José Maria Trindade analisa a pressão política sobre o governo após o presidente Lula (PT) vetar o projeto de aumento no número de deputados. Trindade classifica a proposta original como uma "proposta indecente".
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00:00O Zé Maria Trindade já está conosco e ele que acompanha muitos bastidores da política lá em Brasília.
00:03Zé, seja muito bem-vindo, meu amigo. E eu quero ouvir de você se esse veto de Lula foi uma questão de rixa política
00:09ou se realmente revelaria uma vontade profunda do presidente da República em não permitir que os assentos aumentassem.
00:18Boa tarde.
00:20Muito boa tarde, boa tarde a todos.
00:22Olha, esse projeto é uma proposta indecente e foi muito negociada nos bastidores, negociada ali de uma forma muito caladinha
00:33e o presidente da Câmara assumiu ali um compromisso com vários representantes de Estados
00:40exatamente para aprovar este projeto indecente que passou rapidamente na Câmara e rapidamente no Senado.
00:47Me impressionou o posicionamento do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, dizendo de uma maneira muito desdenhosa
00:55de que promulgaria em minutos se o presidente Lula não vetasse ou sancionasse a lei, ou seja, deixasse vencer o prazo.
01:06E havia mesmo a negociação.
01:08Inclusive a ministra Glaze Hoffman entrou nesse processo de negociação
01:13e chegou a sugerir que o presidente Lula não sancionasse e não vetasse.
01:18Nesse caso, sobraria para o presidente do Congresso, que é o presidente do Senado, né, que sancionasse.
01:26O prazo seria ontem e foi até a última hora e foi publicado num diário oficial retroativo a ontem.
01:34Então, ontem se publicou um diário oficial e hoje é possível porque é eletrônico, né, com data de ontem.
01:41E isso na última hora já estava tudo definido.
01:45Mas, enfim, é legal estar, portanto, vetado.
01:48E aí o que eu ouvi?
01:50É que dificilmente o veto do presidente Lula cai no Congresso.
01:54Não há uma maioria sólida para derrubar esse veto do presidente.
01:59Primeiro pela impopularidade, né, e foi isso que moveu o presidente Lula a vetar.
02:05Esta impopularidade do projeto.
02:07Ninguém gostou da ideia.
02:10Olha, me dizem lá que só tem um ponto mais detestado pela população do que decisões do Supremo.
02:19É o Congresso e principalmente o Senado.
02:22O Senado é impopular.
02:24E aí o que acontece?
02:25No Senado foi à margem.
02:2741 votos, né, que são os necessários para a derrubada de um veto presidencial.
02:33E para atingir os 41, o presidente da mesa, Davi Alcolumbre, teve que sair da mesa diretora, porque o presidente não vota, e foi para o plenário votar para atingir os 41 votos.
02:45Ou seja, pode até passar no Senado, mas não passa... pode até passar na Câmara o veto, mas não derruba no Senado.
02:54É a ideia geral.
02:54Então, há uma desistência, o Centrão desistiu.
02:58Esse projeto é indecente porque ele muda tudo.
03:02A representatividade dos estados, quer dizer, a Constituição manda dar uma representatividade e o projeto bula.
03:10Porque, tá, aumenta o número de deputados nos estados que aumentaram o número de eleitores.
03:16Mas não tira do outro que não aumentou, que diminuiu, né.
03:19Então, burla essa representatividade que a Constituição exige.
03:24Nem falando em gastos, né, que aumentam.
03:27O presidente da comunidade tem a coragem de dizer, não vai aumentar como?
03:30Se você aumenta 18 gabinetes, 18 cotas de telefone celular, de assessores, de gastos e salários.
03:41Como?
03:41Não vai aumentar.
03:42É claro que aumenta mesmo o gasto.
03:44Mas eu acho que o mais grave mesmo é essa burla na representatividade dos estados.