Moradora da Rua Padre Jósimo, no bairro do Tapanã, a chef de cozinha Cleia Souza, 59 anos, diz que convive com alagamentos constantes causados pelo transbordamento do Canal do Mata Fome. Segundo ela, o problema ocorre desde janeiro e prejudica a mobilidade e causa outros transtornos para a comunidade, em registro feito dia 13 de agosto.
00:00Hoje nós viemos aqui no bairro do Tapanã, na rua Padre Jósimo, por conta de uma denúncia, de um alagamento que não cessa, de um alagamento que não chega ao fim.
00:10Sobre o assunto, converso com a dona Cleia, moradora da área, que explica essa situação pra gente.
00:16Dona Cleia, esse alagamento, a senhora sabe me dizer há quanto tempo ele persiste por aqui?
00:22Sim, começou em janeiro deste ano, em 2025.
00:25E como é que fica pra transitar? Tem tanta coisa pra gente conversar, mas me explica, como é que vocês convivem com isso aqui?
00:32Olha, nós convivemos assim, entendeu? Pra nós passarmos aqui, entendeu?
00:36As pessoas daqui da comunidade, tanto aqui como do Parque União, entendeu? Na rua Padre Jósimo, e as pessoas também que moram pra lá, porque o Pratinho é dois, entendeu?
00:46Só fizeram essa ponte aqui, vocês estão vendo, entendeu? Porque as pessoas não têm condições mais.
00:53Eu tenho o meu pai, que tem 83 anos, ele não pode mais nem ir pra igreja, entendeu?
00:58Porque não tem como ele passar aqui. Vocês verem, porque esse aqui não seca mais, não seca mais, entendeu?
01:03Então, quer dizer, nós queremos um posicionamento do governo, entendeu? Do prefeito, entendeu?
01:09Pra ele vir olhar pela população aqui, porque nós estamos aqui, olha aqui, ó.
01:13A merced disso aqui, porque não seca mais.
01:15E a ponte improvisada, vocês tiraram do próprio bolso pra construir?
01:19Sim, do próprio bolso. Cada pessoas aqui, cada morador, entendeu?
01:23Coletaram o dinheiro, tudinho. Aí fizemos a coleta, entendeu?
01:27As pessoas, os vizinhos, aí fizeram essa ponte aqui, porque aqui não tinha como a gente passar aqui, porque a gente podia até se contaminar.
01:37Entendeu? Porque essa água aqui, ela não seca mais, ela não seca mais essa água, não. Não seca, não tem como secar mais.
01:42Logo quando chegamos, a senhora falou que outros veículos de imprensa já vieram aqui e nenhum representante do poder público veio pra dar alguma justificativa.
01:51Sim, sim, já veio, sim, várias reportagens já vieram aqui, mas a gente não veio, entendeu?
01:56Nenhuma autoridade, entendeu? Ninguém vim tomar uma atitude, porque todos os moradores aqui da Rua Padre de Ordem, aqui do Parque União, todos pagam em PTU.
02:06Já caiu? Já, não pagamos. Já caiu, sim, já caiu aqui, já se bateu aqui, pessoas de bicicleta, de moto, você tá me entendendo?
02:15A gente não tem uma posição do governo.
02:17Isso aqui é um pedido de socorro, né, dona?
02:19Certeza, com certeza, um pedido de socorro, porque olha aqui, o Mata Fome é aqui, entendeu?
02:23Vocês estão vendo aqui o Mata Fome. Cadê a verba?
02:27Porque verba, eu sei que veio e tem.
02:30Você tá me entendendo? E pra onde é que vai esse dinheiro?
02:33E isso que nós queremos saber, você tá me entendendo aqui, um posicionamento do governo, entendeu?
02:40Porque aqui nós estamos a mecer, porque agora não, porque tá seco, porque não tá chovendo,
02:44mas quando chove, pra vocês terem uma ideia, a água vai até ali, perto daquela ponte ali, ali daquela, o meio daquela Kombi.
02:51Que já tá ruim e piora, então?
02:52Deus, o livro piora, e não tem como passar mesmo aqui, fica interditado, a rua fica interditada, interditada.
02:58Nós estamos aqui, entendeu? Com socorro, entendeu? Pra ver se a autoridade vem, toma, entendeu?
03:04Uma atitude, porque a gente tá me aguentando mais.
03:07Olha como tá aqui a rua, entendeu?
03:09Isso aqui, porque foi, nós fizemos coleta, coletamos aqui, pra fazer aqui, aqui a rua.
03:17Aí como essa água tá aqui, que não cessa mais, como já tá aqui a rua, você tá me entendendo?
03:23Aí não tem condições, não tem, não tem, a gente quer uma atitude, entendeu?
03:28Um posicionamento do governo, entendeu? Pra ele vir aqui olhar por nós.