- anteontem
A Polícia Federal cumpriu, nesta terça-feira (08), um mandado de busca e apreensão na Câmara dos Deputados para investigar desvio de recursos públicos e fraudes em licitações no Ceará. A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. A operação apura o desvio de verbas públicas por meio de emendas parlamentares. Um dos mandados foi cumprido no gabinete do deputado federal Júnior Mano, do PSB. A bancada do Linha de Frente, coordenada por Fernando Capez e com comentários de Carla Beni, Thulio Nassa, Rodolfo Mariz e Henrique Krigner, analisa os desdobramentos.
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NotíciasTranscrição
00:00Vamos começar já com um assunto quentíssimo.
00:04Operação da Polícia Federal.
00:07A Polícia Federal cumpriu, na manhã de hoje,
00:11um mandado de busca e apreensão na Câmara dos Deputados
00:17para investigar desvio de recursos públicos
00:21e fraudes nas licitações no estado do Ceará.
00:26A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.
00:33A operação apura, olha lá, desvio de recursos públicos em emendas parlamentares.
00:42Só tem rolo nessas emendas.
00:45Um dos mandados foi cumprido no próprio gabinete do deputado federal,
00:50que é o júnior mano do PSB.
00:54Em nota, a assessoria do parlamentar afirma que ele não exerce qualquer função executiva,
01:00a gente sabe, ele é deputado, ou administrativa em prefeituras.
01:04Não participa de comissões de licitação, ordenação de despesas
01:08ou fiscalização de contratos administrativos.
01:11E diz que tem plena convicção que ao final da apuração,
01:14a verdade dos fatos prevalecerá com o completo esclarecimento das circunstâncias
01:19e o reconhecimento de sua correção de conduta.
01:24A liderança do PSB na Câmara também se posicionou.
01:28Diz que espera que todos os fatos sejam investigados e esclarecidos o mais breve possível,
01:34respeitando o devido processo legal e a ampla defesa do deputado Júnior Mano.
01:39Bom, vamos começar aqui com Henrique Kriegner.
01:43Henrique Kriegner.
01:45Claro, respeitando o princípio da ampla defesa,
01:50o devido processo legal e o princípio do estado de não culpabilidade.
01:56Vamos aguardar antes de jogar pedra ou tirar conclusões.
02:01Mas é uma operação.
02:02Se o ministro determinou a busca e a apreensão,
02:05pelo menos os indícios existiam ou existem.
02:08Agora eu pergunto a você.
02:11É uma vergonha o Congresso Nacional
02:14estar batendo o pé da maneira como está,
02:18por emenda parlamentar,
02:20como se emenda parlamentar fosse a salvação da humanidade.
02:24Se não tem emenda parlamentar,
02:26o Congresso Nacional protesta,
02:29suspende o aumento do UF, fez muito bem de suspender,
02:33mas age com motivações que são motivações muito discutíveis.
02:38Você vê lá, vira e mexe a emendinha parlamentar
02:41para fazer obra para a empreiteira do próprio parlamentar
02:44ou ligada ao parlamentar.
02:46Ou vai o dinheiro para ONGs que não tem nenhuma transparência,
02:50não sabe quanto gastou, como é que esse dinheiro foi gasto,
02:52se está voltando ou não está voltando.
02:54Enfim, são 64 bilhões de reais para o ano que vem
03:00num orçamento, num país que está com déficit fiscal exacerbado
03:06e uma dívida de um trilhão de reais.
03:08Eu queria te ouvir, Henrique Kriegner.
03:11É falta de patriotismo?
03:13Será que não querem vestir a camisa, cooperar?
03:16Não está na hora de acabar com essas emendas parlamentares?
03:18Ou será que esse governo está tão por baixo
03:22que não tem autoridade para fazer isso?
03:24Resposta é sim para as duas perguntas, Capês.
03:27Boa tarde a você, todos os colegas de bancada
03:29e aqui também toda a nossa audiência.
03:31Mais um escândalo envolvendo as emendas parlamentares.
03:35Como você bem colocou aqui,
03:37não é novidade o que tem acontecido
03:39com a questão das emendas parlamentares.
03:41Nós temos visto isso vez após vez.
03:43Vimos no final, no encerramento do ano passado,
03:45de 24 para 25, aquela paralisação promovida ali
03:49pelo ministro Flávio Dino, do STF,
03:51colocando um fim nas emendas PIX,
03:54um fim naquelas emendas que você tinha o destinatário oculto.
03:58Mas as emendas continuam sendo pagas.
04:00As emendas continuam...
04:01O orçamento para as emendas, Capês,
04:03continua saindo todos os anos
04:05e nós não vemos vozes relevantes
04:08dentro do Congresso Nacional.
04:10E que eu quero dizer, o presidente da Câmara,
04:13o presidente do Senado
04:14e grandes lideranças dos maiores partidos
04:17sendo contrários a isso.
04:19Parece que está tudo bem
04:20nós gastarmos esses 60 bilhões por ano.
04:22Parece que está tudo bem
04:23a maneira como as emendas estavam acontecendo.
04:26Vamos lembrar aqui,
04:27e essa é uma análise que a gente precisa fazer,
04:30que nós temos partidos de direita,
04:32partidos de centro e partidos de esquerda
04:34se comportando da mesma maneira
04:37no gasto da emenda parlamentar.
04:39Isso é vergonhoso.
04:40Então, para que nós precisamos?
04:42O que é essa orientação ideológica
04:44que muitas vezes é tão preponderante
04:47e que às vezes até causa certas divisões?
04:49Por que que na hora de gastar as emendas,
04:51de aplicar as emendas,
04:52nós não vemos reflexo dessa ideologia também?
04:54Isso precisa ser analisado.
04:56Por que tem tantos deputados
04:57que cobram o governo federal
04:58de ajuste fiscal,
04:59mas continuam também fazendo emendas
05:01e usaram muito das emendas PIX
05:03quando elas se fizeram liberadas?
05:05Então, o grande ponto aqui
05:06que nós precisamos entender é
05:07ano que vem nós temos eleições.
05:10Será que nós, como sociedade,
05:11vamos colocar ali como um critério
05:14aqueles que são a favor de uma reforma
05:16nesse sistema de emendas?
05:17Porque, Capês,
05:18os municípios brasileiros já não aguentam mais.
05:21Eles não conseguem mais ficar dependendo.
05:24É vergonhoso.
05:25A situação até é vexatória,
05:27muitas vezes,
05:27que prefeitos, vereadores
05:29ficam lá na porta do deputado
05:31implorando por um dinheirinho de emenda
05:33para poder pagar uma ambulância,
05:34para poder pagar uma reforma de uma quadra,
05:37para poder fazer uma nova obra,
05:40uma nova praça.
05:41O dinheiro é gerado no município,
05:43o dinheiro é gerado no Estado.
05:44Então, por que não manter esse dinheiro
05:47no município, no Estado,
05:49e permitir com que, então,
05:50o parlamentar dessas regiões
05:52e o líder do executivo dessas regiões,
05:54também desses níveis
05:55da nossa União,
05:59possam, então, decidir
06:00para onde vai esse dinheiro.
06:02Essa maneira confusa
06:04de que o orçamento
06:05está organizado no Brasil,
06:06abre espaço justamente para isso.
06:08Claro, vai se,
06:09o deputado vai poder se defender,
06:11mas como você falou,
06:12se não houvesse indícios,
06:13se não houvesse indícios,
06:14nós não teríamos
06:15essa investigação acontecendo.
06:17Professora Carla Bene,
06:20a emenda parlamentar
06:22até tem sua razão de ser,
06:24ou seja,
06:24é aquela ruazinha
06:25que precisa ser asfaltada
06:27e a administração central
06:28não consegue enxergar
06:30como prioridade,
06:31é aquela entrada
06:32do pronto-socorro
06:33de uma cidade do interior
06:35que precisa ser feita novamente
06:36porque ela confunde
06:37a entrada de pronto-socorro
06:38com recepção de pacientes.
06:41Enfim,
06:42sempre tem alguma coisa menor
06:44que seja feita
06:45e que é importante
06:46que os olhos do deputado
06:47alcançam
06:48o que a administração não viu.
06:50O que eu não consigo entender
06:52é
06:53uma emenda parlamentar
06:55que é a emenda PIX.
06:57Ou seja,
06:57o parlamentar,
06:58senador ou deputado
06:59envia aquele valor
07:01e cai numa conta comum
07:03da prefeitura.
07:05Ou seja,
07:05ele não sabe
07:06para onde vai este dinheiro.
07:08Ele colaborou com a prefeitura
07:09mas não tem aquela obra específica.
07:11Então,
07:11não há o proveito político imediato.
07:14Por que ele quer
07:15que o dinheiro fique misturado
07:17no caixa da prefeitura
07:18e ninguém saiba
07:19para onde está indo?
07:20Para dificultar o rastreamento?
07:22Pode ser.
07:23Depois,
07:24emenda de comissão.
07:25Você não sabe
07:26quem é que está mandando o dinheiro
07:27porque é a comissão
07:28que você está enviando.
07:29Qual é o proveito político
07:30que ele vai ter?
07:31E o que é pior,
07:33emenda que vai para outro estado
07:34onde o parlamentar
07:36não tem voto.
07:38Pergunto a você,
07:40você sabe muito melhor do que eu,
07:42no final dos anos 70,
07:43o Brasil era a sétima
07:45maior economia do mundo.
07:47Estava à frente da Índia,
07:48à frente da China,
07:49por exemplo.
07:51Hoje,
07:51no Hemisfério Sul,
07:53a China ultrapassou o Brasil
07:54e deixou o Brasil
07:55comendo poeira.
07:56Com todos os problemas
07:58têm a China,
07:59um bilhão e quinhentos milhões
08:00de pessoas para alimentar.
08:03O problema nosso,
08:04qual é?
08:04É falta de seriedade
08:06nas gestões,
08:07falta de continuidade
08:08na administração,
08:10corrupção,
08:10falta de comprometimento,
08:12falta de visão pragmática.
08:14O que acontece com esse país
08:15e mais um mau exemplo
08:17de gestão de dinheiro público
08:19que está nas emendas parlamentares,
08:21independentemente da condição
08:23do deputado
08:23que está sendo investigado.
08:25Boa tarde, Capês,
08:26meus amigos de bancada.
08:29É um somatório,
08:30na verdade,
08:31não é, Capês?
08:31É um somatório
08:32de problemas
08:33que nós temos,
08:34mas se a gente ficar atento
08:36a essa questão,
08:37por exemplo,
08:37específica das emendas
08:39e pegando um pouco
08:40o assunto anterior,
08:41agora,
08:42muito bem falado
08:43pelo Henrique,
08:43que é o fato
08:44de que você tem
08:45tanto a direita
08:46quanto a esquerda,
08:47que você tem essa união,
08:49ou seja,
08:49em relação às emendas
08:50e a gente também
08:51não pode esquecer
08:51o fundo eleitoral.
08:53Então,
08:54o fundo eleitoral também,
08:55todo mundo vota
08:56em conjunto.
08:57Por isso que essas discussões
08:58familiares,
08:59elas precisam até
09:00ser repensadas,
09:01porque na hora da emenda
09:03e do fundo eleitoral,
09:04todo mundo tem a mesma opinião
09:06a esse respeito.
09:08Então,
09:08quando a gente pega
09:09essa construção
09:10do Brasil lá atrás
09:12e até pensando hoje,
09:14a gente vê
09:14uma dissociação
09:16entre o Congresso
09:18e a materialidade
09:19e a necessidade
09:20da população.
09:21a gente está cada vez mais
09:23e agora
09:24com essas notícias
09:26mais quentes,
09:27digamos assim,
09:28vendo essa separação
09:30entre aquilo
09:31que o Congresso
09:32diz que nos representa
09:33e a nossa realidade
09:34do dia a dia.
09:36Quando a gente pega
09:36as emendas,
09:37capês,
09:37lá no começo
09:38do governo Dilma,
09:40vou voltar um pouco
09:41lá atrás,
09:42a gente tinha uma ordem
09:43de 5 bilhões
09:44e ela está prevista
09:45na Constituição.
09:47Você pode ter
09:48algumas verbas específicas
09:50exatamente com os pontos
09:51que você acabou de falar,
09:53algo que o município
09:55enxerga
09:55e a federação
09:56acaba não enxergando,
09:57a União,
09:58desculpa,
09:59acaba não enxergando
09:59da mesma forma.
10:01Só que o que nós
10:02estamos observando
10:03desde o governo Dilma
10:04até agora,
10:05o momento do governo Lula 3?
10:07A pressão
10:09que é feita
10:10entre o Legislativo
10:12e o Executivo,
10:13ele está drenando
10:14o orçamento.
10:15Então,
10:16o orçamento
10:16está sendo drenado
10:18do Executivo
10:19para o Legislativo.
10:21E o que morre
10:22aqui no meio do caminho?
10:23O planejamento
10:24de longo prazo,
10:25porque planejamento
10:27estratégico,
10:28investimentos,
10:29por exemplo,
10:30um exemplo simples,
10:31nós estamos tentando,
10:33o Brasil está tentando
10:34executar o PAC 3,
10:36que é importante
10:37porque o investimento
10:38de hoje
10:39é o emprego
10:39de amanhã.
10:40E nós tivemos agora,
10:42nos últimos ajustes
10:43orçamentários,
10:45a retirada
10:46de 10 bilhões
10:47do PAC
10:48para as emendas
10:49parlamentares.
10:50Então,
10:50é esse dreno
10:51capês que eu estou
10:52mencionando
10:53a respeito
10:54dessa saída
10:54do orçamento
10:55que sai do Executivo
10:57e vai para o Legislativo.
10:59Ou seja,
10:59a próxima gestão,
11:00seja ela qual for,
11:01vai ter cada vez
11:02menos condições
11:03de conseguir trabalhar
11:05projetos de longo prazo.
11:07Pois é,
11:07muito bem, professora.
11:08Nós temos aqui também
11:09o professor Túlio Nasa,
11:12que é especialista
11:13em finanças públicas,
11:16direito público,
11:17e já foi gestor público,
11:19já trabalhou
11:19em administrações municipais,
11:20então ele conhece
11:21o funcionamento
11:22da máquina,
11:23eminente e distinto professor.
11:25Como o senhor analisa,
11:27professor Túlio Nasa,
11:29essa questão
11:30das emendas parlamentares
11:32no aspecto quantitativo
11:34e também na forma
11:37de pouca transparência
11:39com que esses recursos
11:40são geridos,
11:41são gestados?
11:42qual a sua visão,
11:44qual seria a solução?
11:45Nós estamos falando
11:45que praticamente
11:46o orçamento
11:47das emendas parlamentares
11:49equivale ao déficit fiscal.
11:52Nós temos um Congresso
11:54Nacional que já custa
11:5511 bi por ano,
11:58o orçamento do Supremo
11:59é 1 bi,
12:00então nós temos
12:01muitos gastos,
12:03gastos do orçamento público,
12:05e, no entanto,
12:07as finanças continuam
12:08andando de maneira trôpega.
12:10como gestor,
12:12como professor,
12:13qual a sua visão,
12:14qual a sua proposta,
12:15como solucionar,
12:16enfrentar esse tema
12:17que tem condenado o Brasil
12:19a um crescimento lento,
12:22ou seja,
12:22quase é uma estagnação
12:24no crescimento do seu PIB.
12:26A gente leva 10 anos
12:28para fazer o óbvio
12:29e ainda patina
12:30no décimo primeiro ano.
12:32Boa tarde, Capês,
12:34boa tarde aos amigos da mesa,
12:36boa tarde à audiência
12:36da Jovem Pan.
12:38Olha, Capês,
12:38o que você falou
12:39é o puro suco
12:41do que é
12:42o orçamento público brasileiro.
12:44Infelizmente, Capês,
12:46por quê?
12:46Vamos tentar explicar
12:47aqui para a audiência.
12:48Essas emendas parlamentares
12:50que hoje representam
12:5150 bilhões de reais
12:53do orçamento,
12:54elas servem
12:54para que
12:55os congressistas
12:57enviem recursos
12:58às suas bases eleitorais,
13:00aos municípios,
13:01para que os municípios
13:02façam pequenas obras,
13:04pequenas intervenções,
13:05como asfaltar uma rua,
13:07como construir
13:08uma unidade
13:08de defesa animal,
13:11que eu já vi muito
13:12unidade de defesa animal
13:13sendo construída
13:14por conta dessas emendas.
13:16Então,
13:16parece,
13:18num primeiro momento,
13:19que seria uma medida boa,
13:20seria uma medida
13:21em que
13:22a população
13:23daquele local
13:24se beneficia
13:25de algo
13:25que o governo federal
13:26não está vendo,
13:27como você bem colocou.
13:28Mas tem um ditado alemão,
13:30Capês,
13:30que diz que o diabo
13:31mora nos detalhes.
13:32Por quê?
13:33Porque não é papel
13:34do governo federal
13:36asfalto à rua
13:37de município.
13:38Qual é o papel
13:39do orçamento
13:40do governo federal?
13:41É exatamente
13:43esse que está o ponto.
13:44O diabo mora nos detalhes.
13:45O dinheiro
13:46do governo federal
13:47serve para projetos
13:48estruturais no Brasil,
13:50projetos de infraestrutura,
13:52projetos que realmente
13:53façam o Brasil avançar.
13:55Por exemplo,
13:56ferrovias,
13:57a parte da questão
13:58da energia
13:58que requer muitos investimentos,
14:01a questão de infraestrutura
14:02para combater mudanças climáticas.
14:04Veja o que aconteceu
14:05no Rio Grande do Sul,
14:06veja o que aconteceu
14:07com a seca
14:08e as queimadas
14:08no Mato Grosso.
14:09É preciso de muito recurso
14:11canalizado
14:12a longo prazo
14:13para resolver
14:14esses problemas,
14:15para gerar
14:15uma infraestrutura melhor
14:17no país.
14:17E esse dinheiro
14:18sai do orçamento
14:19do governo federal.
14:21Então,
14:21o orçamento
14:21do governo federal
14:22acaba sendo pulverizado
14:24para essas obras
14:25de pequena monta.
14:26E olha só o absurdo.
14:28Se nós formos
14:28para os Estados Unidos,
14:30que é um país
14:30que discutiu muito
14:31essa questão
14:32das emendas comunitárias,
14:33lá eles chamam
14:34de emendas comunitárias.
14:35Eles limitaram
14:36a 1%
14:38do total
14:39das despesas
14:40discricionárias
14:41do orçamento americano.
14:43Aqui no Brasil,
14:44esse montante
14:45é de 25%
14:47das despesas discricionárias,
14:48ou seja,
14:4925 vezes mais
14:51do que nos Estados Unidos.
14:52E o que são
14:52despesas discricionárias
14:54para a audiência entender?
14:56São as despesas
14:57de investimento,
14:58porque o orçamento público
14:59ele é comido,
15:01ele é corroído
15:0250% de despesa
15:03de pessoal,
15:0525% de despesas
15:06com a educação federal,
15:0818% com saúde,
15:09entra meio ambiente,
15:10os outros ministérios.
15:12O que sobra
15:12de investimento
15:13é muito pouco.
15:14Então,
15:1525%
15:16de todo
15:17investimento
15:18nacional
15:19está na mão
15:20das emendas parlamentares.
15:22E a gente tem visto
15:23que se não bastasse
15:24o absurdo
15:25que é na sua origem
15:26e na sua quantidade,
15:27os desvios
15:28que vêm acontecendo.
15:30Então, Capês,
15:31infelizmente
15:32é uma realidade
15:33que precisa ser mudada.
15:35E aí eu perguntei,
15:36por exemplo,
15:37para o governador
15:38Eduardo Leite.
15:39Eduardo Leite,
15:39o senhor que está
15:40se colocando
15:41como possível candidato,
15:43caso o senhor
15:43eventualmente vença,
15:44como que o senhor
15:45vai resolver
15:46o problema das emendas?
15:47Sabe qual foi
15:47a resposta dele, Capês?
15:49Ele me deu
15:49um largo sorriso,
15:51irônico,
15:52e disse,
15:52Túlio,
15:53você quer que eu resolva
15:54o maior problema
15:54do Brasil
15:55com passe de mágica?
15:57É muito difícil.
15:58Então,
15:59a resposta dele foi,
16:00nós temos que dialogar,
16:01dialogar,
16:01dialogar,
16:02ou seja,
16:03me deixou pessimista,
16:04porque é uma matéria
16:06muito cara
16:07para o Congresso Nacional.
16:08O Congresso Nacional
16:09vai vender,
16:10se é que vai vender isso,
16:11muito caro, Capês.
16:13Pois é,
16:14ou mudar a composição
16:16do Congresso Nacional,
16:17mas infelizmente
16:18entra ano,
16:18sai ano,
16:19entra legislatura,
16:20sai legislatura,
16:22o perfil continua
16:23o mesmo,
16:24não é verdade?
16:25E é aquele parlamentar
16:26que gosta do like,
16:27você vota por causa do like
16:29que você viu
16:29naqueles 30 segundos,
16:30então você conhece
16:31só a casca da cebola,
16:33não o conteúdo.
16:34meu querido Rodolfo Maris,
16:37esse Congresso Nacional,
16:39e é claro,
16:39o Poder Executivo também,
16:41o governo,
16:43não fazem a reforma administrativa.
16:46Nós tivemos aí,
16:47o atual governo
16:47está há 18 anos no poder,
16:50e não deu conta
16:51de organizar uma bancada,
16:53uma maioria,
16:54para fazer uma reforma administrativa.
16:56E fazemos a reforma tributária
16:58antes da administrativa,
16:59ou seja,
16:59antes de saber
17:00quanto eu tenho que gastar,
17:01antes de racionalizar
17:02o meu gasto,
17:03eu quero saber
17:04quanto eu tenho que arrecadar.
17:06Agora,
17:06estão querendo aumentar
17:07o IOF para quê?
17:09Para pagar dinheiro
17:09para a emenda parlamentar
17:11para acontecer
17:11esse tipo de situação?
17:13Por exemplo,
17:14eu quero te ouvir,
17:15Rodolfo Maris.
17:17Boa tarde, Capês,
17:18boa tarde,
17:18meus amigos de bancada,
17:19você que nos assiste.
17:20Capês,
17:21e já com uma anotação aqui
17:23de uma herança maldita,
17:25né?
17:25O governo já sinalizou
17:26que 2027,
17:28não teremos dinheiro
17:29para nada,
17:30ou seja,
17:31quem segurar esse rojão
17:32em 2027
17:33pode até ser
17:34que seja
17:35o atual presidente
17:36da República,
17:37vem para uma campanha eleitoral
17:38aí,
17:38nós não sabemos
17:39o que pode acontecer.
17:40Ele mesmo sinaliza
17:41que se ficar no poder
17:42vai receber uma herança
17:43dele mesmo.
17:44Olha só,
17:45essas são as palavras
17:45do presidente da República.
17:47Lembrando que
17:48nós tivemos aqui
17:50dos últimos cinco presidentes,
17:52o que a gente pode sinalizar
17:53talvez foi a saída
17:54de Dilma Rousseff
17:55no segundo Dilma,
17:56né?
17:56Que foi ali
17:57sobre aquela questão
17:59do impeachment
17:59e o Temer assume.
18:01Alguns especialistas
18:03dizem que mesmo o Temer
18:04ter assumido o Brasil
18:06naquela ocasião
18:07vai ser um cenário
18:08completamente diferente
18:09de 2027.
18:11E aqui os meus amigos
18:12de bancada,
18:13Capês,
18:13já deram uma aula
18:14sobre as emendas parlamentares
18:15e sobre o que isso significa
18:18dentro do parlamento,
18:19porque ela é de verdade
18:20uma moeda de troca
18:21e isso é muito ruim
18:22para o nosso país,
18:24porque se ela fosse usada
18:25para o fim,
18:26devido para o qual
18:27ela foi criada,
18:29nós não teríamos
18:30essa celeia matura
18:31que é o nosso país.
18:32Agora,
18:32só se atentando
18:33ao Júnior Mano,
18:35que lógico,
18:36tem aí a prerrogativa
18:37de foro
18:38e vai com certeza
18:39aí com seus advogados,
18:41tentar provar
18:42a sua inocência
18:43uma vez que ele
18:43está sendo acusado.
18:44Mas quem é Antônio Luiz
18:47Rodrigues Mano Júnior?
18:49Devo lembrar
18:49que ele foi o segundo
18:50deputado mais votado
18:52do Ceará,
18:53com mais de 216 mil votos.
18:56E naquela ocasião
18:57ele era do PL.
18:58Em 2024,
18:59ele foi expulso
19:00dessa legenda,
19:01porque ele apoiou ali
19:02o seu Algoz,
19:04o cara do PT,
19:05o Evandro Leitão,
19:06para a prefeitura
19:07de Fortaleza.
19:08Então ele é tido
19:09como dentro do PL,
19:10dentro da classe,
19:12dentro dessa cúpula
19:13da direita,
19:14como um traidor.
19:15E aí se foi de novo,
19:17se filiou ao PSB
19:19e nós estamos vendo aí
19:21um escândalo
19:22com o seu nome.
19:23Se ele é culpado ou não,
19:25o tempo vai dizer
19:26e os seus advogados
19:26vão provar a inocência,
19:28caso seja.
19:29Mas é que, de fato,
19:30mais uma vez,
19:31ele está envolvendo
19:32em um escândalo político.
19:35Henrique Kregner,
19:36enquanto isso,
19:39o atual governo
19:40é recordista
19:41recordista
19:42em arrecadação
19:44de impostos.
19:46A culpa é dos ricos.
19:49Os ricos
19:49é que são culpados.
19:51Os ricos
19:51é que estão torrando
19:5264 bilhões de reais
19:55em emendas parlamentares.
19:57A culpa, então,
19:58é jogar os pobres
19:59contra os ricos
20:00ou os super ricos,
20:02que, na verdade,
20:03muitos deles
20:04são aqueles
20:04que dão empregos,
20:05que têm empresas,
20:06que geram empregos,
20:07que arrecadam tributos.
20:08Na hora de pagar
20:09os tributos,
20:10os ricos servem.
20:12Na hora de fazer demagogia,
20:14o mundo está contra eles.
20:16Então, é um governo
20:16que está arrecadando.
20:17Sabe quanto deu
20:18essa gracinha
20:20do IOF aí?
20:21Porque o IOF
20:21foi suspenso agora, né?
20:23Mas você sabe
20:24como é um imposto
20:24que não tem anualidade, né?
20:26Está aqui o Túlio Nasa
20:28que não deixa mentir.
20:30É um imposto extrafiscal
20:31e incidência imediata.
20:32O governo arrecadou
20:338 bi
20:34em junho desse ano.
20:36com essa gracinha,
20:38essa conversinha aí
20:39do aumento do IOF.
20:41Então, eu pergunto a você,
20:43é hora de ficar demandando
20:44esse sacrifício extra
20:46da sociedade
20:47para pagar imposto,
20:49para expulsar rico
20:50daqui para paraísos fiscais
20:51antes de organizar
20:53como é que é feito,
20:53como são feitos
20:54os gastos
20:55de dinheiro público?
20:56De jeito nenhum, Capês.
20:57Na verdade,
20:58essa é uma narrativa
20:59que se constrói agora
21:01visando aí
21:01as eleições de 2026.
21:03Quando a gente vê
21:04toda essa ênfase
21:05nos super ricos
21:06como se a taxação
21:08dos super ricos
21:09fosse a solução
21:10do problema do Brasil.
21:12A taxação dos super ricos
21:13é a garantia
21:14de um Brasil próspero,
21:16de um país
21:16que vai conseguir
21:17pagar as contas,
21:18de um país
21:18que vai dar tudo certo
21:19se ao menos
21:20nós taxarmos
21:21os super ricos.
21:22Essa hiper ênfase nisso,
21:24além de ser uma falácia,
21:26porque essa não é
21:27a pílula única
21:28que resolve
21:29todos os problemas
21:29do Brasil,
21:30a gente vê também
21:31um grande problema nisso,
21:32que é o impacto
21:33que isso vai ter.
21:34eu tenho batido
21:35nessa tecla
21:36várias vezes aqui,
21:37que é
21:37nós não podemos
21:38ter visão de túnel
21:39num país
21:40que tem altíssima
21:41instabilidade jurídica,
21:43num país
21:43que não garante
21:44segurança pública,
21:45um país
21:46que tem uma série
21:46de desafios
21:47na sua cadeia produtiva,
21:49tem vários desafios
21:51para empresários
21:52de qualquer ramo,
21:53esse país
21:54cujas condições
21:55de se fazer negócio
21:56não são as melhores,
21:57ainda aumenta
21:58a taxação,
21:59é óbvio
22:00que nós vamos perder capital,
22:01é óbvio
22:01que nós vamos ter
22:02fuga de capital,
22:03é óbvio
22:03que nós vamos ter
22:04essas mentes produtivas
22:06também,
22:06esses braços produtivos
22:07indo para outros lugares,
22:09as pessoas pegam e falam assim,
22:10não,
22:10porque lá no país
22:11escandinavo,
22:13ali naquelas regiões,
22:14ali eles aumentaram
22:15e fizeram a taxação
22:17e não teve tanta
22:18perda de capital.
22:18Um país com 4 milhões
22:19de habitantes,
22:20os caras querem comparar
22:21aqui com o Brasil.
22:21Um país que tem
22:22uma morte a cada mês,
22:24que tem uma,
22:24não é uma coisa,
22:26você não pode comparar
22:27banana com laranja,
22:28então a gente tem que entender
22:29muito bem como é que é isso
22:30que está funcionando.
22:32Agora,
22:32super rico,
22:33Capês,
22:33vamos combinar,
22:34super rico,
22:34existe um super rico sim
22:36que precisava ser revisto,
22:38super rico é o Estado brasileiro,
22:40super rico é o governo,
22:41e eu vou aqui trazer
22:42até o recorte,
22:43do governo federal.
22:45Esse sim é super rico,
22:46e esse sim nós precisamos
22:48colocar alguns,
22:49mais olhos aí em cima
22:50disso tudo,
22:51porque tem muito dinheiro,
22:52nós acabamos de falar
22:53das emendas,
22:54nós estamos falando dela
22:54aqui agora,
22:55nós temos vários privilégios
22:57que vão acontecendo
22:58em meio ao governo federal,
22:59que não são vistos
23:01dentro do judiciário.
23:02Mordomias.
23:03Mordomias,
23:04os mega salários,
23:05os penduricalhos,
23:06no judiciário,
23:07no executivo,
23:08no legislativo,
23:09esses sim são os super ricos
23:11que precisam de uma revisão,
23:13se não uma revisão
23:13do quanto dinheiro
23:14que recebem,
23:15uma revisão do quanto
23:17que devolvem
23:18para a sociedade,
23:19porque eu te garanto,
23:20vamos tirar esse debate
23:21dos super ricos,
23:22tira do Congresso,
23:23tira dos programas
23:25e das mesas de debate
23:27muito inteligentes
23:29e elevadas.
23:30Leva para o povo,
23:31leva lá na rua,
23:32pergunta,
23:32você acha que no Brasil
23:33nós precisamos de mais deputados,
23:36que é o que a Câmara
23:36está votando agora,
23:38você acha que no Brasil
23:38nós precisamos desse tipo
23:40de salário,
23:41desses penduricalhos?
23:42Eles vão te responder,
23:43não são os 50 super ricos,
23:45não são aquela faixa
23:47lá em cima
23:47que é o maior inimigo do povo,
23:49é a própria maneira
23:50como o Estado
23:50pega demais
23:52e entrega de menos.
23:53Pois é,
23:54e o governo
23:55está reclamando,
23:56professora e economista
23:58Carla Bene,
24:00a senhora sabe muito bem
24:01que o ano passado,
24:03que já fechou,
24:03então a gente pode fazer
24:04uma conta aproximada,
24:062024,
24:06o ano já fechou,
24:07ano fiscal,
24:08o governo arrecadou,
24:10ó, tadinho,
24:122 trilhões de reais,
24:16mas não parou ainda não,
24:18e 600 bilhões,
24:21e o dinheiro não dá,
24:24não dá,
24:25porque está pagando de juros
24:26um trilhão de reais por ano
24:29e vem reclamar
24:31de que estão pagando
24:32pouco imposto,
24:34professora,
24:35não seria o caso
24:36de uma medida econômica,
24:37primeiro organizar os gastos
24:39para depois verificar
24:40quanto nós vamos arrecadar,
24:42é uma visão nossa
24:44que nós somos economistas,
24:45mas como os economistas
24:47encaram essa
24:48desorganização fiscal
24:50e administrativa
24:51em nosso país?
24:53Bom,
24:53aquele ponto inicial
24:54que você falou,
24:55Capês,
24:55que a gente deveria ter feito
24:56a reforma administrativa
24:58antes da tributária,
24:59ela é muito importante,
25:00isso daí não foi feito,
25:02o governo Teber também
25:03entrou no meio do processo
25:04e estava enfraquecido,
25:05não conseguiu
25:06essa força,
25:07então você acabou
25:08aprovando a reforma
25:10tributária,
25:12e isso daí,
25:13a gente ainda não conseguiu
25:15nem saber qual é o IVA
25:16que a gente vai pagar,
25:17o imposto de valor agregado,
25:19o Senado ainda não resolveu isso,
25:21então essa é uma construção
25:23que a gente precisa pensar
25:25e quando a gente coloca
25:26esse valor que você pagou
25:28de juros,
25:28aqui é muito importante,
25:30vou pegar um pouco
25:31da questão do orçamento rápido,
25:33a gente tem previsões
25:35de receitas,
25:36então receita
25:37é sempre previsão,
25:38previsão de receitas
25:39e nas despesas
25:40nós temos as duas linhas
25:41muito bem ditas já,
25:43a gente tem as despesas
25:44obrigatórias,
25:45que são as fixadas em lei
25:47e as não obrigatórias,
25:48e o primeiro resultado
25:49chamado de primário,
25:50o Brasil é praticamente
25:52o único país
25:52que fica fixado
25:54nesse resultado primário,
25:56se deu superávit
25:57ou se deu déficit,
25:58só que a gente tem
25:58todo o pagamento
25:59de juros depois,
26:00e aí sim você tem
26:01um resultado nominal
26:02ou fiscal,
26:04o mundo inteiro
26:05discute só o resultado
26:06após o pagamento
26:08de juros,
26:08e o Brasil não,
26:09então essa é também
26:10uma outra mudança
26:11que a gente precisa pensar,
26:12porque a cada um ponto
26:14percentual
26:15que o Banco Central
26:16sobe a Selic,
26:17ele provoca uma despesa
26:18de 50 bilhões,
26:21então o Banco Central,
26:22ele ao subir
26:23a taxa de juros,
26:24ele é corresponsável
26:25com a questão fiscal,
26:27então pegando só lá
26:28aquele primeiro ponto
26:29da pergunta do Capês,
26:31quando a gente pensa
26:32em China,
26:33por exemplo,
26:33a monetária e a fiscal
26:35caminham juntos
26:36para um projeto
26:37de longo prazo,
26:39no Brasil não,
26:39elas caminham
26:40em separado,
26:41a monetária
26:42e a fiscal,
26:43e isso daí faz
26:44com que a gente
26:44não consiga chegar
26:45literalmente
26:46a lugar nenhum,
26:48porque é como
26:49se o Banco Central
26:50orbitasse como uma estrela
26:52e não fosse
26:52corresponsável
26:54pelo nosso déficit fiscal,
26:56então isso está
26:57tudo junto,
26:58ou a gente
26:58tira as crianças
27:00da sala
27:00e vamos discutir
27:01a monetária
27:02com a fiscal junto,
27:03ou a gente vai continuar
27:03no processo que a gente está.
27:05Exatamente,
27:06e com as crianças
27:07na sala,
27:09administrando o país.
27:10meu querido
27:11professor Túlio Nasa,
27:14eu não sei se a minha visão
27:15é um pouco infantil
27:17ou lúdica,
27:19mas eu imagino
27:19o Brasil
27:20como um automóvel
27:21com dois volantes,
27:24cada um vira
27:24para um lado o volante,
27:26então você vai para cá,
27:27vai para lá,
27:27você não tem direção,
27:29então uns querem
27:30administrar
27:32um déficit fiscal gigantesco,
27:34tem que se endividar,
27:36tem que ser assistencialista,
27:37nem que quebre o país,
27:38outros entende
27:39que muitas vezes
27:41o assistencialismo
27:42tem que ser reduzido
27:43em prol do déficit fiscal,
27:44ou seja,
27:45cada um vai para um lado.
27:47A China,
27:49com todos os defeitos
27:50que tem,
27:50um país autoritário,
27:52mas a China
27:52tem uma condução
27:54de capitalismo
27:54de Estado,
27:55ela tem um rumo,
27:57e ela vem com
27:58crescimentos
27:58do produto interno bruto
28:00impressionantes
28:01a cada ano.
28:02e nós ficamos
28:04debatendo,
28:04muitas vezes o óbvio,
28:05perde-se um tempo
28:06enorme
28:07debatendo
28:08tanta bobagem
28:10e não se toca
28:11adiante
28:12a economia
28:13e não se cuida
28:13do combate
28:14ao crime organizado.
28:15Então,
28:15vamos imaginar
28:16que o Peter Pan
28:18com pó de Pirlim Pimpim
28:20descesse aqui
28:22a este estúdio
28:23e a sininho
28:24desse um toque
28:25no Rodolfo Maris.
28:27Plim!
28:29Rodolfo,
28:29você vai governar
28:31este país
28:31por seis meses.
28:34Aí o Rodolfo,
28:35que não é bobo
28:36nem nada,
28:37vai chegar a falar,
28:37bom,
28:39eu preciso
28:40no jurídico
28:41do Esper Chacur
28:42e na administração
28:43pública
28:44vou chamar
28:44o Túlio Nasa.
28:45Muito bem, Túlio.
28:46Túlio,
28:46faz o seguinte,
28:47o Congresso
28:47não vai te atrapalhar.
28:49Faz uma reforma
28:50administrativa aí
28:51que eu quero
28:52arrecadar menos imposto
28:53e impulsionar
28:54o crescimento econômico.
28:56Professor,
28:57especialista
28:57em gestão pública,
28:58Túlio Nasa,
28:59eu estou perdido.
29:00Por onde a gente começa?
29:02Olha, Capês,
29:03você até me desconcertou
29:05aqui
29:05com sua inteligência
29:07e seu bom humor, né?
29:09Vamos tentar
29:09colocar a ordem
29:11e tentar explicar
29:11um pouco
29:12esse emaranhado
29:14de problemas
29:16que o governo federal
29:17coloca
29:18sobre a sociedade
29:19e essa guerra
29:20de narrativas, né?
29:21Que atrapalha muito
29:22a compreensão
29:22do que vem acontecendo
29:23no Brasil.
29:24Primeiro ponto, né?
29:26E eu vou
29:27lembrar muito
29:28o que a professora Carla
29:29disse que é muito
29:30verdadeiro,
29:31que é o seguinte,
29:32não há reforma
29:33tributária
29:34sem corte
29:35de despesa,
29:37sem ajuste fiscal
29:39e mais precisamente
29:40sem reforma
29:42administrativa.
29:43Por quê?
29:43Porque 50%
29:45da despesa
29:46do orçamento
29:47federal
29:48é despesa
29:48de pessoal.
29:50Esse é o gargalo, né?
29:52Muitos se perguntam,
29:52ah, mas vai cortar
29:53a despesa da onde?
29:54Da onde?
29:54De despesa
29:55de pessoal.
29:56É muito
29:57cargo em comissão,
29:58é muito ministério.
30:00Ah, mas isso
30:00representa o quê?
30:01De novo,
30:0250%
30:03do orçamento.
30:04Então, se o governo
30:05não faz um ajuste fiscal
30:07cortando despesa,
30:09qual que é a consequência
30:10prática disso?
30:11Ele precisa
30:12arrecadar mais,
30:12porque ele precisa pagar
30:13as despesas
30:14que ele está gerando.
30:16Essa necessidade
30:17de pagar despesa,
30:18o que vai fazer?
30:18Vai apertar
30:19o empresário brasileiro
30:20na ponta.
30:21E apertando
30:22o empresário brasileiro
30:22na ponta é menos emprego,
30:24é mais inflação.
30:25Então, é isso
30:26que acaba resultando
30:27na vida do cidadão.
30:29Aí, nós vamos
30:30para algumas narrativas
30:31que elas são perigosas.
30:33O governo federal,
30:34ele não tem tempo
30:35de fazer uma política
30:37de ajuste fiscal
30:38correta,
30:39não keynesiana,
30:40não de o Estado
30:42colocar mais dinheiro
30:43de forma irresponsável
30:45na economia,
30:45mas fazer uma reforma
30:46de ajuste fiscal
30:47e que isso
30:48vá propiciar números
30:50até a eleição.
30:52Esse é o problema.
30:52Porque é uma medida
30:54política mais demorada.
30:56Então, o que o governo faz?
30:57O governo, ele dobra
30:58a aposta, ele vai
30:59para as narrativas
31:00dizendo, é o pobre
31:01contra o rico.
31:02Na verdade, vocês querem
31:04que o governo
31:04gaste menos?
31:05Vocês estão tirando
31:06dinheiro do social,
31:08tirando dinheiro
31:09das pessoas,
31:10quando não é verdade
31:11essa equação.
31:12Vamos aqui aos fatos,
31:13então, falando de
31:14reforma administrativa
31:15e reforma tributária.
31:17Veja, taxação
31:18das grandes fortunas.
31:19Tem um país
31:20que fez isso.
31:21Tem um país
31:21que fez isso
31:22e que tem 70 milhões
31:23de habitantes,
31:24que é a França.
31:25A França fez
31:26essa política
31:27de taxar as grandes
31:28fortunas
31:28e não deu certo.
31:30Foi cunhado
31:31um apelido
31:32que se chama
31:32Imposto Inglês.
31:33Quem tiver curiosidade,
31:35pesquisa o que é
31:35o Imposto Inglês.
31:36O Imposto Inglês
31:37significa
31:37o Imposto de Grandes
31:39Fortunas da França
31:40fez a Inglaterra
31:41enriquecer,
31:42porque todo mundo
31:43que tinha capital
31:44para investir na França
31:45saiu da França
31:46e foi para a Inglaterra.
31:47E é o que está acontecendo,
31:49pasmem os senhores,
31:50hoje com o Uruguai.
31:52O Brasil está
31:52enriquecendo o Uruguai,
31:54porque tem uma política
31:55tributária
31:56mais proporcional
31:57que a brasileira,
31:58então as grandes fortunas
31:59estão indo para o Uruguai.
32:01Então nós estamos
32:01criando o Imposto Uruguaio
32:03agora,
32:03taxando grandes fortunas.
32:04Evidente que
32:05esse tipo de medida
32:06é uma narrativa
32:07sedutora,
32:08mas na prática
32:09não funciona.
32:10E outra questão
32:11da reforma tributária
32:12também,
32:13que se fala muito,
32:13é das isenções.
32:14Olha, mas existem
32:15800 bilhões
32:17de isenções
32:17no Brasil.
32:19Realmente deve ter
32:20nesse meio
32:21isenções que não
32:22se justificam
32:22porque elas não
32:24propiciam
32:24um crescimento
32:25econômico brasileiro.
32:26Tudo bem,
32:27mas a hora que se fala
32:28que quer cortar
32:30linearmente
32:3110% das isenções,
32:33imagine o seguinte sentido,
32:34uma empresa pequena
32:36que entra
32:37no Imposto de Renda
32:38que já paga
32:3834%
32:40de carga tributária,
32:41a hora que vai
32:42distribuir lucro,
32:43distribui,
32:44porque já pagou
32:44os 34%
32:45com isenção.
32:46Se você quiser
32:47taxar mais 10%,
32:49que é o que está
32:49se propondo,
32:50a carga tributária
32:51no final
32:52da pequena empresa
32:53vai ser de 44%.
32:55Quem é que aguenta
32:5644%
32:58hoje
32:58e com o retorno
33:00de serviços públicos
33:01que o Brasil
33:01vai oferecer?
33:03Então, pessoal,
33:04muita atenção
33:05porque não existe
33:07reforma tributária
33:08sem corte
33:09de despesa,
33:10sem reforma
33:11administrativa,
33:12capês?
33:13Exatamente.
33:14E por mais
33:15que você queira
33:15arrecadar,
33:16nós estamos falando
33:17de quase
33:183 trilhões
33:20de reais
33:21de arrecadação
33:23em um ano.
33:253 trilhões
33:26de reais
33:27é mais ou menos
33:28aí,
33:29Carlos,
33:2925% do nosso
33:30orçamento
33:31em reais.
33:323 trilhões
33:33de reais
33:34arrecadados
33:35de impostos
33:36no ano.
33:36e mesmo assim
33:38nós estamos
33:39com uma dívida
33:40pública
33:41que vai bater
33:42mais de 80%
33:44do produto
33:44interno bruto.
33:46Então,
33:46eu pergunto
33:47a você,
33:48Rodolfo Maris,
33:50o governo
33:50prometeu
33:51salvar
33:52os Yanomamis,
33:54prometeu
33:54salvar
33:55a Amazônia,
33:56é o salvador
33:57da democracia,
34:00com violações
34:00claras
34:01aos direitos
34:01devido ao
34:02devido processo
34:03legal.
34:04E, no entanto,
34:05está com rejeição
34:05de 57%.
34:07Será que as pessoas
34:09estão vendo
34:09que está faltando
34:10um rumo,
34:11uma direção
34:11e sobra
34:13narrativas?
34:14A guerra
34:14do nós
34:15contra eles,
34:16pobres contra riscos,
34:18seria mais
34:18uma narrativa,
34:19uma tentativa
34:20de iludir
34:21a população?
34:23Sim,
34:23Capês,
34:24eu vou me atentar
34:24justamente na sua
34:25pergunta,
34:26porque nas questões
34:26econômicas nós temos
34:27especialistas à mesa
34:28aqui,
34:29professora Carla,
34:30o professor Tullio
34:31e o Krigner também,
34:32que decorrem
34:33muito bem sobre
34:33esse assunto
34:34e eu vou mais pensar
34:35pelo emocional mesmo
34:36do que o povo
34:37está sentindo na rua.
34:38E não é só na rua
34:39que o povo está sentindo
34:40ou, no plural,
34:41nas ruas.
34:42Quando eu falo
34:42nas ruas,
34:43eu estou falando
34:43dos supermercados,
34:44quando um pai de família
34:45que sobrevive com
34:46um salário mínimo
34:46de R$ 1.500
34:47e pouquinhos reais
34:49e pouquinhos reais
34:50vai ao supermercado
34:51e vê lá
34:52o estrondoso aumento
34:54do café,
34:56o estrondoso aumento
34:56do ovo,
34:57a proteína mais usada
34:59no Brasil,
35:00talvez uma das mais usadas
35:01no mundo
35:01com valor absurdo,
35:03o arroz,
35:04o feijão,
35:04ou seja,
35:05produtos que fazem parte
35:07de uma cesta básica
35:08com os números
35:09lá nas estrelas,
35:10lá nas alturas.
35:12E aí você não precisa
35:13também,
35:14eu faço,
35:15for a minha aqui,
35:16você não precisa
35:16ser um economista,
35:17porque eu também não sou,
35:18mas eu sou um pai de família
35:19que vai ali
35:20ao supermercado
35:21fazer a sua compra ali
35:23todo mês
35:23e nós temos ali
35:24as anotações
35:26de quanto nós
35:26estávamos pagando
35:27no mês passado
35:28e o aumento exponencial
35:29de um mês
35:30para o outro.
35:31O povo,
35:32Capês,
35:32que agora está rejeitando
35:34esse governo,
35:35não está rejeitando
35:36porque o governo
35:37até agora
35:37não conseguiu emplacar
35:38uma placa,
35:39uma campanha,
35:40como foi o Lula 1
35:41e o Lula 2.
35:42Está tendo
35:42muita dificuldade
35:44porque o mundo
35:44se globalizou,
35:46a informação
35:46está mais palpável
35:48para todas as pessoas,
35:49as pessoas têm
35:50acesso à internet,
35:51as pessoas estão
35:52lendo mais,
35:53tendo em vista,
35:54faço um paralelo,
35:55as pessoas hoje
35:56não atendem mais
35:57o telefone,
35:57as pessoas gostam
35:58de digitar as mensagens,
36:00as pessoas estão
36:01lendo mais
36:01e isso é
36:02um assunto
36:03para outra hora,
36:04mas faz luz
36:05aqui ao que eu estou
36:05querendo dizer,
36:06as pessoas,
36:07elas estão procurando
36:08mais informações,
36:09lógico,
36:10nós temos aí
36:10200 milhões
36:11de fake news
36:12espalhados,
36:13assim como nós temos
36:13as notícias
36:14de verdade,
36:16assim como nós temos
36:16as pessoas
36:17que trabalham para isso
36:18e o povo está
36:19olhando para isso
36:20e falando,
36:21espera um pouquinho,
36:22não é possível
36:23que o problema
36:23do país
36:24está nos super ricos,
36:26são eles
36:27os culpados
36:27por o Brasil
36:28e está nessa decadência
36:30financeira
36:30que nós nos encontramos,
36:32é quase que
36:32impossível
36:33de acreditar nisso,
36:35porque é uma faca
36:36ou na verdade
36:36uma espada
36:37que só corta
36:38de um lado
36:39e é o lado do povo
36:40que está sendo cortado,
36:41é a pele do povo
36:42que está sangrando,
36:44enquanto isso,
36:44como bem disse
36:45aqui o Krigner,
36:46os penduricalhos,
36:48os aumentos
36:48exacerbados
36:49de valores
36:50gigantescos
36:51economicamente falando
36:52para deputados
36:53e senadores,
36:54estão aumentando,
36:55juízes,
36:56estão aumentando
36:57e o povo
36:58tem que sobreviver
36:59com a miséria
37:00que ele ganha.
37:01Muito bem.
37:02É,
37:02e a preocupação
37:04é que o ano que vem
37:05é um ano eleitoral
37:06e já se diz
37:08que em 2027
37:09vai faltar dinheiro
37:10para a educação
37:11e para a saúde
37:13e...
37:15Mas,
37:16vamos mudar de assunto?
37:17Deve ter algum outro assunto
37:18mais agradável
37:19para a gente conversar,
37:20né?
37:21Cao,
37:21né?