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Diversão
Transcrição
00:00BILHETES TROCADOS
00:30E a senhora, por que é que está estendendo suas roupas na parte do varal que corresponde a mim?
00:37Porque eu não trouxe a minha régua para medir se eu passei dois centímetros
00:42Mas a senhora não passou dois centímetros, a senhora passou dois metros
00:46A roupa caiu da minha mão
00:49Não, não caiu da sua mão
00:51O senhor jogou no chão com premeditação e aleivosia
00:55Não, não, eu não sei o que a senhora quer dizer com isso
00:57Eita, isso aqui
01:01Esse é o mal de viver com essa gentalha
01:04Tinha que ser o Chaves de novo
01:19A culpa foi toda sua, por que eu vim equilibrando a vassoura
01:23O senhor passou na frente com a cadeira, foi isso, a senhora
01:26Eu passei na frente com a cadeira
01:28A cadeira se mexe
01:30Sim, olha
01:31Tá bom
01:36Quero saber se a cadeira muda de lugar
01:39Sim, ontem ela estava no outro pátio
01:43E também no outro pátio você tropeçou em mim, Chaves
01:46Sim, o senhor foi o culpado porque passou na frente
01:49Ou vai querer negar que não é verdade e que falta com a verdade quando eu digo mentira
01:53O que foi que você disse?
01:57Ah, não se faz de besta
01:58O quê?
01:59Por isso tem sempre um te batendo
02:02Só um?
02:03Todo mundo me bate
02:04E é bem feito
02:05O que é que todo mundo te bate?
02:08É que ninguém tem paciência comigo
02:11É que ninguém tem paciência comigo
02:14Paciência é do que eu preciso
02:18Estou há duas horas tentando ler o meu jornalzinho
02:20E se não me vem você e interrompe
02:22Aparece o senhor Barriga tentando cobrar o aluguel
02:25Ou então vem a dona Florinda e joga a roupa em cima de mim
02:28Ou então vem a Chiquinha e me tira dinheiro
02:30Enfim, não consigo ler de uma vez só
02:32Na escola eles ensinam
02:35O quê?
02:37É verdade
02:38Vocês já ensinaram outros com burrice igual
02:40O quê?
02:44Bom, pensando bem não é num tambugos
02:48Mas o professor Girafales ensina muito bem
02:50Já chega!
02:52Olha, pega sua vassoura e cai fora daqui
03:02Olha, pega sua vassoura e cai fora daqui
03:04Olha, pega sua vassoura e cai fora daqui
03:05Olha, pega sua vassoura e cai fora daqui
03:06Olha, pega sua vassoura e cai fora daqui
03:14Olha, pega sua vassoura e cai fora daqui
03:18Oh, papapapi, Kiko cantou, papapapi
03:23Os seus amigos são mais alegres que chantipi
03:29Olha, Kiko, sabe o que eu vou fazer com a sua bola?
03:37Com minha bola?
03:38Sim, com licença, hein?
03:40Olha, presta atenção
03:41Que divertido, seu Madruga
03:46Faz isso outra vez, sim
03:48O quê?
03:51Ai, sim, o que custa?
03:52É só dar mais duas ou três boladas assim na busca
03:55Ai, sim, não seja assim, anda assim
03:57Ah, claro que sim, Kiko, claro que sim
04:02Eu vou fazer de novo agora mesmo
04:04Presta atenção como se faz, hein?
04:06Como se faz
04:06Sim, seu Madrugue
04:06Presta atenção, hein?
04:08Sim, seu Madruga
04:09Como o senhor quiser
04:10Muito bem, muito bem
04:11Sim
04:12Agora eu pego assim
04:13Eu
04:13Mamãe!
04:16Você é que foi o culpado.
04:18Ah, que culpado? O que aconteceu?
04:20Mamãe, o seu Madruga me bateu com a bola.
04:23Não, não, não, não. É que ele que veio.
04:25Eu explico.
04:27Vamos, tesouro. Não se misture com essa gentalha.
04:31Sim, mamãe.
04:32Gentalha, gentalha.
04:39Gentalha, gentalha.
04:40Com licença, seu Madruga.
04:49Isso.
04:52Sim.
05:00Por favor, seu Madruga.
05:04Você está valendo aqui, olha.
05:06A licencia.
05:10E da próxima vez, vai dar boladas na sua avó.
05:23Seu Madruga, sua vozinha aponta à direita.
05:28Espera aí que eu já vou dizer, Chavinho.
05:32Toma!
05:33Só não te dou outra, porque a minha avó foi centroavante do time da minha cidade.
05:43Dizinho.
05:46Veja o que eu faço com a bola do Kiko.
05:49E ai de você se contar o que foi que eu fiz com ela, hein?
05:52Professor...
06:03Pode-se saber por que causa, motivo, razão ou circunstância me recebe desta maneira?
06:07Bom, na verdade o que eu queria era jogar a bola do Kiko na rua.
06:10Por que causa, motivo, razão ou circunstância queria jogar a bola do Kiko na rua?
06:15Porque não aguento nem o Kiko, nem a bola dele.
06:18Por que causa, motivo, razão ou circunstância não os aguenta?
06:22Pela mesma causa, motivo, razão ou circunstância pelas quais bati no Chaves.
06:26O senhor quer ver?
06:28Chaves, diga por que te bati.
06:30Me bateu sem causa, nem motivo, nem razão ou circunstância.
06:41Muito mal feito, seu Madruga.
06:43Porque as crianças jamais devem ser tratadas de maneira que...
06:45Permita-me que eu lhe explique, mestre Linguista.
06:47O que é contar?
06:48Tá, tá, tá, tá, tá.
06:50O meu nome não é Linguista.
06:51Tá, o meu nome é Gia Fales.
06:54Sim, eu sei disso.
06:55Acontece que os meninos sempre chamam o senhor de mestre Linguista.
06:58Pergunte para o Chaves, que não me deixa mentir.
07:00Eu não sou sua mãe nem nada.
07:03O que disse?
07:04Não é verdade que vocês sempre chamam ele de mestre Linguista?
07:09Sempre não.
07:10Às vezes chamamos ele de trilho em pé.
07:13O quê?
07:14Sim, ou então às vezes também chamam de tobogã de salto alto.
07:20Como?
07:21O tobogã de salto alto.
07:25É bom, mas às vezes também chamamos o senhor de a mangueira de bombeiro.
07:29Mas o melhor de todos é o encanamento de um quilômetro.
07:34Isso, isso.
07:39Encanamento de um quilômetro.
07:41Do que está rindo?
07:43Deus.
07:44Não seja hipócrita.
07:46Será que não sabe o que é preciso para poder rir na frente da minha cara?
07:50Subir numa cadeira.
07:51Quem é?
08:02Quem é o quê?
08:04Ouviu alguém bater na porta?
08:09Fui eu.
08:10Só que foi com a boca.
08:12Ih, não é mais fácil bater na porta com a mão?
08:16Se não fosse para você ser filho da sua mãe.
08:20Mas enfim.
08:21E você?
08:25Não, eu sou órfão.
08:28Bom, mas...
08:29Para conseguir ter uma mãe, me conformava até com a mãe do Kiko.
08:36Chaves?
08:37Hum?
08:37Não sabe o que está dizendo.
08:40Como é que é?
08:41Não, não, nada.
08:42É que eu também sou órfão.
08:43Com licença.
08:47Eu também me com licença.
08:48Pois preste atenção no que eu vou te dizer.
08:52Não te empresto a minha mãe.
08:54Chega aqui com a calma.
08:54Ouviu bem, Chaves?
08:56Não te empresto a minha mãe.
08:59Para o senhor, sim.
09:00Mas o que é isso, tesouro?
09:05Para que todos esses gritos?
09:06E...
09:06Professor Girafales.
09:21Dona Florinda.
09:22Que milagre, senhor, por aqui.
09:26Vim lhe trazer este humilde presentinho.
09:29Outra vez, flores?
09:31Pesouro.
09:32Ai, mamãe.
09:33Mas o professor parece que não sabe comprar outra coisa.
09:36Sempre flores, flores, flores.
09:38Mas acontece que...
09:41Ah, mas por que um dia ele não traz chocolates?
09:43Outro, caramelos.
09:45Outro dia, um relógio de ouro.
09:47Outro dia, um casaco de pele.
09:50Outro dia, um carro último tipo.
09:52Enfim.
09:56Não ligue para ele, professor Girafales.
09:59É que o Kiko adora fazer piada.
10:02Eu já percebi.
10:03Mas não gostaria de entrar e tomar uma xícara de café.
10:08Outra vez, café?
10:10Tesouro.
10:11É por isso que ele sempre te traz só flores.
10:19Bom, além das flores, eu lhe trouxe para outra coisa.
10:22E eu, além do café, posso lhe oferecer um chá?
10:25Mas eu gosto de café.
10:27Ai, eu de flores.
10:29Bom, mas...
10:31Eu...
10:33Na verdade...
10:37Lhe trouxe uns...
10:40Uns...
10:41Uns pensamentos que escrevi para a senhora.
10:46Ai, professor Girafales.
10:50E o senhor mesmo vai ler para mim?
10:53Se a senhora me permite...
10:56Ah, mas é claro que sim.
10:57Pode entrar.
10:58Depois da senhora.
11:00Ai.
11:01Chiquinha.
11:23Chiquinha.
11:24Eu?
11:24Vem cá.
11:25Para quê?
11:27Não faça perguntas e venha aqui.
11:28Mas cadê essa menina que não vem?
11:43Qual?
11:45Você já está bem?
11:46Sim.
11:47Olha, por favor, vá até o açougue.
11:49E diz para o açougueiro me vender fiado isso aí.
11:52De vender fiado?
11:54Sim, claro.
11:55Você tem dinheiro para pagar?
11:58Ah, claro que não.
11:59De onde eu vou tirar dinheiro para pagar o açougueiro?
12:02Bom, pois eu também não tenho dinheiro.
12:04Mas fiado, ele não vende nem sebo para gato.
12:07É possível.
12:08Mas não há pior luta do que aquela que não se enfrenta.
12:10Anda.
12:11Vai, vai, vai.
12:11Tá bom.
12:12Não demore.
12:12E agora, do que está rendo?
12:23Do que você escreveu para o açougueiro.
12:27E o que eu escrevi?
12:28Meu amor.
12:30Como é que é?
12:31Está escrito.
12:33Deixa eu ver.
12:34Ah, mas esse não é o papel que eu te dei?
12:36Ai, como não?
12:37Se você me...
12:37Ah, não.
12:38Aqui está o papel que você me deu.
12:40Esse aí eu achei jogado lá fora no pátio.
12:42Bom, bom, bom.
12:42Vai, vai logo antes que o açougue feche.
12:44Vai.
12:44Anda logo.
13:00Chavinho.
13:01Chavinho, vem aqui depressa.
13:03Chavinho, se liga, cara.
13:06Que?
13:07Escuta, Chavinho.
13:07Meu pai falou para você ir até o açougueiro e para entregar isso para o açougueiro.
13:11Ah, e por que que é?
13:12Não.
13:13Porque ele vai te dar uma gorjeta.
13:15Ah, bom, assim sim.
13:17Vai, Chavinho.
13:28O que você está procurando?
13:29Ah, é que agora há pouco o professor Girafales deixou cair o papel e me disse...
13:34Escuta aqui que vai lá fora ver se por acaso eu deixei cair lá.
13:37Pois eu achei isto aqui no chão.
13:38Eu acho que é do mestre linguiça que...
13:40Ah, sim.
13:41É do professor Girafales.
13:42Como é que sai por aí pegando o que nasceu, é eu?
13:45Ui, que mau humor.
13:48Intrometida.
13:49Bestão.
13:50O que houve, tesouro?
13:51Você encontrou o papel?
13:52Sim, mamãe.
13:53E estava com a Chiquinha.
13:55Ai, obrigada, tesouro.
13:57De nada, mamãe.
13:58Com licença, papi.
13:59Quero dizer, com licença, professor.
14:03Professor Girafales, eu posso ler?
14:08Claro.
14:09São pensamentos que...
14:13Que eu fiz pensando na senhora.
14:16Em mim?
14:19Mas é claro.
14:20Entre outras coisas...
14:24Aí descrevo como a vejo em minha imaginação.
14:29Ai.
14:32Ai.
14:33Ai.
14:41É assim que o senhor me imagina?
14:47Sim, dona Florinda.
14:50Dois quilos de retalho com osso.
14:55Duas pernas de frango.
14:57Que?
14:58Dois pés de porco.
15:00Como?
15:01E um quilo de língua.
15:05É assim mesmo que o senhor me imagina?
15:08Perdão, dona Florinda, mas eu...
15:10Grossero!
15:11Mal criado!
15:13Agora eu percebo que o senhor também pertence à gentalha.
15:17Mas eu...
15:17Sim, mamãe.
15:18Sim, mamãe.
15:20E leve essas porcarias de flores.
15:49E também essa porcaria de chapéu.
16:00E também essa porcaria de chapéu.
16:00O que houve, tesouro?
16:21Você encontrou o papel?
16:22Sim, mamãe.
16:23Estava com a Chiquinha.
16:27Com a Chiquinha?
16:28E o açougueira me disse que se o senhor mandar de novo outro recadinho como esse pra ele, ele faz picadinho do senhor, hein?
16:38E tem toda razão.
16:39Dá uma olhadinha nisso aqui.
16:43Mas lê em voz alta, por favor.
16:46Apresentei a pistola.
16:48Sim.
16:49O quê?
16:50Aqui diz, apresentei a pistola.
16:53Olha aí, tá aqui.
16:53Deixa eu ver.
16:56Apresentei a pistola.
16:59Isso, isso, isso, isso, isso, isso, isso.
17:02Apresentei o quê?
17:04Epístola.
17:05Você não sabe o que é uma epístola?
17:07Ah, sim.
17:11A pistola é como uma carábina, só que menorzinha.
17:16Vê se pode.
17:17Vê se pode.
17:18Epístola é uma carta.
17:21Entendeu?
17:23Continue, continue.
17:24O que mais?
17:26Escrevi porque quero tonto.
17:29Como?
17:30Aqui diz, escrevi porque quero tonto.
17:32Escrevi porque quero tonto.
17:35Apresentei a pistola, escrevi porque quero tonto.
17:39Ah, isso.
17:40Continue.
17:40Lhe afanar as minhas três Terezas.
17:44O quê?
17:45O quê, Tereza?
17:46O quê?
17:47Lhe afanar as minhas três Terezas.
17:50E falar de minhas tristezas, Chaves.
17:55Continue, continue.
17:57Para príncipe da condessa.
18:00Para...
18:00Para príncipe da condessa.
18:04Para princípio de conversa.
18:08Isso, isso, isso, isso, isso, isso, isso.
18:10Continue, vai, vai.
18:12Eu tenho que pegar teu bruto.
18:15Como é que é?
18:16Não, isso tá assim, olha.
18:17Eu tenho que pegar teu bruto.
18:20Eu tenho que pagar tributo.
18:23Eu tenho que pagar tributo à sua beleza.
18:26Isso, isso, isso, isso, isso, isso, isso.
18:28E você diz que eu aqui não sei ler, não é?
18:31Bom, é que eu não consigo ler muito bem, porque sabe...
18:34Sabe morder minha língua.
18:37Tá bom, tá bom.
18:38Em frente.
18:39Não, atrás, perto da campainha.
18:41Eu mordi quando...
18:41Quando digo em frente, é pra prosseguir, Chavinho.
18:44Ah.
18:45Ah, segue, segue.
18:46O que mais?
18:46Onde tava?
18:47Tenho que pagar tributo à sua beleza.
18:51É, sim, isso.
18:52Segue.
18:53Cebolas, alhos.
18:55Ceb...
18:55O quê?
18:57Cebolas, alhos.
18:59Tá aqui.
18:59Seus belos olhos.
19:02Isso, isso, isso, isso.
19:04Isso.
19:05E em sua beca?
19:07Boca.
19:08Em sua boca.
19:09Em sua boca.
19:12Sorriso ao usar dentes.
19:14Sor...
19:14Bom, isso é verdade, porque pra sorrir tem que usar os dentes, né?
19:18Sorriso ao usar dentes.
19:19Segundo, é que se nota que tem dente.
19:21Deixa ver, onde está?
19:22Aqui, em sua boca.
19:24Sorriso ao usar dentes.
19:25Em sua boca, sorriso ao usar dentes.
19:29Ah, isso, isso, isso, isso, isso, isso.
19:31Por isso, quero lhe dizer...
19:35Quero lhe dizer...
19:38Que a senhora tenha cerveja...
19:40Certeza.
19:43De que me agrada minto.
19:45Muito.
19:47Mas continue, com o que mais, o que mais?
19:49Não, agora acabou.
19:52E ainda bem, né?
19:53Porque...
19:54Porque eu não entendo por que o senhor escreve essas coisas lá pro açougueiro, viu?
19:58Não, Javinho, não fui eu que escrevi isso.
20:00Esse não é o papel que a Chiquinha encontrou lá fora.
20:03Bom, foi ela que me deu.
20:05Exatamente.
20:06E você não viu as iniciais que estão embaixo da carta?
20:09Quais?
20:10Um P e um J.
20:13Sabe o que isso significa?
20:15Professor Girafales.
20:17Exatamente.
20:18E isso quer dizer que...
20:20Nossa.
20:22Isso quer dizer que fui eu quem escreveu esta carta.
20:24É isso mesmo.
20:25Ah, então vou lá dizer pro açougueiro quem é que manda recadinho pra ele.
20:29Pera aí, tá?
20:30Um momento, Chaves.
20:32Pode me dizer, então, quem escreveu este outro papel?
20:36Foi meu pai.
20:39Claro.
20:40É, foi eu, fui eu que escreveu...
20:41Mas e agora?
20:45Posso saber por que me bateu?
20:47Calhe a boca!
20:49Professor, me desculpe, mas eu tenho que...
20:51Calhe a boca!
20:52Me desculpe por insistir pra...
20:54Calhe a boca!
20:56Me desculpe, mas eu devo insistir que...
20:58Calhe a boca!
21:01O quê?
21:03Um momento, tesouro.
21:05Deixa que eu cuido disso.
21:06E eu, Tano?
21:07Pera aí, vamos conversar.
21:09Pera aí.
21:09O que vão fazer com ele?
21:19Chaves, você não sabe que minha mãe não gosta que pendurem as coisas do seu Madruga no varal dela?
21:24Mas foi sua mãe mesmo que pendurou ali.
21:27E...
21:28Chaves, Chaves, Chaves, Chaves, todos os atentos olhando pra te ver.
21:53Aí vem Chaves, Chaves.

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