A Equipe Ibiara Notícias lançou o documentário “Lendas de Ibiara”, produzido com o apoio da Lei Paulo Gustavo. O projeto tem como objetivo preservar e dar visibilidade às narrativas populares da cidade, muitas delas baseadas em fatos reais que, com o tempo, se transformaram em lendas.
O trabalho foi desenvolvido a partir de uma pesquisa detalhada, que incluiu entrevistas com moradores, visitas a locais históricos e análises culturais. Entre as histórias retratadas no documentário estão a do “Bicho do Açude”, que surgiu a partir de acontecimentos reais ocorridos na região, e a da “Morta Viva”, registrada na história do município.
00:00Prepare-se para embarcar em uma jornada intrigante pelas lendas e mistérios de Ibiara.
00:25Neste documentário exploraremos a essência das lendas, o confronto entre narrativas do real ao mito.
00:32Começaremos nossa jornada com as lendas mais antigas e documentadas, mergulhando na história do misterioso bicho do açude e na assombrosa lenda da morta-viva.
00:41Em seguida, desvendaremos outras lendas ocultas, cuja busca foi repleta de desafios.
00:47Prepare-se para descobrir os segredos entrelaçados à rica tapeçaria das histórias de Ibiara.
00:55Entre encantos e mistérios
00:57Onde lendas e mitos se entrelaçam em seus fios
01:06Do bicho do açude a mulher da estrada
01:15Histórias que a noite escura nunca calma
01:23Na casa assombrada
01:28Espíritos vagueiam
01:32As lendas muitas vezes nascem de fatos reais, locais ou personagens históricos, temperados com a imaginação popular.
01:44Elas preservam a memória do passado, contando histórias de bravura, amor, tragédias e superação que moldaram a identidade da comunidade.
01:53As lendas são um patrimônio cultural inestimável, que contribui para a preservação da identidade de um povo.
02:01Elas conectam as gerações, fortalecem o senso de comunidade e celebram a riqueza da cultura local.
02:07As lendas são mais do que simples histórias, são portais para a alma do povo, revelando sua cultura, valores e visão de mundo.
02:16Preservá-las e compartilhá-las é um dever de todos, pois elas nos conectam com o passado, moldam nossa identidade e nos inspiram a construir um futuro melhor.
02:25As lendas são como um rio que flui através do tempo.
02:29É nossa responsabilidade garantir que esse rio continue a fluir, irrigando as gerações presentes e futuras com a sabedoria e a beleza do passado.
02:38As lendas são como um rio que flui, irrigando as gerações presentes e futuras com a sabedoria e a beleza do passado.
03:08Histórias que a noite escura nunca acalma.
03:16Na casa assombrada espíritos vagueiam, sussurros e gemidos pelas paredes ecoam.
03:27O velho da madrota figura sombria, som de repente, deixando apenas a névoa fria.
03:38Ibiara, cidade das lendas, onde a fantasia se mistura com a realidade.
03:51Comadre florzinha protege a mata, estátua que gira, guarda um segredo em sua testa.
04:00Acreditar ou não cada um decide, mas as histórias de Ibiara jamais se esquecem.
04:14É dos do passado que no presente residem, encantando a alma e alimentando a mente.
04:23Lendas, particularmente e historicamente falando, elas são criadas, são contadas para dar sentido,
04:43para dar um significado a algum fato ou alguma coisa que de fato aconteceu.
04:50Dar significado, atribuir significado a alguma coisa que aconteceu e dê sentido àquilo.
04:59É verdade? Aconteceu? Acontece? Não sei. É mentira? Também não posso afirmar.
05:05As lendas, embora envoltas em mistério e fantasia, podem conter grãos de verdade.
05:12Frequentemente nascem de eventos reais, reinterpretados e adornados com elementos folclóricos ao longo do tempo.
05:19Assim, mesmo que um ser metade cobra e metade gente ou uma morta viva não existam,
05:25as lendas que o cercam podem refletir perigos reais da natureza ou medos ancestrais da humanidade.
05:30É nesse ponto que reside o fascínio das lendas, na tênue linha entre o real e o imaginário,
05:37onde a história se transforma em um espelho da cultura local.
05:45Essa lenda faz parte da história de Biara.
05:49Então, assim, é algo que faz parte da história, né?
05:51Acredito que não tem como a gente desprender da história de Biara essa lenda.
05:55A lenda conta que uma menina teve um filho, engravidou, teve um filho,
06:03e para que esse boato, essa história, não se espalhasse,
06:07ela teve que jogar a criança no açude, teve que se desfazer da criança.
06:12Jogou a criança no açude, e essa criança veio a tornar-se um bicho que aparecia para as pessoas,
06:19até que apareceu para um senhor que duvidou dessa lenda, dessa história.
06:28E esse bicho apareceu, né?
06:31Conta-se que esse bicho pode ser metade pessoa e metade cobra, ou outro tipo.
06:38E apareceu, e ele sumiria, no caso, se um grande religioso viesse a batizar essa criança.
06:46Então, já tem uma misticidade religiosa envolvida também.
06:51Até isso acontecer, esse açude nunca secaria.
06:56E de sete em sete anos, esse bebê também chora, né?
07:08Pessoas escutam o choro dessa criança.
07:11Eu acredito, assim, culturalmente falando, a lavanderia já fazia parte do açude, né?
07:21Eu não tenho conhecimento de quando o açude foi feito, né?
07:26Nem por quem, nem quando.
07:28Não sei se quando Joaquim Lopes chegou já tinha esse açude.
07:32Ou ainda não tenho, não tive acesso a registros que datam,
07:36Nem pessoas que conheçam a data de construção desse açude.
07:44É que as pessoas utilizavam da água justamente para lavar roupa, né?
07:48Como era comum em todas as cidades.
07:51Conta na lenda que ele pode ser de três tipos, né?
07:54Pode ser metade cobra e metade homem.
07:58E pode ser também que é um grande peixe.
08:03Que é um grande peixe ou que é metade cobra e metade homem, né?
08:08Mas ele fazia aparições, né?
08:11Como forma de assustar.
08:12E as pessoas, por desconhecerem, né?
08:14E por terem medo dessa coisa diferente, né?
08:18Se assustavam.
08:20Historicamente falando, a gente pode entender que,
08:23Como a lenda inicia falando que uma mulher teve que jogar
08:27Esse bebê dentro do açude para que essa história não se espalhasse,
08:32Dá a entender que, possivelmente, ela teve essa criança com um homem
08:36Que era casado.
08:37Ou que ela não era casada, né?
08:40E não poderia assumir essa criança sozinha.
08:43Já que estamos falando, possivelmente, de um período
08:45Que a mulher não tinha essa liberdade, né?
08:49Essa individualidade, essa independência.
08:51E teve que se desfazer da criança.
08:56Teve que jogá-la, né?
08:57Em algum lugar ou ir embora da cidade, né?
09:01Para que essa história não se espalhasse
09:02E não ferisse a moral e os bons costumes.
09:06E pode-se entender também que
09:09O ensinamento que passa é que
09:12As mulheres não deveriam, né?
09:15Mesmo que tenham feito um ato errado
09:17E ter engravidado
09:19Não deveriam se desfazer de uma criança, de um bebê
Seja a primeira pessoa a comentar