A mulher que só entra em Pânico quando passa pelas portas do estúdio é a convidada do programa nesta quarta (17)! Não existe lugar mais confortável para se perder do que um divã com os humoristas favoritos da geração? A psicóloga Daniella Freixo fez análise cirúrgica da juventude de hoje, que, apesar de ter acesso a quase tudo, sofre cada vez mais com a falta de sentido na vida. Às vezes você só está indo na contramão, é ou não é? O que está por trás da onda de ansiedade e depressão? Além do programa favorito dos desocupados na hora do almoço, é claro! É a realidade batendo na porta, gente! Mas será que alguém vai querer atender? É melhor assistir à íntegra ou vai ter que explicar o porquê de ninguém mais querer sentar no pudim.
Assista ao Pânico na íntegra:
https://youtube.com/live/7DcSsjf2gQ0?feature=share
Canal WhatsApp Entretê:
https://whatsapp.com/channel/0029VaeCbOCDjiOZ3gtYeh3R
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal:
http://www.youtube.com/panicojovempan
Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/
Facebook:
https://www.facebook.com/programapanico/
X (Twitter):
https://x.com/programapanico/
Instagram:
https://www.instagram.com/programapanico/
TikTok:
https://www.tiktok.com/@programapanico
Threads:
https://www.threads.net/@programapanico
Kwai:
https://kwai.com/@ProgramaPanico
#JovemPan
#Pânico
Assista ao Pânico na íntegra:
https://youtube.com/live/7DcSsjf2gQ0?feature=share
Canal WhatsApp Entretê:
https://whatsapp.com/channel/0029VaeCbOCDjiOZ3gtYeh3R
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal:
http://www.youtube.com/panicojovempan
Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/
Facebook:
https://www.facebook.com/programapanico/
X (Twitter):
https://x.com/programapanico/
Instagram:
https://www.instagram.com/programapanico/
TikTok:
https://www.tiktok.com/@programapanico
Threads:
https://www.threads.net/@programapanico
Kwai:
https://kwai.com/@ProgramaPanico
#JovemPan
#Pânico
Categoria
😹
DiversãoTranscrição
00:00no programa de hoje, nossa
00:03psicóloga predileta. Olá, meu
00:05nome é Daniela Freixo de
00:06Faria, sou psicóloga infantil.
00:10Ela que manja muito sobre
00:12assuntos familiares que
00:14afligem a mente humana. Quando
00:15você fala adolescência é toda
00:17fedida e chata. Isso é verdade.
00:19É verdade. Palmas para a
00:22doutora Daniela Freixo. Aí ó
00:25doutora. Fala doutora. Que
00:27saudade de vocês. A doutora a
00:29especialidade da doutora. A
00:32gente sempre muda, né? Sempre
00:34vem aqui e muda a pauta. Isso.
00:37É verdade. A especialidade é
00:38mudar a pauta. Ai meu Deus. A
00:41sua especialidade lá no YouTube
00:42é o que? Família. Família.
00:45Eu trabalho com famílias, com
00:46pais, casais. Você viu que a
00:48terapia. Terapia também. Como é
00:50que ela chama a que mandaram ela
00:53embora lá também. A nossa amiga
00:55do esporte, pô. Esqueço o nome
00:56dela. Eu tô esquecido, cara.
00:58Quem? A Mili. A Mili. A Mili
01:02falou que a família é a opressora.
01:05Ela falou assim, a família é o
01:07problema do fascismo. Ah, eu
01:09vi. A base do fascismo é a
01:13família. A família é a bar. Dá pra
01:17acreditar? Então, porque eu acho,
01:20por exemplo, nesse momento que a
01:21gente tá vivendo, você tem que se
01:24cercar dos seus vizinhos, dos seus
01:27amigos, das pessoas próximas, pra
01:30você se sentir acolhido, né? Sim.
01:33Quando o mundo tá assim, dividido,
01:35porra, não acredito mais em nada.
01:37Porra, chega lá pro teu vizinho, né?
01:39Um cara que tá tal coisa, né? Se
01:40dá bem com os próximos, né? Não é?
01:43Tem uma válvula de escape, né?
01:45E como é que a pessoa fala isso?
01:46Por que que a pessoa fala isso?
01:48Que a família... Tudo bem, família
01:50tem briga, tem... Sim. Tem pressões,
01:53chantagem emocionais. Então, mas é
01:55que a gente tá falando de uma
01:56desconstrução de toda a base da
01:58sociedade, que é a família. Então,
02:01existe uma guerra, que a gente se a
02:03gente trouxer pro espiritual, a gente
02:04tem uma guerra espiritual acontecendo.
02:07Cultural. Cultural, que usa todo o
02:09livro do Alba e do Gabriel, que vai
02:12trazer toda essa construção do
02:15imaginário de que o que
02:17verdadeiramente é bom, não é bom.
02:19Ter filho não é bom mais, casar não é
02:21bom. O pai é o opressor. O pai é o
02:22opressor, respeitar a família.
02:25Hierarquia não existe. Isso. E a
02:26identidade vai sendo colocada em
02:28cima do que eu posso ser o que eu
02:31quiser. Você pode, mas tem
02:32consequência, é você que vai viver.
02:34Escola de Frankfurt, isso aí, porra.
02:36Exato. Só é a escola de Frankfurt
02:37inteira. É a família, é a religião,
02:39né? É a família, é a religião,
02:42Deus. Tá dentro de uma
02:44frustração de alguém. Só que vem um
02:45sofrimento. Se a gente olha o
02:47resultado disso, a gente tá vendo
02:49altíssima taxa de depressão, de
02:51ansiedade, de pânico, de suicídio.
02:54A gente tá num momento de uma falta
02:56de sentido, de uma falta de
02:58identidade, de uma falta de rumo,
03:01porque o básico é bom, sabe?
03:04Casar, ter filho, acorda, faz seu
03:06trabalho, serve com seus talentos e
03:08dons. É isso. Então, mas o mundo
03:11não é assim porque o mundo é muito
03:13confortável hoje em dia? O mundo
03:17ficou confortável e ficou rápido,
03:19ficou bem-estar imediato. Então, mas
03:20vamos lá. O ser humano, o ser humano,
03:22ele é danado. A gente é assim. Sim. A
03:25gente é assim. Porque, por exemplo, se o
03:27mundo tá muito bom, você fala, não,
03:29não quero que seja bom, eu quero que
03:31seja ruim. Então, eu vou querer
03:33subverter tudo aquilo que é o mundo
03:37bom. Sim. E a gente chegou agora no
03:39momento do mundo bom. Sim. Né?
03:42Tanto é que a gente tá falando que vai
03:43ter internet no mundo inteiro, mundo
03:45confortável, tem comida, tá conectado.
03:48É que tem coisas boas, mas sempre vai
03:50haver o corrompido disso, sempre vai
03:52haver a mancha nisso, senão a gente
03:54estaria no paraíso. Só que o ser
03:57humano é esse. Então, mas o ser humano,
03:59se ele for pro paraíso, ele não vai
04:00querer subverter o paraíso pra se
04:02transformar num inferno, pra falar, ah,
04:04eu, o ser humano não quer ficar
04:06tranquilo, ele nunca tá satisfeito.
04:08Então, mas é porque o ser humano se
04:09coloca no centro e aí ele quer que o
04:11script dele aconteça. Então, ele cria
04:13milhões de expectativas, que ele se
04:15frustra e aí ele briga com quem está
04:18à volta dele o tempo todo. Na hora que
04:20ele entra pra um espaço de fazer o que
04:22verdadeiramente é bom e o que
04:23verdadeiramente é bom não é o que a
04:25gente quer. Você quer o bem-estar
04:26imediato, você quer a coisa fácil,
04:28você quer o atalho, isso vira a
04:30corrupção, isso vira tudo que a gente
04:32vê em todo lugar. Tem um atalho pra
04:34não precisar fazer o que precisa e
04:36conseguir o que eu quero? É
04:37auto-interessado. Então, a hora que a
04:39gente bota uma lupa pra dentro, a
04:41gente não vai ver coisa boa, a gente
04:42vai ver coisas horrorosas. Só que a
04:45hora que você olha isso, você tem
04:46transformado a tua relação com você
04:48em primeiro lugar, porque aí você sai
04:50desse lugar de se botar em alta
04:51conta com o próximo e com Deus. E aí a
04:55gente começa a entender que tem
04:56outro caminho. Só que não é o que o
04:58mundo oferece. O mundo oferece o que?
05:00Drogas, tudo muito fácil, tudo muito
05:03rápido, dinheiro rápido. E isso está
05:06adoecendo, porque é tudo muito
05:08insustentável. Não é real, não é
05:10verdade. Ô doutora, indo nessa base aí
05:12que o... É, isso aí é complicado, viu
05:14doutora? É complicado. Difícil resolver,
05:17hein doutora? Gente, mas eu tava
05:19vendo... Mas não é sobre resolver. Eu tava
05:21vendo um negócio hoje, primeiro é do
05:23anestesista lá, que eu já fiquei
05:24preocupado também, que depois o Samy vai
05:28achar isso aqui. Outra coisa é que, ó,
05:32preste muita atenção, doutora. Ai, meu
05:35Deus. Você que é uma doutora. Não sou
05:36doutora nada, mas que bom. Os velhos.
05:38É. Porque é o seguinte, o cara chega no
05:40seguinte número. Por exemplo, nossos
05:41pais, vamos pegar nossos pais como
05:43exemplo. Os nossos pais, eles
05:45alcançavam estabilidade aos trinta ou
05:48quarenta anos. Boa. A estabilidade aqui é o
05:51que? Casa própria, casamento, filhos e
05:54essa geração. Uhum. Que tá aí agora. E
05:58aí? Eles ganham vinte por cento menos
06:00que os pais na mesma idade. Vai demorar
06:02mais. E no Brasil, setenta e sete por
06:05cento das pessoas de vinte e cinco a
06:06quarenta e quatro vivem de aluguel, nem
06:09casa tem. Hum. É. Se o tempo de
06:12financiamento de um imóvel já ultrapassa
06:13trinta anos, é muito difícil o cara
06:16vai ter. Então, quer dizer, essa geração
06:19agora, que era pra ser o que era nosso,
06:22porque nossos pais tinham quatro
06:24filhos. Sim. E eu falo, putz, como é que
06:26os caras da, né? A mãe não tinha, não
06:28tinha muita moleza. Quatro filhos e o
06:31cara tinha os filhos, ó. Doutora, aqui
06:32quatro filhos. Você tem dois, isso aí
06:36tá chorando. Três, três. Por quê, doutora?
06:39O que que aconteceu pra gente se
06:42transformar nesse? Não, o que aconteceu
06:43que a gente andava de fuso, caindo pra
06:45praia, andando sete horas de carro e a
06:47gente tava feliz e satisfeito. Então, mas e
06:51agora? E agora a gente tem que rever as
06:53bases, a gente sempre tem essa conversa
06:55que cê fala, bom, mas agora tem que
06:57viajar pra tal lugar e tem que, tem que.
06:59Padrão social, né? O padrão e você tem
07:01que, eu só vou ser feliz quando. O
07:03e o dinheiro e a gente vai colocando a
07:07a fundação da nossa vida no que é
07:10passageiro e vento. Como tava lá em
07:13Eclesiastes, lembra de Eclesiastes? É
07:15tudo, é tudo vento, é tudo vaidade. A
07:18gente precisa voltar, por isso que a
07:20história da família, dos valores, dos
07:22princípios, da educação, do respeito, a
07:25gente tá numa onda de eu quero que meu
07:27filho tenha boa autoestima e aí você
07:29fica injetando autoestima artificialmente
07:31dizendo que ele é maravilhoso e ele vai
07:34virar um um Zé Ruela aí porque ele
07:37acha que ele já está pronto pras coisas.
07:40Tem que se prostrar. No desconforto, no
07:42sofrimento, na dor, na tristeza, nas
07:44circunstâncias difíceis é quando a gente
07:46se torna. Então, o que a gente tá
07:49fazendo e a gente precisa cuidar do
07:50nosso pedaço, eu concordo. Eu só quero
07:52sentar no pudim. Ah, de novo, pudim?
07:55Gostoso. Você nunca sentou no pudim.
07:59Zona de conforto. Eu sofri muito, eu
08:00sofri muito, eu sofri muito. Naquele
08:02pudim grande, eu sofri muito. Gente, eu
08:04amo tanto vocês, eu tava com saudade.
08:06Doutora, você não sabe o que eu sofri pra
08:07sentar no pudim hoje e ninguém me tira do
08:09pudim. Ninguém me tira do pudim. Tudo bem,
08:11mas é uma consequência de uma vida de
08:13entrega, entende, Emílio? O ponto é sentar no
08:16pudim sem fazer nada. Dá pra sentar no
08:19pudim sem fazer nada? O problema é não ter
08:20feito nada pra chegar no pudim, né? Exato, e
08:22querer que alguém faça por mim, o
08:24problema é ser os outros. Essa é a
08:26nossa lógica, a gente vê isso, gente,
08:28dentro das nossas casas, dentro das
08:29escolas, a gente vê isso, a escola que
08:31precisa mudar, porque meu filho ficou
08:32desconfortável e tem escolas
08:34extraordinárias com projetos
08:36fantásticos abrindo essa conversa, o
08:39seu filho vai passar pelo desconforto e
08:41isso é bom. Isso é permitir a
08:43tristeza, por exemplo. Então, mas a
08:46escola ensina o seu filho hoje em dia
08:49a não te obedecer. É, a ser um
08:53ensinador. Como? Um emocionador da
08:55família. A escola. Depende da escola, né,
08:58gente? A maioria. A maioria. A
08:59universidade, se não for. A escola, a
09:02escola, a escola, a escola, a escola não é
09:04mais um centro que você ia lá e
09:06aprende a matemática. Não, é sim,
09:08muitas escolas. Não, a escola, a
09:10molecada hoje em dia é meio, a escola é
09:12meio revolucionário. Os revolucionários
09:16chegaram os estudantes, venham pra cá
09:17estudantes, meus queridos, vamos aqui
09:19juntos. Trincheira com padre. Trincheira
09:22com padre. Não, pode reparar, pode
09:26reparar, o seu filho, ele vai pra escola,
09:29ele volta já meio doutrinado. Mas
09:33gente, por isso que a família não é
09:34doutrinado. Ele chega pra você
09:36questionando. Isso, mas olha que
09:39oportunidade. Autoridade e sendo muito
09:42pequeno. Mas olha que oportunidade que
09:44você tem enquanto família. Aí entra o
09:45trabalho que eu faço, que a gente vai ter
09:47sabedoria pra gente jogar essas
09:49sementes e conduzir de volta os nossos
09:52filhos pra estrada, porque é real.
09:54Mas é o trabalho que dá isso. Mas uai,
09:56mas é isso, uai, é trabalhoso, né?
09:59Trabalhoso, muito trabalhoso. Você não
10:01faz nada. Meu filho manda. Você é um
10:03pililico, eu vejo. Eu não falo nada.
10:06Eu não falo nada pra não ser
10:08indelicado, viu doutora? A gente é muito
10:10educado. Você é muito invasivo. Ele fala
10:11não, ele é invasivo, é muito entrão esse
10:13velho aí. Ele é a maior missão da nossa
10:16vida. Então eu não falo nada. E falhou
10:17muito também, como um pai. Eu não falo
10:18nada. Meu Deus, vocês vão começar. Eu não
10:22falo da sua paternidade. Todos nós falhamos.
10:24Falhou. Eu falhei. Mas a gente fez o
10:26melhor que pôr, gente. Ele não tratou com
10:28carinho. Não, eu, eu sempre fui tratado
10:30com carinho. Olha a cara dele. Eu sempre
10:32fui tratado com carinho. Por quê? Na minha
10:34época, na minha época. Eita, lá vem. O chinelo.
10:37Olha lá. Chinelo cantava. E tem até, não, o
10:40chinelo Havaianas, se apanhava com o
10:42chinelo, tinha que gravar Havaianas
10:44aqui, ó. Se não, a surra não, não era
10:47educativa. Pedagógico. Não mudou,
10:49amigão. Não, educativa. Surra é
10:51educativa. Os pais falaram, ah, você tá
10:54com cinto, com cinto. É. Com cordão de
10:59ferro. Não, cordão de ferro eu nunca
11:01aprendi. Aí já é, já exagerou. Aí a
11:02gente passou muito. Havaianas de pau.
11:05Não, também não. Também não. Também não.
11:08Era um clássico. É. Mas é um desafio e eu
11:11acho que é isso. A gente já falou disso
11:13outras vezes. A gente sai de um, de
11:14pendular de um espaço de autoridade, de
11:16autoritarismo, de descarga de fúria e
11:19vai pra uma, um momento de hiper
11:21informação. Então, mas hoje. E aí, são
11:23crianças que tão no centro da família e
11:25isso é errado. E na escola, digo mais pra
11:28você, eles aprendem os clichês. Isso. Então, se
11:31você vai lá e querer dar uma coisa e
11:34você fala assim, quem pediu pra eu
11:37nascer? Me respeita. E vira o rosto.
11:41Quem pediu? Não é índia. Vira o rosto.
11:43A índia sofre muito. A índia sofre.
11:45Tem três filhos que não falam pra ela.
11:47E corrige e posiciona, entendeu? Não, mas tem
11:49uma coisa que é verdade. Gente, mas é isso.
11:50Tem um ponto que eu acho interessante. As
11:52pessoas jovens não respeitam os velhos de
11:55cabelo. Mas é escola. É escola. Eu acho que assim, tem
11:58muito, são, vira, é, tem uma inversão de
12:01valores. Sim. São muito opressores. Ah, você tá
12:03falando, é, não sei. Você não sabe o que tá
12:05falando. Você não sabe o que você tá falando. Mas, gente, é só uma questão de tempo.
12:07Né? Você é velho. Você é velho e retrógrado. Não, a gente, a gente tava na escola. Vocês concordam que a gente também foi, é, chamados aí pra esquerda? A gente foi enganado muito, muito tempo. A hora que você começa a pagar boleto na sua vida. Perfeito. A hora que você, a hora que chega a realidade, a realidade se impõe, você entende, você começa a olhar
12:28criticamente pras coisas. Então, é assim, nós precisamos usar das oportunidades que a gente tem dentro das nossas casas pra mostrar. Teve uma pesquisa que foi muito legal. O professor falou isso. Então, vamos viver agora aqui a escola comunista.
12:43fechou. É isso que vocês querem? Igualdade, blá, blá, blá, blá, blá, blá.
12:47Então, eu vou passar a prova pra todo mundo.
12:49Certo. A nota que vocês tirarem,
12:52nós vamos ver o que vai acontecer depois.
12:53Aí, passou a nota.
12:55Todo mundo tirou a nota. Uns tiraram
12:57dez que estudaram, se esforçaram, outros
12:59tiraram menos e tarará, tarará.
13:01O que que ele fez? Ele deu dois e
13:03meio pra cada uma das pessoas
13:05e ele ficou com cinco.
13:07Ele fez um negócio de um jeito. Uma média, né?
13:09Uma média. Que isso gerou a
13:11revolta daqueles que estudaram. Certo.
13:13E, obviamente, gerou um
13:15espaço de beleza. Minha nota foi melhor
13:17por conta dos que
13:19estudaram. Aqueles que não fizeram nada.
13:21O que que aconteceu com o tempo? Os que estudaram
13:24pararam de estudar. Porque já que
13:26eu vou ter que repartir
13:29com aquele que não faz nada,
13:31então eu também não vou fazer. E aí ninguém faz nada.
13:32E a gente tem a destruição
13:35de toda uma estrutura de esforço.
13:36Isso em economia tem nome. Chama o jogo do bem público.
13:40É? Então, você para
13:41de fazer... Você começa a falar, velho, então
13:43se dane. Isso.
13:45Exato. E aí a ladeira
13:47abaixo vai acontecer. Nas casas,
13:49na escola, na sociedade.
13:51Em todo lugar.
13:52É.
13:53Perfeito. Sabe, doutora, quem enche a
13:55pauta aí? Eu fico triste agora.
13:57Eu fiquei triste. Por quê?
13:58Porque eu fico triste com essa conversa.
14:00Ué, por que triste?
14:01Você tá...
14:01É a realidade.
14:02Não, eu fico pensando quem tem
14:05filho pequeno.
14:06Porque filho é um negócio que a gente
14:08gosta muito, né? A gente quer...
14:10Né? A gente, porra, se dependesse de
14:11mim, eu acho que, porra, a gente
14:13queria que os nossos filhos, a nova
14:16geração, fosse muito legal, né?
14:19Que eles fizessem...
14:19Mas tem muita gente legal.
14:21A gente acreditou muito.
14:22Eu lembro que o Brasil é um país
14:24jovem, nós somos jovens, vamos
14:25melhorar. Olha que porcaria que ficou.
14:27Calma lá.
14:28Mas tem gente muito boa, cara.
14:30Mas aí você...
14:30Sempre pior.
14:31Eu torço tanto, cara.
14:32Eu torço tanto.
14:33Mas tem mais pessoas com mais
14:35filhos, no meu caso, inclusive, que eu
14:37tenho a esperança que é uma coisa de
14:39irar ferrado.
14:39Não, e eu acho que tem...
14:40Ou não.
14:41Você tá ferrado.
14:41Eu acho que tem uma galera...
14:43Não sou não.
14:44Não sou não.
14:44Não sou não.
14:46Não sou não.
14:46Mas, Emílio, a gente precisa continuar
14:48fazendo.
14:49É isso.
14:50Os nossos filhos.
14:51Eu sei.
14:51Ouve o Dani frouxo aí, pô.
14:52Vão ser uma semente boa onde eles
14:55estiverem.
14:56Semente, eu não entendo.
14:57Tá difícil mesmo.
14:58Eu concordo com você.
14:59Eu acho que, assim, a gente vai
15:00sentindo a história, né?
15:05O futuro.
15:06Toda essa ideia.
15:07Isso é de mais autoridade.
15:08Só que a gente tá fazendo a nossa
15:09parte.
15:10E aí com a vizinhança, com os teus
15:12filhos, com a tua família.
15:14Porque a gente sempre tem que
15:15acreditar que o futuro sempre vai
15:17ser melhor.
15:17A gente não pode achar que o futuro
15:20vai ser pior.
15:21Mas você vendo hoje em dia, parece
15:23que não vai ser muito legal, né?
15:25A gente não tem, assim, uma...
15:27Uma perspectiva.
15:28É, você não tem uma perspectiva que
15:30você fala, não.
15:31Vai melhorar.
15:32Vai melhorar.
15:33Eu tenho, cara.
15:33Eu realmente entendo.
15:35Mas o que vai ser melhor?
15:35Vai ser melhor.
15:36Porque quando você cria algum
15:37filho ou você coloca alguém no
15:38mundo, você me corrija.
15:41As pessoas não se entendem.
15:41O cara torce pro outro morrer.
15:43Você tá tentando um mundo melhor pra
15:45criar os seus filhos.
15:46Eu sei, mas aí você vê...
15:48Você acha que você vai fazer
15:49de feliz.
15:49Eu acho que não.
15:50Você acha que tudo vai ser pior, mas
15:51você vai conseguir.
15:52Aí a gente se engana.
15:53Ah, mas se todo mundo pensar dessa
15:55forma, a gente não sai do lugar.
15:56Aí o país fica parado, né?
15:57Pelo amor de Deus.
15:58Eu tenho certeza, eu tenho certeza,
16:01uma coisa que a gente tem aqui no
16:03Brasil, uma coisa, o que que foi?
16:05O remédio dele deixa ele feliz.
16:06Não, uma coisa, uma coisa legal que
16:09a gente tem aqui no Brasil e que
16:11ainda não conseguiram destruir, é o
16:13valor familiar.
16:15Ah, bom.
16:15Isso é uma coisa...
16:16Pô, é lindo.
16:17É sagrado pro brasileiro a família.
16:20A gente tem aquela coisa meio latina,
16:22meio não sei o que.
16:22Ah, família.
16:23Junta a galera.
16:24Junta a família e tal.
16:25Pelo amor de Deus.
16:26Pelo menos isso a gente ainda mantém.
16:28E a gente é um país de maioria
16:31cristã.
16:32Eu acho que a gente tem um pedaço
16:34assim, dos valores formadores de
16:36toda a parte do ocidente, que
16:38nesse, nessa estrutura da vida, eu
16:42entendo você falar que não há
16:43esperança e não há esperança quando
16:45a gente pensa nas circunstâncias da
16:47vida.
16:47Mas o ponto é, a hora que a gente
16:49entende o que é um legado, a hora que
16:50a gente olha a história do Charlie com a
16:52família, a hora que você olha o
16:53espaço de trazer senso crítico, a hora
16:56que você olha as semeias que a gente
16:58hoje não calcula o quanto a semente de
17:00uma conversa como essa chega, a hora que
17:02a gente entende que o sofrimento, ele é o
17:05megafone de Deus, porque Deus está na
17:07nossa vida o tempo inteiro, então o tempo
17:08inteiro, no prazer ele sussurra, essa é uma
17:11frase do C.S. Lewis, no prazer ele sussurra, na
17:13consciência ele fala, mas no sofrimento ele
17:16grita.
17:17Eu acho que o grande ponto é, na força do
17:19nosso braço vai ser muito difícil.
17:21e a hora que a gente entende essa
17:23oportunidade diária de quem eu vou ser,
17:26quem eu serei perante tudo isso que
17:28acontece, a gente vai pra um caminho de
17:32perseverança com esperança.
17:35Não de que vai ter um paraíso aqui, não
17:36vai, isso a gente já sabe, tá escrito na
17:38Bíblia, inclusive.
17:38Não é paraíso, é porque assim.
17:40A gente pode refrear a destruição total e
17:44a destruição moral e a destruição de
17:46todas o que realmente é bom, entendeu?
17:49Mas o problema é que a violência começa
17:52quando a gente fica quieto, quando a
17:53gente para de trocar ideia.
17:55Exato.
17:56E o recado para esse cara que mataram aí,
17:59o cara só queria trocar ideia.
18:00Isso.
18:01O cara tinha mulher, tinha dois filhos,
18:03nunca fez mal a ninguém, ia lá, sentava
18:05na faculdade, falava, vamos trocar ideia aqui.
18:07Se botava aberto, exato.
18:08E aí, e aí, e aí, e aí, tão querendo
18:11calar todo mundo, porque esse mundo tá
18:13assim, um quer calar o outro, outro quer
18:14calar o outro, e aí o que que vai
18:16sobrar? Vai sobrar a violência, porque
18:18quando a gente se cala, a violência, o
18:20bicho, o bicho, o bicho nasce, o ser
18:23humano é um bicho.
18:24Esse é o nosso desafio.
18:26Doutora, sempre é muito bom esse papo,
18:28hein?
18:28Sempre.
18:28Como ela é agradável, né?
18:29Doutora, é muito legal.
18:31O sofrimento sem sentido é onde está o
18:34desespero.
18:36A gente precisa entender que tudo isso tem
18:38propósito, inclusive, da gente se
18:40tornar nessa história toda, com tudo isso
18:42que a gente vê.
18:44É.
18:44E isso acontece na vida cotidiana.
18:47Quem a gente tem sido nas nossas vidas,
18:49com as nossas famílias, com os nossos
18:50vizinhos.
18:51É.
18:51Como é que a gente age?
18:52Aquele lá, o Nietzsche, o Nietzsche dizia o
18:56seguinte, né?
18:57Que a vida, mas ele era romântico, né?
18:59A vida é sofrer, né?
19:04E sobreviver é você encontrar uma razão
19:08para o sofrimento.
19:09É o Vitor Frankl que ficou nos campos de
19:11concentração, a mesma coisa.
19:12A gente precisa achar uma razão para estar
19:15aqui.
19:16Eu, você sabe que o que a gente sempre
19:20faz aqui no programa, né?
19:21É entreter as pessoas, né?
19:23É levar coisas bacanas para a nossa
19:25audiência.
19:26Mas tem tanta notícia ruim que a gente
19:28tem que dar, porque aqui é news, né?
19:30Virou news, tal.
19:31E aí, aí fica difícil.
19:33Então a gente fica...
19:34Eu lembro quando você me perguntou
19:35uma vez, já é para a gente ficar
19:37olhando, eu acho que a gente precisa
19:38olhar, mas a gente precisa ter atenção
19:41com isso, porque vai tomando conta
19:43mesmo do coração, você vai perdendo
19:45esperança.
19:46Vai perdendo a humanidade, né?
19:47Exatamente.
19:48E a gente precisa seguir em frente um
19:50dia por vez, porque a noite pode durar
19:53uma...
19:54A tristeza pode durar uma noite, mas de
19:56manhã a alegria sempre se renova.
19:58Boa, doutora.
19:59Mais um dia...
19:59Em busca de um sentido.
20:01Por isso que a gente gosta.
20:02Não é isso que você busca?
20:03Coragem, vambora.
Seja a primeira pessoa a comentar