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O Brasil já registra 59 notificações de intoxicação por metanol, segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A maioria dos casos ocorreu em São Paulo, além de registros em Pernambuco e no Distrito Federal. Para enfrentar a situação, a Anvisa lançou um Chamamento Internacional em busca de fabricantes e distribuidores do Fomepizol, antídoto essencial no tratamento. Margarete Barreto, delegada seccional de Mogi das Cruzes, concedeu entrevista ao Morning Show e falou sobre a descoberta e ação contra uma fábrica que fazia bebidas falsificadas.
Reportagem: Marcelo Mattos
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NotíciasTranscrição
00:00Claro, a gente abre essa edição em plena sexta-feira, o Morning Show já falando sobre o número crescente de casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas.
00:10Já são 59 registros suspeitos pelo país, a maioria dos casos aqui em São Paulo, também episódios no Nordeste e um no Distrito Federal.
00:21Bom, mano, em relação a essa crise toda, a gente vê que realmente as pessoas, hoje, né, sexta-feira que seria o dia pra sair, curtir, tomar uma bebida e com todo esse temor de que ela esteja adulterada, batizada e fábricas clandestinas sendo descobertas por todo o território nacional. Muito bom dia.
00:40Bom dia, David. Pois é, a cervejinha do Happy Hour virou motivo de medo e desconfiança.
00:48Nem a cervejinha do brasileiro está livre de nos trazer preocupações e isso acaba ocorrendo em função também do grande volume de bebidas falsificadas que fazem parte do mercado
01:03e que nós acabamos banalizando ao longo do tempo o volume desse mercado ilegal dentro do mercado de bebidas.
01:12Há a estimativa de que 36% das bebidas que circulam no país sejam falsificadas ou sonegadas, ou seja, estejam no mercado ilegal.
01:23Ilegal. E ter convivido com isso por tanto tempo, banalizando o problema, é o que nos deixou suscetíveis a um escândalo como esse.
01:34Um caso de intoxicação por metanol que preocupa a todos nós.
01:39A gente vai seguir repercutindo esse assunto com a nossa bancada também, mas vamos chamar o Marcelo Matos porque está acompanhando de perto.
01:45Tem várias narrativas sendo geradas, até mesmo a falta de antídoto para as pessoas que são contaminadas.
01:49Então o Marcelo Matos vai trazer todo esse contexto direto das ruas de São Paulo.
01:55Marcelo, muito bom dia. Atualizações para a gente então, por favor.
02:00Muito bom dia para você, David de Tarso e a todos que acompanham o Morning Show.
02:05Sabe, David, desde ontem nós estamos percorrendo aqui as ruas, os bares, os estabelecimentos aqui de São Paulo, conversando com as pessoas.
02:12E é claro que esse assunto domina justamente as conversas, como vocês bem colocaram, sexta-feira, dia do happy hour, final de semana chegando.
02:22Fica também toda uma preocupação do comércio, dos estabelecimentos, de uma queda abrupta em razão de todos os acontecimentos.
02:29Essa questão criminosa da ingestão do metanol nas bebidas.
02:34Já tivemos uma morte aqui em São Paulo, uma pessoa ficou cega, enfim, é uma situação extremamente delicada.
02:40E as pessoas comentando conosco, né, a clara mudança de hábitos.
02:45A gente sabe que qualquer bebida pode ser adulterada, pode ser falsificada.
02:50Mas nesse caso especificamente estão envolvendo, esses casos estão envolvendo a questão das bebidas destiladas.
02:57Mas de qualquer forma, portanto, então, há uma grande preocupação.
03:01Para você ter uma ideia, aqui, toda a área de vigilância sanitária, polícia, Ministério Público, enfim, todos os atores que estão nas ruas fazendo as fiscalizações.
03:12Nós já tivemos aí, inclusive, a identificação de 15 milhões de selos, lacres falsos aí de bebidas.
03:19O que dá uma dimensão aí do tamanho desse problema.
03:2250 mil garrafas já foram, portanto, também coletadas nessas investigações e nessas operações que estão sendo realizadas cada vez mais aqui em São Paulo.
03:31Imagina uma cidade de mais de 11 milhões de habitantes.
03:34É gigantesca, uma das maiores do mundo.
03:37Toda a dificuldade também agora.
03:39Então, você também pode fazer uma denúncia, no DISC Denúncia, se você tem aí algum caso.
03:45A necessidade também de que as pessoas procurem mais rapidamente possível em caso de sintomas, entre 12 e 24 horas, que são sintomas mais presentes aí nas pessoas.
03:55E a rápida ingestão, portanto, aí de um antídoto para todos esses casos.
04:00Então, nós tivemos ontem, com o balanço que foi fechado ontem ainda, não foi divulgado nenhum outro balanço ainda nessa sexta-feira.
04:08Nove estabelecimentos foram fechados, três ontem.
04:12Nós já tivemos casos aí na Bela Vista, Itaim Bibi, Jardins, Moca, M Boimirim, São Bernardo do Campo, Barueri, Cidade Líder na Zona Leste.
04:21Provando também que há uma distribuição dos casos, não apenas, aqui a gente pode dizer, na periferia ou em regiões mais nobres aqui de São Paulo.
04:30Enfim, então, há uma dispersão dos casos, uma preocupação para todos, evidentemente.
04:35Então, nós tivemos até o momento a Secretaria de Estado da Saúde aqui de São Paulo.
04:39Caso de São Paulo, 11 casos confirmados por intoxicação por metanol aqui no estado de São Paulo.
04:47Uma morte, infelizmente, aqui na capital.
04:50E nós temos ainda 41 casos que estão sendo, portanto, aí analisados para saber se há intoxicação por metanol ou não.
04:58Então, eu repito aqui o disco de denúncia, se você tem alguma informação, alguma suspeita, aconteceu algo,
05:03você coloca, então, no número 181 da Polícia Civil.
05:07E você falava, David, do antídoto, a Anvisa fez uma abertura aí para uma compra internacional de fomepizol.
05:14Portanto, esse é o antídoto, eu nunca tinha ouvido falar, mas, portanto, é o antídoto fomepizol.
05:20Então, a Anvisa busca fabricantes no exterior para fazer a compra.
05:25Não tem registro aqui no Brasil esse tipo de medicamento.
05:28Então, a Anvisa busca fornecedores para abastecer o país, demonstrando também toda a situação delicada pela qual passamos
05:35e a precaução, evidentemente, de comprar esse antídoto.
05:38A Anvisa, então, está intensificando ações em âmbito internacional.
05:42Aqui em São Paulo, o governo do estado de São Paulo e a Secretaria Estadual da Saúde,
05:46eles afirmaram que há 2.500 ampolas que foram distribuídas, portanto, no estado.
05:51500 já estão nos postos de saúde e a gente, então, reforça todos os cuidados,
05:56a procedência da bebida cada vez mais hoje importante e também, a partir dos sintomas,
06:02a rápida busca por uma unidade de saúde.
06:04Vamos continuar acompanhando.
06:06Estamos aqui no centro da capital paulista e, é claro, há uma expectativa neste final de semana,
06:10uma mudança brusca de hábitos, portanto, por parte da população.
06:14Retorno com você, retorno também a qualquer momento dentro do Morning Show com mais informações.
06:19David de Tarso.
06:21Está certo, Marcelo Matos.
06:22Muito obrigado pelas suas informações ao vivo, direto das ruas de São Paulo,
06:25com toda essa preocupação.
06:27Hoje, os bares, restaurantes, hotéis, clubes estariam todos lotados,
06:32mas, com certeza, vai gerar impactos em relação à economia por conta de todo esse temor,
06:37porque a pessoa não sabe, né, Maria de Carles,
06:38se realmente ela está tomando uma bebida de procedência que é original ou duvidosa,
06:44que é uma bebida batizada.
06:46Exatamente, David.
06:47E, fazendo aqui um pouco o couro do que o Mano disse,
06:50o brasileiro não tem um dia de paz, veja bem, um dia de paz.
06:53Já não basta tudo o que a gente está vivendo, na política, na economia,
06:56toda essa incerteza, a gente ainda tem que abrir mão do nosso momento de entretenimento
07:00para muitos, né, aquela bebidinha de final de semana que deixa você ali feliz,
07:05mais alegre, mais relaxado e não mesmo.
07:08E você tocou num ponto interessante.
07:09Hoje de manhã mesmo, eu estava assistindo ali no meu Instagram
07:12algumas reportagens com donos de bares, garçons, falando o consumo aqui já reduziu bastante,
07:18as pessoas estão sendo exclusivamente, pedindo exclusivamente mais cerveja, né,
07:23porque até agora não se tem dados tão escancarados em relação à cerveja,
07:27mas é isso aí, tudo indica que vai haver uma alteração no consumo,
07:30vai haver uma alteração no entretenimento do brasileiro,
07:33e como o Mano falou, acredito que é só a ponta do iceberg de um ecossistema aí gigantesco,
07:38onde ele mesmo trouxe um dado que 35% da bebida aqui no Brasil possui metanol,
07:44ou seja, provavelmente...
07:46O que possui metanol?
07:47É que é falsificado.
07:49Provavelmente, perdão, falsificado.
07:51Provavelmente, algum de nós aqui que ingerem bebida alcoólica já consumimos esse tipo de substância,
07:57ou seja...
07:57Não é porque é até permitido, né, mas são questão de gotas, assim,
08:00a cada 100 litros produzidos, a quantidade é muito inferior.
08:04Eu vi até que tem uma hipótese que a polícia está investigando,
08:07que alguma quadrilha de falsificação de bebidas tenha utilizado metanol
08:13como líquido para a limpeza das garrafas antes de colocar o líquido falsificado dentro, né,
08:22Ou seja, seria, nessa linha de investigação, uma contaminação sem querer, né,
08:30assim, por incompetência...
08:32Irresponsabilidade.
08:33Por irresponsabilidade, por um uso inadequado do ponto de vista de métodos sanitários, né,
08:40de usar algo para limpar a garrafa que não deveria ser usado para limpar a garrafa.
08:45Ou seja, é surreal, né, o grau de incompetência dos falsificadores colocando aí a vida das pessoas em risco.
08:56E mencionar também, desculpa, é mencionar também que o gosto, né,
08:59eu vi em alguns lugares falando que é muito similar o metanol com álcool etílico
09:03em algumas bebidas que é quase que imperceptível.
09:06Ou seja, mais perigoso ainda a sensação de saber que você foi, assim, você irresponsabiliza...
09:13Por conta da irresponsabilidade desses estabelecimentos, você se contaminou sem saber.
09:18Aí tem toda uma rede também, né, que às vezes busca na reciclagem garrafas que custam até 200 reais
09:24de whiskeys importados, bebidas que são realmente de alto valor agregado
09:28que acabam sendo provenientes dessa falsificação também.
09:32Porque há toda uma rede de recicladores que às vezes acabam pegando essas garrafas,
09:36colocando realmente elas à disposição dessas quadrilhas que fraudam, né, Hugo?
09:41É, e um dado que me vem à memória é que nos anos 2019, 2020, houve aquela...
09:49As cervejas foram afetadas.
09:52A baque, sim.
09:53Isso.
09:54E houve também esse problema, uma preocupação generalizada, se não me engano,
09:59também por limpeza nos equipamentos de produção, faz algum tempo já não me recordo tão bem.
10:05Mas é uma alerta para que a gente sempre tenha cuidado onde compra os seus equipamentos,
10:11suas bebidas, enfim.
10:12Agora, a pergunta que fica é a seguinte, as bebidas, será que elas eram compradas em estabelecimentos
10:18como supermercados ou eles eram apenas de distribuidores?
10:21Porque quem vai ao mercado agora também tem o medo, porque não é só quem vai aos estabelecimentos,
10:26mas também nos supermercados.
10:28Eu vejo, eu fui fazer compra essa semana, tinha uma família assim,
10:33ah, não vamos levar aqui não, eles estavam na área das pingas ali, dos estilados,
10:37não vamos levar não, a gente não sabe a procedência.
10:39Então, fica em dúvida também dos supermercados, de onde eles adquiriram aquilo.
10:44Então, o medo se espalha até para quem vai comprar o seu produto fora dos estabelecimentos,
10:50dos bares e restaurantes.
10:52Eu já vou trazer a opinião do Guilherme, mas antes, já que vocês tocaram no ponto de investigação,
10:56tudo, desde quando essa crise se instalou, a polícia tem trabalhado para identificar
11:00quais são as fábricas clandestinas que estão atuando.
11:04Por isso, a gente vai conversar agora com a Margarete Barreto,
11:07ela que é delegada seccional de Mogi das Cruzes,
11:09que identificou justamente uma fábrica clandestina e aí eles atuaram.
11:14Quero saber como que foi a atuação e de que forma também que esses criminosos acabam agindo, né, doutora?
11:19Bom dia, obrigado pela participação.
11:21As atualizações, então, para a gente sobre essa fábrica que foi descoberta aqui na Grande São Paulo.
11:27Bom dia, David.
11:29A Polícia Civil está toda concentrada no combate a esse tipo de crime, né?
11:36O que antes era um crime contra o consumidor, né?
11:39Porque você acabava comprando uma vodka, achando que tinha uma...
11:45Estava comprando uma marca de vodka e, na verdade, estava ingerindo um produto que não tinha aquela qualidade.
11:52O que a gente vê hoje é uma contaminação dessa falsificação, né?
11:57O que chamou a atenção da gente?
11:58Primeiro, a gente iniciou uma verificação numa adega e, nessa adega,
12:04haviam produtos com características de falsificação.
12:09Indagado, ele acabou nos direcionando para esse galpão que existia aproximadamente 20 mil garrafas
12:16que estariam separadas, né?
12:19Algumas já lavadas e elas eram separadas por tipo.
12:24Então, tinham garrafas de vinho, espumante, garrafas de aguardente, garrafas de uísque, de vodka.
12:32Elas eram separadas para a venda.
12:35Então, indica, né?
12:36Existem as suspeitas de que elas eram vendidas para essas pessoas que engarrafavam produtos que não eram autênticos.
12:45A doutora está trazendo uma atualização importante porque, até então, não tinha escutado vinhos, espumantes.
12:50É uma observação que a gente deve ficar atento também.
12:53Nessa fábrica clandestina, então, que foi descoberta em Mogi das Cruzes, né?
12:56De que forma que os bandidos atuavam ali nessa falsificação?
13:00Eles realmente pegavam garrafas originais?
13:02Como que vocês vão avançar também nas investigações para até identificar outras pessoas envolvidas nesse crime?
13:10Neste local, o que havia era um número enorme de garrafas, né?
13:14Existiam alguns trabalhadores também lá lavando essas garrafas, né?
13:18De forma muito não higiênica e elas eram concentradas nessas caixas por tipos de garrafas, né?
13:28Então, o que a gente...
13:30E elas eram vendidas.
13:32Na verdade, durante a investigação, verificou-se que a maior parte seria vendida para Minas Gerais,
13:40para uma cidade de Minas Gerais.
13:41Então, as investigações continuam para saber se existiam outros receptadores em São Paulo dessas garrafas, né?
13:48Outros compradores.
13:51A gente acredita que todas essas garrafas eram vendidas para a falsificação de bebidas, né?
14:00Por causa dessa separação de lotes, de tipos de garrafas, né?
14:07Para que a pessoa depois fizesse o envase, né?
14:10É, sem dúvida.
14:11Vamos com o Guilherme na próxima pergunta, então?
14:13Bom dia, doutora. Tudo bom?
14:16Bom dia.
14:17Doutora, eu tenho uma dúvida.
14:18Pelo que foi narrado aqui, é uma operação sobre somente as garrafas.
14:23A gente não está aqui tratando do metanol, mas é uma operação contra essa cadeia de produção
14:30que acaba levando ao descontrole e pode levar a esses casos que a gente está vendo aqui.
14:36Essas garrafas, isso é uma curiosidade que acaba tendo um impacto final,
14:40esses produtos, esse tipo de garrafa, eles tinham algum foco, alguma identificação,
14:46por exemplo, em produtos mais caros, menos caros, em produtos importados ou brasileiros?
14:52Porque eu fico curioso sobre a natureza dessa cadeia de falsificação, né?
14:56Se o mercado está focando, o mercado de falsificação está focando em algum tipo de produto?
15:02Preço maior, menor, nacional, internacional?
15:07É, não, assim, na verdade a operação começou numa verificação de uma adega que vendia produtos
15:13que possivelmente são falsificados.
15:17Nós estamos aguardando o laudo, mas existem fortes indícios que eram falsificados,
15:21que depois encaminhou a investigação para esse local onde tinham as garrafas.
15:25Realmente as garrafas eram separadas, então existiam marcas internacionais,
15:30então a gente tem determinado tipo de uísque que ele tem um tipo de garrafa,
15:35então eles eram separados de uma forma.
15:37Outro uísque que tem uma determinada garrafa separados de outra forma,
15:41então assim, não eram só bebidas nacionais,
15:45existiam a possibilidade de falsificação de outras bebidas.
15:48É impressionante, porque na prática a gente está falando então de uma cadeia produtiva
15:54extremamente complexa, onde nesse núcleo específico eles estavam especializados
16:02no reaproveitamento de garrafas.
16:04Distribuição das garrafas.
16:06Exato.
16:07E já há alguma ideia, alguma estimativa do volume que essa cadeia pode representar
16:16do ponto de vista da falsificação, a gente tem alguma ideia
16:21de o quanto que o Estado está, digamos assim, correndo atrás
16:28para trazer essa segurança restabelecida e a confiança para as pessoas.
16:35Ou seja, é possível que o cidadão vislumbre algum otimismo
16:39de que seremos capazes de interromper essa cadeia produtiva tão complexa e sofisticada?
16:47Olha, eu acredito que sim.
16:48Eu acho que a gente começou a se atentar com mais rigor a esse tipo de operação
16:55depois das mortes.
16:57Isso é uma coisa realmente...
16:59A gente tinha algumas apreensões, mas não com esse foco que a polícia está tendo hoje.
17:03Mas o que eu acredito é que essa rede vai ser desarticulada.
17:09Eu acho que a gente tem que entender que o crime, ele é sempre...
17:13Eu digo que quem trabalha não tem tempo muito de pensar,
17:16mas quem está no crime está sempre pensando em uma alternativa nova.
17:20O que a gente vai precisar fazer, porque realmente esse armazenamento de garrafas,
17:25ele não constitui um crime, a venda dessas garrafas.
17:29Na verdade, ela está sendo usada para uma prática criminosa.
17:34O que a gente vai ter que fazer inicialmente?
17:36Então, nós temos que movimentar o nosso legislativo para criminalizar
17:40e até mesmo a gente ter possibilidade de fazer a reciclagem dessas garrafas.
17:47Eu ouvi uma pessoa dizendo que alguns donos de bares se guardarem as garrafas
17:54e venderem essas garrafas, porque ela tem valor comercial justamente porque tem um mercado
17:59para fazer a falsificação paralela, ele consegue até às vezes pagar o aluguel do estabelecimento.
18:04Então, assim, nós precisamos cortar essa rede, essa alimentação,
18:09porque as garrafas são usadas para a falsificação.
18:13Então, esse combate, essas apreensões também,
18:16visam estancar esse problema que nós estamos vivendo hoje.
18:20É um absurdo, né?
18:21Às vezes, os próprios donos desses estabelecimentos contribuindo para essa rede criminosa.
18:26Por isso que precisa avançar bastante na investigação, né, Maria?
18:28É, eu tenho uma pergunta, doutora. Tudo bem? Bom dia.
18:31Parabéns pelo trabalho, pela investigação.
18:33Uma pergunta é assim, eu imagino que isso não seja de agora.
18:37Essas bebidas falsificadas acontecem já há muito tempo,
18:40que provavelmente grande parte da população brasileira que consome álcool,
18:43bebidas alcoólicas, ingeriu esse tipo de produto, certo?
18:47Eu pergunto, qual foi o estopim para essas mortes acontecerem?
18:52Porque eu acredito que essas pessoas vêm ingerindo essas bebidas há tempos
18:55e não tivemos notificações de associações de mortes associadas a esse consumo.
19:00Por que que agora veio à tona?
19:03Erraram a dose? Aconteceu algum tipo de coisa para a gente entender o dano desses produtos?
19:09Eu queria entender se teve um estopim para isso.
19:12Olha, eu não tenho essa resposta, mas assim, o que eu quero dizer para você é o seguinte,
19:18às vezes a sociedade é tolerante com algumas modalidades criminosas, né?
19:24Então, o que a gente vê?
19:25A gente verifica que há uma conivência de alguns proprietários, né?
19:30Alguns podem ter comprado assim, sem saber,
19:32mas alguns compram uma vodka, vamos supor, uma vodka adulterada
19:37e compram uma vodka inferior, vendem ela por um preço superior.
19:43Acho que todos nós já passamos por isso, de tomar um negócio e falar assim,
19:46nossa, mas esse gosto não está igual, né?
19:49E você acaba pagando.
19:50Então, assim, era um crime numa relação de consumo.
19:54E depois a gente vê que, assim, isso se torna corriqueiro, né?
20:00Eu ouvia vocês falando na reportagem que aproximadamente 35% do consumo
20:05pode ser fraudado ou até produto de descaminho,
20:10porque a gente também tem produtos que são de descaminho, né?
20:14Quer dizer, é uma importação ilegal de certos produtos que são revendidos aqui.
20:18Então, assim, o Estado está perdendo, a população está perdendo.
20:21Eu acredito que com as mortes isso trouxe uma maior visibilidade para esse assunto.
20:26E o que a gente tem que conversar agora, né?
20:28Temos que conversar sobre o combate, isso é uma questão da polícia.
20:33Aqui no Alto Tietê, a gente está fazendo um trabalho com as prefeituras,
20:36guarda civil metropolitana, polícia militar,
20:39para intensificar as verificações em adegas, supermercados
20:44e locais que vendem esse tipo de bebidas.
20:48E também procurando os lugares de armazenamento das garrafas,
20:51porque a gente vê que as garrafas alimentam, né?
20:54É um jeito de alimentar essa cadeia produtiva de falsificados.
20:58Agora, eu acho que a sociedade tem que discutir,
21:01acho que tem uma questão de sustentabilidade aí,
21:04da gente como vamos descartar essas garrafas,
21:06para elas não acabarem na mão de criminosos, né?
21:09Tem uma questão de sustentabilidade,
21:11uma questão também de combate ao crime,
21:13mas de sustentabilidade,
21:15que a gente recicla muito pouco desse material de vidro.
21:20E também tem uma questão de que as organizações criminosas,
21:24elas estão sempre evoluindo, né?
21:26Elas têm uma evolução.
21:28Então, a polícia também tem que evoluir no mesmo sentido.
21:31O que a gente está fazendo aqui é tentando,
21:34com muito esforço dos policiais aqui,
21:36quero agradecer os delegados do 2º DP
21:39e toda a equipe do 2º DP,
21:41que foram os policiais que fizeram identificação inicialmente da adega,
21:46que vendia produtos clandestinos,
21:49e depois desse local, que é um local enorme, né?
21:52Se vocês estão vendo aí o número de garrafas apreendidas.
21:56Então, é toda a população se envolvendo nisso.
21:59Então, diz que denúncio 181 é extremamente importante,
22:02porque a pessoa não precisa se identificar,
22:06e a polícia pode fazer um combate mais efetivo, né?
22:09Porque foram distribuídos até cartilhas, né?
22:13Para que sejam divulgados as informações sobre falsidades.
22:18Então, até os policiais estão sendo treinados para verificar essa falsidade.
22:22Porque os produtos são feitos até com as garrafas originais, né?
22:26É, sem dúvida, né?
22:27Toda uma rede, como a senhora explicou.
22:29Hugo, a última pergunta para a gente finalizar, então.
22:31Doutora Margareth, bom dia.
22:33Qual ferramenta o consumidor tem para descobrir
22:36se aquele produto é de fato original, né?
22:39Para que a partir de agora a gente tenha um olhar mais atento
22:41a consumir os produtos?
22:44É, na verdade, até para os policiais precisa ter um olhar bem atento
22:51para saber, porque tem algumas falsificações muito boas, né?
22:55Então, eu acho que o gosto, o rótulo, né?
22:59Se o rótulo estiver fora do lugar, o selo, tem alguns selos.
23:04Mas, assim, eu acredito que a sociedade vai evoluir
23:07no controle e verificação de bebidas, né?
23:10Talvez a gente precisa de um selo para poder lastrear a origem da bebida,
23:16de onde ela veio, a sua procedência.
23:18Isso são fatores importantes que talvez a gente vai ter uma evolução
23:21na sociedade brasileira nesse sentido.
23:23Mas não é tão simples identificar a falsificação.
23:27É isso que torna a questão ainda mais insegura para a população, né?
23:32E é por isso que a polícia também tem que seguir investigando, atuando,
23:35como vocês fizeram aí, que novas fábricas sejam descobertas
23:38e realmente a gente consiga eliminar, né?
23:41Esses locais clandestinos que promovem essa alteração.
23:44Nós conversamos com a Margarete Barreto,
23:46delegada seccional de Mogi das Cruzes,
23:48que agradeço demais a presença aqui no Morning Show.
23:51Muito obrigada pela oportunidade.
23:54Eu acho assim, a polícia tem feito a sua parte,
23:56nós estamos trabalhando no sentido de minimizar esse dano,
23:59até porque o brasileiro merece, no final de semana,
24:03tomar uma bebidinha aí, que ninguém é de ferro, né?
24:06Sem dúvida, doutora.
24:08Muito obrigado pela entrevista.
24:09A polícia também.
24:12Todo mundo, né?
24:13Exatamente.
24:13Porque assim, envolve...
24:14Eu estava vendo aqui no chat o pessoal comentando,
24:16daqui a pouquinho eu vou ler alguns comentários.
24:18Ah, se não quer se intoxicar, então é só não beber.
24:21Mas, pô, para aguentar o Brasil do jeito que está...
24:23É isso que eu falei.
24:23O Brasil me obriga a beber, meu amigo.
24:25Não está fácil para os brasileirinhos e brasileirinhas.
24:29David, sabe que eu tenho um evento amanhã, uma feijoada.
24:33Eu sou diretor de uma OAB, da OAB de Pinheiros,
24:35e a gente tem uma feijoada anual amanhã,
24:38e eu cortei a caipirinha, porque não se sabe.
24:42É, na dúvida, né?
24:42Exato, na dúvida.
24:43E até para evitar a polêmica,
24:45a gente falou, não, cerveja sim, caipirinha não, então...
24:48Outra coisa...
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