos
37:17atingiram
37:18uma área
37:1923 vezes
37:20maior
37:20do que a
37:21do desmatamento.
37:23Depois do fogo,
37:24um avião
37:24equipado com
37:25instrumentos
37:25sobrevoou
37:26vários pontos
37:27da floresta
37:28em diferentes
37:29altitudes.
37:30A conclusão.
37:31Isso provocou
37:32tamanho
37:33estresse
37:33que a floresta
37:35removeu
37:36menos carbono
37:37da atmosfera.
37:38A gente
37:38quase não
37:39vê remoção
37:40de carbono
37:40e a gente
37:41viu
37:42o recorde
37:43de emissão.
37:45Naquele momento,
37:46tinha mais plantas
37:47morrendo
37:48do que crescendo.
37:49Quando a matéria
37:50orgânica,
37:51a árvore,
37:51morre,
37:52a folha,
37:53os galhos,
37:55ela está
37:55decompondo
37:56e isso é
37:57fonte de CO2
37:58para a timossera.
38:00Por isso,
38:01a ciência afirma
38:02que é preciso
38:02preservar
38:03e restaurar
38:04a floresta.
38:05Sem as árvores,
38:07todos os outros
38:07esforços
38:08para conter
38:09o aquecimento
38:09podem ser
38:10em vão.
38:12A Polícia Federal
38:14prendeu hoje
38:14quatro advogados
38:15suspeitos
38:16de integrarem
38:17o núcleo jurídico
38:18do Comando Vermelho
38:20no Amazonas.
38:21Era início
38:22da manhã
38:22quando os agentes
38:23chegaram à casa
38:24do advogado
38:25Ramide Caldeira Cardoso
38:26na zona norte
38:27de Manaus.
38:28Ele não quis abrir
38:29e os policiais
38:31usaram uma picape
38:32para derrubar
38:32o portão.
38:36Os quatro suspeitos
38:38foram presos
38:39preventivamente
38:39por determinação
38:40da Justiça Federal.
38:42Além de Ramide,
38:43Gerderson Oliveira Menezes,
38:45Alisson Canto de Amorim
38:47e Janaíde Souza Almeida.
38:49Com eles,
38:50os agentes
38:50apreenderam
38:51dinheiro,
38:52carros,
38:53documentos
38:54e duas armas.
38:55Segundo a Polícia Federal,
38:57os advogados
38:57são suspeitos
38:58de repassar
38:59as ordens
39:00dos chefes
39:00do Comando Vermelho
39:01para o Amazonas,
39:03ajudar na coordenação
39:04do transporte
39:05da droga
39:05que vem da Colômbia
39:06e na lavagem
39:07de dinheiro
39:08do tráfico de drogas.
39:09Os criminosos,
39:10eles se articulavam
39:11por meio
39:13de troca de mensagens,
39:14por meio
39:15de visitas
39:17a presídios
39:18para poder
39:18impactar
39:20em decisões
39:20estratégicas
39:21da facção
39:22criminosa
39:22e também
39:23incentivar
39:25e promover
39:26repassos financeiros
39:27da facção.
39:28De acordo
39:29com as investigações,
39:30integrantes
39:31da cúpula
39:32do Comando Vermelho
39:33no Amazonas
39:33repassavam
39:34as ordens
39:35para os advogados
39:36de fora do Estado.
39:38Um deles
39:38estaria no Rio de Janeiro
39:40e teria escapado
39:41da operação
39:41da semana passada
39:43no Complexo da Penha.
39:44A defesa
39:45dos presos
39:45hoje
39:46disse que eles
39:47advogam
39:47de forma legal
39:48para pessoas
39:49que cometeram crimes
39:50e negou
39:51que eles façam
39:52parte da facção
39:53criminosa.
39:55E a gente vai voltar
39:56a falar de COP30.
39:58A gente viu
39:58no início
39:59dessa edição
39:59do Jornal Nacional
40:00Belém
40:01é a porta
40:02de entrada
40:02da maior floresta
40:03tropical do planeta.
40:05Tem um clima úmido,
40:06faz calor.
40:07Então,
40:08Eliana,
40:08boa noite para você.
40:09O que os convidados
40:10da COP
40:11podem esperar
40:12para amanhã?
40:12Boa noite para você,
40:15Renata,
40:15para o Trale
40:16e boa noite para você.
40:17Olha,
40:18quanto mais úmido
40:18for o lugar,
40:19maior é a sensação
40:20de calor.
40:21Isso em regiões
40:22quentes como Belém.
40:24Amanhã,
40:24na cidade,
40:25a temperatura pode chegar
40:26aos 34 graus,
40:27mas com umidade
40:28de 90%,
40:30a impressão
40:31deve ser
40:31de uns 50 graus.
40:33Diferente
40:34de Teresina
40:34e Cuiabá,
40:35com 37
40:37e 37
40:38mesmo
40:39de sensação,
40:40porque a umidade
40:41estará baixa.
40:42No Rio de Janeiro
40:43e em São Paulo,
40:44esquenta até 28,
40:4630 graus
40:46com possibilidade
40:47de chuva.
40:49Ela vem mais forte
40:50em Boa Vista
40:51e Palmas.
40:52Já nessas áreas,
40:54tempestades
40:55no sul
40:56de Mato Grosso do Sul,
40:57também no oeste
40:58de São Paulo,
40:59no Paraná,
41:00com exceção
41:01de Curitiba,
41:02em Santa Catarina
41:03e no Rio Grande do Sul,
41:04incluindo as capitais.
41:06E, Renata,
41:07o Instituto Nacional
41:08de Meteorologia
41:09fala em tempo
41:10severo.
41:12E quais áreas
41:13devem ser mais
41:13atingidas,
41:14Eliana?
41:16Santa Catarina
41:17e, principalmente,
41:19Rio Grande do Sul,
41:20pegando o litoral gaúcho
41:21e a metade norte
41:23do estado.
41:24Em Porto Alegre,
41:25estão previstos
41:2560 milímetros
41:27de chuva.
41:28É mais do que
41:29a média
41:29do mês.
41:31Em Erechim
41:31e Uruguaiana,
41:3370 milímetros.
41:34Em Santa Maria
41:35e Caxias do Sul,
41:3690 milímetros.
41:37O risco de alagamento
41:39é alto.
41:40Também tem previsão
41:41de ventos fortes.
41:42Até 90 quilômetros
41:44por hora
41:44na cor clara
41:45e até 100 quilômetros
41:47por hora
41:48no litoral gaúcho
41:49e catarinense.
41:51Vamos entender
41:51o poder de destruição
41:53desses ventos.
41:54Na verdade,
41:54com uma velocidade
41:55menor,
41:56a partir dos 70
41:57quilômetros por hora,
41:58já começam
41:59a provocar estragos.
42:01Imagine com 90
42:02quilômetros por hora.
42:03As rajadas
42:04ganham força
42:05para derrubar
42:06árvores
42:07e parte
42:07da rede elétrica.
42:09Com 100 quilômetros
42:09por hora,
42:10é possível ter
42:11destelhamentos
42:12e danos
42:13generalizados,
42:15principalmente
42:15na região sul.
42:17Essa ventania
42:17está prevista
42:18por causa
42:19da formação
42:19de um ciclone
42:20extratropical
42:21entre amanhã
42:23à noite
42:23e sábado.
42:24O mar fica agitado
42:25também,
42:26com ondas
42:27de até 3 metros
42:28e meio.
42:29Renata Itrali.
42:30Amanhã você fala
42:31mais desse alerta.
42:32Obrigada, Eliane.
42:33Essa semana,
42:35o Jornal Nacional
42:35está apresentando
42:36uma série de reportagens
42:38sobre o futuro
42:39do planeta.
42:40Hoje,
42:41o Felipe Santana
42:41vai mostrar
42:42a batalha geopolítica
42:44entre os dois países
42:45que mais poluem,
42:46China e Estados Unidos.
42:52Você pode nunca
42:53ter ouvido falar
42:54na cidade de Jejón,
42:57mas tem 13 milhões
42:58de habitantes,
42:59mais do que
43:00a maior capital brasileira.
43:01é polo industrial.
43:04Está para Xangai
43:06da mesma forma
43:07que Campinas
43:07está para São Paulo.
43:09Você teria coragem
43:10de passear
43:11numa das maiores cidades
43:12do mundo
43:12desse jeito?
43:14Quando você chega
43:15para pegar o ônibus
43:16para ir para o trabalho
43:17e percebe
43:18que o motorista
43:18não está aqui,
43:20você pensa aí,
43:21esse aqui vai atrasar.
43:23Vou sentar
43:23e esperar.
43:24só que esse ônibus
43:28aqui é diferente.
43:31Ele não é o único
43:32na cidade líder
43:33em produção
43:34de tecnologia
43:35para o transporte coletivo.
43:37Com fábricas
43:38tão gigantes
43:39que lá dentro
43:40ninguém anda perto.
43:42Quer ver?
43:42É só esperar um pouquinho.
43:44Lá vem ele.
43:46Apertem os cintos.
43:48O motorista sumiu.
43:49Esses são trabalhadores
43:52da maior montadora
43:53de ônibus elétricos
43:55do mundo
43:55que produzem
43:57tanto esses pequenos
43:58quanto aqueles grandes
43:59que rodam na rua
44:00ainda em caráter experimental.
44:03Já na China
44:05300 desses ônibus
44:06funcionando
44:07que já rodaram
44:08mais de 4 mil quilômetros
44:10e o número de acidentes
44:11até agora
44:12é zero.
44:15É através de sensores
44:16e radares
44:17que os ônibus
44:18conseguem identificar
44:19os obstáculos.
44:21Eles não precisam
44:22de gasolina.
44:26Para onde você olha
44:27na China
44:28você enxerga
44:29o programa
44:29de desenvolvimento
44:30do país.
44:33Eletrificar tudo.
44:3570%
44:37de toda a produção
44:38de carros elétricos
44:39é chinesa.
44:4180% dos trens
44:43são elétricos.
44:4597%
44:46de todos os ônibus
44:48vendidos por lá.
44:49também sobre duas rodas.
44:53Eu queria comprar
44:53uma de combustão
44:54que os estrangeiros
44:55gostam
44:56de combustão
44:56e eu queria uma
44:57rápida
44:58só que aí eu vi
44:59que eu ia perder
45:00ela para a polícia.
45:01A polícia
45:01ia pegar de mim
45:02e eles pegam mesmo
45:03e tchau, tchau
45:04não pega mais.
45:05O Pablo
45:06mora na cidade
45:07de Wuhan
45:07há 10 anos.
45:09As motos
45:10a gasolina
45:11são simplesmente
45:12proibidas
45:12de rodar
45:12no centro da cidade.
45:15Logo ele se acostumou.
45:15E você praticamente
45:17não gasta
45:17com bateria, né?
45:18A cada três dias
45:19você gasta
45:20um real,
45:20um e cinquenta.
45:24Mas essa energia elétrica
45:26barata
45:27que abastece
45:28o crescimento chinês
45:29não tem nada de ver.
45:3060%
45:33de toda a energia
45:35que carrega as motos
45:36carrega os carros
45:37os ônibus
45:38é gerada
45:39por usinas
45:40que queimam carvão.
45:46Por isso
45:47a China
45:47é o país
45:48que mais polui
45:49no mundo.
45:51A diferença
45:53é que eles
45:53têm um plano.
45:56A transição verde
45:57já representa
45:5810%
45:58do produto
45:59interno
46:00bruto chinês.
46:06Seis
46:06em cada
46:07dez
46:07turbinas
46:08eólicas
46:09produzidas
46:09no mundo
46:10são feitas
46:11na China.
46:12Na conta
46:12também
46:13entram
46:13as gigantescas
46:14fazendas
46:15de sol,
46:16as hidrelétricas.
46:18A diferença
46:19da China
46:19é que até
46:20muito pouco tempo
46:21eles eram
46:22um país pobre.
46:24Quase ninguém
46:24tinha carro,
46:25por exemplo.
46:27Só em
46:271997
46:28que eles
46:29abriram
46:30a primeira
46:30montadora
46:31em larga
46:31escala.
46:33Metade
46:33americana,
46:34metade
46:34chinesa.
46:36O Ronaldo
46:36era executivo
46:37dessa empresa.
46:39E na opinião
46:39dele,
46:40essa
46:40eletrificação
46:41chinesa
46:42não tem nada
46:42a ver
46:43com o meio ambiente.
46:43A China
46:45tomou
46:45uma decisão
46:46consciente
46:47de que ela
46:48não tinha
46:49autonomia
46:52para ter
46:53uma frota
46:53a combustão,
46:54então ela não
46:55tem os recursos
46:55de petróleo
46:56suficientes
46:58para a frota
46:58que ela tem
46:59e decidiu
47:00investir
47:00na eletricidade.
47:02O Fernando
47:02Vale
47:03é analista
47:03do mercado
47:04de energia.
47:05A China
47:05ainda é a maior
47:06importadora
47:07de petróleo,
47:08está crescendo
47:08como importadora
47:09de gás natural
47:10que é feito
47:11e é uma grande
47:12consumidora
47:12de carvão.
47:13Então é menos
47:14a ver
47:14com a parte
47:16renovável
47:16e as emissões
47:17e muito mais
47:17a ver
47:18com continuar
47:19crescendo
47:20o parque
47:21industrial
47:21do país.
47:2372%
47:24de todo
47:25o petróleo
47:25que a China
47:26consome
47:27é importado.
47:29É uma realidade
47:30muito diferente
47:31da americana.
47:33Em 27 de agosto
47:35de 1859
47:37foi furado
47:38o primeiro
47:39poço
47:39de petróleo
47:40comercial
47:40do mundo.
47:41no estado
47:43americano
47:43da Pensilvânia.
47:45Foi aqui
47:45que nasceu
47:46o petróleo
47:47como conhecemos
47:48hoje.
47:49Substituiu
47:49os músculos
47:50e o carvão
47:51principalmente
47:52porque era
47:52mais barato
47:53para movimentar
47:55carros,
47:55aviões,
47:56fábricas
47:57e depois
47:58plástico,
47:59fertilizante,
48:00remédio,
48:01eletrônicos.
48:04Louro
48:05negro.
48:06As petroleiras
48:09americanas
48:10se tornaram
48:10multinacionais.
48:12Começaram
48:13a abrir
48:13poços
48:14pelo mundo.
48:16México,
48:17Colômbia,
48:17Venezuela,
48:18Oriente Médio.
48:21O departamento
48:21de estado americano
48:22servia como um advogado
48:24dos Estados Unidos
48:25pelo mundo.
48:27Pavimentando
48:28o caminho
48:29para que as concessões
48:30ocorressem
48:31sem problemas.
48:31assinando tratados,
48:35construindo
48:36bases militares
48:37e alianças
48:38estratégicas.
48:40Arábia Saudita.
48:42Os americanos
48:43construíram
48:43toda a infraestrutura.
48:46Oleodutos,
48:47terminais
48:48de exportação
48:48e a marinha
48:50americana
48:50garantia
48:51segurança
48:52nas rotas.
48:54Em 1974,
48:56a jogada
48:56de mestre
48:57veio no
48:57encontro secreto.
49:00Em troca
49:00de armas
49:01e proteção
49:01militar,
49:02os sauditas
49:03aceitaram
49:04comprar e vender
49:05usando apenas
49:06uma moeda.
49:08O dólar
49:09americano.
49:11Logo,
49:12todas as transações
49:13de petróleo
49:13do planeta
49:14eram obrigatoriamente
49:16feitas
49:17com a moeda
49:17americana.
49:19Foi o começo
49:20da era
49:20que dura
49:21até hoje.
49:22A era
49:22do petrodólar.
49:25Transações
49:26em dólares
49:26têm que
49:27obrigatoriamente
49:28passar pelos bancos
49:29americanos
49:29em Nova York.
49:31E qualquer
49:31país
49:32que quisesse
49:32comprar
49:33petróleo
49:33tinha que ter
49:34poupança
49:34em dólar.
49:37Muitos
49:37países
49:38tiveram
49:38que pegar
49:38um empréstimo
49:39com condições
49:40favoráveis
49:41aos americanos.
49:42Não é
49:43brincadeira
49:44o poder
49:44que o petróleo
49:45teve
49:45para dar
49:46para os americanos
49:46o poder
49:47que eles têm
49:47hoje.
49:49Entre todas
49:50as transações
49:51em petróleo
49:52são feitas
49:53em dólar.
49:53O petróleo
49:54é precificado
49:54em dólar
49:55e tem
49:56essa correlação
49:57entre o preço
49:58do petróleo
49:58e o dólar.
49:59os Estados Unidos
49:59têm esse controle
50:00monetário.
50:01Foi o nascimento
50:03do mundo
50:03em que vivemos.
50:05Mas o mundo
50:06em que vivemos
50:07está mudando.
50:09E as mudanças
50:10climáticas
50:11que nos assustam
50:12no dia a dia
50:13têm outras
50:14consequências
50:15na economia
50:16que a gente
50:16ainda não consegue
50:17nem calcular.
50:17estamos
50:22na Groenlândia
50:23uma ilha
50:24bem gelada
50:25perto do
50:25Polo Norte
50:26o inverno
50:28aqui é tão
50:29bravo
50:29que o mar
50:30congela
50:30e aí
50:32a Groenlândia
50:33toca o Canadá
50:34de um lado
50:35e a Islândia
50:35de outro
50:36ou pelo menos
50:37era assim
50:39a Groenlândia
50:41aquece
50:42três vezes
50:42mais rápido
50:43do que o resto
50:44do planeta
50:45isso está mudando
50:46totalmente
50:47a importância
50:47de portos
50:48como esse aqui
50:49porque antigamente
50:50todo esse mar
50:51congelava
50:51agora mesmo
50:52no inverno
50:53os navios
50:54conseguem parar
50:54isso vai abrir
50:56rotas comerciais
50:57como nunca foram
50:58vistas na história
50:59cruzando o mar
51:00do Ártico
51:00numa perspectiva
51:03de mercado
51:03é uma mudança
51:04positiva
51:05porque a rota
51:06da Ásia
51:06até a Europa
51:07vai encurtar
51:08Bjorn Lomberg
51:11é analista político
51:13estuda as mudanças
51:14climáticas
51:14na Groenlândia
51:15sob uma perspectiva
51:17econômica
51:17há 20 anos
51:19a gente não imaginava
51:21que isso fosse acontecer
51:22mas hoje
51:23vemos navios
51:24de cruzeiros
51:25chegando perto
51:26por muito tempo
51:29os Estados Unidos
51:30ignoraram
51:31o mar
51:31do Ártico
51:32porque ele não está
51:33na rota do petróleo
51:34e estava sempre congelado
51:36mas agora
51:38a China
51:39vê essa passagem
51:40como uma alternativa
51:41para chegar
51:43de forma
51:43muito mais rápida
51:44à Europa
51:45e o gelo
51:47derretendo
51:47na Groenlândia
51:48facilita
51:49o acesso
51:50à mineração
51:50de minerais
51:52raros
51:53para fazer
51:53baterias
51:54por exemplo
51:55para carros
51:56elétricos
51:56a disputa
51:58ali ficou
51:58tão acirrada
51:59que o presidente
52:00Donald Trump
52:01ameaçou
52:01esse ano
52:02anexar
52:03a Groenlândia
52:03ao território
52:04americano
52:04ou seja
52:09a realidade
52:09climática
52:10é a estratégia
52:11política
52:11e até ela
52:13depende do petróleo
52:14mesmo quando a gente
52:16for para a mineração
52:17de terras raras
52:18outros componentes
52:19para baterias
52:20o petróleo
52:21vai ser necessário
52:22na China
52:24a tentativa
52:25de reduzir
52:26pelo menos o carvão
52:27tem dado
52:27seus primeiros resultados
52:28quando eu vim para cá
52:30tinha muita poluição
52:31eu lembro de um dia
52:33que eu saí na rua
52:34e estava
52:35eu parei
52:36eu tive
52:37fiquei em choque
52:38assim
52:38porque estava
52:39amarelo
52:40escuro
52:40aí eu olhei
52:41e parecia
52:42o fim do mundo
52:43é visível
52:44assim que a poluição
52:44baixou
52:45mas por baixo
52:48do verniz
52:49da eletrificação
52:50ainda é o país
52:51que mais polui
52:52no mundo
52:53quase a metade
52:54de todas as emissões
52:56de gases
52:56causadores
52:57do efeito estufa
52:57vem da China
52:58e dos Estados Unidos
53:00que agora
53:02competem
53:03pela nova fronteira
53:04é o que a gente
53:09vai tentar descobrir
53:10na reportagem
53:11de amanhã
53:11você viu aí
53:18Felipe Santana
53:19percorreu o mundo
53:20para mostrar
53:20esse descompasso
53:21entre geopolítica
53:23tecnologia
53:24e urgência climática
53:26e agora
53:27você está
53:28em Belém
53:29Felipe
53:29para falar
53:30de ação
53:31do que dá
53:32e do que é fundamental
53:33fazer agora
53:34então
53:35conta para a gente
53:36por favor
53:37o que você viu
53:38e o que vai acontecer
53:40por aí amanhã
53:42mais uma vez
53:42boa noite
53:43boa noite
53:48boa noite
53:49boa noite
53:49boa noite a todos
53:50o que a gente
53:51viu nessas viagens
53:51pelo mundo
53:52é que as mudanças
53:53climáticas
53:53já são uma realidade
53:54diferente
53:55em diversos países
53:56a gente viu
53:57as geleiras derretendo
53:58na Groenlândia
53:59a gente também
54:00viu rios
54:01que sobem
54:02rapidamente
54:03sem avisar
54:03causando grande
54:04destruição
54:05e ao mesmo tempo
54:06a gente vê países
54:07que se negam
54:08a acreditar
54:08nas mudanças climáticas
54:10e disputas econômicas
54:11que estão no meio
54:12disso tudo
54:13então aqui em Belém
54:14amanhã a gente tem
54:15o segundo dia
54:16da cúpula de líderes
54:17em que a gente vai ouvir
54:17muitos desses chefes
54:18de estados
54:19que tem vários
54:20interesses em jogo
54:21e também o presidente Lula
54:22faz uma roda de conversas
54:24sobre transição energética
54:26com esses líderes
54:27quando que a gente vai deixar
54:28de queimar carvão
54:28e petróleo
54:29e vai começar a usar
54:30fontes de energia renováveis
54:32que é inclusive
54:33o tema
54:33da nossa reportagem
54:34de amanhã
54:35em que a gente fala
54:35sobre inteligência artificial
54:36a gente sempre vai precisar
54:38de mais energia
54:38se a gente continuar
54:39desse jeito
54:40ou seja
54:41até amanhã
54:42até amanhã
54:44Felipe
54:44boa noite
54:45muito obrigado
54:45Tornal da Globo
54:47é depois de
54:48This Is Us
54:49boa noite pra você
54:50boa noite
54:52e até amanhã
54:53Tornal da Globo
54:54Tornal da Globo
54:56Tornal da Globo
54:56Tornal da Globo
54:58Tornal da Globo
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