A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), e a deputada Erika Hilton (PSOL) se reuniram para discutir um projeto que propõe o fim da escala de trabalho 6x1. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), afirmou que o tema será discutido sem exploração política. Reportagem: André Anelli.
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00:00Brasília, onde a gente continua, porque a ministra das Relações Institucionais, Glaise Hoffman, se reuniu com a deputada federal, Erika Hilton, para discutir a proposta de emenda à Constituição, que prevê acabar com a escala de trabalho 6x1.
00:13Quem está acompanhando, aqui ó, já na tela, é o André Anelli, vai falar mais detalhes a respeito pra gente.
00:19Erika está afirmando que o texto é sobre a dignidade dos trabalhadores, é isso, Anelli?
00:25É isso também, viu, Kobayashi? A gente relembra que esse texto foi protocolado em fevereiro pela deputada, na Câmara, então, dos deputados, a deputada federal Erika Hilton,
00:38e de lá pra cá já houve uma série de negociações, inclusive aqui mesmo com o próprio Palácio do Planalto, no sentido de viabilizar a votação desse texto lá na Câmara,
00:49e mais do que isso, chamar, então, apoio pra essa medida, que reduz a escala de trabalho de 44 pra 36 horas semanais, é o fim da chamada escala 6x1,
01:00que faz o trabalhador trabalhar, por exemplo, de segunda a sábado e ter uma folga no domingo, ou então um outro dia da semana, desde que uma vez por mês essa folga seja no domingo.
01:12Nessa sexta-feira, então, houve mais uma reunião entre a ministra das Relações Institucionais, Glaise Hoffman, e a deputada federal Erika Hilton,
01:20no sentido de avançar a respeito da tramitação desse projeto lá na Câmara dos Deputados.
01:26Erika Hilton, ao lado de Glaise Hoffman, afirmou que, após, então, uma importante vitória do governo federal, justamente, então, o aumento da faixa de isenção do imposto de renda
01:39pra quem ganha até 5 mil reais mensais, agora chegou o momento do governo se mobilizar em torno dessa medida de redução da jornada de trabalho semanal.
01:50Aprovamos ontem uma pauta extremamente importante ao povo brasileiro, à classe trabalhadora, uma pauta que pode parecer ter sido fácil, mas isso é fruto de muita articulação do governo, do empenho e das vozes das ruas,
02:01e hoje a senhora nos recebe aqui pra tratar de uma outra pauta que tem a ver com a também isenção do imposto, que é o fim da escala 6x1.
02:08A escala 6x1, a gente já tem colocado na pauta do governo a contrariedade com a escala 6x1.
02:14O presidente Lula tem se manifestado e nós temos que mudar o regime de trabalho dos trabalhadores.
02:19As pessoas têm que ter mais tempo pra viver, mais tempo pra se dedicar à sua família, a ter lazer, enfim, a ter qualidade de vida.
02:26Então, eu quero dizer que o governo tá com você, tá com todos aqueles que defendem a mudança dessa escala.
02:32O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota, foi questionado pela repórter Rani Veloso, aqui da Jovem Pan, em relação à demora da tramitação desse projeto lá na Câmara.
02:46Porque, como eu disse mais cedo, então, esse projeto foi protocolado em fevereiro e até o momento ele não teve grandes avanços na casa.
02:54Hugo Mota respondeu a Rani Veloso que esse projeto vai ser debatido com muita cautela e com muita responsabilidade.
03:01Nós queremos voltar a dialogar sobre esse tema.
03:06Essa é uma pauta que tem que ser conduzida com muita responsabilidade, ouvindo todos os lados, poder tratar do tema sem falso moralismo, sem tentar fazer dessas pautas apenas um trampolim político.
03:19Poder tratar disso na realidade e levar em consideração, sim, o apelo da classe trabalhadora, levar também em consideração das consequências para quem emprega e tentarmos entender aí qual seria o caminho possível acerca desse tema.
03:33Assim como disse o presidente da Câmara dos Deputados, existem setores econômicos resistentes a essa medida, defendendo, inclusive, que ela pode gerar uma inflação, desencadear, então, uma inflação generalizada em todo o país,
03:51porque aumentaria os custos de todas as empresas, uma vez que as empresas teriam que contratar mais funcionários para manter, então, a atual produção e que, por outro lado, esses custos seriam absorvidos justamente pelos consumidores.
04:07É por isso, então, que esses setores da economia defendem uma discussão mais ampla em relação ao assunto.
04:13Kobayashi.
04:14Muito obrigado, André Anelli, ao vivo e diretamente de Brasília.
04:16Agora são 17 horas, 26 minutos, quem está na rádio vai para um rápido intervalo comercial, a gente segue por aqui.
04:23Eu quero ir falar com o Zé Maria Trindade sobre isso, Zé, porque se agora o Hugo Mota pautar também esse projeto do fim da escala 6x1, vai ser mais um ganho para o governo, né, que está querendo ali popularidade para 2026.
04:39Como é que você vê esse projeto também, hein, Zé Maria Trindade?
04:41Pois é, olha só, o Congresso entra agora numa nova fase.
04:48Eu senti, através de conversas, que os deputados e senadores estão entendendo que as pautas que foram consideradas tóxicas pelo presidente da Câmara, né,
04:57que a história da blindagem e mesmo da anistia estão ficando para trás.
05:02E o limiar foi exatamente a aprovação desse projeto do Imposto de Renda.
05:07Isto acabou dando um alívio e o presidente da Câmara quer exatamente aproveitar esse momento e aprovar uma emenda à Constituição e dois projetos que fazem a reforma administrativa.
05:20Esta é uma reivindicação antiga de setores ali da sociedade que não é possível mais admitir um Estado como estamos vivendo hoje, né?
05:33É um Estado inchado, ineficiente, quando alguém precisa de alguma coisa no Estado é muito complicado,
05:40se gasta muito do orçamento com a manutenção do Estado, não só salários, mas a manutenção de prédios, aluguéis de prédios.
05:46Então é preciso limitar, inclusive, gastos da União, Estados e Municípios.
05:51Esta é uma pauta.
05:53E a outra é esse debate aí sobre a redução da jornada de trabalho.
05:59Veja bem, existem setores que gostariam de reduzir para 50 horas semanais o trabalho, mas enfim, é uma contramão.
06:08Nós estamos caminhando para cada vez mais uma desregulamentação do trabalho.
06:13Essa história de falar uberização de uma forma pejorativa, essa pejorativa para a uberização é errada.
06:21É uma tendência até dos trabalhadores.
06:24Os trabalhadores já não são mais os mesmos de antigamente.
06:29Os trabalhadores não são aqueles que chegam na empresa com a marmitinha debaixo do braço,
06:33um capacete e puxam aquela folha de ponto e começam a trabalhar, depois puxam a folha de ponto.
06:38Isso acabou, as indústrias mudaram e os trabalhadores também.
06:43Então a CLT está antiga e eles estão querendo aprofundar a CLT.
06:49É um erro discutir esse assunto.
06:51O debate seria desregulamentar e pronto.
06:54Quero te ouvir também, Bruno Musa, sobre os impactos econômicos disso aí.
06:58Até o presidente da Câmara falou que vai estudar a visão da classe trabalhadora,
07:03mas também vai ouvir aí quais são os reflexos disso na economia.
07:06E quais são?
07:08Olha, vamos lá.
07:09O Zé Maria acho que desenhou de maneira que qualquer criança de 4, 5 anos conseguisse compreender tudo isso.
07:16Eu estava comentando aqui, anotando, inclusive, o que o secretário falou a respeito das mudanças ali na parte do imposto.
07:24Me perdoe, assim, eu entraria num debate profundo da pauta econômica,
07:28porque foram tantas aberrações que realmente mostrou, assim, no meu entender, um profundo desconhecimento.
07:35Veja, ele mencionou, e faço o link com o que o Zé Maria falou, que nos Estados Unidos o imposto é mais ou menos assim.
07:42Só que ele esqueceu de mencionar, ou propositalmente não menciona, que o imposto da PJ nos Estados Unidos é muito menor.
07:48Que o mercado de trabalho, como o Zé Maria acabou de colocar nos Estados Unidos, é extremamente flexível,
07:52que não sequer existe injustiça do trabalho.
07:55E que grande parte dos trabalhadores preferem trabalhar lá do que vir trabalhar aqui no Brasil.
07:59Então, veja, nós estamos em 2025, e me parece que as pessoas querem,
08:03só para estender o exemplo que o Zé Maria colocou, seguir aquela hora padrão de almoço.
08:08Ah, o meu almoço é do meio-dia uma, ou da uma as duas.
08:11Bateu as duas no relógio, hora de voltar e sentar aqui no meu lugarzinho,
08:15colocar meu capacetinho, como ele falou, e fazer o que eu tenho que fazer.
08:18O mundo não funciona mais assim.
08:20As pessoas não querem mais trabalhar dessa forma.
08:22Aplicar o conhecimento no mundo de hoje, em 2025, não é simplesmente sentar na frente do computador.
08:29Às vezes uma pessoa é mais produtiva à noite, de madrugada, outras é mais produtiva pela manhã.
08:33Enfim, a produtividade não vem disso.
08:36E justamente mostra o porquê do Brasil tem uma produtividade estagnada,
08:40à exceção do agronegócio, nos últimos 40 anos.
08:43Grande parte da produtividade que o Brasil teve nesses últimos 40 anos veio do próprio agro.
08:48Que pasmem, hein? Aplica, o agronegócio no Brasil, ele faz o seguinte,
08:53ele emprega 3% dos trabalhadores do Brasil e representa 30% do PIB.
08:59Veja só, isso é produtividade.
09:01Não discutir uma jornada de 6 a 1, onde você tem que ficar na hora do almoço,
09:06trabalha das 9 a 6, não funciona em 2025.
09:10Será que nós continuaremos tendo pessoas na burocracia brasileira,
09:14comandando o que o Brasil, qual o caminho que o Brasil vai andar,
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