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  • há 7 semanas

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00:00Música
00:01Eu fui uma das primeiras professoras que entrei aqui.
00:27A nossa comunidade era muito humilde.
00:31Havia necessidade de ter uma escola realmente.
00:34Fazia pouco tempo que ele tinha falecido.
00:37Aí o bloco de pessoas, a nossa turma, escolheu o nome.
00:43Colocar Rômulo Maiorana.
00:45Era uma forma de homenageá-lo.
00:47Música
00:47Eu nunca parei para pesquisar sobre.
00:57A história dele.
00:59Mas deve ser bem interessante.
01:01A escola onde eu pude me formar, né, leva o nome dele.
01:05Então seria bem interessante saber a trajetória dele.
01:07Música
01:08Eu não conheço, mas eu quero conhecer a história do Rômulo Maiorana.
01:18Eu quero conhecer a história dele.
01:20Música
01:22Música
01:23Música
01:25Música
01:27Música
01:29Centenas de imigrantes italianos.
01:59Viajam em direção ao Brasil.
02:0211 mil quilômetros de distância.
02:04Quase 40 dias de viagem.
02:07Com pouca bagagem e com a esperança de uma vida melhor.
02:11A Itália vivia uma crise.
02:13Não tinha comida nem oportunidades.
02:16Entre tantos italianos, um jovem casal desembarca no Nordeste.
02:21Angelina e Francisco decidem morar no Recife, capital de Pernambuco.
02:28Música
02:28Música
02:29Dois anos depois, nasce o único filho do casal, o pequeno Rômulo.
02:44Música
02:45Desde a infância, era apaixonado por carnaval.
03:02Costumava dançar nos bailes do Recife.
03:04Música
03:05Aos 18 anos, em 1940, Rômulo viaja de férias com a mãe para a Praia Mari, sul da Itália,
03:26onde havia ficado com sua família.
03:28Mas durante esse período, começa a Segunda Guerra Mundial.
03:33Música
03:33Rômulo teve que servir na Itália.
03:45Ficou até os 23 anos, exercendo a função de datilógrafo no quartel do exército.
03:51Com o fim da Segunda Guerra Mundial, Rômulo e a mãe voltam ao Brasil.
03:56A família Maiorana vai morar na capital do Rio Grande do Norte.
04:01Em Natal, o pai Francisco abre um comércio e o batiza de Casa Vesúvio,
04:07mesmo nome do vulcão localizado em Nápoles, cidade ao sul da Itália.
04:13Rômulo inaugura um restaurante que logo ganhou fama na cidade.
04:18O Acapulco era frequentado, inclusive, por artistas nacionais que se apresentavam na região.
04:24A cantora Hebe Camargo esteve no local.
04:27Com o espírito desbravador, aos 31 anos, Rômulo vai morar em Belém do Pará.
04:37Ele adotou a cidade de Belém como a cidade natal dele.
05:02Por que eu digo isso? Porque ele era louco por Belém.
05:06Ele era nordestino de nascimento, mas nunca vi gente amar tanto o Pará e os paraenses como o Rômulo Maiorana.
05:14Não conheço outro caso igual a esse amor do Rômulo pelo Pará e pelas coisas do Pará.
05:20É uma cidade muito acolhedora.
05:21Então ele conseguiu logo, imediatamente, pelo temperamento que ele tinha, uma pessoa super carismática, fazer muitos amigos.
05:30Ele foi criando devagarinho as empresas.
05:33Investiu tudo aqui, investiu muita coragem, porque ele não tinha recursos para investir.
05:38Ele, Rômulo, fundou uma empresa chamada Eduplex Publicidade.
05:42E estava trazendo para Belém um negócio novo aqui.
05:46Ele imprimiu a primeira lista telefônica que houve em Belém.
05:50Aquele guia de telefone que você acha o telefone que procura, que existia na época, hoje não existe mais.
05:59Logo depois, implantou as placas sinalizadoras de paradas de ônibus.
06:04E tinha a linha do ônibus e tinha uma publicidade, naturalmente, que embarcava.
06:08Logo depois, ele envenenou pelo ramo logístico.
06:22Ele montou as lojas R&M.
06:24Uma na João Alfredo e a outra na Avenida Presidente de Varga, antigamente.
06:30Com essas lojas, ele modernizou o comércio de Belém.
06:33Ele foi um introdutor do conceito de Magazine, no formato Magazine, aqui em Belém.
06:40Ele valorizou as vitrines, que não eram valorizadas.
06:45Você andar na rua com a sacola, R&M, com o selo, com a grife, R&M Magazine,
06:50era uma coisa que qualquer pessoa se orgulhava de andar,
06:53porque sabia que aquilo era um produto de qualidade, era um produto de excelência.
06:58E mandava buscar tudo no rio.
07:01Tinha uma amiga lá dele, né, que providenciava isso, e vinha tudo do rio pra ele, essas coisas.
07:06Antigamente, nem tinha roupa, assim, de fora aqui.
07:09Era tudo que existia de melhor.
07:12Tudo que existia de melhor, essas lojas dele vendiam.
07:15Olhando assim a distância, ele era muito jovem.
07:18Ou seja, ele empreendeu o R&M Magazine muito jovem.
07:21Tem a Belém durante e depois do seu rumo.
07:25Em maio de 1966, 13 anos após sua chegada em Belém,
07:31o Jornal Liberal circulou com uma chamada, destacando a foto de Rômulo Maiorana.
07:37O matutino havia sido comprado por ele.
07:40O liberal era um jornal que pertenceu ao Partido Social Democrático.
08:01Era um jornal à moda antiga, velho, mal diagramado.
08:08Por exemplo, naquele tempo, o liberal, antes dele comprar, vendia o quê? Mil, dois mil jornais.
08:13Quando o Rômulo comprou, que transformou tudo, o liberal chegou a vender 60 mil, 70 mil jornais.
08:18Eles espalhavam toda essa cidade aí, o interior.
08:20Se você pega um jornal pequenininho, de alcance muito reduzido, e transforma num grande veículo de comunicação, plural, amplo, variado, foi isso que ele fez.
08:39Ele comprou um jornal e transferiu esse jornal, o liberal, para o prédio onde era antes um concorrente do liberal, que era a Folha do Norte.
08:49Veja só a cabeça do Rômulo.
08:51Deve ter sido uma batalha dura pegar um jornal que era um jornal político, sei lá, o último lugar para venda e audiência,
09:01e levar menos de 10 anos para ser o primeiro.
09:03Em um editorial no jornal O Liberal, Rômulo escreve aquilo que se segue até hoje como propósito do veículo.
09:12O que nos interessa é o desenvolvimento e o progresso do Pará.
09:18Não estagnava naquele cara, tá bom, assim, eu tô bem, eu sou o dono da situação.
09:23Como liberal, sempre teve credibilidade, né, sempre tava, porque ele mantinha, ele podia estagnar, dizer, não, vou focar por aqui, não vou investir e tal.
09:30Mas não, ele sempre quis mais, sempre ir pra frente, acompanhar a evolução.
09:35Aqui no Norte, custava acontecer, mas a tendência, quando já tava no Sul ou na Europa, ele já tava acompanhando, já tava trazendo.
09:42Essa máquina aqui, tá doido mesmo, quando ela chegou aqui, pô.
09:47Aí, o offset mesmo, a transformação do jornal.
09:49Até ele comprar o jornal O Liberal, os jornais de Belém, como todo jornal do Brasil, usavam uma tinta que normalmente sacava nas mãos dos leitores.
09:59O Rômulo, então, introduzido o sistema offset, que é uma impressão direta, abolindo toda a parte de ferraria que havia nos jornais.
10:09A diferença era do água pro vinho.
10:13Vê a novidade, que ele, quando o novidade era com ele, comprou ele, comprou um scanner, pra fazer o escaneamento de foto.
10:22Nem todo jornal tinha isso, um scanner caro, caríssimo.
10:27Este equipamento é a última aquisição do Jornal Liberal.
10:31É o scanner, o mais moderno do mundo.
10:34Este equipamento utiliza raio laser para seleção de cores na impressão gráfica.
10:39Ele lavava aquele jornal, então ele já sabia tudo. A gente fazia tudo pelo jornal dele, tudo.
10:45Ele tinha o pulso do jornal, digamos assim. Ele tomava decisões junto com as pessoas.
10:51Ele andava pela redação, conversava com todo mundo, falava.
10:55Também sabia como aconteciam as coisas lá nas oficinas, nas impressoras, que ele também ia lá.
11:00Às vezes ele aparecia na redação com a roupa vingada de tinta.
11:04Ele sempre foi muito amigo dos funcionários. Sempre.
11:09Pra ele era uma família.
11:12E a gente tinha alguém com quem a gente contar quando precisasse.
11:18Ele brincava até em baralho com a gente.
11:20Lá no estacionamento, a gente estava brincando em baralho.
11:23Ele era comunicativo. Ele sentou as abacatuas. Não tinha essa vaidade, não.
11:27Que participava de uma festinha.
11:31Ah, falando, tá fazendo aniversário. Vamos fazer uma mesa pra ele aqui.
11:34Canto parabéns quando o senhor viu o senhor, aparecia lá.
11:36Às vezes ele chegava contigo e conversava como se não fosse o patrão.
11:39Se fossem dois funcionários que estivessem conversando ali.
11:41A nossa cozinheira, que era a cozinheira de casa,
11:44foi a responsável por criar e montar o restaurante do jornal.
11:49Então, exatamente por isso, eu não consigo esquecer.
11:52Porque o que a gente comia em casa, a gente comia no jornal.
11:56Nosso restaurante era muito bom, viu?
11:58Certa vez a Ercília quis colocar, assim, um alface pra enfeitar o prato, né?
12:06Dar mais uma aparência e ele falou pra ela que não.
12:10Ele queria que fosse a bandeja dos funcionários.
12:14E nós vimos várias vezes o senhor Romulo ambuçando,
12:15uma vez comigo, quando estava o senhor Romulo sentado lá comendo.
12:19O senhor Romulo entrava com um deputado,
12:22olha o deputado aqui, um cafezinho pra ele.
12:25Não era difícil tu passar e dar de conta com ele.
12:28E ele dizia pra gente,
12:29vocês não podem ir vestidas diferente dos meus colaboradores.
12:36Que naquela época ele dizia dos meus funcionários.
12:39Se no dia que eu vier vocês diferentes, vocês vão voltar pra casa.
12:42Eu sou uma das pessoas mais antigas do liberal.
12:50Da minha época pra cá, acho que não tem mais ninguém.
12:53O velho liberal pro novo liberal.
12:54Muita gente já foi embora.
12:55Tanto que a minha carteira é assinada por ele.
12:57Eu tenho a carteira assinada por ele.
12:59Essa é a relíquia que eu tenho aí.
13:01Primeira tiragem, ele veio pro jornaleiro.
13:03Primeira tiragem.
13:04Vocês vão pegar essa tiragem pra formar a capital.
13:06Quer dizer, só aí mesmo.
13:07Já deu uma força imensa pro jornaleiro.
13:11Porque ele sempre estava do nosso lado.
13:12Na comemoração dos 35 anos de O Liberal,
13:16Rômulo prestou homenagem a alguns dos antigos colaboradores do grupo.
13:21A gratidão e o voto de felicidade de todos que o têm,
13:27fraternalmente e sem extinção alguma,
13:30deste grande e querido grupo liberal.
13:33Amém?
13:39Em O Liberal, Rômulo cria a coluna Repórter 70.
13:44Quando a gente chegava pra falar com ele, no escritório dele,
13:50a gente já escutava que era ele fazendo o que ele mais gostava,
13:54que era o em poucas linhas do Repórter 70.
13:59Uma notinha lá na coluna do Repórter 70
14:04era mais fatal do que uma página de jornal.
14:08Tudo de importante que acontece está ali no Repórter 70.
14:11O jornal passou a ser mais vendido,
14:13porque as pessoas queriam justamente ler também o Rômulo Maiorano.
14:19Ele não gostava de se dizer empresário,
14:21ele gostava de ser jornalista.
14:23Por que ele foi jornalista antes de ser empresário?
14:26Ao de lá do bem é o mais precioso
14:31Se sei tu
14:34Tanto no sucesso empresarial, quanto na família,
14:40eu não consigo enxergar o meu pai sem a minha mãe.
14:43Eles começaram juntos.
14:44A mamãe sempre com ele, a mamãe sempre do lado dele.
14:47E a mamãe sempre deu muita força pro meu pai, muito.
14:51Na duplex, ela fazia flâmulas junto com ele, né?
14:55Fazia pra vender flâmulas.
14:56Isso foi um começo muito forte entre os dois.
15:01Madrugadas acordado, custando a flâmula, não sei o que e tal.
15:04Ele cuidando dela, ela cuidando dele.
15:07E os amigos também ajudando e tal.
15:08Então foi muito tempo, sabe?
15:11Que os dois sempre fizeram força um pro outro.
15:14E a minha mãe que ajudava ele a pendurar na rua,
15:17a fazer esse negócio que ele tinha.
15:19E ela me disse, quantas vezes a gente tinha que pegar o carro
15:22e buscar diagramador na casa dele,
15:24a buscar não sei quem, porque faltou.
15:27Fizeram aquilo de uma forma artesanal, sabe?
15:31Empenhando muito suor.
15:32Ela sempre vibrava com as conquistas dele,
15:35que era a conquista dos dois, na verdade.
15:37Foi o alicerce pro crescimento do papai.
15:40Dos negócios dele.
15:41E foi o alicerce também pra família.
15:44Era ele e a mamãe.
15:45Porque se acontecia qualquer coisa,
15:47um apoiava o outro, os dois conversavam, entendeu?
15:50Os dois sempre se entendiam.
15:53Eu acho até que ele era mais preocupado com a família
15:55do que com a empresa.
15:56Numa cidade onde ele nem era daqui,
15:59ele não tinha estrutura familiar que o apoiasse.
16:02Com os filhos, eles tiveram sete.
16:04Ele amava todos, todos, de uma tal maneira
16:07que parecia que cada um era filho único.
16:09Era muito amor.
16:10Eu acho até que, quando ele me fala dos exageros de amor,
16:14eu acho que o único momento que ele era exagerado era no amor.
16:17Que a realidade conhecia o primo.
16:30Eu acho que o mesmo é que ele se encontrou conta.
16:31Ele sempre falava, eu já tenho uma rádio, já consegui a rádio, consegui o jornal, cresci com o jornal.
16:56Agora eu quero, para criar um grupo, eu preciso de uma televisão.
17:00Ele me levava muito para ir ver a construção.
17:04Toda semana eu ia com ele ver a construção da TV Liberal.
17:08Havia inclusive uma limitação de prazo para isso.
17:11E nós saímos então, em fim de semana, saímos aos sábados, no Landau do Rômulo,
17:15ele dirigindo e eu do lado, para ver onde tinha tijolo e cimento para comprar.
17:20E comprava tijolo, lixia da mala do carro, trazia, voltava a comprar.
17:25Uma operação, foi uma operação extremamente cansativa que fizemos.
17:29Mas era um entusiasmo muito grande, né?
17:32Então ele ia muito feliz, porque aquilo era um projeto de vida para ele.
17:37Ele estava construindo um prédio para ser uma afiliada de uma televisão, né?
17:42Então isso para ele foi assim, eu acho que para mim foi o auge da vida do papai.
17:45Em 1976, Rômulo realiza um sonho, inaugura a TV Liberal.
17:51No dia da inauguração da TV Liberal, meu pai teve uma febre fortíssima de 40 graus.
18:09E a minha mãe também.
18:11Mas mesmo assim ele foi lá e inaugurou.
18:12E a inauguração foi um grande acontecimento, meio mundo empresarial, social, político, né?
18:20Estava presente neste prédio aqui.
18:22Quando ele inaugurou a televisão em 1976, ele disse no discurso dele
18:28que o mais importante era a integração que aquele veículo ia proporcionar para um estado tão grande como o Pará.
18:37E é verdade.
18:38Moradores de municípios não sabiam o que acontecia na capital.
18:43Muitos nem conheciam o governador.
18:45E quando ele idealiza entrar no campo da televisão, ele foi se acercar de pessoas que tinham experiência local,
18:57mas soube buscar na própria Globo, com a consultoria da Globo, as pessoas ideais para montarem o projeto da TV Liberal.
19:05Ele gostava muito de... o que hoje em dia todo mundo gosta, né? De tecnologia.
19:10Então ele ficava encantado com tudo que tinha que fazer na TV, com todo o material, com toda a técnica que deveria ter.
19:19Ele era uma pessoa com um pé permanente na tecnologia, na melhoria dos recursos técnicos disponíveis para entregar seus produtos, né?
19:31Naquela época, não era como hoje, que nós tínhamos internet, era fácil pesquisar novos equipamentos.
19:37Ele sempre estava ligado nos catálogos, nas revistas, para poder trazer equipamentos novos para a televisão.
19:45Transforma também a televisão em uma potência com uma filiada da Rede Globo.
19:51A TV Liberal, Canal 7, é afiliada à Rede Globo de televisão.
19:57Quando aquele carro imenso, o Landau que ele usava, entrava no estacionamento da TV,
20:04ah, era aquele alvoroço, né?
20:06Chegava logo a notícia na redação, alguém chegava e dizia,
20:09olha, o senhor Romulo está aí, o senhor Romulo chegou, ele vai subir.
20:12Aí todo mundo corria para ocupar seus lugares, apagava os cigarros,
20:17juntava a bolinha de papel que estava no chão, né?
20:19E aí ele entrava, passava na redação, aquela figura imponente, né?
20:25Chamando a atenção de todo mundo.
20:26Eu acho que ele ainda estaria lá, indo na TV, dar uma opinião, fazer alguma coisa.
20:32Ele era um apaixonado pelo trabalho.
20:34Rainha das Rainhas era um concurso que começou na Folha do Norte.
20:46Depois o Romulo compra a Folha do Norte e junto com a Folha do Norte veio um concurso.
20:50Quando ele se envolveu nisso, ele deu um upgrade, uma melhorada significativa no Rainha das Rainhas.
20:58O sistema Róbolo Maiorana de Comunicação inicia neste momento.
21:03A edição 86 do concurso Rainha das Rainhas do Caracol é paraense.
21:20Ele, além de gostar do Rainha das Rainhas, ele era um cara que ele tinha a noção exata do que isso representava aqui para o Pará.
21:33Naqueles anos 80, o Carnaval de Rua de Belém também, que diziam que já tinha chegado ao terceiro maior Carnaval de Belém,
21:52só perdia para o Rio de Janeiro, para a Bahia, estava ganhando até do Recife.
21:57O Romulo colocava uma equipe de mais de 100 pessoas para cobrir o desfile da Escola de Samba de Belém.
22:03Então, tinham desfiles lindos, desfiles maravilhosos.
22:06Quanta riqueza já teve o Carnaval de Belém.
22:09E era a gente que lotava os camarotes, lotava, fazia uma festa.
22:13O Romulo também gostava disso.
22:15Quem é do rancho, tem amor, não se amupina, já dizia papá, desde o tempo de menina.
22:22Vira aí, vira aí!
22:22Quem é do rancho, tem amor, não se amupina, já dizia papá, desde o tempo de menina.
22:28Vira aí, vira aí!
22:29Quem é do rancho, tem amor, não se amupina.
22:32Hoje o rancho é quem vai estampar e decantar.
22:35Em 2003, virou o enredo do rancho.
22:38Como o Maiorana, exemplo de determinação.
22:44E hoje, hoje o rancho é quem vai estampar e decantar.
22:49Em poucas linhas com emoção.
22:51Como o Maiorana, exemplo de determinação.
22:58Belém viveu alegremente o reinado de Montes.
23:01Dava do magro ao som de estritentes orquestras populares.
23:04E numa atmosfera de velhinho e sonciente de bom humor,
23:07o Pancrépia abriu as portas do Palace Teatro com a realização de sua primeira festa carnavalesca.
23:13Rômulo com os amigos em um baile de carnaval.
23:18Era um cara que prestigiava muito a área da cultura.
23:24Ele sempre tinha uma adoração por todos os artistas.
23:27E o chão romântico de água fresca, morindo lá com o amor,
23:33maravilhosamente carava, morindo lá com o amor.
23:39Ele se torrou um banho de água fresca, morindo lá com o amor,
23:46maravilhosamente carava, morindo lá com o amor.
23:52E os shows que ele trazia para Belém era uma forma também dele incrementar aquilo que seria noticiado,
24:04o quanto a cidade iria se movimentar.
24:06E trazer artistas, cantores, bandas, sempre com o intuito de permitir que as pessoas daqui também pudessem assistir grandes eventos.
24:17Para o entretenimento dos paraenses, dos belenenses.
24:21Isso lotava espaços aqui, por maiores que sejam as famílias, com os filhos, com as crianças,
24:29no Mangueirão, na época que era o Bandolão, né?
24:31Roy, Rei, Charlie, Rob e Rick, cercados por um forte aparato de segurança,
24:36caminham pela pista do aeroporto, acenando para a multidão que veio recebê-los.
24:44Desde cedo, a movimentação era grande, dentro e fora do estádio.
24:48O estacionamento do Mangueirão foi pequeno para o número de veículos.
24:51Os menudos apareceram para iniciar o show.
24:54Não se reprima, não se reprima, não se reprima.
24:59Não se reprima, não se reprima, pode gritar.
25:04O show, uma promoção exclusiva da Fundação Romulo Maiorana, durou quase duas horas.
25:10Sou feliz, por isso estou aqui.
25:16Também quero viajar nesse balão.
25:22Super Fantástico, no balão mágico, o mundo fica bem mais divertido.
25:28Super Fantástico, no balão mágico, o mundo fica bem mais divertido.
25:34Eu estou com coração em festa, porque estou realizando um dos maiores sonhos meus do Pará,
25:42que era ver toda criança paraísta reunida nesse estádio maravilhoso
25:46e trazer esse mundo encantado para ela.
25:49Eu estou plenamente realizado.
25:51E obrigado mais uma vez ao Romulo e ao Grupo Liberal.
25:54Em 1982, o Arte Pará é criado para valorizar a arte e artistas locais.
26:14Ele achava que nós tínhamos bons artistas e tínhamos,
26:17então ele queria dar um espaço expositivo para que esses artistas tivessem uma notoriedade.
26:21Há algum tempo atrás, você fala de responsabilidade social,
26:25ele já fazia isso por ele próprio, por acreditar nisso,
26:30sem que precisasse existir lei, sem que precisasse existir imposição para isso.
26:35Somente na medida em que eu estimularmos,
26:38aplaudindo-lhe o esforço, agradecendo a beleza criada
26:42e cercando do respeito que merece,
26:46ele poderá retribuir essa mudança de comportamento,
26:49produzindo mais e melhor.
26:51A grande beneficiada dessa transformação
26:54será a nossa comunidade,
26:57valorizada pelo surgimento de talentos
27:00anzanosos, solitários e desanimados.
27:04Em nome do Grupo Liberal e da Fundação Romulo Maiorana,
27:08agradeço a quantos contribuíram para o êxito desta iniciativa.
27:12Quanto aos nossos veículos,
27:14em momentos como o de agora,
27:15parece-me indunitável que não perseguem outro objetivo,
27:21se não prestar à cultura aparente o modesto auxílio ao Sr. Cláudio.
27:26É o mínimo do muito que lhe devemos
27:29pela solidariedade invaliável com quem nos apoia.
27:33Aseguro-lhe que jamais faltaremos a esse dever.
27:37E mais uma vez,
27:39como em 1982,
27:41digo muito obrigado
27:42a todos que me ajudam
27:44e formulo de coração aberto.
27:46Voto de pleno êxito
27:48a quantos aqui produzem,
27:49expõe-se à perfeição.
27:50Eu tenho uma gratidão muito grande a ele
28:08por conta de tudo que ele me apoiou.
28:10E eu era, veja bem,
28:11quando ele me apoiou,
28:12eu era um menino,
28:13eu tinha vinte e poucos anos.
28:15E ele acreditou no meu trabalho,
28:16ele sempre publicou o meu trabalho,
28:18sempre divulgou as minhas exposições.
28:20E o maior destaque
28:21foi para os trabalhos
28:22do fotógrafo Luiz Braga.
28:24Luiz ganhou um dos quatro
28:25maiores prêmios do salão
28:27com essas três fotografias,
28:29feitas entre São Luiz e Belém
28:31e reveladas em Paris.
28:32A fotografia no Arte Pará
28:34hoje em dia
28:35é lugar cativo,
28:38quer dizer, não tem mais o que se discutir.
28:39A fotografia ocupou um espaço
28:41e ocupou muito bem.
28:43Eu estou super contente com isso.
28:44Eu acho que a última vez
28:45que eu encontrei com ele
28:46foi no Arte Pará.
28:47Um dos Arte Pará
28:48que ainda era lá na Gaspar
28:50Viana
28:50e ele chamou o Calderaro,
28:52que era um grande amigo
28:53que ele tinha da crítica de Manaus,
28:54me apresentou.
28:55Olha, Calderaro,
28:56esse é um dos maiores fotógrafos
28:57do Brasil.
28:58Isso eu guardo comigo
28:59com grande orgulho.
29:00O grande mérito dessa foto
29:13e talvez por isso que ela acabou
29:14sendo elevada à categoria
29:17do retrato oficial
29:18é porque ela representa ele.
29:21O meu orgulho é que
29:22acabou que depois
29:25o quadro que ele está de pé,
29:28que é uma foto
29:28que ele queria ficar
29:29do lado do exemplar,
29:31acho que é talvez
29:31o primeiro exemplar do liberal
29:33que ele tinha na sala dele.
29:34Foi feita uma pintura
29:36e que é o retrato oficial dele
29:38que está espalhado
29:39pelas sedes do jornal,
29:42da televisão e tudo.
29:43O Rômulo
30:13era apaixonado
30:15pelo sírio de Belém.
30:16Era um grande momento
30:17na vida do Rômulo,
30:20era o sírio.
30:21Ele não era paraense,
30:22mas ele tinha uma paixão
30:23de paraense pelo sírio, sabe?
30:25Eu achei o anúncio
30:27da primeira transmissão do sírio.
30:29Era patrocinado
30:30pelas lojas RM.
30:32Ele ainda não estava
30:33no ramo do jornalismo,
30:34no ramo da comunicação.
30:36Esse anúncio,
30:37eu digo sempre
30:38que ele é o início da promessa
30:41que a TV fez ao sírio.
30:43Todo mundo não faz promessa
30:45no sírio,
30:46a TV também fez uma promessa.
30:47Esse anúncio prometia
30:49que todos iriam ver o sírio
30:51numa união das lojas RM,
30:54que era patrocinatura,
30:56e da TV Marajoada.
30:57Seu Rômulo vai aparecer
30:59de novo em 1976,
31:02quando ele inaugura
31:05a TV Liberal em abril
31:06e faz uma promessa também.
31:10Eu não sei se ele chegou
31:10a publicar esta promessa.
31:12Eu soube que ele fez esta promessa.
31:14O agradecimento dele
31:16à Nossa Senhora de Nazaré
31:17é que ele ia fazer
31:18o primeiro sírio
31:19totalmente em cores.
31:21Cumpre esta promessa
31:23em 1976.
31:25Ele importa câmeras
31:27bem modernas
31:28para a época
31:29e ele assiste
31:30a passagem do sírio
31:31pela primeira vez
31:32na televisão dele.
31:34Mas eu fico imaginando
31:35a felicidade que ele teve,
31:37porque realmente
31:38as paixões dele,
31:40o sírio,
31:41a família que ele reunia,
31:42os amigos que ele reunia ali
31:44e a televisão,
31:46que se tornou
31:47muito importante
31:49na vida dele.
31:50E era uma alegria,
31:51era de uma fé,
31:52de uma alegria
31:53contagiante.
31:55TV Liberal no sírio
31:56de 1983.
31:59Voltamos com imagens
32:00diretas,
32:02imagens ao vivo
32:03do sírio
32:04de 1983.
32:07Exatamente as imagens
32:09que você vê,
32:09telespectadora,
32:11da Avenida Nazaré.
32:12Ele trazia convidados
32:13de fora,
32:14atores,
32:14atrizes,
32:15personalidades,
32:16gente da Globo,
32:17entendeu?
32:18Ele gostava
32:18de festas.
32:20E entre um dos convidados
32:22aqui do superintendente
32:24do Grupo Liberal,
32:25o Sr. Romulo Maorana,
32:25está a atriz
32:26da Rede Globo,
32:27Rosa Maria Murtinho,
32:29que vai falar um pouquinho
32:30com a gente,
32:30vai dizer inclusive,
32:31porque se pensa aqui,
32:32eu não sei se é verdade,
32:33que você é paraense.
32:34É paraense?
32:35É verdade, sim.
32:36Eu nasci aqui,
32:36apesar de ter ido
32:37com 20 dias para o Rio,
32:40voltei umas três vezes
32:41e essa é a quarta vez
32:42que nunca tinha visto sírio.
32:43Eu estou encantada, né?
32:44Já fui ontem lá
32:45para o jornal,
32:47eu vi os fogos
32:48e eu estou encantada,
32:49é uma beleza.
32:51O Romulo
32:51cunhou uma frase
32:54no Repórter 70
32:55que está chegando o sírio,
32:58o Natal dos Paraenses.
32:59Está chegando o sírio,
33:00o Natal dos Paraenses.
33:01Foi ele que deu
33:03essa versão
33:04de que o sírio
33:05era o Natal dos Paraenses.
33:07Isso aí estava sempre
33:08na coluna do Romulo.
33:11Era sagrado o sírio
33:12para ele.
33:13O sírio lá no jornal
33:14na Gaspariana
33:15tinha que ter a homenagem
33:17dos inspiradores,
33:18a homenagem do liberal,
33:20a sirene ficava tocando.
33:22Trocava de manhã
33:24como é de tarde
33:26e na hora da passagem
33:30tocava a sirene.
33:31Tocava a sirene
33:32para dar sinal
33:34que a profissional
33:35ia passando.
33:51As belas imagens
33:53dá também
33:54muito bela homenagem
33:56dos estivadores
33:57à Nossa Senhora de Nazaré.
33:59A aglomeração de pessoas
34:01pode ser expressa
34:04nesse momento
34:05por estas imagens
34:06mostrando exatamente
34:08o momento da homenagem
34:10desses estivadores
34:12à Virgem de Nazaré.
34:13Vou levar a Castilhos
34:14França
34:15inteiramente lotado
34:17no prédio do jornal
34:19do liberal
34:19ali em primeiro plano
34:22de onde soa
34:24a sirene
34:25anunciando
34:26o espogar dos toques.
34:31O A Sirene
34:36é um
34:40a sirene
34:40antes
34:41que a sirene
34:41a sirene
34:42com até
34:42muita
34:42não
34:42é
34:43ou
34:44coisa
34:44ou
34:44globe
34:45ou
34:45ou
34:45ou
34:46ou
34:46ou
34:48ou
34:48ou
34:48ou
34:49ou
34:49ou
34:50ou
34:50ou
34:52ou
34:52ou
34:52ou
34:53ou
34:54ou
34:54ou
34:55ou
34:56ou
34:56ou
34:56Morreu hoje em São Paulo, aos 63 anos, o jornalista Romulo Maiorana.
35:10Ele era o dono da TV Liberal, afiliado da Rede Globo, e liderava o maior grupo de comunicação do Pará.
35:16Tão logo foi anunciada a morte do jornalista Romulo Maiorana, a cidade se consternou com a notícia.
35:21Nas ruas, a população parou para olhar o jornal eletrônico, localizado no centro da cidade, que transmitiu a informação.
35:32As emissoras de Belém, ao anunciar o falecimento do diretor-presidente do sistema Romulo Maiorana de Comunicação,
35:39jornalista Romulo Maiorana, prestaram homenagens especiais.
35:44Transmitiam de meia e meia hora o falecimento e a chegada do corpo do jornalista Romulo Maiorana a Belém.
35:49A Rádio Liberal AM está apresentando programação especial, em virtude do falecimento do jornalista Romulo Maiorana,
36:01diretor-presidente das empresas do sistema Romulo Maiorana de Comunicação.
36:07A Rádio Clube do Pará está apresentando programação especial, em referência à memória de Romulo Maiorana.
36:15Os meios de comunicação no Pará reconhecem a importância de Romulo Maiorana para o seu desenvolvimento.
36:22A Assembleia Legislativa do Estado suspendeu hoje a sessão, a pedido das lideranças dos partidos,
36:28em razão do falecimento do jornalista Romulo Maiorana.
36:30Eu creio que ele representou, na história da imprensa paraense, uma nova fase de profissionalismo
36:36e de modernização da tecnologia dos meios de comunicações.
36:41O homem que revolucionou tanto o jornal, como o rádio, como a televisão no Pará.
36:46Eu acho que hoje nós estamos um pouco menores no Pará com a ausência de Romulo.
36:50Ele inovou como nunca se havia feito aqui no Norte.
36:55Muitos amigos falaram de Romulo.
36:58Perdi um amigo e um irmão.
37:01Romulo Maiorana, acima de um chefe, era um amigo.
37:05Um amigo de todas as horas.
37:07Muita emoção na madrugada de hoje no aeroporto internacional de Belém,
37:11durante a chegada do corpo do jornalista Romulo Maiorana.
37:13A repórter Maria Tavares acompanha tudo no aeroporto até a Igreja do Rosado.
37:17Desde cedo, já era grande o número de pessoas no aeroporto.
37:22Representantes de todas as emissoras de rádio, jornais e televisões estavam presentes.
37:27Numa demonstração de respeito e gratidão, na sacada do aeroporto,
37:31a emoção estava em cada rosto, em cada gesto.
37:34Um grande cortejo se formou pela cidade.
37:36Na Igreja do Rosário da Campina, centenas de pessoas aguardavam o corpo.
37:40Celebrada hoje de manhã na Igreja do Rosário da Campina,
37:44a missa de corpo presente do jornalista Romulo Maiorana.
37:47Muita gente foi prestar a sua última homenagem.
37:51Aqui estamos compungidos com a partida de um amigo.
37:57Não somente de um amigo comum, mas de um homem que há 32 anos,
38:03vindo para a nossa terra, aqui empregou as suas atividades.
38:08Nós queremos, sobretudo, lembrar o que ele fazia de caridade.
38:13O que ele fazia para atender a muitas pessoas que dele necessitavam.
38:20A nossa dor não se pode traduzir em palavras.
38:25A tua família, os teus amigos, os teus servidores,
38:30rogam a Deus que recolha o teu nobre e iluminado espírito.
38:35Que a tua memória permaneça como exemplo para os teus jovens filhos,
38:41sucessores do teu trabalho e da tua obra.
38:44Até sempre, Romulo, descansa em paz.
38:46Podes partir, Romulo Maiorana.
38:49Fostes um grande benfeitor do Pará.
38:51Seis horas da manhã, cinco horas da manhã, o liberal do dia seguinte estava pronto.
38:56Aí levaram lá na igreja a edição do liberal.
39:00Aí a dona Adéa pediu para abrir o caixão.
39:03Colocou o liberal do dia no peito dele.
39:06Ele foi com essa edição do jornal embaixo das mãos.
39:12Isso aí.
39:21Seis horas da manhã, cinco horas da manhã.
39:51O trânsito no centro da cidade foi totalmente modificado
39:58para que o cortejo do jornalista Romulo Maiorana
40:01pudesse atravessar as ruas do centro da cidade
40:03e passar em frente ao prédio do jornal O Liberal.
40:06O cortejo seguiu com grande acompanhamento
40:08pelas estreitas ruas do centro da cidade
40:10em direção ao Boulevard Castilho, França
40:13para passar em frente ao Jornal Liberal,
40:15onde a homenagem dos funcionários comoveu a todos.
40:18Sob uma chuva de papel picado
40:19e ao som da tradicional sirene do jornal,
40:22o cortejo seguiu seu trajeto.
40:23O que você gostou do jornal da cidade é um no local?
40:28O que você gostou do jornalista Romulo Maiorana?
40:33O que você gostou do jornalista Romulo Maiorana?
40:36Ao longo de todo o percurso, as homenagens do povo se repetiam.
41:04Muitos esperavam a passagem do corpo e assinavam em despedida.
41:08O centro da cidade parou completamente.
41:11As repartições suspenderam o trabalho por alguns momentos
41:14para que os funcionários pudessem ver pelas janelas a passagem do cortejo fúnebre.
41:18Os alunos do Instituto de Educação do Pará e Colégio Moderno
41:21pararam as aulas e aplaudiram a passagem do corpo do jornalista.
41:25Em todo o trajeto, a emoção no adeus do povo de Belém a Rômulo Maiorana.
41:30Muitos seguiam a pé ao lado do carro fúnebre.
41:36Esse é o público leitor do jornal, ouvinte das rádios e telespectador da televisão liberal.
41:42Pétalas de rosas, lenços brancos, aplausos e acenos
41:46fizeram a despedida do povo de Belém ao jornalista e empresário Rômulo Maiorana.
41:50O povo foi levar sua última homenagem ao jornalista Rômulo Maiorana,
41:55que foi sepultado hoje de manhã no cemitério de Santa Isabel.
41:59Uma multidão aguardava a chegada do corpo e acompanhou o sepultamento até o final.
42:06O cemitério foi invadido.
42:08Ainda tentaram a administração do cemitério, assim, para dar mais privacidade para a família.
42:14Se elas quiserem, a gente fecha as portas, mas aí a família mesmo disse que não,
42:19que as pessoas deveriam entrar.
42:21E aí foi uma invasão muito inesquecível para quem viu.
42:25Foi muito sofrido, porque para nós ele não era só um amigo, nem um patrão.
42:35Era muito macho.
42:36Rômulo, amigo, volta para ajudar o carente, para ajudar a população marginalizada das nossas baixadas,
42:47que são às vezes vítimas da nossa indiferença social.
42:51E junto, em nome de todas as mulheres cabanas de nossa Amazônia,
42:55de mãos juntas queremos dizer,
42:57meu Deus, depomos a Teus pés o corpo material de nosso Rômulo,
43:02Seu Espírito imortal e as flores do Seu jardim.
43:07Porque agora, Pai querido, somente vive em Seu peito,
43:11Teu amor santo e perfeito, Teu amor puro e sem fim.
43:15Conhez, Conhez, Conhez, conhez a Mãe, esta boa e sem fim.
43:26Conhez, Conhez, Conhez, comhez, comhez a Mãe, esta boa e sem fim.
43:34Amém.
44:04Quando criança você enxerga que é o meu pai. Realmente pra mim era um herói. Perder esse herói foi muito ruim.
44:28E tinha muito pra realizar ainda quando foi embora.
44:38É uma perda e é uma perda que a gente não sabe como a gente vai viver com ela. E é isso que eu senti na hora e até hoje.
44:45Eu faço terapia em São Paulo há cinco anos. E a minha terapeuta, ela falou pra mim, acho que um dia desse, ela disse,
44:53não tem uma sessão que você não fale com seu pai. Eu sonho com o papai até hoje. É uma coisa muito louca.
44:59Eu sonho com ele vivendo e eu fico feliz, claro, mas quando eu amanheço eu fico triste, saber que só foi um sonho.
45:06Não há um dia sequer que eu acho que eu não fale dele. Pra minha filha, pra minha neta.
45:12Dentro dessa saudade tão grande, eu só tenho lembranças felizes, lembranças boas.
45:18Sabe, o quanto ele era família, o quanto ele nos tratava bem, o quanto ele queria a gente bem.
45:23Eu amo ele pra sempre e sempre amarei e sempre ele vai estar nos nossos corações. No meu coração sempre.
45:31Ele era muito querido. Porque ele podia ajudar e ele ajudava.
45:38Não perdeu alguma coisa, ele ajudava mesmo. Como ele me ajudou, como ele me ajudou muita gente.
45:46Ninguém sabia disso. Só foram descobrir quando ele morreu. Aí que as pessoas foram dizer que o homem fez isso.
45:55Mas no fundo todo mundo sabia, pelo tratamento que ele dava pros funcionários dele, como ele tratava a gente.
46:01Comigo mesmo aconteceu pedir pra que ele antecipasse minhas férias. E ele me perguntou, por que você quer que eu antecipe suas férias?
46:12Eu disse, seu homem, é porque apareceu a oportunidade de eu ter minha casa própria. Mas tem a entrada e essa eu não tenho.
46:25Ele disse, não. Não antecipe suas férias. Eu vou lhe dar esse dinheiro. E hoje eu sou eternamente agradecida a ele.
46:35Porque até hoje eu tenho minha casa. Graças a Deus e a ele. A generosidade dele.
46:42Essa minha casa aqui, foi ele que me deu. Quando eu cheguei aqui, eu morei ali numa casa alugada. Ele que pagou o aluguel.
46:51Eu disse, não, senhora, vou comprar a casa pra vocês. Procurei.
46:56As pessoas a quem ele fez o bem, nunca mais se esqueceram. Aquilo ficou gravado no coração de cada um.
47:04O dinheirinho que ele dava pros pobres, que era toda semana eles iam lá atrás dele.
47:11Os pobres nunca se esqueciam do Rom. Nunca. Jamais vão se esquecer.
47:17Porque eles já recebiam aquele dinheirinho para matar a fome deles. E o Rom dava com satisfação.
47:24Era quando ele dizia, eu sou apaixonado pela oração de São Francisco de Xavier.
47:30É dando o que você recebeu. Tinha essa filosofia de vida. Isso queria-lhe bem. Isso lhe faria muito bem.
47:40Como seria bom ter luz aqui entre nós, né? Ele deixou uma grande lacuna dentro do nosso coração.
47:49Em outubro de 1984, Rômulo comemorou com familiares e amigos sua última festa de aniversário.
47:59A CIDADE NO BRASIL
48:03A CIDADE NO BRASIL
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49:55E a história continua sendo escrita todos os dias.
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