- há 14 horas
Bruxelas, meu amor? Uma barreira de drones contra Putin?
Nesta edição, vamos falar sobre a presença de drones não identificados no espaço aéreo dinamarquês, a Sérvia, um dos países com estatuto de candidato a membro da União Europeiam e a condenação do Nicolas Sarkozy, antigo presidente francês.
LEIA MAIS : http://pt.euronews.com/2025/10/04/bruxelas-meu-amor-uma-barreira-de-drones-contra-putin
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Nesta edição, vamos falar sobre a presença de drones não identificados no espaço aéreo dinamarquês, a Sérvia, um dos países com estatuto de candidato a membro da União Europeiam e a condenação do Nicolas Sarkozy, antigo presidente francês.
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NotíciasTranscrição
00:00Olá e sejam bem-vindos ao Bruxelas Meu Amor, o programa de Euronews que lhe traz todas as semanas, em português, as notícias e os debates que marcam a atualidade europeia.
00:21Eu sou Mariana Correia e estes são os destaques da semana.
00:24Os chefes de Estado da União Europeia reuniram-se em Copenhaga para discutir as provocações de Vladimir Putin e a inércia de Donald Trump em relação ao fim da guerra da Ucrânia.
00:34A marcar a agenda, a presença de drones não identificados no espaço aéreo dinamarquês, o que levou o país a proibir todos os drones civis por motivos de segurança.
00:44Isto aconteceu poucos dias depois de um ataque informático em grande escala ter perturbado milhares de voos europeus.
00:50O que se passa? Os ataques híbridos são agora o novo normal? E será que a barreira de drones os vai conseguir parar?
00:57E ainda vamos falar sobre a Sérvia.
01:00Há meses que centenas de milhares de sérvios têm saído às ruas para reclamar do Estado de Direito no país.
01:06Houve até alguns que pedalaram de Belgrado até Bruxelas para contar de viva voz aos políticos europeus os alegados atos de corrupção e de nepotismo do governo do presidente Alexander Vutice.
01:16A Sérvia é um dos países com o estatuto de candidato a membro da União Europeia.
01:22Analisamos mais de perto a situação que o presidente diz estar sob controle e perguntamos por que razão a UE tem permanecido tão silenciosa.
01:30Damos agora as boas-vindas aos nossos convidados. Começo por António Tanger Correia, eurodeputado de Chega. Seja bem-vindo.
01:36Isabel Marques da Silva, jornalista de Aranhense. Obrigada por terem vindo. Obrigada por terem aceitado o nosso convite.
01:41Antes de começarmos o nosso debate, vamos primeiro ouvir por que razão a Europa quer construir um muro de drones na frente oriental do continente.
01:49Primeiro foi a Polônia, depois a Gomenia e a seguir a Estonia.
01:59Países da UE que no mes pasado relataram incursões de drones ou casas gusos no seu espaço aéreo.
02:08A Europa começa a perceberse de que agresado rusa poderão não se limitar apenas a Ucrania.
02:13Então, como responder?
02:23Após a incursar na Polônia, a NATO ativou os seus sistemas de defesa aérea.
02:28Mas para alguns, iso só a disparar cañões contra pardais.
02:32Ou, em termos mais atuais, lançar um misil de 5 milhões de euros contra um drone de 10.000.
02:37É por iso que Bruselas propõe um muro de drones que possa responder rápidamente a qualquer incursão rusa.
02:52Estaramos como atestar a determinação da Europa?
02:57Significará iso que uma confrontação militar é cada vez mais provável?
03:01Isabel, vamos começar por si.
03:10Putin está a provocar ou a testar as capacidades militares da Europa e da NATO?
03:15Eu não sei se há um interesse imediato de testar as capacidades militares da União Europeia.
03:22Acho que é uma tentativa, claro, de criar disrupção,
03:25que obriga os governos a reagir e a encontrar soluções para este tipo de provocações
03:30numa escala que também não agrava a situação.
03:34E é, com certeza, uma maneira também de causar um certo frisson na população europeia.
03:40As pessoas sentem-se, talvez não ameaçadas diretamente,
03:44mas há consequências na sua vida quando vamos aos aeroportos.
03:47E eles estão encerrados horas a fim.
03:49Portanto, as pessoas ficam enervadas.
03:51Há perdas económicas.
03:52Há perdas económicas, sim.
03:55É mais uma das técnicas híbridas que, neste caso,
03:59é uma forma de criar disrupção psicológica, emocional, social e económica.
04:05Mas não penso que estejamos num ponto em que Putin virá, efetivamente,
04:12testar a capacidade de reação da NATO,
04:16porque seria um pouco suicidário neste momento da minha avaliação.
04:20Mas vamos ver como é que as coisas avançam também nas negociações completamente atoladas
04:25em relação à paz na Ucrânia.
04:27Concordo.
04:29Concordo na parte que Putin não tem qualquer interesse em invadir qualquer país da Europa.
04:36Mas eu, relativamente a isto...
04:38E quem é que diz que os drones são russos?
04:40Não tem interesse.
04:40Nenhum, zero.
04:41Em nenhum país da Europa?
04:42Ou em nenhum país da União Europeia?
04:44Nenhum país da Europa.
04:45Porque Putin não tem capacidade de penetração e de...
04:49O que é importante, em termos militares, ter uma...
04:52Mas a Ucrânia é um país na Europa?
04:54Está bem.
04:54Mas tem.
04:55Fez intervenção.
04:55Como sabe, está localizada essa intervenção.
04:57Estou a falar de outros países na Europa.
05:00Relativamente a isto, também não sei se os drones são russos.
05:02Esta capacidade, como citou bem, que é uma guerra psicológica,
05:06não quer dizer que venha da Rússia.
05:07Pelo contrário, eu estou perfeitamente convencido que isto são falsos flags.
05:11Como foi o falsos flag, o massacre que não foi o massacre de Ratchak no Kosovo
05:16e que iniciou o bombardeamento dos Estados Europeus, Estados Unidos e Amigos,
05:23e como foi o mercado mercal em Sarajevo que fez com que a NATO interviesse na guerra da Bósnia.
05:30Junto à exceção da Dinamarca, que ainda não foi comprovado qual é a autoria ou a origem dos drones,
05:35as informações militares e as investigações que são feitas do ponto de vista das entidades militares
05:43e das forças de serviços secretos indicam que terão sido,
05:47e a própria análise do material que terá sido recolhido aponta para armas russas.
05:52Não se esqueça que os ucranianes têm armas russas.
05:55Sempre tiveram e continuam a ter.
05:57Portanto, isto não era o momento.
05:58Desculpe.
05:59Portanto, isto pode ser uma teoria da conspiração.
06:02Não é a teoria da conspiração. Isto é, de facto, para criar um ambiente,
06:05para levar aquilo que a von der Leyen e outros querem,
06:08que é o armamento da Europa, que é um recrudescimento de uma situação de tensão na Europa
06:13que não interessa a ninguém, principalmente aos cidadãos europeus,
06:17mas que as altas esferas, e nós temos consciência disso,
06:20por isso é que foi criada a Comissão UDS, da qual eu faço parte,
06:25sou coordenador na União Europeia, no Parlamento Europeu,
06:29precisamente para justificar este tipo de ações.
06:32Só que nós temos desmontado sistematicamente este tipo de argumentos que são falaciosos.
06:38Então, quando o Sr. Van der Leyen diz que é preciso, e passo a ler,
06:42emergir uma nova União Europeia,
06:44ela quer dizer que é uma Europa mais militarizada e mais independente da NATO?
06:47E fazer com que os países sejam menos soberanos, ou mais totalitária,
06:51que é o que a Sra. Van der Leyen quer e é o que nós não queremos.
06:54Nós queremos uma Europa de países soberanos,
06:56não queremos uma Europa de países subjugados.
06:58Muito bem. Ora, vários deputados europeus viajaram esta semana
07:01para visitar a fronteira entre a Estónia e a Rússia,
07:05que tem 294 quilómetros de extensão.
07:08Conversamos com um ex-general do Exército da Estónia
07:11e atual deputado europeu, Rino Terras,
07:13que considera que os recentes ataques com drones e violações de fronteiras
07:17são sinais de que a Rússia está a ficar nervosa
07:20e quer desviar a atenção da Ucrânia.
07:23Estas violações do espaço aéreo, como drones, aviões
07:30e outros ataques terroristas em toda a União Europeia
07:33têm como objetivo assustar as pessoas,
07:36dividir as nossas sociedades, causar turbulência e desconfiança.
07:40Por tanto, é uma ferramenta no arsenal de armas de Putin
07:51e precisamos levá-la a sério.
07:53Não se trata apenas de alguns accidentes,
07:55é um comportamento sistemático da Rússia.
07:57Penso que uma coisa muito importante é a coordenação entre os Estados-membros,
08:01mas ainda mais importante é a coordenação dentro dos Estados-membros,
08:05entre as agências policiais ou militares.
08:07Tudo isto é muito novo e precisamos encontrar uma solução comum
08:11que podemos chamar de guerra dos drones, se quisermos.
08:16Este projeto do Mouros pôs diferentes níveis de entusiasmo e resistência
08:20nos diferentes Estados-membros, Isabel.
08:22Isto levanta mais uma vez o debate sobre a real unidade política
08:26da União Europeia em matéria de segurança.
08:28Vamos a ver, Portugal e os países no Sul e no Ocidente
08:33terão talvez menos ansiedade em relação a estes ataques
08:37do que tem o flanco oeste e a zona do Báltico.
08:40Para essas pessoas a ameaça é muito mais complexa
08:42e é natural que os 10 países, se não me engano,
08:45que estão a querer participar neste muro de drones
08:49e juntamente com a Ucrânia, que também tem bastante know-how
08:52nesta área dos drones,
08:53estejam realmente interessados em avançar
08:56do ponto de vista tecnológico e financeiro.
08:59É óbvio que para outros países da União Europeia,
09:01as prioridades financeiras, se calhar, estão ligadas também
09:05a outros temas, da questão da competitividade, da economia, etc.
09:09Mas a verdade é que até há muito pouco tempo
09:12a Europa também se podia ancorar no apoio da NATO e dos Estados Unidos
09:17e desde que a presidência de Donald Trump impõe um certo afastamento,
09:23nós temos que trabalhar aqui na Europa na autossustentabilidade.
09:26Eu não digo que deve haver uma corrida total ao armamento
09:29em detrimento de outras áreas de progresso económico e social
09:33da União Europeia, mas é verdade, é que também
09:35se estivermos muito fragilizados, se os vários países
09:38não concordarem em formas de fazerem aquisição conjunta de armas,
09:43se não houver armamento europeu de qualidade,
09:46também nos fragiliza face a uma Rússia que nós conhecemos,
09:49não é agressiva, e outras possíveis ameaças que venham no futuro.
09:53E António, nós sabemos que o Chega tem um histórico de reservas
09:58quanto ao aprofundamento da política comum de defesa.
10:03Qual é a sua visão sobre a integração de Portugal
10:06nestas iniciativas conjuntas?
10:08Estas iniciativas conjuntas são praticamente inexistentes,
10:11como o Exército Europeu é praticamente impossível de realizar.
10:14Vamos ao Muro de Drones.
10:16O Muro de Drones não resiste a um míssil hipersónico da Rússia
10:20como foi tentado ainda ontem do Mediterrâneo.
10:24Então qual é a ideia deste Muro?
10:25Como é que iria funcionar?
10:27É a mesma ideia, exatamente, que é criar o medo das populações,
10:30que é a população ter medo.
10:32Quando a população tem medo, a população obedece,
10:34que é a estratégia desta Comissão Europeia.
10:37Vamos lembrar que a Sra. Van der Leyen,
10:38quando foi Ministra da Defesa na Alemanha,
10:40destruiu o exército alemão e agora quer construir um exército europeu.
10:44Mas também não pode haver uma total inação para estas incursões.
10:47Eu sou a favor...
10:48Senão depois também as populações se sentiriam totalmente desprezidas
10:51e acusariam as instituições europeias de divórcio completamente a ser uma realidade.
10:55Vai demorar 10 a 15 anos até a Europa ter uma situação militar
11:01equivalente à que tinha há 15 anos atrás.
11:04Esta não é a melhor estratégia?
11:05Não, não.
11:06Eu sou perfeitamente a favor do realmente da Europa.
11:09Por países soberanos, eu estou de acordo consigo,
11:12queres fazer o procuro de matar-me os comuns, etc.
11:14Como, aliás, a NATO há muitos anos que vem a defender.
11:17Portanto, e eu continuo a defender que a NATO é o melhor sistema de defesa da Europa.
11:22Portanto, aí não tínhamos ilusões.
11:24E neste momento nós não nos podemos desligar dos Estados Unidos,
11:26porque os Estados Unidos são um pilar fundamental da NATO.
11:29E então nós, Portugal, com as nossas relações transatlânticas, muito menos.
11:33O nosso problema é que os Estados Unidos se querem desligar de nós aqui na Europa.
11:36E, portanto, temos que encontrar nós aqui soluções também.
11:39Eu não estou de acordo com isso, que os Estados Unidos se querem desligar.
11:44Nós temos que encontrar soluções europeias.
11:46Mas, repare, nós não somos chamados para nada.
11:49Nós não temos exércitos.
11:51Ninguém tem exércitos na Europa.
11:52A Europa não foi desenhada para isso.
11:54Não, não.
11:54A Europa teve exércitos.
11:56Não, não.
11:56Mas a União Europeia não foi desenhada, pensada para isso.
11:58Isso tem a ver com a participação.
12:01Nós tínhamos uma brigada mecanizada, cujo setor de atuação em caso de ataque
12:05era um dos Alpes italianos.
12:07Por exemplo, nunca mais se fizeram exercícios na NATO.
12:10Nós, hoje em dia, para pormos uma companhia PLUS na República Centro-Africana
12:15e uma companhia de operações especiais na Roménia,
12:18nós ficamos sem exército em Portugal.
12:20Mas foi exatamente por causa dessas dificuldades que agora se está a tentar criar
12:25pelo menos uma mobilização orquestrada.
12:28Não quer dizer que cada país tenha as suas necessidades e as suas prioridades,
12:32mas quer dizer, é impossível, havendo uma União Política e Económica tão forte
12:37e com tantas ameaças...
12:38Acha que é assim tão forte?
12:40Acho que tem mostrado...
12:41Acho que é cada vez mais fraca, em vista dessas políticas totalitárias,
12:46desta Comissão.
12:47Tem mostrado resposta à Covid, tem mostrado resposta a várias outras crises
12:51que foram, ou deficiências, com políticas que ficaram às vezes abaixo
12:55daquilo que seria necessário, mas o isolamento da Europa,
13:00do isolamento dos Estados-membros em relação aos desafios que temos pela frente,
13:05também não se provaria uma resposta.
13:07Tenho dúvidas de que a França, que é o único país que pode dar
13:12uma espécie de escudo nuclear à Europa, mesmo assim não necessita também...
13:16Inglaterra também tem.
13:17Mas Inglaterra saiu com o Brexit, portanto, esperemos que eles continuem
13:22a querer estar dentro desta nossa onda política, mas precisamos, acho eu,
13:26de trabalhar.
13:27E a resposta ao Covid foi fantástica.
13:27Veja-se o capo de Pfizer e a senhora von der Leyen.
13:30Foi realmente uma resposta extraordinária.
13:31António, nós estávamos a falar da Europa estar mais enfraquecida,
13:36mas os discursos, enfim, mais empolados fragmentam ainda mais a divisão europeia.
13:44Mas desculpe-se em plaza, em que sentido?
13:46Desculpe.
13:47De os discursos em relação ao medo que estas, que a incursão russa possa surgir, não?
13:56Sim, mas esse discurso não é o nosso.
13:57O nosso discurso é, nós somos a favor do realmente Europa, muito claramente.
14:00Então, chega muito.
14:02Nós somos a favor do desenvolvimento das unidades de defesa que já tivemos e muito boas.
14:07Mas são porque acreditam que a Europa precisa de se defender.
14:12Não, e acreditamos que a Europa é um conjunto de países soberanos para nós.
14:15E se o conjunto de países soberanos tiver meios de defesa próprios, é muito mais forte.
14:20E a NATO não chega?
14:21Não, mas para a NATO temos contribuído para a NATO.
14:23O único país que tem um contribuído substancial para a NATO é os Estados Unidos.
14:28Nós andamos todos a dormir à sombra de bananeira.
14:29Por isso é que veio, no princípio do ano passado, veio todo o programa de desenvolvimento do Programa de Defesa da Europa,
14:36em que a meta são 5% do orçamento de cada país.
14:39E nós estamos todos muito longe disso.
14:41Portanto, nós temos...
14:42E eu estou a favor, sabe porquê que eu estou a favor?
14:44Não só porque...
14:44Mas há um comprometimento dos países para se chegar a...
14:47Sim, mas quer dizer, mas há um comprometimento a prazo.
14:49No meu entender, deviam ser muito mais curtos os prazos.
14:52E sabe porquê que eu estou a favor disso?
14:53Primeiro, a criação de exércitos mais fortes vão fortalecer a própria estrutura do país.
15:00Dois, o fortalecimento das indústrias de defesa vão melhorar as economias do país.
15:05Porque as indústrias de defesa são fontes de enriquecimento.
15:10Isabel, a Rússia já expressou que abater drones pode ser interpretado como um ato de guerra.
15:18Nós devemos estar preocupados com as suscetibilidades russas.
15:20Quer dizer, o governo de Moscou tem, paulatinamente, destruído um pouco daquela que era o alinhamento
15:28que tinha com todas as estratégias e políticas de desarmamento.
15:34Recentemente retirou-se de mais um tratado em relação à tortura, etc.
15:39E, portanto, estas intimidações que são feitas com os drones,
15:42porque são formas de causar, digamos, a tal disrupção social,
15:49mas existem também os novos meios modernos de fazer a guerra e de fazer...
15:55e de confrontação.
15:56Portanto, é óbvio que, como o Sr. Otá diz, demora muito tempo a construir,
16:01a reconstruir a indústria de defesa na Europa e nos Estados-membros em particular,
16:06mas os drones são as novas ameaças.
16:08E nós temos também a responder a estas tecnologias,
16:11e acho que um muro de drones para fazer face ao drone parece-me que faz sentido,
16:15do ponto de vista, embora eu não seja perita militar,
16:18e mostra, pelo menos a Putin, que, pronto, tem que se atacar também na mesma fronte,
16:24na mesma área, portanto, e esperar que isso seja suficientemente forte
16:29para o deter depois de empregar armas consideravelmente mais letais.
16:33Portanto, o que eu acho que a União Europeia está a fazer é, taco a taco,
16:37tentar responder aos desafios e ganhar algum tempo para ter a tal posição mais auscrestada
16:43e um investimento suficiente para reforçar as suas tropas.
16:47Mas, repare, eu continuo a achar que, apesar da defesa da situação que estarmos a exigir
16:53e do facto dos Estados Unidos também nos imporem este aumento,
16:56é preciso não esquecer que vamos discutir o próximo quadro financeiro para a União Europeia,
17:02de 2028 a 2034, a defesa vai ter um grande quinhão,
17:07mas eu acho que, realmente, é importante continuar a defender as outras áreas de crescimento económico,
17:12porque sermos só um novo baluarte da tecnologia de armas não resolve os problemas dos europeus.
17:21Mas, aqui, o facto de estarmos a investir neste rearmamento beneficia bastante Portugal.
17:31Completamente. Mas eu estou de acordo consigo.
17:33Acho que não pode ser despiciando o investimento de outras áreas.
17:38E o que acontece é que o chamado Green Deal vai prejudicar esse investimento.
17:42Tanto que, agora, o próprio PPE, que foi um dos principais promotores do Green Deal,
17:47está a recuar e o Weber, vou dizer, há duas semanas atrás,
17:49que, afinal, é preciso suspender o Green Deal porque as indústrias europeias estão a morrer.
17:53Mas, mesmo assim, eles alocaram 30% à transição digital e ecológica neste novo pacote.
17:58Portanto, se calhar não será, assim, ainda uma área...
18:01Se a indústria alemã cair a pique, ou continuar a cair a pique como está,
18:06garante-lhe que esse pacote de todas as ajudas sociais vão para ajudar as indústrias europeias.
18:11Não estou a falar dos portugueses neste momento, atenção.
18:14Estou a falar dos grandes motores da Europa, que é a União Europeia,
18:18no caso concreto a França, a Alemanha e a República Checa.
18:21Neste momento já é, principalmente no setor automotivo, que está em completa crise.
18:26Portanto, esse chamado Green Deal, uma coisa é tecnologia, estou de acordo consigo,
18:31outra coisa é imposições relativamente à tecnologia existente,
18:36que são perfeitamente...
18:37Mas ele também é preciso para acabar com a nossa dependência dos combustíveis fósseis,
18:42nomeadamente os que nos vinham da Rússia e de outros países.
18:45E, portanto, se continuarmos a investir nas renováveis e em outras áreas,
18:49poderemos ter uma autossuficiência energética, que também conduza a uma autossuficiência económica.
18:53Claro, e ter grandes apagões, como houve na Penínsia Ibérica,
18:58que enquanto nós não percebermos em Portugal, concretamente, e nós somos portugueses,
19:01que temos que recorrer ao nuclear, nós não vamos a lado nenhum,
19:05porque não são as eólicas e as plásticas e as flores...
19:07que vêm resolver o nosso problema.
19:09Isso daria seguramente outro tema, e até porque é um tema importante...
19:13Mas é fundamental.
19:14É fundamental, mas não é propriamente o tema de hoje, portanto, vamos voltar um bocadinho atrás
19:19e ainda ao tema dos muros, do muro de drones.
19:24Nós estamos, Isabel, num ponto de viragem desde o início da guerra da Ucrânia.
19:29Eu acho que a incapacidade que a administração norte-americana tem de conduzir este processo
19:36de negociações com vista a um diálogo entre as duas partes tem sido desastroso.
19:43Quer dizer, não é só pelo facto de não terem incluído os europeus que nesta matéria,
19:47mal ou bem, têm muito conhecimento.
19:49Eles são nossos vizinhos e os países, sobretudo a Alemanha e a França,
19:54obviamente, mas também outros países nórdicos, etc., poderiam contribuir para criar uma plataforma
20:01de entendimento.
20:02Ora, os americanos querem fazer tudo sozinhos.
20:04O presidente Trump tanto está bem disposto como está frustrado.
20:08E, portanto, aquilo que ele dizia que ia acabar em 24 horas arrasta-se há meses.
20:12E eu acho que o Putin aproveita-se um pouco disso, dessas fragilidades da administração
20:20norte-americana, que um dia diz uma coisa e um dia diz outra, e aproveita para ele próprio
20:25continuar o seu trabalho de disrupção da Europa.
20:30E para dizer, vocês não podem contar com eles, eu também não estou para dar ouvidos
20:34aos americanos, portanto sou eu que dito um pouco as regras.
20:37Não acho que seja assim um momento de viragem, a não ser que houvesse, de facto, uma retaliação
20:44por parte de um dos países da União Europeia.
20:46Se a Polónia agir de acordo com o que o Primeiro-Ministro Tusk disse, se eles voltarem a fazer isto,
20:51eu abato, aí sim acho que poderia ser um momento charneira e esperemos que não aconteça.
20:57Muito rapidamente, António, acha que isto é um ponto de viragem?
21:01Acho.
21:02Acho, porque as coisas resolvem-se a falar agora.
21:05Acho que foi um acordo miserável aquele que a Comissão fez com os Estados Unidos, nomeadamente
21:10a compra forçada de energia e a compra de armamento para fornecer à Ucrânia.
21:16Foi completamente desastrado e sem consultar o Parlamento Europeu, sem consultar os Estados.
21:21Agora, o que eu acho é que o Trump, de facto, é um...
21:24Para terminar.
21:25Para terminar.
21:26O Trump é uma pessoa que não tem palas nos olhos e tanto pode estar virado para um lado
21:31como poeta, é verdade, mas até agora aquilo que ele tem feito a nível internacional tem
21:35sido bem feito.
21:36Muito bem.
21:37Nós vamos fazer aqui uma curta pausa, mas quando voltarmos iremos saber por que razão
21:41os estudantes sérios estiveram nas ruas de Bruxelas neste 20 de semana a pedir a demissão
21:47do Presidente Vucic, que está no poder desde 2017.
21:50Bem-vindos de novo ao Bruxelas, meu amor, o programa semanal da Euronews sobre a atualidade
22:04europeia.
22:05Ora, no fim de semana passado, a Sérvia chamou a nossa atenção ao realizar um desfile militar
22:11em grande escala com mais de 10 mil soldados.
22:14O país, aspirante a membro da União Europeia, com 6 milhões de habitantes, exibiu lança
22:18foguetes de Israel, drones dos Emirados Árabes Unidos, tanques emprestados pela Rússia e
22:23sistemas antiaéreos da China.
22:26Centenas de estudantes universitários e grupos de oposição que vêm realizando há meses
22:30protestos anti-corrupção contra o Governo foram alegadamente impedidos pela polícia
22:35de assistir a este desfile.
22:37A situação na Sérvia permanece marcada por tensões sociais e instabilidade institucional,
22:43o que anda a deixar a União Europeia preocupada?
22:47Ora, Isabel, a Sérvia tem um estatuto de país candidato à União Europeia.
22:52Ainda faz sentido manter as negociações de adesão com um país onde há retrocessos
22:56no Estado de Direito e também na liberdade de imprensa?
22:59Eu acho que tem havido alertas por parte da Comissão Europeia e, muito recentemente, da Presidente,
23:07Ursula von der Leyen, de que, de facto, o Governo que está devutando isso deveria fazer reformas
23:15consideráveis a nível da liberdade de imprensa, de reforma eleitoral, a nível da luta contra
23:21a corrupção. O próprio Presidente, na entrevista que deu à Euronews há algumas semanas, aceitou
23:27essas críticas e disse que, de facto, ainda havia bastante trabalho a fazer nessa área.
23:33Não parece que parar as negociações com a Sérvia resolvesse os problemas internos da Sérvia.
23:40Acho que também não estamos a fazer isso. O problema é um problema interno de total
23:46falta de sensibilidade, digamos assim, do Governo, também para o que se diz nas ruas.
23:53E, portanto, apesar de que o Presidente queira acabar o seu próximo ano e meio e não criar
23:58eleições antecipadas, os sinais de que sua proximidade à China e à Rússia é esta deriva
24:04autocrática na medida em que um Presidente tem, pela Constituição na Sérvia, um cargo
24:09relativamente cerimonial e ela se embarcou imensos poderes executivos, são sinais que
24:14a sua população não pode deixar de referir e que a Comissão deve manter a pressão.
24:20Vamos, entretanto, ouvir uma declaração que foi feita em Nova Iorque na semana passada
24:27pelo próprio Presidente, que afirmou que os protestos tinham terminado e que o país
24:31tinha seguido em frente. Para saber se foi bem assim, falámos com alguns sérvios que
24:35vieram até Bruxelas esta semana para sensibilizar a opinião pública.
24:38Eu estive lá há duas semanas na Sérvia a protestar. A situação é grave porque
24:46a violência e a repressão aumentaram. Eu posso até dizer que estão muito mais
24:50intensas do que antes. Portanto, a situação é a mesma de antes, com um pouco mais de
24:55violência nas ruas. Existe um contexto de uma nova abordagem colonialista e algumas pessoas
25:04na Sérvia sentem que a Europa está realmente a olhar para a Sérvia dessa forma. E isso
25:09é o que as pessoas esperam da Europa. De certa forma, não é que a Europa interfira
25:12diretamente, mas pelo menos que corte grande parte do financiamento. Porque o financiamento
25:17que o atual regime está a receber da União Europeia está a mantenê-lo no poder.
25:20António, concordo com estas...
25:26Não. Por já, pode dizer que eles não são estudantes. Alinear. Em segundo lugar, como
25:31se deve recordar, eu fui embaixador na Sérvia durante Milozevich e fui instrumental na queda
25:36de Milozevich na altura. E uma das propostas que eu apresentei como fundamentais para a queda
25:43Milozevich foi precisamente o futuro europeu. Saí da Sérvia e voltei oito anos depois como
25:47enviado especial da União Europeia à Sérvia. Nada tinha sido feita. Portanto, uma parte
25:52substancial da culpa da situação na Sérvia neste momento é nossa. E agora vai perguntar
25:57porquê que nós, porquê que nessas ministrações, que não são só estudantes, como também
26:01não era no tempo de Milozevich, porquê que não tem bandeiras da União Europeia?
26:04Mas é nossa porquê? Porque nos ausentámos?
26:06Porque nos ausentámos? Não, porque nos ausentámos. Saímos. Entraram os chineses, entraram
26:10os russos, entraram os Emiratos Árabes Unidos e outros. E nós, pura e simplesmente,
26:15não cumprimos as promessas que fizemos. E agora vou-lhe perguntar porquê que...
26:18Mas o Slavander Lahren já veio também elogiar o progresso.
26:22significativo de Belgrado. Sim, claro, porque Belgrado é a sociedade, a sociedade
26:27de Sérvia é uma sociedade evoluída. Não são uns tacanhos, uns... Não, tem...
26:32Então tem correspondido às expectativas do que tem que ser...
26:36Nós não temos correspondido. Nós não demos, a partir de certa altura, a partir do momento
26:40que eu saí de lá, em que rei o Milozevich, que era o objetivo, nunca mais demos uma perspectiva
26:45europeia à Sérvia. Sabe porquê que eles não têm bandeiras da União Europeia nas manifestações?
26:49Não. Não sabe, pois não. Mas eu vou-lhe dizer. Porque a União Europeia reconhece e patrocina
26:55o Kosovo. E os servos são contra o reconhecimento do Kosovo e que, portanto, tomam isso como
27:00uma bandeira política e tomam isso contra a União Europeia. Nós não conhecemos...
27:04As reformas que são necessárias, como o que é necessário para entrar na União Europeia,
27:10têm sido feitas ou não?
27:11Algumas, sim. Os critérios de Copenhague, como sabe, alguns têm sido cumpridos, outros
27:15estão parte de cumpridos, outros não estão cumpridos. Agora, não é, não é, com veneno
27:21que se apanham moscas.
27:22Eu acho que o processo de alargamento da União Europeia...
27:25Não, mas agora deixa-me terminar.
27:26Mas, rapidamente, para ouvirmos a Isabel...
27:29Ninguém sabe. Ninguém conhece os sérvios. Pensam que são pessoas como os espanhóis
27:34ou como os belgos. Não são. Aliás, isso está claramente visto na República Sérvica,
27:38por exemplo. Eu estive lá, vivi bastantes anos lá e conheço a mentalidade deles.
27:43E eu não duvido isso. Só queria ouvir aqui a opinião de Isabel.
27:45O alargamento é um trabalho muito complexo que a União Europeia nem sempre tem que conduzir
27:49da melhor forma. É verdade. O alargamento aos Balcãs Ocidentais tem sido uma promessa
27:54de há muito tempo e, com a guerra na Ucrânia e com outras distrações,
27:59tem sido, às vezes, relegado para o segundo plano e é absolutamente importante
28:02num momento em que, em várias partes do mundo, o território e o território que se
28:07domina e os parceiros que se têm são absolutamente fundamentais para a afirmação
28:10da própria União. Depois há a questão interna de cada um destes países e o facto
28:15da Sérvia e, sobretudo, de Vucicis ter alterado uma trajetória que tinha feito no início
28:21para encontrar uma solução na relação com o Kosovo. Entretanto, ele divorciou-se
28:27desses esforços. Ele foi, muitas vezes, escutado e apoiado pelos diplomatas da União Europeia
28:32porque fez um caminho nesse sentido e, a partir de um certo momento, ele achou que já não
28:37valia a pena e que voltou a ter um discurso mais endurecido, mais soberanista, nacionalista
28:47e, de grande crítica, a Cúrti e ao Kosovo. Enquanto esse problema também não se resolver,
28:53a adesão da Sérvia e dos Balcãs será sempre difícil.
28:57António, e o que é que a União Europeia deve fazer?
28:59Acho que a adesão não tem nada a ver com a interação entre a Sérvia e o Kosovo.
29:04Acha que um território que foi sujeito a uma limpeza étnica como o Kosovo, que só tem
29:09sérvios no norte do Kosovo e não tem sérvios no resto do Kosovo. Acha que os sérvios
29:14iam reconhecer isso. Se eles ainda hoje estão a relembrar os factos que aconteceram há
29:19400 anos atrás. É preciso compreender esta mentalidade. Só lhes vou dizer uma coisa.
29:23O processo de alargamento tem conhecido altos e baixos, com certeza, mas da parte da Comissão
29:28Europeia tem conhecido muitos baixos.
29:30Como sempre, pode ver as últimas notícias sobre este assunto nas diferentes plataformas
29:34da Euronews. Obrigada aos nossos convidados e a SIC está desse lado. Até já.
29:39Olá e seja bem-vindo ao Bruxelas, meu amor, para o programa semanal da Euronews
29:51sobre a atualidade europeia. Eu sou Mariana Correia e esta semana tem comigo António
29:55Tanger Correia, eu era o deputado de Chega, Isabel Marques da Silva, jornalista da Euronews
29:59e juntos estamos a percorrer as notícias da semana. E uma que chamou a nossa atenção
30:04leva-nos até a França. Nicolas Sarkozy, ex-presidente francês, foi condenado a 5 anos de prisão
30:09após uma investigação que demorou 12. Os juízes franceses consideraram que o governo
30:14líbio de Muammar Gaddafi financiou a campanha eleitoral do antigo presidente em 2007.
30:20Em declarações à imprensa, Sarkozy negou todas as acusações. Vamos ouvir.
30:24Assumirei a responsabilidade e cumpriri as estimações emitidas pelo poder judicial. E se insistirem
30:35em que durma na prisão, dormirei na prisão.
30:37Mas me manteria a cabeça erguida, porque sou inocente. Provavelmente serei levada ao tribunal
30:48de recurso algemado. Aqueles que me odeiam tanto acreditam que isso me humilhará. Mas o que
30:53lhes humilharam foi a França.
30:54Declarações do antigo presidente francês. Isabel, quão embaraçou-se a este caso para
31:04a França?
31:05Eu compreendo a conmoção em França, não só porque era um antigo presidente, mas também
31:10um presidente que tinha uma certa aura e uma certa popularidade. Mas, de facto, não é a
31:16primeira vez que ele é condenado. Ele já foi condenado por outros crimes económicos.
31:20A surpresa não é assim tão grande. Será para os seus apoiantes talvez uma oportunidade.
31:32Eu não acho. Quer dizer, eu acho que é uma forma dele se dar importância a ele próprio
31:35dizer que isto não me humilha, humilha o país. É óbvio que não é agradável para
31:39qualquer país ter um caso destes. Como não é em Portugal, o caso do ex-primeiro-ministro
31:45Sócrates se arrastar a estes anos todos. Eu acho que no caso dele, também foram 10 anos,
31:50eu penso que a justiça tem o seu tempo. Há que dar oportunidade aos vários recursos
31:55e às várias instâncias pronunciarem-se. Mas considero que os tais 10 anos que demora
32:01a julgar ou mais estas pessoas é que pode ser, se calhar, uma humilhação no sentido
32:05em que o país está sempre sobre estes escândalos e isso, para a sua classe social, para a sua classe
32:13política, não é simpático. Mas não creio que o facto de haver uma condenação de
32:19um presidente seja um opóbrio para toda a população do país.
32:23António, esta condenação abala mais a imagem dos partidos franceses ou é vista como um
32:30fortalecimento da justiça?
32:31Não. Isto tudo nem uma coisa nem outra. Isto é, principalmente, a perseguição política
32:35de alguma maneira. Ele não precisava de lá cinco anos. Nós todos sabíamos que havia,
32:41que era um gato escondido com o rabo de fora. Não tenho de dizer sobre isso. Como no caso
32:45de Sócrates, um gato escondido com o rabo de fora é mesmo um caso concreto e que se vai
32:49arrastar e, como Sócrates é de esquerda, vai arrastar até para escrever tudo, provavelmente,
32:55como o caso de Marinho Le Pen, que foi julgada em tempo recorde para impedir que ela concorresse
33:01às presidenciais, o que não vai ser perfeitamente líquido, porque há ainda a possibilidade, de
33:06acordo com, por se ela for julgada pela relação inocente, isso vai ser em junho do próximo ano
33:12e as presidenciais vão ser só em 2027.
33:15Mas o Chega defende a total transparência?
33:18Ah, sim, claro. No caso do Sarkozy, como no caso do Sócrates...
33:25E como no caso do Marinho Le Pen.
33:26Marinho Le Pen é diferente. Marinho Le Pen é diferente e vai ver...
33:30Mas porquê que é diferente? Ela foi acusada também.
33:32Acusada é uma coisa também.
33:33E foi julgada e foi condenada.
33:35Foi julgada de uma forma...
33:36E condenada.
33:37E provavelmente vai sendo sentada em junho do ano que vem.
33:40Sim, junho do ano que vem, porque realmente as acusações que pendem sobre ela e mais
33:44três ou quatro colegas meus, até, por sinal, são acusações que não têm a gravidade
33:49destas acusações.
33:50Mas prova-se que o sistema judicial francês, embora haja muita crise em muitas outras áreas,
33:56eu penso que é claro que as oportunidades que o Sarkozy teve para se defender e o recurso
34:01que ainda pode apresentar são sinal de como é saudável o sistema judicial.
34:06E eu acho que a França nisso pode-se orgulhar.
34:09Os eleitos não são cidadãos de exceção.
34:13E se cometem crimes económicos ou outros, têm de ser julgados por isso.
34:17E se são condenados, deveriam cumprir as suas penas.
34:20O facto de terem tido responsabilidades importantes no país, ao mais alto nível,
34:26não os isenta de terem também o comportamento que é exigível pela lei.
34:29E quando não têm, têm de ser condenados.
34:31Isto quer dizer que ninguém é intocável mesmo que tenha já estado no Eliseu.
34:36Isso com certeza.
34:38O que é curioso é que são sempre os mesmos que são tocados.
34:41Que são.
34:42Que são condenados e tocados.
34:43Mas quem são esses?
34:44Quem são?
34:45Quem não é da esquerda, quem não é do sistema.
34:47É evidente.
34:48Porquê é que eles andam a tentar ilegalizar os partidos de direita na Europa?
34:53Porquê?
34:54Porquê é que tentam ilegalizar o Chega?
34:55Porquê é que ilegalizar o partido Flamengo aqui?
34:57Porquê é que tentaram ilegalizar o partido italiano?
35:02Porquê é que eles tentam ilegalizar os partidos de direita e não ilegalizam os partidos de esquerda?
35:05No caso francês até tem um presidente liberal há quase 10 anos.
35:09Portanto, nem se pode dizer que seja a esquerda que está a controlar o governo.
35:14Agora, é evidente que se vai tentar ilegalizar o partido comunista português, em que se diz
35:21que o fascismo e o nazismo não devem estar presentes na Assembleia da República, nem no Parlamento Europeu.
35:26E bem, porquê é que os comunistas podem estar se foram equiparados?
35:29Por exemplo.
35:30Mas, neste caso, o facto de um ex-presidente dormir...
35:34Porque há outros políticos, nomeadamente dois presidentes consecutivos franceses que foram
35:38condenados, um deles ficar a dormir numa cela, vai ficar para sempre gravado nos livros de história?
35:47Bom, sim.
35:49Sobretudo, vamos a ver, para a própria França, não é?
35:52Que é muito orgulhosa do seu percurso histórico em nível de todo o trabalho que fez para criar
36:01as instituições que foram também uma referência de secularidade e de progresso.
36:05Portanto, para eles, é obviamente uma nódua negra, na sua história, do ponto de vista dos
36:14representantes da nação a mais alto nível, mas eu não vejo que seja realmente, se calhar,
36:21aquilo que mais choca os próprios franceses.
36:23Eu acho que os franceses têm tantas razões para se preocupar com áreas da economia, com
36:29áreas do desenvolvimento do seu próprio país, do papel que desenvolve no Conselho da Segurança
36:33das Nações Unidas, com tantas outras questões, que ter um ex-presidente que foi levado a
36:39tribunal, julgado, condenado, com todas as garantias, não parece que lhes deva pesar.
36:43Muito bem.
36:44Muito bem.
36:45O programa fica por aqui.
36:46Obrigada aos meus convidados por terem aceitado o nosso convite.
36:50Este é, na verdade, o nosso último programa.
36:53Despedimos-nos com tristeza, mas entusiasmados, por voltar em breve com uma nova programação.
36:58Entretanto, um enorme obrigada à nossa fantástica equipa por nos colocar no ar.
37:03e a si, em especial, que nos fores companhia nestas emissões do Bruxelas, meu amor.
37:08Obrigada a todos pelos vossos comentários e feedbacks ao longo destes meses.
37:13Foi um gosto, para mim, tê-lo desse lado.
37:15O programa chega, então, agora ao fim, mas as notícias em português não param em nenhuma
37:20das plataformas da Euronews, porque Portugal também tem uma voz na Europa.
37:25Fico bem.
37:26Até breve.
37:26Transcrição e Legendas por Quintena Coelho
37:31Transcrição e Legendas por Quintena Coelho
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