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  • há 4 meses

Categoria

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Esportes
Transcrição
00:00Música
00:00Meu nome é Carlos Molinari, sou jornalista, sou historiador, pesquisei muito a história
00:23do Bangu desde 1999, quando comecei a mexer nos arquivos até hoje, continuo procurando
00:28alguma coisa, e hoje a gente está aqui, no estádio proletário Guilherme da Silveira
00:33Filho, estádio que foi inaugurado em 1947, para falar de uma partida que aconteceu aqui
00:39em 1970, 14 de março de 1970, um dia chuvoso, em que a seleção brasileira, que seria tricampeã
00:48do mundo, veio enfrentar o Bangu Atlético Clube num amistoso inimaginável.
00:58Como é que o Bangu joga com a seleção brasileira?
01:07A gente tem que lembrar que eram outras épocas, mas era comum o Bangu jogar com a seleção
01:12brasileira?
01:12O Bangu serviu para a sparring da seleção brasileira em 1950, antes da Copa, perdeu
01:18três jogos, ganhou um jogo da seleção, jogou em 1956 também, perdeu, jogou em 1966 duas
01:24vezes, vencer um, perdeu outro, mas são aqueles jogos treinos, jogos, os jogos de 66, um foi
01:31no Caio Martins, o outro foi em Teresópolis, os jogos de 50 foram em São Januário e um
01:36no Maracanã, já, e em 70 tem esse jogo em Bangu, a Copa vai começar em junho, então
01:43três meses antes da Copa tem esse amistoso entre Bangu e seleção brasileira, e por que
01:48que chamam o Bangu?
01:49Acho que o Bangu tinha sido meramente o sexto colocado no Campeonato Carioca de 69, então
01:52não era nem um adversário forte para testar uma seleção forte, mas você tinha uma relação
01:57de amizade muito grande entre o Guilherme da Silveira Filho, que era o patrono do Bangu,
02:02e o João Avelange, que era o presidente da Confederação Brasileira de Esportes.
02:08Dizem que por causa dessa relação, sempre o Bangu tinha um jogador convocado para as Copas,
02:12em 58 vai o Zósimo, em 62 vai o Zósimo, em 66 vai o Fidelis, em 70 o time do Bangu
02:18não tinha condição de levar ninguém para a Copa, o time não era tão bom, o melhor
02:22era o Aladim, na ponta esquerda Aladim, o Dé estava começando, nem jogou esse jogo,
02:28você não tinha um jogador para o Bangu levar para a Copa de 70, então o que você faz?
02:32Você dá um amistoso com o Bangu como forma de gratidão ao apoio que o Guilherme da
02:37Silveira Filho sempre prestou ao João Avelange, e é um jogo que não
02:42tem entradas vendidas, as pessoas não compravam ingressos, as pessoas ganharam
02:46ingressos, ingressos para familiares, funcionários da fábrica Bangu, comandada
02:51pelo Guilherme da Silveira, para imprensa e para convidados, não tem venda de ingressos,
02:56então não sabe se, há quantas pessoas estavam aqui dentro, eu ouvi falar 32 mil, 32 mil
03:00não cabe, 20 mil, pode ter tido 20 mil pessoas aqui, e estava chovendo, estava chovendo
03:07bem, as fotos da arquibancada, todo mundo de guarda-chuva, então tem menos espaço,
03:12ainda, mas todo mundo queria ver esse jogo, se a gente pensar, imagina o ônibus, a seleção
03:18vindo pelas ruas de Bangu, entrando aqui nessas ruas estreitas, chegando até aqui, muita
03:22gente na rua querendo ver, e uma seleção com o Pelé, uma seleção com o Rivelino, com
03:26o Paulo César Caju, com o goleiro Ado, com o Diceu Lopes, com o Eduzinho, a seleção
03:33brasileira estava aqui, só não estava o Tostão, ainda teve aquele problema do descolamento
03:36da Retina, mas o restante, toda aquela seleção de 70 estava aqui, nesse estádio, para participar
03:43desse amistoso inusitado.
03:46Dá para se dizer que era um jogo jogado, tipo, as pessoas pensavam, pô, a seleção
03:52vai vir aqui, vai vencer fácil, se pensava assim, né?
03:55Acho que sim, esperava 5x0, 5x1, vou goleado da seleção, a seleção vai golear o Bangu,
04:00a seleção tinha perdido para a Argentina e Porto Alegre 2x0, tinha ganho da Argentina
04:05no Maracanã 2x1, e veio enfrentar o Bangu, não é, não é um jogo para ser difícil, é um
04:11jogo para ser fácil, mas vai dando tudo errado, vai dando tudo errado no Brasil, tudo certo
04:18para o Bangu, o Bangu faz 1x0 com 25 minutos no primeiro tempo, o Aladinho bate uma falta,
04:24bate na trave, o Paulo Mata, que era um jogador que veio do bom sucesso, na verdade, pega o rebote,
04:30faz 1x0.
04:31O último treino da seleção, aqui na segunda-feira, eles viajaram para a Copa, e o jogo maravilhoso,
04:41o nosso presidente já era o pai do Castor, o Cleve de Andrade Silva, o Castor de Andrade Silva
04:50é o filho que mandava na época, mas o pai dele era o presidente, mas quem mandava não
04:56no sul ganhou o Castor de Andrade. E tivemos a felicidade de treinarmos, caiu numa quarta-feira,
05:03e no sábado a gente jogava pelo Campeonato Carioca contra o Fluminense. Aí o nosso treinador
05:11colocou o time principal no primeiro tempo, e no intervalo, nós saímos e entrou o Juvenil
05:20junto, juntamente com os Latos Pirantes daquela época, que era do reserva, para jogar o restante
05:27do segundo tempo. E tive a felicidade de chutar uma bola lá, muito bem colocada,
05:36bola batendo na trave, e o Paulo Mata, um jogador que estava vindo emprestado do Vasco da Gama,
05:41fez um gol de empate.
05:43E você lembra dessa tua batida, ou depois que eu te contei que você participou,
05:47é que você conseguiu relembrar?
05:49Relembrei agora, de fora da área, uma bola esticada, o cabelozinho esticou para mim,
05:55eu de fora da área consegui encontrar a trave, eu gostaria que a bola descansasse direto.
06:04Mas que nada, o Paulo Mata era um grande amigo, mereceu fazer o gol. E o João Saldanha naquele mesmo,
06:13naquela mesma época lá atrás, se não me engano, foi demitido da Seleção Brasileira.
06:19Você acha que esse empate com o Bambu, no Maracanã, influenciou nessa decisão da CBD, na época,
06:26que não era nem CBF, demitiu o João Saldanha, ou foi por outras coisas?
06:30Tinha ditadura, tinha declaração polêmica dele que deu também sobre o Pelé,
06:34o que você acha que contribuiu para essa demissão do João Saldanha?
06:37A saída mais dele foi ele dizer que o Pelé estava cego, aí caiu, a batata dele assou.
06:46Realmente, o João Saldanha era muito polêmico, ele é um analista muito famoso,
06:53aí conseguiu pegar a Seleção Brasileira e não conseguiu ir à frente.
06:58Mas para nós foi bom acontecer isso, porque viemos com a taça e o Pelé é consagrado.
07:05Você teve relação com o João Saldanha, ele ser jornalista, às vezes teve um contato diário,
07:12a relação com a imprensa era diária, mudou bastante daquele tempo para cá.
07:17Como que era a relação boa com o João, se é que tinha?
07:20Eu vi ele uma vez só numa entrega de uns prêmios lá no final de campeonato,
07:25ele tinha ganho uma taça lá e nós vamos receber contra ele, que também tinha sido homenageado.
07:32Mas os que iam fazer com a cobertura em Bambu era o Subatelmo, o Subatelmo dele, né?
07:41Porque ele era um cara muito famoso.
07:46Estar lá em Bambu, como era longe, quase todos os jornalistas que iam cobrir a gente lá,
07:52eles falavam, pelo amor de Deus, vocês não podem ganhar campeonato não.
07:56Um ano inteiro vinha aqui e Bambu, naquela época, fazia 45 na sombra.
08:01Entendeu?
08:02Hoje é o que a gente imagina naquela época.
08:04E o João Soldanha era o chefe, né? Ele ficava lá dentro do estúdio e mandava a rapaziada trabalhar.
08:15E o que você lembra daquele time da seleção brasileira?
08:18Naquele UAU, né? De quem a gente jogou, se acreditava que o Brasil ia conquistar o Tri,
08:23porque ele foi desacreditado pelo México.
08:25Ah, sim, pô. O time em si tinha o Rivelino.
08:34O Rivelino era meio esquerdo e jogou de ponto esquerdo.
08:37Sendo que tinha dois pontos fenomenais, que eram o Paulo César Caju e o Edu, né?
08:44O Piazza era volante e foi para quase zagueiro.
08:47Aquele zagueiro era o Fontana, o Brito e o Piazza.
08:51O Zagallo, já era o Zagallo, claro. Conhecia, né? A característica de cada um.
09:01O único que eu imagino que poderia ter sido colocado, que não foi da época lá,
09:06que eu não ia ser jogador, seria o Tisseu Lopes, que na minha opinião era melhor do que o Tostão.
09:12Você vê, como o Tostão era centroavante no meio esquerdo no Cruzeiro, ele foi o centroavante do Brasil.
09:22Quer dizer que o Zagallo, lembra? Alguém naquele dia, a fada, madrinha, estava na cabeça dele lá,
09:29que ele conseguiu alterar esses jogadores, como eles jogavam nos seus clubes, e conseguiu fazer aquela seleção maravilhosa.
09:39E o Brasil não consegue empatar no primeiro tempo.
09:43Quem era o técnico do Bangu era o Flávio Costa.
09:46Flávio Costa foi o técnico que perdeu a Copa de 50 com a seleção brasileira, é bom explicar isso.
09:50E o Flávio Costa percebe uma coisa muito séria.
09:53Se a seleção perde para o Bangu, a situação do João Saldanha, que já era meio problemática, polêmica,
10:00ia ficar mais problemática, polêmica, mais sustentável talvez ainda.
10:04O que o Flávio Costa faz no intervalo? Ele tira nove jogadores.
10:08Ele coloca nove jogadores reservas para enfraquecer ainda mais o Bangu,
10:13para a seleção poder ganhar esse jogo.
10:16Nove.
10:17O Flávio Costa, então, pensou mais na seleção do que no Boruto.
10:21Com certeza.
10:22Com certeza.
10:23É um jogo treino, um jogo festivo.
10:25A torcida meio que revoltada, que o Brasil está perdendo.
10:29Tem o Corinho, eu grito, eu falo, o Saldanha tem cara de cavalo.
10:33Tem o Corinho da galera gritando, enchendo o saco do Saldanha, pegando no pé dele.
10:38Pô, os caras com Pelé e tudo não conseguem fazer o gol no Bangu.
10:42E aí entram nove jogadores reservas.
10:46Muda o goleiro, muda todo mundo.
10:48Todo mundo.
10:49Sai o Aladim, sai todo mundo.
10:50E aí o Brasil só vai empatar aos 25 do segundo tempo.
10:55É um cruzamento.
10:56E o Moraes, que é um cara que estava estreando naquele dia.
10:59Depois eu conheci até uma moça que era da família dele.
11:02Ah, eu sou a irmã dele.
11:03Eu sou a irmã do Moraes, do gol contra.
11:06O Brasil fez gol contra ainda.
11:08É.
11:09Ela se referia ao irmão dela.
11:10Ah, meu irmão jogou no Bangu.
11:11Era o Moraes.
11:12É o do gol contra.
11:13Ela sintetizava o irmão dela assim.
11:15Ele ficou marcado pelo gol contra.
11:17É um cruzamento, ele se antecipa.
11:19Porta errado e faz um gol contra.
11:21Já Rizinho faz um gol ainda, é anulado.
11:23A arbitragem é do Armando Marques, que é o melhor árbitro do Brasil na época também.
11:28Então, não deixa muita dúvida.
11:30E o gol do Brasil é contra os 25.
11:32Ainda tem mais 20 minutos e não consegue virar um jogo com reservas do Bangu.
11:36Então, tem alguma coisa errada.
11:38E para a massa que veio, bastante frustrante.
11:43Ninguém aqui estava esperando.
11:44Ninguém estava torcendo no Bangu.
11:46As pessoas estavam torcendo na seleção.
11:48Era a minha pergunta.
11:49Tipo, a maioria, a grande massa aqui era um funcionário da fábrica do Bangu.
11:55Acostumado a torcer para o Bangu, mas naquele jogo estavam torcendo para a seleção brasileira.
11:59Para a seleção.
12:00Até porque nem todo mundo que morava em Bangu era Bangu.
12:04A galera vai nos jogos.
12:06A galera vai, se empolga quando o time está bem.
12:08Em Bangu é muito assim.
12:10Quando o time está bem, aparece o Banguense em qualquer lugar.
12:14É igual o Botafoguense hoje em dia.
12:16Tem o Botafoguense em qualquer lugar.
12:17Antes não tinha.
12:18E quando o time está mal, ninguém vem.
12:20A média de público vai lá para baixo e tal.
12:23Nessa época, em 70, estava indo muito mal.
12:25Se você pensa, ah, o Bangu do Castor.
12:28Esquece o Bangu do Castor.
12:29O Bangu já tinha saído.
12:30Era o Bangu anterior àquele Bangu que a história mostra.
12:33O Castor tinha saído.
12:35No início de 69 ele sai.
12:37O pai dele e ele vão embora.
12:39Tem todo mundo.
12:40É um Bangu desprestigiado.
12:41É um Bangu com crise.
12:42É um Bangu que em 71 quase vai quebrar.
12:45Financeiramente quase ele vai falir.
12:47Então é um Bangu depauperado de 70.
12:50Que vai conseguir empatar com a seleção brasileira.
12:52É um outro Bangu.
12:54É um Bangu melhor que o de hoje.
12:57Mas extremamente inferior ao que foi durante toda a década de 60.
13:01E que vai ser um ano de crise nos anos 70.
13:04E conseguir esse resultado vai gerar uma crise maior ainda
13:08dentro da Comissão Técnica da Seleção Brasileira.
13:11E o que acontece com o Saldanha?
13:13O Saldanha sai daqui tranquilo.
13:15Está com o cargo ainda garantido.
13:17Dois dias depois ele tem uma briga com o Yustrik que é o técnico do Flamengo.
13:21E aí ele entra na concentração do Flamengo armado para tirar satisfação com o Yustrik.
13:27Naquela noite ele é chamado.
13:29E aí dizem que a Comissão Técnica está dissolvida.
13:32Na verdade ele quer saber o que é dissolvido.
13:34É dissolvido.
13:37Aí ele fala, não sou sorvete para ser dissolvido.
13:39Eu estou demitido?
13:40É, você está demitido.
13:42Aí ele, tá bom.
13:43Vou para casa dormir.
13:44Que é a frase do Saldanha.
13:46Na verdade o clima estava azedando para o Saldanha.
13:50Falavam que ele tinha que ter tido uma estátua.
13:53Ah, tem que convocar o Dário.
13:55Da maravilha do Atlético Mineiro.
13:57Ele fala, eu tenho dois atacantes melhores que o Dário para colocar antes dele.
14:00E aí o presidente, que gosta do Dário.
14:02O presidente escala o Ministério.
14:04O Médici escala o Ministério.
14:05Eu escalo a Seleção.
14:07Aí falam, mas eles têm que entender que tem um jogo político por trás dessa Seleção Brasileira.
14:12A Seleção representa nesse momento um esforço político do Brasil grandioso.
14:18A Seleção representa que nós somos a primeira pátria do mundo e tal.
14:22E você tem que entender.
14:23Aí ele tem outra frase também.
14:25Se essa questão política tivesse...
14:27O futebol desse lastro político, o Mussolini não era enforcado em praça pública.
14:33Porque a Itália tinha sido campeã em 1934, 1938.
14:36E ele fala essa frase.
14:38Ele se refere à história para explicar sobre...
14:42Para explicar sobre o que ele não acreditava que havia uma pressão política por trás
14:47da campanha que iria gerar o título de 70.
14:50É um fracasso.
14:51Novo fracasso.
14:52Fracassou em 66 na Inglaterra.
14:54Fracassar em 70 seria muito ruim.
14:57Não só para a CBD, mas também para o regime, para a alegria.
15:02O regime depende da alegria dos brasileiros.
15:04Depende do bom humor dos brasileiros também.
15:06Você não precisa...
15:08Não só a economia, que você está vivendo o período que vai começar o milagre econômico,
15:11que está começando ali no início dos anos 70.
15:13As famílias vão começar a comprar televisão, vão comprar o carro, vão comprar o Fusca.
15:18Você vai ter um milagre econômico, um crescimento econômico.
15:20Mas você precisava também dessa alegria patriótica que a seleção dá.
15:25Sem esse...
15:27E a seleção instável do Saldanha talvez não fosse a campeã no mundo.
15:33Não sei.
15:34Aí chamam o Zagallo.
15:35E tanto que não tiram a comissão técnica dele.
15:38Continua o Lídio Toledo, continua o Admir do Chirol.
15:41Só ele que cai.
15:42Nesse contexto todo, tem que dar alegria para o povo brasileiro, a seleção.
15:47Empatar com o Bangu, acho que foi...
15:51Não vou dizer definitivo, mas teve um peso muito grande ou não?
15:55Ou serviu apenas como cortina de fumaça?
15:58Cortina de fumaça.
15:59É um bode expiatório, né?
16:01É um bode expiatório para você dar uma satisfação à pública.
16:04Olha, não queremos mais esse técnico até que não conseguiu ganhar do Bangu.
16:08O Saldanha não conseguiu vencer o Bangu.
16:11Só isso, mas não mudaria nada.
16:13Ele ia cair em algum momento.
16:15Depois teve um amistoso contra o Chile.
16:17O Brasil ganha.
16:19O Chile depois enfrenta o Bangu.
16:21Em algum momento ele...
16:22Já era com o...
16:23Aí a gente ia com o Zagallo.
16:24Aí já com o Zagallo.
16:25Então, vamos supor, se ele perde para o Chile,
16:27ou empata com o Chile, iam tirar ele em algum momento.
16:30Acabou...
16:31Se ganhassem de goleada do Bangu,
16:33ia demorar um pouco mais para tirar ele, talvez.
16:35Ia continuar um pouco mais.
16:37Mas...
16:39Aí que acabou sendo...
16:41O Bangu acabou sendo um bode expiatório de uma mudança gigantesca
16:44às vésperas de uma Copa do Mundo.
16:46Em três meses de uma Copa do Mundo, você muda o técnico.
16:49Deu certo. Acabou dando certo.
16:51Até porque é outro sistema de jogo do Zagallo também, né?
16:54O Riveria não vai mais para frente e tal.
16:56O Riveria antes era mais no meio.
16:57Aí o Paulo Cesar Caju, que era titular, não vai ser mais titular.
17:01Vai mudando umas peças, assim, entendeu?
17:04Aí o Tustão volta, recuperado e tal.
17:07Então, já tem uma mudança, assim.
17:09Tem umas mudanças que o Zagallo faz
17:11que dão mais certo do que o João Saldanha fez.
17:14Por mais que a eliminatória tenha sido boa.
17:16Mas a eliminatória se enfrentou o Paraguai e a Venezuela, pô.
17:18E a Colômbia, eu acho.
17:19E a Colômbia, eu acho.
17:20Então, era mais fácil.
17:22Bom, eu acho que esse jogo acaba sendo pitoresco.
17:27Acaba sendo...
17:28O Lédio Carmona coloca como um vexame da seleção brasileira.
17:31Mas é um jogo que muda o destino e muda o destino para melhor, no caso, né?
17:37O Van Gogh acabou sendo mais útil em 70 do que em 66,
17:41enviando o Fidelis para a Copa, né?
17:44Então, acabou. O Van Gogh participa indiretamente da conquista da seleção brasileira em 70.
17:51A gente tem que lembrar isso.
17:52É, citou que antes desse jogo o Van Gogh tinha feito 5 ou 6 com a seleção.
17:57Ah, o Van Gogh jogou em 1950.
17:59Ele jogou com a seleção do Flávio Costa.
18:02Aí o Flávio Costa, que em 70 era técnico do Van Gogh, e em 50 era técnico da seleção.
18:06E aí o Van Gogh faz 5 a 2 na seleção, no primeiro jogo.
18:09Uma seleção com reservas, praticamente.
18:11Antes da Copa do Mundo.
18:13Antes da Copa de 50.
18:14O cara do Van Gogh, chamado Simões, faz 4 gols nesse jogo.
18:17Aí depois da seleção faz mais 3 jogos no Van Gogh.
18:19Ganha de 5 a 0, ganha de 3 a 1 e ganha de 7 a 1.
18:23Esse 7 a 1 já é no Maracanã.
18:25Antes da Copa no Maracanã.
18:27É um dos primeiros times, se não o primeiro, a jogar o gramado no Maracanã.
18:31Enfrenta a seleção e toma de 7 a 1.
18:34E aí em 56, antes daquelas Copas do Oswaldo Cruz,
18:39aqueles torneios malucos que tinham contra o Paraguai,
18:41o Copa Rio Branco, aquelas loucuras,
18:43eles perdem por 3 a 2 em São Januário para a seleção.
18:47A seleção ganha por 3 a 2 de virada.
18:49Em 66, são dois jogos.
18:51A seleção ganha por 3 a 2 e perde por 1 a 0 pro Bangu em Teresó.
18:57O jogo do Cabralzinho.
18:59Não é na Comarê.
19:01É no estádio lá do Barra de Teresó, alguma coisa assim.
19:05Então esse jogo seria o oitavo.
19:07Oitavo jogo.
19:09Oitavo jogo entre 4, 1, 2, 1.
19:11E depois do 1 a 1 teve algum outro?
19:15Esse foi o último jogo?
19:17Depois só enfrentou a seleção Brasileira Juniores.
19:19Perfeito.
19:20A seleção Brasileira Juniores veio várias vezes.
19:21Mas o principal, o último jogo.
19:23Então quer dizer que na história o Bangu está invicto há um ano contra a seleção Brasileira.
19:27Está invicto há quantos anos? Vamos ver aí.
19:29Está invicto há um jogo.
19:31É, quantos anos já está?
19:33Trinta, cinquenta e cinco anos de vencibilidade, né?
19:35Trinta e cinco.
19:36É bastante tempo, né?
19:38É engraçado você pensar esse jogo.
19:40O Brasil às vezes faz umas vergonhas.
19:42Perdeu o combinado da Umbria antes da Copa da Itália.
19:45Eu fui na Umbria.
19:47É uma cidadezinha, nada.
19:49O negócio não é nada.
19:50É uma regiãozinha lá e tal.
19:52Pombas.
19:53Perdeu o combinado da Umbria de um a zero também.
19:55Às vezes faz umas vergonhas assim que você não consegue nem imaginar.
19:59E hoje já não enfrenta tanta seleção e tanto clube, né?
20:02Teve aquela vez que foi enfrentar o Barcelona.
20:04O Rogério Ceni tomou dois frangos, ficou dois a dois.
20:07Então hoje já não enfrenta tanto clube, né?
20:09Naquela época também era comum enfrentar seleções estaduais, né?
20:13Isso.
20:14Aí esses são os gols que...
20:15Ah, não computa gol do Pelé porque é contra a seleção do Rio Grande do Sul,
20:17contra a seleção do Paraná, a seleção do Amazonas.
20:21Era comum.
20:22E a galera queria ver isso, né?
20:25Contra o Milan em 89.
20:27Teve o Brasil zero, Milan zero em 89 e tal.
20:30Agora não vai ter mais isso.
20:32É outro mundo, tá?
20:33O futebol...
20:34Eu acho que o futebol tem uma ruptura muito grande.
20:36De 87 pra cá.
20:37Acho que de 87 começa um abismo diferente.
20:40Então essas coisas prosaicas aconteciam.
20:43Essas coisas assim que hoje parecem ser inimagináveis, absurdas, aconteciam.
20:49E aqui no estádio Moça Bonita aconteceu isso.
20:52Aqui é um estádio, pode-se dizer, histórico e que teve uma partida histórica da seleção brasileira
20:59que se tivesse qualquer outro resultado, o Brasil vencesse, ninguém ia lembrar.
21:03Mas como empatou, todo mundo conta essa história e caiu o técnico da seleção depois do jogo contra o Bangu.
21:10Legal. Molinari, muitíssimo obrigado.
21:13Muito obrigado, tá?
21:14Eu digo que quando Wisconsin moriu 1つ não tem palco da seleção,
21:16quando a gente sabe que a gente também salute 그럼 quando fosse um dos.
21:17Mas caso de
21:32presenção brasileira.
21:33...
21:33...
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