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  • há 3 meses
O anúncio de novas tarifas para produtos importados pelos Estados Unidos deve sair ainda nesta quarta-feira.
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Transcrição
00:00O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve anunciar nesta quarta-feira, agora com detalhes,
00:07um tarifaço para produtos de outros países, dizem de todos os outros países.
00:13Líderes mundiais e representantes econômicos estão apreensivos sobre qual será a abrangência dessas tarifas
00:20e como impactarão no comércio com os Estados Unidos.
00:24Eu já pergunto para a Duda Teixeira, o que é que podemos esperar desse tarifaço que sairá hoje,
00:31ao que tudo indica, lá pelas cinco da tarde no horário do Brasil?
00:34Nácio, boa tarde. O que podemos esperar?
00:38Tarifas, uma das que estão sendo mais cogitadas é em relação ao etanol brasileiro.
00:45O Trump, em vários momentos, citou o Brasil como um país protecionista que aplica tarifas
00:53mais altas a produtos americanos.
00:57Então, por exemplo, quando o etanol americano chega aqui no Brasil, a gente taxa 18%.
01:02Mas o etanol brasileiro que chega nos Estados Unidos, chega lá e paga uma tarifa só de 2,5%.
01:10Então, o Trump fala muito nessa coisa de tarifas recíprocas.
01:14Então, se vocês taxam a gente lá em cima, a gente também tem esse direito de subir.
01:18Então, tem uma chance boa dos Estados Unidos aumentarem a tarifa para o etanol brasileiro
01:24de 2,5% para 18% e aí as coisas ficam iguais.
01:28Agora, o Brasil não sabe muito bem quanto que a gente vai ser prejudicado em outros produtos
01:36comparativamente com outros países.
01:39O que se diz aí, por enquanto, a gente vai ter certeza de tudo hoje no final da tarde,
01:46mas é que os Estados Unidos vão prejudicar muito mais a Europa do que o Brasil.
01:53As pessoas que argumentam isso falam que isso é porque os Estados Unidos têm uma relação
01:57superavitária com o Brasil.
01:59Ou seja, no comércio entre Brasil e Estados Unidos, os Estados Unidos exportam muito mais
02:05aqui para a gente do que a gente exporta para eles.
02:09Então, atrapalhar essa relação vai prejudicar mais os americanos do que os brasileiros.
02:16Situação diferente, por exemplo, da Europa.
02:18A relação entre Estados Unidos e Europa, para os americanos, esse comércio é deficitário.
02:26Então, existe essa coisa de se ele, de repente, na hora de aplicar tarifas para o mundo inteiro,
02:32vai prejudicar mais uns do que outros.
02:35Agora, o Brasil também não está num bom momento com o governo Trump.
02:40Aqui a gente tem o governo Lula e o Trump também, e os trumpistas, já se pronunciaram
02:47contra a liberdade de expressão no Brasil, as violações da liberdade de expressão no Brasil.
02:53O Elon Musk também é um cara que está lá do lado do Trump, comanda o Departamento de Eficiência
03:00Governamental, teve a Rede X aqui suspensa pelo Alexandre de Moraes, e o Lula é um presidente
03:07de esquerda que também solta a língua e fica ali, às vezes parece que vai falar alguma
03:14coisa mais grave, mas fica sempre muito perto disso de atacar abertamente os Estados Unidos.
03:20Tanto é que também colocou o Geraldo Alckmin, ministro da Indústria e Comércio e vice-presidente,
03:27para tentar fazer o meio de campo.
03:30Então, não se sabe muito como o Brasil vai ser afetado, nem os demais países, está todo
03:36mundo ansioso, esperando para ver o que vai acontecer.
03:39Mas a gente já tem as tarifas que já estão sendo aplicadas do aço e do alumínio, né?
03:45Essas aí já estão valendo e também é uma questão que também prejudica os Estados Unidos.
03:52O Brasil, por exemplo, exporta muito aço e alumínio para as empresas americanas, que
03:59pagam um valor mais em conta nesse aço e alumínio produzidos aqui e fazem produtos
04:05acabados lá nos Estados Unidos.
04:07Se você aumenta a tarifa aqui desses produtos brasileiros, fica tudo mais caro lá nos Estados
04:13Unidos.
04:14Então, isso é um problema para os americanos, né?
04:18Tem algumas consultorias que já estão há tempos indicando que os produtos que vão
04:23ser oferecidos lá nos Estados Unidos vão ter uma subida de preço.
04:27Se fala aí de 2%, de inflação, isso pode prejudicar o crescimento da economia americana,
04:33mas esses argumentos aí o Trump tem dado muito pouca atenção, né?
04:37Ele está vendo essa questão mais de punir o mundo inteiro com tarifas, com uma questão
04:43de valorizar o produto americano feito nos Estados Unidos e aí que ele está chamando esse
04:51dia glorioso, essa quarta-feira, de o dia da libertação, né?
04:54Que é a libertação desses produtos estrangeiros, né?
05:00É uma coisa meio difícil de entender, mas tem um discurso de fundo nacionalista aí que
05:06é uma das características do Trump.
05:09Pois é.
05:10E queria a sua análise um pouco econômica agora, Dudu.
05:13O Brasil é tido como um dos países mais protecionistas da sua indústria em relação
05:17ao resto do mundo.
05:18A gente tem muitas tarifas para importação de outros produtos que sejam fabricados ou
05:24que tenham análogos aqui no Brasil e isso teria deixado a nossa indústria um pouco mal
05:28acostumada.
05:30Você concorda com essa visão?
05:32Eu concordo.
05:33Se a gente tivesse mais abertura comercial, mais acordos de comércio, a gente teria o comércio
05:40exterior pegando uma porcentagem muito maior do PIB nacional.
05:44A gente estaria fazendo produtos mais competitivos no mundo afora para produzir um carro.
05:51Por exemplo, hoje o Brasil quase não exporta mais carro, né?
05:54Já exportou no passado, mas precisaria, por exemplo, abrir mais o comércio para importar
05:59peças, equipamentos, né?
06:03Essas coisas que no carro são tão importantes de tecnologia para produzir um carro aqui bom,
06:09eficiente, barato e exportar para o mundo inteiro, que é o que o México está fazendo.
06:14Mas como a gente ainda tem muita proteção, a gente no fim acaba exportando muito mais
06:19commodities, produtos agrícolas, do que produtos acabados.
06:24O que a gente pode esperar agora também, Inácio, é que como fica mais difícil a vida de todo
06:29mundo com os Estados Unidos, é que os outros países todos, o resto do mundo, digamos assim,
06:34comecem a tentar facilitar o comércio entre eles.
06:38Então, agora é o momento que os brasileiros estão pressionando mais a União Europeia
06:45para aceitar aquele acordo de livre comércio com o Mercosul.
06:49E os países europeus, principalmente a Alemanha, também querem fechar esse acordo, né?
06:54Quer dizer, está mais difícil de importar e exportar para os Estados Unidos?
06:57Deixa eu ver com quem que eu posso...
06:58De repente, esse produto que eu exportava para os Estados Unidos, deixa eu ver se eu não exporto para o Brasil.
07:02Está todo mundo fazendo esse cálculo.
07:05E tem aqui só mais um detalhe que é interessante, que o Brasil pode ser beneficiado em relação
07:12à exportação de commodities para a China.
07:15Esse é um ponto que aconteceu lá atrás, no primeiro mandato do Trump, e pode acontecer de novo.
07:23Porque se os Estados Unidos impuserem, já estão impondo tarifas contra a China,
07:28e a China retaliar, os produtos americanos ficam mais caros na China.
07:34E o Brasil, muitas vezes, compete com os produtos americanos no mercado chinês.
07:39Então, a ver aí tudo o que vai ser anunciado hoje, como é que os países vão responder,
07:45mas, de repente, podem aparecer algumas oportunidades aí no meio desse caminho.
07:50Outra coisa que também se discute é que, enquanto o Lula faz um discurso mais aguerrido,
07:56mais, digamos assim, populista, dizendo que os Estados Unidos têm que falar fino com ele,
08:01que têm que moderar a sua fala, porque o Brasil também não vai se submeter.
08:05Por outro lado, ele, como você mesmo disse, designou o vice-presidente Lado Alckmin,
08:10que é conhecido por ser mais cordato, mais discreto,
08:13para negociar nos back channels, nos canais mais indiretos, silenciosos, de diplomacia,
08:20um acordo.
08:21Algo nesse sentido, você acha que ainda pode ser costurado após o tarifácio?
08:26Algo que a gente pode esperar?
08:28Ou não tem grandes avanços também com o Geraldo Alckmin?
08:34O Alckmin, a gente escuta ele falando o tempo inteiro.
08:37O importante é a gente tentar o diálogo.
08:39Ele fala isso, mas eu acho que a intenção do Trump, da política,
08:48o discurso trumpista, nacionalista,
08:52a necessidade que o Trump de fazer coisas que sejam importantes,
08:59de punir outros países e dar essa sensação para os americanos
09:04de que fizeram certo ao votar nele,
09:07e eu acho que isso é muito mais importante do que uma negociação nesse momento ou depois.
09:15Eu acho que o Trump e os americanos não estão ouvindo muito os argumentos dos outros países,
09:22que é o que aconteceu antes no governo Bolsonaro.
09:25Primeiro que a gente tinha aqui o Bolsonaro, que já era um aliado do Trump,
09:29mas a turma do Bolsonaro conseguiu convencer o Trump de que o comércio com o Brasil era mais vantajoso
09:36para os Estados Unidos do que para o Brasil.
09:39Então, a gente, de alguma maneira, foi ouvido e a gente acabou sendo meio que poupado
09:44naquela primeira leva de tarifas que aconteceu no primeiro mandato do Trump.
09:49Agora eu acho que a disposição do governo Trump de ouvir o Brasil ou quaisquer outros países aí é bem menor.
09:56Em um minutinho, meu caro Duda, saiu uma pesquisa essa semana pela Fox News,
10:02que é um canal, digamos assim, mais alinhado ao trumpismo,
10:06de que 56% da população americana acha que o Trump não está conduzindo a economia da maneira certa.
10:12Você crê que esse tarifácio pode reverter isso ou aprofundar essa sensação?
10:17Aprofundar essa sensação.
10:19O que o tarifácio vai fazer é aumentar a inflação nos Estados Unidos.
10:25O Trump foi eleito com a promessa de baixar a inflação nos Estados Unidos e baixar o custo de vida.
10:34E aí, apesar do discurso dele, nacionalista, de vamos trazer as fábricas, vamos gerar empregos,
10:39não existe relação.
10:43A relação que existe é aumenta a tarifa, aumenta a inflação.
10:48Então, a solução é uma solução equivocada, uma medida que a população americana também tem conhecimento disso,
10:55sabe que não vai funcionar.
10:57E ele também não tem oferecido nenhuma outra solução capaz de resolver realmente esses problemas
11:03que são sentidos pelas famílias americanas que vão no supermercado, que nem a gente aqui,
11:08e estão vendo que o salário vale cada vez menos.
11:11O governo de Donald Trump suspendeu na terça-feira 210 milhões de dólares em bolsas e contratos de pesquisa
11:19da universidade, afetando projetos com o Departamento de Energia, a NASA e até o Departamento de Defesa.
11:28A decisão segue uma série de medidas semelhantes adotadas contra outras instituições como Harvard e Colômbia.
11:36Além disso, o comunicado oficial, o reitor de Princeton, a faculdade afetada, Chris Eger-Eisgruber,
11:44declarou que a universidade cumprirá a lei e manterá o seu compromisso de combater o antissemitismo
11:51e todas as formas de discriminação e cooperará com o governo nesse combate,
11:57mas também defenderá vigorosamente a liberdade acadêmica, os direitos ao devido processo legal.
12:05A suspensão está inserida em uma ampla iniciativa do governo para pressionar universidades
12:11consideradas lenientes, permissivas, com os discursos de ódio, assédio e violência contra judeus.
12:18Segundo autoridades norte-americanas, manifestações ocorridas desde outubro de 2023
12:25teriam dado espaço a atos antissemistas radicais.
12:30Alexandre Borges, boa tarde, você que deu uma piscadinha aqui.
12:34O que é que você interpreta dessa ação?
12:38É uma ação realmente efetiva do governo?
12:42É sim, Inácio. Boa tarde a você, boa tarde a todos.
12:45O Trump está indo atrás de onde dói nesse pessoal que é no bolso.
12:51A maneira que você tem de pressionar essas universidades é cortando verbas federais.
12:58Você não tem uma ingerência direta, são empresas privadas.
13:02Então você não tem como, por exemplo, como uma federal brasileira,
13:06você trocar o reitor da federal numa canetada, como o presidente do Brasil pode fazer.
13:12Quer dizer, claro, dentro de todas aquelas regras que a gente sabe.
13:16Então, o que o Trump está fazendo?
13:19Ele, de certa forma, está desmontando um dos piores esquemas que existem,
13:23que é o esquema onde você tem o governo e o dinheiro público do cidadão
13:28bancando negócios privados extremamente lucrativos e sem qualquer controle.
13:36E isso é muito complicado.
13:37E de, vamos dizer, de duas, três décadas para cá, principalmente,
13:42você teve uma mudança muito radical no perfil da universidade de elite americana,
13:49que é o que a gente está falando.
13:50A gente fala de Harvard, a gente fala de Colúmbia,
13:53a gente fala dessas que são as chamadas Ivy League.
13:57Elas fazem parte dessa liga de marfim, da torre de marfim,
14:04onde vão os mais ricos e mais poderosos estudantes americanos,
14:10das principais famílias, das mais, enfim, influentes.
14:16E o que aconteceu de uns tempos para cá,
14:19houve uma mudança muito grande no perfil de como essas empresas são administradas.
14:27Elas, tradicionalmente, as grandes universidades,
14:32as universidades principais dos Estados Unidos,
14:34elas serviam como um grande trampolim para que a classe média,
14:39para que até a classe média baixa,
14:42a gente pudesse fazer a ascensão social meritocrática pelo estudo.
14:49O que é uma coisa absolutamente louvável
14:52e que os americanos deram exemplo para o mundo durante muitas décadas.
14:56Só que de uns anos para cá, essas universidades ficaram caríssimas,
15:01o índice de aprovação para a entrada de alunos é cada vez menor.
15:07Então, para vocês terem uma ideia, a Universidade da Califórnia,
15:11que todo mundo conhece pela sigla UCLA,
15:14porque é o campus de Los Angeles,
15:17mas são vários, são mais de 10 no estado da Califórnia.
15:21Você tem em Berkeley, você tem em San Diego, você tem em várias cidades.
15:28Genericamente, todas estão dentro do guarda-chuva da mesma instituição,
15:32que é a Universidade da Califórnia.
15:34A Universidade da Califórnia, vamos dizer, nos anos 60, 70,
15:39mais da metade das pessoas que pediam para entrar, entrava.
15:43E é uma universidade pública.
15:44Hoje, esses índices de uma universidade top,
15:48como essa, a Universidade da Califórnia, por exemplo,
15:50não chega a 2, 3, 4% dos aplicantes que conseguem.
15:55E isso depois de passar por todos os filtros,
15:59você, de cada 100 pessoas que passaram por todos os filtros,
16:03tentam entrar, duas vão entrar, três vão entrar.
16:07Então, essas instituições ficaram muito elitistas,
16:10ficaram muito caras e bancadas com dinheiro público.
16:13Isso não faz o menor sentido.
16:17Ou essas empresas, elas se bancam sozinhas
16:20e elas se viram com as fortunas que elas cobram dos seus alunos.
16:25Ou, se é para continuar tendo uma função social
16:28e serem elegíveis a receber dinheiro público,
16:31elas deveriam, então, ter uma função social mais clara
16:34do que apenas abrir ainda mais o fosso
16:37entre os muito ricos e os muito pobres dos Estados Unidos.
16:41e até do mundo inteiro, porque gente do mundo inteiro
16:44estuda nessas universidades.
16:46E depois voltam para os seus respectivos países,
16:49muitas vezes, para serem presidentes de empresas, líderes, enfim.
16:54E aí você tem um ciclo de elitização
16:57que está só piorando com o tempo.
17:01Uma das consequências de tudo isso
17:03é a extrema ideologia dessas universidades.
17:07Elas estão cada vez mais radicais para a esquerda,
17:09cada vez mais fechadas nisso,
17:12e, em parte, indo para esse...
17:15Uma das coisas mais abjetas que existem hoje,
17:17que é o antissemitismo.
17:18Então, foi por aí...
17:19Foi por aí que o governo conseguiu pegar.
17:23Indo pelo antissemitismo e cortando o dinheiro dessas empresas
17:27para elas poderem voltar a ter um pouco de controle público.
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