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  • há 2 dias

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Transcrição
00:00As promissórias, elas não estão no nome de pai e filho, né?
00:04Estão no nome do outro filho.
00:06Por que eles estão preocupados com o histórico do meu esposo,
00:10que é uma vítima, e não do da promissória?
00:13Por que até agora não falou dele?
00:16E sim do meu esposo, que é uma vítima?
00:18Meu esposo é uma vítima, meu esposo foi assassinado, entendeu?
00:21Agora eles querem vir à tona o histórico dele de 14 anos atrás, pra quê?
00:26Pra tirar foco?
00:27Pra achar que não vai ter justiça?
00:29Mais uma vez, aqui nesse estado, porque a gente já tá sabendo que aqui é rotineiro, né?
00:34Acontecer e não ter justiça, né?
00:36Então ele tá querendo, tipo, achar que não vai ter justiça, falando do histórico do meu esposo?
00:40Isso que eles fizeram ontem, eles fizeram só porque eles ficaram sabendo que nós íamos estar aqui hoje, entendeu?
00:45Por isso que eles soltaram, tá?
00:47Pra nós, não mudou em nada, em nada.
00:49Porque o histórico do meu esposo foi de muitos anos atrás, tá?
00:53Muitos anos atrás.
00:54Então o que eles postaram ontem, pra mim, não mudou em nada.
00:57E eu vou continuar buscando por justiça até o final.
00:59Eu tenho medo.
01:01Eu só não tenho mais medo porque vocês estão aqui, junto.
01:04Porque senão eu não estaria aqui.
01:06Porque eu tenho que ter uma mensagem que eu mandei pro doutor Tiago, se a gente corre risco.
01:10Ele não me respondeu.
01:12Ele simplesmente se calou.
01:14Eu tenho essa mensagem salva no meu celular.
01:15Então o silêncio, ele vale mais que mil palavras.
01:19Se eu perguntei pra ele se a gente corria risco e ele se calou, é sinal que a gente corre risco.
01:24Então eu tenho medo de estar aqui sim.
01:26Mas como eu tô vendo tudo que eles estão fazendo com o meu esposo e com os outros,
01:30tanto é que soltaram que soltaram ontem, a gente não pode se calar.
01:34Não pode se calar.
01:35Meu esposo não vai ser mais uma vítima dessa cidade, não vai ser mais uma vítima desse lugar.
01:39Porque a gente quer justiça.
01:40E não é possível.
01:42Não é possível não ter justiça.
01:44Não é possível.
01:45Todas as vezes que a gente precisou de resposta, a gente teve que vir até a cidade, né?
01:50Essa é a minha sexta vez aqui na cidade.
01:52Já conheço tudo aqui.
01:54Por quê?
01:55Pelas autoridades.
01:56A gente manda mensagem lá da nossa cidade.
01:58Não tem previsão.
02:00Não sabe nada.
02:02É sempre assim.
02:03A gente não tem resposta alguma da nossa cidade.
02:06Então, por esse motivo, a gente sempre tem que estar vindo cobrar aqui em Caraíma.
02:11Eu não vivo luto, né?
02:12Desde quando meu marido saiu de casa.
02:15Eu busquei por ele por 45 dias.
02:17Eu procurei ele na mata.
02:20Eu fiz de tudo.
02:21De tudo pra me encontrar meu esposo.
02:23Tanto é que eu encontrei ele, né?
02:24Não foi da forma que eu queria.
02:27Mas foi por muita força, muita garra, né?
02:30Que eles devolveram pelo menos os corpos deles.
02:33Mas a nossa vida parou.
02:35Parou totalmente.
02:36A nossa família foi destruída.
02:40A gente não está tentando recomeçar.
02:43Mas não tem como recomeçar.
02:45Porque pra gente recomeçar, eu acho que pra gente viver o luto,
02:47a gente precisava pelo menos de ver um pagando.
02:51Porque são muitos envolvidos.
02:53Mas a gente não tem resposta da polícia.
02:55Nenhuma resposta.
02:57Acostumei vir aqui.
02:59Porque pra mim saber de alguma coisa, eu tenho que vir aqui.
03:00Eu tenho que andar 700 quilômetros e vir aqui pra me saber.
03:05Eu já acostumei isso.
03:06Virou rotineiro já.
03:07Eu tenho que vir aqui cobrar por justiça.
03:09Porque se eu não vim aqui e as outras esposas não vim aqui,
03:12sabe o que vai acontecer?
03:13Nada.
03:15Então a gente sempre tem que estar vindo aqui.
03:17Saindo da nossa cidade, viajando a noite toda.
03:19E vindo aqui cobrar uma resposta do delegado.
03:22Eu fico triste por ele não ter me ouvido, né?
03:25Esse me dói muito.
03:27Mas a minha revolta maior é com o descaso da justiça.
03:30Você sabe como que tá lá no atestado de óbito do meu esposo?
03:35Data inconclusiva.
03:37Eu não sei quando meu esposo morreu.
03:40Fiz uma tatuagem aqui no meu braço.
03:42De quando meu esposo nasceu, com a assinatura dele.
03:44Só que eu não sei quando meu esposo morreu.
03:46Se você perguntar pra mim que dia que meu esposo morreu, eu não sei.
03:48Porque no atestado de óbito dele não tem.
03:50Foi assim que eu recebi.
03:52E tem sido assim que a gente tem recebido das autoridades do Paraná, entendeu?
03:55A gente não tem resposta nenhuma.
03:57Parece até que a polícia do Paraná não tá com a nossa família.
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