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  • 10 hours ago
Maurício Meirelles injeta humor em questões de política, religião, mídias sociais e até si mesmo, com a ajuda da p | dG1faHFPZ0xBTFNkUXc
Transcript
00:00Bom, hoje eu queria falar sobre tragédia.
00:03Olha que assunto bacana pra começar essa noite.
00:05Não, porque acabou de acontecer uma tragédia bizarra aqui no Brasil, né?
00:10Você viu o menino que matou o pai, matou a mãe, depois matou a avó,
00:15foi pra escola, voltou e se matou.
00:19Aí todo mundo foi analisar, de quem que é culpa disso?
00:21É do menino? É dos pais? É do cara que vende a arma?
00:25Não, a culpa é do videogame, né?
00:27É muito fácil você decidir o culpado no Brasil.
00:30O cara explodiu o metrô? Ah, é óbvio.
00:33Ele é viciado em campo minado?
00:37Porra, não tem nada a ver as coisas.
00:38Os caras culpam o videogame, é fácil você decifrar os crimes aqui.
00:41Eu queria saber qual a relação do videogame com as duas guerras mundiais
00:45que aconteceram antes mesmo da televisão existir.
00:48Eu nem imagino o Hitler, porra, não consigo zerar o Sony que vai matar um judeu.
00:52Tá foda, velho.
00:53É a fase da água, mata negro também.
00:55Não tem isso, tá ligado?
00:56Porque quem fala que o videogame incentiva qualquer coisa
01:00nunca jogou o Candy Crush.
01:05Porque uma vez que você joga o Candy Crush,
01:08você não é capaz de fazer mais nada da sua vida.
01:13Eu não imagino um viciado em Candy Crush numa chacina, não tem como.
01:17O cara, você tá esperando o que pra atirar?
01:19Tô esperando o brigadeiro, tá foda, não vem.
01:22Né?
01:23Eu tô morrendo, me ajuda.
01:24Daqui a pouco eu jogo vida no Face.
01:26Não tem, não tem, não tem como.
01:28E na minha teoria, o que incentiva a criminalidade,
01:31o que incentiva a violência, o que incentiva a tragédia,
01:34não é o videogame.
01:36É o politicamente correto.
01:37Porque a criança toma como exemplo, ela quer fazer igual.
01:40Então ela olha, por exemplo, o super-herói, ela olha o super-homem,
01:43ela quer imitar o super-homem.
01:44Então ela faz o quê?
01:45Ela coloca uma cueca em cima da calça,
01:48ela põe uma toalha nas costas,
01:50ela pula do nonandá,
01:53e morre pra caralho a criança.
01:56Agora pega o GTA, por exemplo.
01:57O GTA, pra quem não sabe, é um jogo considerado extremamente violento,
02:00proibido em várias partes do mundo.
02:03O GTA, velho, você rouba carro, atropela as pessoas.
02:05O GTA, você pega um lança-chamas.
02:07E você mira numa família.
02:12E você explode uma família.
02:15Dá um minuto e meio, aparece a sua arte.
02:17E te dá 9.500 tiros na cara.
02:20A criança vê aquilo e pensa,
02:23nunca usaram lança-chamas.
02:26Porque ela se educou, não é verdade?
02:29Se videogame realmente influenciasse as crianças,
02:32a nossa geração até hoje,
02:33ia tentar entrar dentro do cano pra pegar a moeda.
02:35A gente faz isso, eu pergunto?
02:38Vê um bloco de concreto e enfia a cabeça.
02:40Pá, cogumelo, cresce.
02:41Alguém já cresceu?
02:44Vê um motoboy, filha da puta, casco de tartaruga, caiu o motoboy.
02:47Alguém já fez isso? Não fez.
02:49Nesse caso, é sem interesse, mas não fez.
02:50O videogame, quando ele tenta ser real, ele não consegue.
02:53Porque não dá.
02:55Repara, simulador.
02:56Você vai em simulador de shopping,
02:57sempre tem simulador de corrida, de tiro, jet ski,
03:00tem o simulador de dança.
03:01Eu sempre falo, não, joguinho da dança, amigo meu me curte.
03:04Não, não, não, joguinho da dança.
03:05É um simulador de dança.
03:08Pelo amor de Deus,
03:10em qual balada vocês vão
03:12e dançam assim?
03:18Porra, vou pegar todo mundo.
03:20Hoje eu vou comer geral nessa porra, velho.
03:23Se liga nessa, ó.
03:25Porra, que é...
03:26Foda.
03:31E aí
03:36Obrigado.
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