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FURIA ASSASSINA- KENDALL FRANÇOIS-360P
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TVTranscrição
00:00Seis mulheres estão desaparecidas, não há cenas de crime nem pistas.
00:05Estamos nos preparando para o pior, não sabemos o que está por vir.
00:08Eu achei que ela estivesse presa em algum lugar, que ela estivesse viva.
00:13E isso me dava mais medo do que se ela estivesse morta.
00:16É.
00:20Esse homem é a própria encarnação do mal.
00:24Não era difícil imaginar o que ele fez com essas mulheres e a dor que ele causou.
00:30No inverno de 1996, a pacata cidade de Poughkeepsie, em Nova York, conheceu um dos capítulos mais sombrios da sua história.
01:00A cidade de Poughkeepsie fica a cerca de 110 quilômetros da cidade de Nova York, na margem leste do rio Hudson.
01:07Sua população é de 30 mil pessoas, típica de uma cidade pequena americana.
01:13Mas essa cidade também tem um lado sórdido.
01:15Em 9 de dezembro, uma segunda-feira, Patrícia Barone comunicou o desaparecimento de Gina, sua filha de 28 anos, uma conhecida prostituta e usuária de drogas.
01:26No começo de dezembro, Gina estava com o namorado Richie e, às duas ou três da manhã, eles tiveram uma briga.
01:36Ela o mandou embora.
01:38E ele foi.
01:43Quando ele voltou, ela não estava mais lá.
01:46Então, cerca de uma semana depois, ele foi até a minha casa.
01:53Eu não o conhecia.
01:55E ele bateu na porta e disse, não consigo encontrar a Gina.
01:59E eu disse, como assim não consegue?
02:01A Gina sempre está por aí.
02:02Sempre.
02:03Ela não vai para nenhum lugar.
02:04E ele disse, eu não a vejo há dias.
02:06Então, eu disse para minha irmã, precisamos ir à polícia, comunicar o desaparecimento, porque a Gina nunca, nunca desaparece.
02:14Ela está sempre à vista.
02:20Para a Gina e sua mãe, a vida em Poughkeepsis sempre foi uma longa e dura batalha.
02:25Quando eu fiquei grávida, em 1967, o pai da Gina não quis saber dela e simplesmente foi embora.
02:33Ela era adorável e não dava nenhum trabalho.
02:36Em 1978, Gina e eu nos mudamos para Poughkeepsis.
02:40Achei que seria um lugar melhor para criá-la.
02:43Aluguei um apartamento pequeno.
02:45Ela ia para a escola e eu ia trabalhar.
02:48Gina tinha uns 10 anos na época.
02:50Era uma menina muito tímida.
02:53Muito boazinha.
02:56Quando tinha 15 anos, ela começou a andar com a turma errada e...
03:01Foi quando ela começou a se drogar.
03:03Aos 16 anos e meio, ela já tinha parado de estudar.
03:08E me causava tantos problemas.
03:13Que eu não conseguia mais lidar com ela.
03:16Era demais para mim, demais.
03:18Ela estava afundando num buraco e não conseguia mais sair.
03:24Logo, Patrícia descobriu que a filha estava se prostituindo.
03:28Quando a Gina tinha 21 anos, eu disse que não podia mais viver daquele jeito.
03:34Que ia alugar um apartamento para mim.
03:36E ela disse que tudo bem, porque tinha para onde ir.
03:39Ela ia morar com o namorado.
03:41Mas não deu certo.
03:42E dos 21 aos 24 anos, ela morou em vários lugares diferentes.
03:47Talvez 10 ou 12 lugares, com 10 ou 12 famílias, pessoas, seja o que for.
03:55Aos 26 anos, Gina teve uma filha chamada Nicole, que Patrícia está criando.
04:01A Gina amava muito a filha.
04:04Mas não podia cuidar dela.
04:06Por causa das drogas e do álcool, ela não era capaz de criar a Nicole.
04:11Agora, mais de dois anos depois, a perturbada jovem havia desaparecido sem deixar vestígios.
04:20E coube ao detetive Karskip Manem a missão de encontrá-la.
04:24Na época, eu trabalhava na divisão de narcóticos.
04:27Eu era o detetive mais novo e jovem da unidade na época.
04:31Dois meses depois de ser designado para a divisão de detetives,
04:35Dina Barone, uma mulher da cidade, desapareceu.
04:38O primeiro suspeito dos detetives era o namorado de Dina, Richie.
04:44Ele cresceu em Pine Plains, em Nova Iorque, a cerca de 45 quilômetros da cidade de Poughkeepsie.
04:49Nós sabíamos que ele era um marginal.
04:52Estava envolvido com drogas e era violento.
04:56Ele era um marginal, cometia roubos e crimes menores.
05:00Ele tinha ficha policial.
05:01Era apenas um viciado e, sabe, até que era um cara decente quando estava sóbrio.
05:06Mas quando não estava, era como qualquer outro drogado.
05:10Mas depois de interrográ-lo, os detetives concluíram que ele não era responsável pelo desaparecimento de Dina.
05:18Após as festas de fim de ano, ainda não havia sinal da jovem desaparecida.
05:22O detetive Manet disse que ela pode ter viajado e eu disse não.
05:27A Dina desapareceu, porque a minha Dina nunca saiu da cidade. Nunca.
05:32Quase um mês após o desaparecimento de Dina, a polícia de Poughkeepsie recebeu um novo detetive-chefe chamado Bill Segrist.
05:40Em 3 de janeiro de 1997, eu fui transferido da divisão de patrulhamento para o cargo de tenente detetive.
05:48Falei com o detetive Skip Menem, que me informou sobre o desaparecimento de Dina Barone.
05:53Mas não era o único desaparecimento que a polícia estava investigando.
06:00Na verdade, em outubro, dois meses antes da Dina desaparecer, outra mulher também havia sumido.
06:06Ela morava do outro lado do rio, mas trabalhava em Poughkeepsie regularmente e seu nome era Wendy Myers.
06:11Tal como Dina, Wendy era prostituta.
06:14Eu conhecia a Wendy Myers e a Dina Barone.
06:18Fui patrulheiro na cidade de Poughkeepsie por mais de 12 anos.
06:22E patrulhei cada metro da cidade durante a minha cadeira.
06:25E eu conheci algumas dessas mulheres desde que eram pequenas.
06:29Em 24 de outubro, Wendy Myers saiu do seu apartamento do outro lado do rio e seu namorado não a viu mais.
06:34Dois dias depois, ele comunicou seu desaparecimento à polícia.
06:38A prostituição é um trabalho perigoso e eu sempre tenho isso em mente.
06:42Primeiro, a Wendy desapareceu e depois, quando a Dina também sumiu, eu disse, opa, o que está acontecendo aqui?
06:51Então eu disse, chefe, essas mulheres não estão numa clínica de desintoxicação nem encontraram o Coroa Rico.
06:57Nós as conhecemos.
06:58Suas amigas continuam nas ruas, mas elas não estão.
07:02Algo muito errado está acontecendo.
07:05Mas os detetives sofriam pressão para não gastar recursos num caso envolvendo prostitutas.
07:10Durante o começo da investigação, as pessoas questionavam o que estávamos fazendo.
07:16Na maioria dos casos, se você for à delegacia e disser que sua filha é prostituta e desapareceu,
07:22a polícia não dará importância porque prostitutas são vistas como cidadãs de segunda classe.
07:27Eu liguei para o jornal de Paul Kipsy e pedi que escrevessem uma matéria sobre as meninas desaparecidas.
07:32E eles disseram que não estavam inteirados e que não escreveriam a matéria.
07:37E eu disse, se fosse uma aluna do Vassar College, aposto que escreveriam.
07:44Apesar de tudo, os detetives continuaram investigando.
07:49Mas antes que descobrissem algo, mais uma mulher desapareceu.
07:53Em 15 de janeiro de 1997, o desaparecimento de Kathleen Hurley foi comunicado à polícia de Paul Kipsy.
08:04Era uma mulher branca de cerca de 45 anos e frequentava as mesmas áreas que a Wendy Myers e a Gina Barone.
08:11Três mulheres desaparecidas sem deixar vestígios em questão de semanas.
08:15O medo ainda não chegara aos cidadãos comuns de Paul Kipsy.
08:20Mas as prostitutas estavam apavoradas.
08:23No entanto, a polícia não tinha um único suspeito.
08:26O pânico e o nervosismo reinavam nas ruas.
08:29As garotas suspeitavam de todos e com razão.
08:32Nós não sabíamos onde aquelas mulheres estavam e o que tinha acontecido.
08:37Os investigadores estavam convencidos de que havia um predador à solta,
08:41atacando as prostitutas da cidade.
08:43Mas até então, estava fora do radar da polícia.
08:46Quantas mulheres ainda teriam de desaparecer antes que os policiais encontrassem uma pista?
08:53Janeiro de 1997.
08:56Três mulheres haviam desaparecido das ruas de Paul Kipsy em Nova York
08:59e os detetives ainda não tinham a menor pista.
09:03Só havia as três mulheres desaparecidas, três prostitutas.
09:07Não havia cena do crime, não havia suspeito, não havia nada.
09:11E a polícia não sabia o que fazer.
09:13Estavam envolvidas com prostituição e drogas e desapareceram.
09:18A polícia foi para as ruas em busca de qualquer pista.
09:21Todos que saíam com prostitutas em Paul Kipsy se tornaram suspeitos e começamos a investigar clientes.
09:28Mas era procurar uma agulha num palheiro.
09:31Numa cidade como Paul Kipsy, sabemos que há uma região interna da cidade tomada pelo crime,
09:37com muita prostituição e que é frequentada por clientes da cidade e de fora da cidade.
09:42Eles são de todas as classes sociais.
09:44Eles vêm de perto ou de longe, 50, 60 quilômetros.
09:49E isso tornava a nossa base de suspeitos imensa.
09:52Então, nós criamos um questionário e começamos a interrogar as mulheres envolvidas com prostituição.
10:01Perguntamos se elas sabiam algo sobre as mulheres desaparecidas e também perguntamos se elas tinham tido contato com alguém violento.
10:09A investigação deu frutos.
10:11Várias mulheres mencionaram o mesmo homem.
10:14Kendall François, de 26 anos.
10:19Kendall François era um cara grandão, devia ter 1,90 e pesar 180 quilos.
10:25Seu odor corporal era horrível, ele não tinha higiene.
10:29E muitas mulheres, depois que começamos a investigar e a ouvir o nome de François,
10:33reclamaram que muitas vezes ele era agressivo com elas.
10:36As mulheres disseram que François chegou a ameaçar uma garota com uma faca,
10:42mas que ela não quis dar queixa à polícia.
10:48Nós decidimos vigiar Kendall François e sua casa e ver o que descobrimos sobre ele.
10:55O que eles descobriram foi perturbador.
10:59Ele morava com a mãe e o pai, trabalhava no colégio e saía à noite para pegar prostitutas.
11:05Ele saiu de casa e nós o seguimos.
11:08Ele circulou por diferentes bairros.
11:10Com o passar do tempo, uma hora, uma hora e meia,
11:14ele seguiu para a área de prostituição.
11:16E se tornou quase uma compulsão física.
11:20Ele não prestou mais atenção aos sinais de trânsito.
11:23Passou por sinais vermelhos e de par e tentando encontrar uma prostituta.
11:27E naquela noite, ele não encontrou nenhuma.
11:31Por um período de sete dias, instalamos uma câmera de vídeo na casa do Kendall
11:36para ver o que ele fazia quando chegava e saía.
11:39Depois de vigiar e seguir o Kendall,
11:42não conseguimos nenhum motivo para pedir um mandado de busca.
11:47Três meses depois do desaparecimento de Gina Barone,
11:51a investigação estava num beco sem saída e cada vez mais complicada.
11:55E em 7 de março de 1997,
11:59a mãe de Catherine Marsh comunicou o desaparecimento da filha à polícia.
12:03Catherine Marsh era como as outras mulheres que tinham desaparecido.
12:07Miúda, morena, olhos azuis,
12:10uma prostituta que trabalhava nas ruas de Poughkeepsie.
12:13Acontece que Catherine Marsh tinha sido vista pela última vez
12:16em 12 de novembro de 1996,
12:19quatro meses antes, e as pistas já tinham esfriado.
12:22Agora eram quatro mulheres desaparecidas em quatro meses,
12:26de outubro a janeiro, e compreendemos que era um grande problema.
12:29Na época, não tínhamos nenhuma pista sólida,
12:31estávamos nos preparando para o pior, não sabíamos o que estava por vir.
12:36Àquela altura, eles concluíram que não estavam procurando mulheres desaparecidas,
12:41mas corpos ou covas frescas.
12:43Eu queria que o helicóptero da polícia estadual viesse a Poughkeepsie
12:47para sobrevoar as áreas para onde as prostitutas levavam os clientes.
12:54E eu queria que viesse logo,
12:56antes que a vegetação começasse a crescer,
12:59para que pudesse enxergar o chão.
13:02Checamos a margem do rio Hudson,
13:04as ferrovias,
13:05as áreas florestais em torno da cidade,
13:08e todas as áreas onde as prostitutas levam os clientes,
13:11e não encontramos nada, zero.
13:13Meses se passaram sem novidades no caso.
13:16Então, no outono,
13:18mais duas prostitutas desapareceram.
13:21Tínhamos então seis mulheres desaparecidas.
13:24Não havia nenhuma cena do crime
13:26e nenhum indício de que algum crime ocorrera.
13:30Mas agora a polícia tinha a imprensa a seu lado.
13:34Em dezembro de 1997,
13:36o Poughkeepsie Journal finalmente publicou uma matéria sobre o caso.
13:39A manchete era uma pergunta arrepiante.
13:43Há um assassino em série à solta?
13:46Quando o Poughkeepsie Journal finalmente publicou a matéria,
13:49fazia aproximadamente um ano que a Dina estava desaparecida.
13:52Mas eu nunca, nunca parei de pensar.
13:56Onde está a Dina?
13:57Onde está ela?
13:58Sabe?
13:59E a pior parte era que eu achava que ela estivesse presa em algum lugar.
14:04Que ela estivesse viva.
14:06E isso me dava mais medo do que se ela estivesse morta.
14:10Então a história saiu no jornal de Poughkeepsie.
14:14Mas não ajudou a polícia.
14:16Porque ninguém apareceu com nenhuma informação.
14:19A polícia continuou sem nenhuma pista.
14:21Não havia cena do crime e não havia nada.
14:23Fora várias prostitutas desaparecidas.
14:25Não podíamos ficar parados esperando que alguém nos desse informações.
14:30Se não havia informações disponíveis, então tínhamos que sair e falar com as pessoas e continuar a cavar mais fundo.
14:37O tenente Sigrist bolou um plano ousado e não ortodoxo.
14:42Pressionar o único suspeito que tinham, Kendall François.
14:47Em 18 de janeiro de 1998, Kendall François e sua mãe saíram de casa pouco antes das 7 da manhã.
14:54Os investigadores o seguiram em carros comuns.
14:58Esperamos o Kendall deixar sua mãe no trabalho.
15:01Depois nós o seguimos e finalmente nós o paramos e pedimos que fosse até a delegacia para falar conosco.
15:09E ele olhou para mim e disse, tudo bem, tenente, eu sigo vocês.
15:12A sala de interrogatório estava toda preparada.
15:19Colocamos um mapa na parede, circulamos a casa de Kendall François, fizemos um desenho da casa de Kendall no mapa,
15:26para que quando chegasse, ele soubesse que era um suspeito e tivesse algo em que pensar.
15:31Espalhamos pela sala fotos das prostitutas desaparecidas e dele,
15:36para colocá-lo numa situação em que, se ele fosse o responsável, nós perceberíamos e o pegaríamos, embora não soubéssemos.
15:44Se François ficou abalado, não demonstrou.
15:48Ao contrário, manteve uma atitude calma e respondeu todas as perguntas dos investigadores de modo respeitoso.
15:55Até concordou em passar por um detector de mentiras.
15:59Durante o interrogatório, eu não parei de falar do suposto crime em que ele teria estuprado uma garota,
16:04ameaçando-a com uma faca e que ela tinha acusado ele.
16:08Eu continuei perguntando e ele continuou negando, dizendo que ele nunca tinha feito isso,
16:12que nunca tinha ameaçado nenhuma prostituta com uma faca.
16:15Eu continuei pressionando Kendall, perguntando, e ele finalmente disse,
16:19olha, não era uma faca, era uma lixa de metal.
16:21Eu disse, bom, então me leve até sua casa e me mostre essa lixa e podemos resolver isso.
16:25E ele concordou.
16:28Sem pistas para pedir um mandado de busca, a polícia agarrou a chance de entrar na casa do suspeito.
16:34Mas François permitiu que apenas um detetive o acompanhasse.
16:46Fomos até a casa do Kendall e entramos por uma porta lateral.
16:50Eu fiquei chocado com o estado da casa.
16:55Era inacreditável, os armários não tinham portas, tudo estava uma bagunça dentro deles.
16:59Tinha comida apodrecendo sobre os balcões, a pia estava cheia de louça suja e tinha baratas por toda parte,
17:06camadas de larvas vivas e larvas mortas.
17:09Era uma total desordem.
17:11É inacreditável ver uma casa nesse estado.
17:15No entanto, não havia sinal de nenhum crime.
17:18Enquanto andávamos pela casa, ele não deixou que eu entrasse em nenhum cômodo ou abrisse nenhuma porta fora do seu quarto.
17:27E o quarto era pior do que o resto da casa.
17:30Com comida podre, lixo empilhado por toda parte e roupas jogadas pelo quarto todo.
17:37Enquanto ele procurava lixa de unha, eu olhava ao redor tentando encontrar qualquer coisa que eu ligasse às mulheres desaparecidas.
17:43François disse que não encontrava a lixa e, de repente, pareceu nervoso.
17:49Ele me disse, parecendo em pânico, precisamos sair daqui, precisamos sair da casa, não podemos ficar aqui, meus pais não querem ninguém em casa.
17:57Então nós saímos do quarto dele e começamos a descer a escada de volta para o carro.
18:01Eu passei na frente dele porque achei que era uma boa chance de tentar descer até o porão e ver se eu encontrava alguma evidência lá.
18:08Avancei alguns passos na frente dele e comecei a descer a escada do porão.
18:12Então ele agarrou a minha gola, quase me derrubou para trás e disse, a saída não é por aí.
18:18O detetive ficou ainda mais convencido de que François estava escondendo algo.
18:24Não é uma reação normal quando alguém apenas errou o caminho na sua casa ao sair, mas ele ficou muito irritado comigo por causa disso.
18:31Chegou a erguer a voz e me disse, você precisa ir embora agora e me levou até a porta.
18:36Depois, Kendall François foi levado à delegacia da polícia estadual e fez o teste do polígrafo.
18:47Ele respondeu as perguntas e passou no teste.
18:51Nós lhe agradecemos, nós o deixamos em sua casa e voltamos a estaca zero.
18:55Os investigadores estavam perdidos, mas quando parecia que o caso nunca seria resolvido, eles descobriram outro suspeito, cujo passado era sinistro.
19:09Eu já era policial, havia 30 anos naquela época e já tinha visto muita gente e lidado com muita gente.
19:18E quando eu o vi, notei que ele era um cara brutal, que era um cara durão e que era um cara perigoso.
19:23Janeiro de 1998.
19:29Seis prostitutas haviam desaparecido em Poughkeepsie, Nova York e os detetives ainda não tinham nenhum suspeito.
19:36Mas eles continuaram a investigar e chegaram a um cliente de prostitutas chamado Roy Chandler.
19:45No começo ele era apenas mais um cara, mais um suspeito numa série de clientes suspeitos de prostitutas.
19:51Mas nós o investigamos um pouco mais, pesquisamos seu passado e seu histórico e descobrimos que ele tinha extensa ficha criminal.
20:04Seu passado criminal consistia de agressões e, no sul, um estupro e um envolvimento com uma mulher que foi assassinada.
20:16Ligamos para o departamento de polícia da Carolina do Sul, de onde ele era.
20:21Falamos com alguns policiais de lá e eles nos disseram que se mulheres haviam desaparecido aqui, ele podia ser um forte suspeito.
20:31A polícia queria interrogar Chandler, mas ele estava preso na cadeia de Poughkeepsie.
20:35Soubemos que ele tinha sido preso por contratar uma prostituta e que foi mandado para a prisão do condado onde cumpriu uma sentença curta pelo crime.
20:49E soubemos naquele dia que ele seria solto da cadeia à meia-noite.
20:52Então, eu e os outros detetives fomos até lá para encontrá-lo.
21:03E à meia-noite ele saiu e lá estávamos nós.
21:06Dissemos que queríamos falar com ele e vimos imediatamente que aquele cara era, sabe, um criminoso profissional, um cara grandão que não gostava da polícia, isso era óbvio.
21:17Ele chegava a dar arrepios.
21:21É, ele era um criminoso de carreira, certamente não tinha medo de ser interrogado por alguns policiais e, obviamente, seria um osso duro de roer.
21:31Chandler negou veementemente qualquer envolvimento com as mulheres desaparecidas, mas a polícia estava longe de convencida.
21:38E aí, meu irmão, quanto tempo, hein?
21:41Nós o levamos até a casa do irmão, conhecemos o irmão dele, conversamos com os dois e descobrimos que ele não estava morando na casa do irmão, que era uma estranha casinha decrépita no bairro.
21:53Ele morava na floresta, na periferia de Poukipsy, e era um tipo de cigano, um cara que viajava pela floresta e vivia da natureza.
22:01Não encontramos nada na casa do irmão, mas precisávamos revistar a área florestal onde ele estiver acampado.
22:12Poukipsy fica no meio de uma enorme área rural.
22:15Além de ser banhada por um dos maiores rios do mundo, então o que não falta é onde desovar corpos, e ninguém sabia onde procurar.
22:24Então pedimos que ele nos levasse a alguns locais onde ele havia acampado.
22:28E, sabe, era no campo, uma área muito grande, com várias propriedades, e estávamos lá procurando por, bom, seria ótimo se encontrássemos, uma das mulheres lá.
22:39Mas procurávamos evidências de algum tipo de cena do crime, ou de que ele tinha levado alguém para lá, ou de que era o cara que tinha levado as mulheres desaparecidas para lá e as prendido na floresta em algum lugar.
22:50Depois de uma busca rigorosa, nenhuma evidência foi encontrada nos campos ao redor de Poukipsy.
22:58Mais uma vez, sem provas suficientes, a polícia foi obrigada a liberar outro suspeito.
23:05Mas continuou de olho em Roy Chandler e seu irmão.
23:08Foi quando decidimos que íamos precisar de mais ajuda além do nosso departamento.
23:15O chefe recorreu à procuradoria e eles decidiram criar uma força-tarefa com vários membros de diferentes agências.
23:22Em 27 de agosto de 1998, os membros da recém-formada força-tarefa se reuniram com nervosismo para uma entrevista coletiva.
23:32O público exigia respostas que a polícia simplesmente não tinha.
23:36E durante a entrevista coletiva, nossos celulares começaram a tocar.
23:41Todos estavam sendo contatados por suas delegacias.
23:44Fomos avisados que outra mulher havia desaparecido, uma prostituta.
23:48Agora, após seis meses de calmaria, tínhamos mais um caso.
23:53Katina Neumastler era uma menina de Poukipsy.
23:57Cresceu na cidade.
23:58Eu a conhecia desde que era pequena e ela tinha ajudado a polícia no passado.
24:02Apenas dois dias antes, os investigadores haviam falado com ela nas ruas.
24:08Dissemos para ela, tome cuidado com os clientes com quem você sai, com os caras que você não conhece, porque ainda não temos nenhuma pista.
24:15E a Katina, com o jeito dela, disse, não, eu sou esperta demais para cair nessa.
24:19Não se preocupem comigo, eu sei o que eu faço.
24:22E quem diria, dois dias depois, foi Katina quem desapareceu.
24:24Tudo isso acontecia debaixo do nariz da força-tarefa.
24:31E a polícia estava desmoralizada, porque pessoas eram raptadas na rua principal.
24:36Desapareciam e a polícia parecia incapaz de fazer alguma coisa.
24:41Mais uma vez, o tenente Sigrist pediu ajuda.
24:44Liguei para o agente especial com quem eu estava em contato e disse que agora eram oito mulheres desaparecidas.
24:52E eu disse que as últimas duas sumiram na mesma área, em plena luz do dia.
24:58Oi, tudo bem?
24:59O agente especial sugeriu que nós fizéssemos bloqueios nas ruas dos bairros onde as mulheres sumiram.
25:11Os bloqueios foram feitos durante o dia para literalmente arrancar algo da comunidade.
25:16Era algo muito lógico a fazer.
25:18Fomos com carros oficiais da polícia, pedi para minha secretária fazer cartazes e começamos a bloquear as ruas às nove da manhã.
25:26Manem seguiu para um bloqueio aquela manhã com o detetive Bob McCready.
25:32Paramos no sinal vermelho, olhamos para a direita e eu disse para o Bob, olha quem está sentado naquele carro.
25:39Após dois anos de frustração, o detetive estava a um momento da pista que finalmente revelaria a brutal verdade.
25:50Poughkeeps, Nova York.
25:511º de setembro de 1998.
25:54Ainda procurando pistas no caso das prostitutas desaparecidas, os detetives Skip Manem e Bob McCready planejavam passar a manhã falando com motoristas num bloqueio de rua.
26:05Quando eles pararam no cruzamento da Main Street e da Grand Avenue, o cruzamento onde organizamos o bloqueio,
26:13eles viram Kendall Francois parado em seu carro no semáforo.
26:17Eu olhei e disse para o Bob, ei, olha quem está naquele carro.
26:21E era Kendall, um dos nossos principais suspeitos.
26:25E fazia tempo que não o investigávamos porque nenhuma mulher havia desaparecido ultimamente.
26:32Paramos no estacionamento e quando Bob e eu saímos do carro, um cidadão que nos conhece começou a gritar nosso nome e veio correndo até nós.
26:40O cara chegou e gritou, Skip, ei, Skip, tem uma garota aqui que disse que foi estuprada.
26:46E o Skip e o McCready correram para o posto.
26:51Lá, eles encontraram a prostituta Christine Seller, nervosa, com hematomas recentes no pescoço.
26:58Encontramos uma menina parada naquele lugar, obviamente muito nervosa, chorando, agitada, desesperada.
27:07E quase dava para ver as digitais no pescoço dela devido ao sufocamento.
27:13No começo, ela não quis falar com a polícia porque pensou que ia ser presa, que eles tinham mandado de prisão.
27:19Mas finalmente o Skip e o McCready a convenceram a contar o que tinha acontecido.
27:24Ela gritava e chorava histericamente e eu perguntava, quem fez isso? Quem fez isso?
27:29E ela gritou, aquele maldito Kendall tentou me matar.
27:38Segundo Christine, Kendall François a pegou naquela manhã e a levou à casa dele.
27:45Ela também nos informou que tinha saído com Kendall várias outras vezes e que não teve problemas com ele antes.
27:50Eles fizeram sexo no quarto dele, mas quando chegou a hora de pagar, Kendall se tornou violento e agarrou o pescoço dela.
27:59Quanto mais ela se debatia, mais forte ele apertava.
28:03Depois que o Kendall quase a estrangulou e ela quase desmaiou, ela começou a implorar que ele a levasse para comprar cigarros.
28:09Ela estava muito nervosa e chorando e implorando que ele a levasse para comprar cigarros, porque tudo que ela queria era sair daquela casa.
28:16E, inacreditavelmente, ela conseguiu convencê-lo a levá-la de carro até o posto para comprar cigarros.
28:25No carro, Christine se esforçou para disfarçar o medo do homem que quase a matara.
28:31Assim que chegaram ao posto, ela escapou.
28:34Quando saiu do carro para comprar cigarros, ela não saiu mais do posto de gasolina e foi quando nós chegamos.
28:51Nós a levamos para a delegacia e falamos por rádio e telefone com outros membros da força-tarefa.
28:58Eles entenderam que essa vítima podia ser a peça-chave que esperávamos para resolver o caso.
29:05Naquela tarde, a polícia emitiu um mandado de prisão para Kendall François.
29:12Nós decidimos que íamos levar o Kendall para a delegacia para que membros da força-tarefa o interrogassem.
29:19Nós o buscamos e levamos até a delegacia e o interrogamos sobre o que tinha acontecido naquele dia.
29:26Mais uma vez, François não pediu um advogado.
29:29Admitiu a agressão contra Christine, explicando que se enfureceu, mas depois se acalmou.
29:37Estava lhe dando uma carona de volta ao centro quando ela fugiu.
29:40Mas quando os investigadores disseram que iam pedir um mandado de busca para a casa dele, algo mudou.
29:49E Kendall deu um giro de 180 graus.
29:52Foi quando eu disse que nós íamos fazer uma busca na casa do Kendall, que ele entregou os pontos e disse
29:57Me dêem as fotos das prostitutas desaparecidas e me tragam o promotor e eu direi o que aconteceu.
30:03O que se seguiu foi uma bizarra confissão.
30:07Eu peguei a pilha de fotos e coloquei na frente dele.
30:09Ele começou a olhar uma por uma, assim como nós olhamos fotos de família.
30:13Ele olhou algumas, então separou uma e disse
30:15Eu a matei.
30:17Olhou mais algumas, separou outra e disse
30:19Eu a matei.
30:20Foi inacreditável.
30:22Estávamos investigando, havia dois anos, todas aquelas mulheres desaparecidas sem um fio de evidência.
30:28E ele passou pelo teste de polígrafo, foi vigiado e de repente estava confessando ter matado as oito mulheres.
30:34Os investigadores estavam atônitos com a atitude fria de François.
30:39Eu estava observando pelo vidro fosco e...
30:42Ele olhava as fotos e explicava como tinha matado as mulheres, como tinha acontecido.
30:47Ele falava de modo natural.
30:49Essa eu matei, essa eu não matei.
30:52Eu estava em casa, o telefone tocou e o skip disse
30:55Bill, venha para cá agora mesmo.
30:57O Kendall está confessando tudo.
31:00Começou a dizer onde os corpos estão.
31:03Então olhei para minha mulher e disse
31:04Preciso ir.
31:05Eu estava assistindo a confissão numa outra sala.
31:08Eu estava de terno e percebi que os corpos estavam enterrados pela cidade toda, pelo condado ou pelo estado.
31:14Eu liguei para minha namorada em casa e pedi que ela me levasse roupas, sabe, botas de trabalho, jeans e blusões, para eu me preparar para cavar e procurar as vítimas que ele matou.
31:26Não importava onde estivessem os corpos, era um alívio por ter acabado.
31:33Depois de 22 meses estávamos desgastado.
31:37Mas o pesadelo estava longe de ter acabado.
31:41O que Kendall François revelou em seguida, levou os policiais de Poquipse a um dos locais mais sinistros e horripilantes que já tinham visto.
31:49Ela foi levada a um local tão apavorante, que só a ideia da casa ainda estar de pé, me dá arrepios.
32:06Depois de quase dois anos em que mulheres desapareciam das ruas, a polícia de Poquipse finalmente prendeu um suspeito.
32:14Na tarde de 1º de setembro de 1998, Kendall François confessou ter matado as oito mulheres desaparecidas.
32:25E agora, os detetives queriam saber onde estavam os corpos.
32:30A polícia achava que encontraria os corpos na floresta, mas não foi o que aconteceu.
32:35Kendall lhes disse que os corpos estavam no sótão da casa onde ele morava, com a mãe, o pai e a irmã.
32:44Durante todo o tempo em que o Kendall foi um suspeito, nós nunca pensamos nem por um minuto que ele guardasse todos os corpos na casa dele,
32:53enquanto sua mãe, seu pai e sua irmã moravam lá com ele.
32:57Com François preso, a polícia cercou sua casa.
33:05Havia um exército de agentes da polícia do estado de Nova York e da polícia da cidade de Poquipse.
33:10Eles cercaram a casa do Kendall, isolaram a área e então os policiais e detetives bateram na porta com o mandado de busca.
33:19O pai de Kendall atendeu chocado ao saber o que estava acontecendo.
33:24Ele, sua mulher e filha foram levados à delegacia para serem interrogados,
33:29enquanto os peritos entravam na imunda casa para revistá-la.
33:32A casa estava uma bagunça completa, o mau cheiro vinha de várias coisas podres.
33:39Então, por isso ninguém, supostamente, sentiu nenhum cheiro que fosse incomum relacionado a cadáveres.
33:46Eles entraram lenta e metodicamente na casa e demoraram bastante lá dentro.
33:52Eles entraram no sótão e encontraram evidências de restos humanos.
34:00Quando chegaram ao sótão, eles olharam e viram corpos.
34:03Muito claramente, corpos em decomposição.
34:06Eram algumas das vítimas de Kendall François.
34:09Eles tiraram fotos e foram embora.
34:12Não queriam examinar a cena do crime tão tarde da noite.
34:15A casa foi vigiada.
34:17Mas algumas coisas não podiam esperar até a manhã seguinte.
34:21No meio da noite, a campainha tocou.
34:24Eu fui atender e era o Skip.
34:26E eu soube, naquele instante, que ele tinha algo muito importante para me dizer.
34:32Quando entrou, ele disse,
34:35Eu acho que encontramos Gina.
34:37E as mulheres que desapareceram com ela.
34:41Mas não podemos dar certeza até amanhã, quando fizermos uma identificação definitiva.
34:48E eu caí no sofá, atordoada.
34:54Os detalhes da morte de sua filha atormentariam Patrícia pelo resto da vida.
35:00Depois de brigar com o namorado naquela noite fatídica,
35:04Gina começou a procurar clientes.
35:06Ela queria dinheiro para se drogar.
35:09Eram cerca de duas ou três da manhã e Gina estava sozinha na rua Church.
35:14E Kendall François apareceu e Gina confiou nele.
35:17Ela o conhecia, então confiou nele, assim como as outras meninas conheciam e confiavam nele.
35:24Ela e Kendall combinaram um preço e ele a levou a um estacionamento afastado.
35:29Segundo a confissão dele, Gina estava de mau humor e começou a dizer coisas que o irritaram.
35:36Ele agarrou Gina pelo pescoço e fizeram sexo enquanto ela perdia a consciência.
35:42Quando ela voltou a si, ele a sufocou de novo por vários e longos minutos.
35:50Até que finalmente Gina não se mexeu mais.
35:52Depois que matou Gina Barone, Kendall a levou para a casa dele.
36:01Escondeu-a sob um colchão, deixou-a lá por três meses e finalmente levou-a ao sótão,
36:06onde já estava outro corpo, o de Wendy Myers, sua primeira vítima.
36:10Quando a polícia me disse que ela foi morta e que só depois seu corpo foi levado para casa,
36:17eu fiquei aliviada porque seu espírito nunca tinha entrado naquele lugar horrível,
36:23para onde ele tinha levado as outras mulheres.
36:27Na manhã seguinte, a polícia voltou para a casa às oito horas, pronta para analisar a cena do crime.
36:35E a análise da cena do crime demorou 29 dias.
36:38Vãs da imprensa e centenas de moradores se dirigiram para a rua residencial.
36:44Um ou dois dias depois eu fui até a casa, fui com a minha irmã.
36:48Eu estava curiosa, queria ver a casa, eu não senti nada especial.
36:54Mas talvez eu só quisesse ver onde a minha Gina tinha passado aquele tempo.
37:00Os peritos investigaram cada centímetro quadrado da propriedade.
37:04Uma equipe trabalhava no perímetro externo da casa,
37:08varrendo cuidadosamente em busca de fragmentos de ossos
37:11ou outros indícios que pudessem ligar François aos crimes.
37:15Dentro da casa, uma equipe forense investigava o sótão em particular,
37:19mas a casa era tão suja que se você encostasse numa parede,
37:24você ficava com uma camada fina de sujeira grudada na sua roupa
37:29e não era capaz de tirar, sem falar do cheiro da casa.
37:33Havia infestações por toda parte e grandes volumes de excrementos animais.
37:38Mas isso não era nada comparado ao show de horrores no sótão.
37:42No sótão, eles encontraram os restos de cinco mulheres em vários estágios de decomposição
37:47e foi uma visão macabra.
37:49Três dos corpos estavam juntos, embrulhados em plástico.
37:52Parecia que ele já tinha começado a desmembrar pelo menos um deles.
37:56O quarto corpo estava se decompondo numa piscina infantil.
37:59O quinto corpo estava numa lata de lixo e estava tão decomposto que parecia um quadrado
38:06e tão repugnante que um dos peritos não suportou e precisou ser dispensado.
38:11Os três corpos mais recentes foram encontrados no espaço de baixo da casa.
38:27Demorou três dias só para remover os corpos e transportá-los para o necrotério.
38:38Enquanto a investigação da casa continuava, os legistas se apressavam para identificar os restos em decomposição.
38:47Dina foi declarada morta em 13 de setembro de 1998.
38:51Eles usaram sua arcada dentária para identificá-la.
38:54A polícia esperava encontrar a prostituta desaparecida, Michelle Eason, entre os oito corpos.
39:01Mas para a surpresa deles, não só ela não estava na casa, como a oitava vítima era uma completa desconhecida.
39:09Audrey Puglisi era uma mulher de 34 anos que havia se mudado para Poughkeepsie apenas seis meses antes.
39:15Ela era a prostituta e seu desaparecimento nunca havia sido comunicado.
39:19Foi muito triste quando disseram os nomes de todas as meninas e uma delas, Audrey Puglisi, nem fora dada como desaparecida por ninguém.
39:28Era tão triste pensar que alguém podia desaparecer e ninguém sentir sua falta.
39:36Até hoje, Michelle Eason é considerada desaparecida.
39:42Depois de concluída a análise da cena do crime, quase um mês depois, a casa abandonada foi coberta com pichações cheias de ódio.
39:51A família de Kendall François, que ignorava a presença dos corpos na casa, se mudou para outro estado.
39:57Em 13 de outubro de 1998, Kendall François entrou de algemas num tribunal lotado.
40:08Diante de amigos e parentes das vítimas, ele foi formalmente acusado de oito homicídios dolosos, oito homicídios culposos e de agressão por seu ataque a Christine Seller.
40:21Já fui a vários tribunais, já vi vários assassinos, mas com certeza o que mais me assustou foi Kendall François.
40:29Esse homem é a própria encarnação do mal.
40:39Não era difícil imaginar o que ele fez com essas mulheres e a dor que ele causou.
40:43A promotoria pedia a pena de morte, mas aceitou uma confissão de culpa em troca de prisão perpétua sem direito a condicional.
40:51A promotoria decidiu não julgar François, mas fazer um acordo, e o acordo foi basicamente esse.
40:59Ele se confessava culpado por todos os crimes, pegava prisão perpétua, que é o máximo que podia pegar em Nova York.
41:05Poupava as famílias da dor de um julgamento e poupava o estado do custo de um julgamento.
41:11Kendall já tinha dito que confessaria todos os seus crimes, e assim ele pouparia as famílias e os parentes das mulheres desaparecidas do sofrimento causado por um longo julgamento, e aceitaria as oito prisões perpétuas, mas 25 anos pela agressão sexual.
41:27Eu queria que ele desaparecesse, eu não queria vê-lo nunca mais, e o promotor público disse que se houvesse um julgamento e ele fosse condenado, haveria apelações, e aquilo continuaria por muitos anos.
41:43Então acho que assim foi melhor, ele desapareceu, é como se estivesse morto.
41:51Enquanto a cidade de Poughkeepsie continua a superar o trauma, Kendall François está preso em Attica, o presídio de segurança máxima de Nova York.
42:01Graças a dedicação das autoridades locais, ele continuará lá, como prisioneiro número A4160, pelo resto de sua vida.
42:13Temos fotos da Dina pela casa, porque a Nick não se lembra da mãe.
42:26Ela era muito nova, mas nós contamos como a Dina era, e sempre dizemos que ela a amava muito.
42:35Eu sinto um pouco de paz sabendo que ela está num lugar melhor.
42:43Eu sinto um pouco de paz, mas nós contamos como a Dina era, e sempre dizemos que ela está num lugar melhor.
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