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  • 29/06/2025
Uma das maiores, mais modernas, vibrantes e influentes cidades da Terra. Cerca de 12 milhões de habitantes. Aproximadamente 830 bilhões de reais de PIB, ou algo como 12% do Produto Interno Bruto do Brasil. Se fosse um país, a capital paulista estaria entre as 50 ou 60 principais economias do planeta. Quase metade das 100 maiores empresas em operação no país têm suas sedes administrativas em São Paulo.
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Transcrição
00:00Vamos falar um pouco sobre a eleição em São Paulo, porque São Paulo vive um apagão,
00:13aproximadamente 537 mil residências ainda, tem problemas com falta de energia, e esse
00:20fato, esse apagão que perdura em São Paulo desde sexta-feira, ele virou um tema eleitoral,
00:28virou um ponto ali, utilizado pelo Guilherme Boulos para atacar a campanha do Ricardo Nunes,
00:35é bom lembrar, Matheus, coloca na tela por gentileza o post que eu te pedi mais cedo da
00:39Big Data, porque sem um fato novo, o Nunes, o Boulos, perdão, ele tem que explorar essa
00:47questão ali do apagão para atacar o Nunes, tá aí, pesquisa real Big Data, hoje tem pesquisa,
00:53hoje tem debate na Band, amplia o post aí, Matheus, por gentileza, para a gente levar
00:59para o nosso público os números da Big Data, pode descer um pouquinho, Matheus, só quero
01:03pegar o lead, por gentileza, lead é o primeiro parágrafo, tá aqui, pronto, Ricardo Nunes
01:10com 53% das intenções de voto, enquanto que o Boulos tem 39% das intenções de voto.
01:15Traz para cá, porque é o seguinte, meus caros, depois eu entro na questão do Jair Bolsonaro,
01:23o fato é o seguinte, Alê e Duda, o Boulos, ao longo da primeira fase da campanha, desse primeiro
01:29turno, o Boulos foi condenado 11 vezes por propagar fake news ou por divulgar desinformações
01:39sobre o Ricardo Nunes na sua propaganda eleitoral. E agora o fato é que o Boulos não tem muita
01:45munição para tentar desgastar o Nunes, e aí vem esse apagão. E aí, Alexandre, eu quero te
01:52perguntar primeiramente, porque você como nosso grande homem da análise política, você como
01:57especialista em marketing político, me parece que a bola está com o Nunes, mesmo diante dessa crise.
02:05Por quê? Porque o Nunes só precisa fazer uma coisa agora, mostrar serviço. Se ele mostrar serviço,
02:13ele provavelmente anula essa vontade, ele anula essa intenção do Boulos de tentar desgastá-lo ao
02:21longo dessa crise energética em São Paulo. O que você acha? Boa tarde para você, meu querido.
02:26Boa tarde, Wilson. Boa tarde, Duda. Boa tarde a todos. Exatamente isso, Wilson. Quem tem alguma coisa
02:31a perder no momento é o Ricardo Nunes, porque ele é o atual prefeito da cidade, evidentemente,
02:36é alguém que deveria ter pensado em algum plano de contingência, mas a impressão que a gente tem é
02:42que o Ricardo Nunes pensa em política o dia inteiro, pensa em acordo, em eleição o dia inteiro. É claro
02:48que do outro lado, quem está competindo com ele é o Guilherme Boulos, é um radical de esquerda que
02:53gostaria, inclusive, que não houvesse privatização. A situação estaria muito pior. A gente só está discutindo
02:58a qualidade dos serviços da Enel porque ela é uma empresa privada e aí, quando você tem uma empresa privada,
03:05você lembra que do outro lado tem um consumidor e o consumidor tem direitos, tem demandas. Quando você tem
03:11uma estatal, você não tem tanta essa referência de você ser um consumidor com direitos, né? Porque na mentalidade
03:20brasileira e de vários países, o Estado está acima do cidadão. O cidadão é que presta serviço ao Estado, o cidadão que deve
03:30explicações ao Estado, o cidadão é que se ajoelha e se submete ao Estado. Enquanto em outras democracias mais avançadas,
03:39o Estado é o servidor, né? Não basta a gente ter um nomezinho servidor público, né? Isso tem que ser na prática
03:46implementado e no Brasil nós não temos isso, né? No Brasil o Estado é esse ente superior de razão
03:55que em tese manda na gente e a gente tem que obedecer, manda quem pode, obedece quem tem juízo. Então, assim, a sorte do Nunes
04:04nesse momento é ter um adversário como o Boulos, porque se ele tivesse um adversário também no centro,
04:11na centro-direita ou na direita, ele teria muito mais problemas, porque você teria, se fosse, por exemplo,
04:19uma campanha como a de Curitiba, você tem dois bolsonaristas disputando, entendeu? Aí você teria, sim,
04:25um problema de discurso mais complicado. Mas por mais problemas que o Nunes tenha para se explicar,
04:31e ele tem muitos, né? Do outro lado tem alguém que simplesmente é contra a privatização, é contra a existência
04:39de empresas privadas, principalmente no setor de utilidade pública, de serviços essenciais para a população.
04:46Então ele não tem nenhuma credibilidade moral para falar desse assunto e, além disso, com o tempo
04:55vai aparecer também a responsabilidade da ANEL. Para que serve a ANEL? Entendeu? Quer dizer, se você tem
05:02países como o Japão, por exemplo, que enfrenta terremotos e a população está preparada, as cidades
05:08estão preparadas, quer dizer, se hoje a civilização consegue lidar com coisas como terremotos, a gente não
05:16consegue lidar com chuva, entendeu? Ah, chuva torrencial e tal, mas é chuva, entendeu? Olha o Japão com os terremotos,
05:24entendeu? A terra chacoalha e as pessoas sabem o que fazer, não morre ninguém, os prédios
05:32continuam intactos, salvo em raríssimas exceções, mas no geral tem terremoto toda hora no Japão e os
05:40japoneses sabem como lidar. A gente deveria saber lidar com chuva, certo? Então, o ponto é, em algum
05:48momento, até pela melhoria dos serviços privados, a gente defende serviços privados, a gente deveria
05:54ter uma ANEEL mais preocupada com questões técnicas, com planejamento de contenção, de pensar antes das
06:06tragédias acontecerem, do que simplesmente ser mais um cabide de emprego, mais alguma coisa para carimbar,
06:13para passar essa impressão de que existe algum controle quando não existe nenhum.
06:19Deixa eu aproveitar para perguntar algo para o Duda, porque você chamou a atenção sobre as
06:24contradições do Boulos. Ô Duda, o Boulos, nesse segundo turno, e aí eu vou pegar essa questão da
06:32privatização, ele é, eu não vou utilizar o termo vítima, mas nesse momento ele se torna refém das
06:41próprias contradições, meu caro? É, acho que sim, é, eu não sei se tem contradições aí, quando a gente
06:52analisa o Boulos. O Boulos é um cara que sempre buscou tirar proveito do caos, né, ele, ele cresce, a carreira
07:02dele, vem no movimento dos trabalhadores sem teto, é, a turma ali que invade propriedade, é, que faz
07:12protesto, é, né, gera confusão, o Boulos no final do ano passado teve greve aqui do metrô, atrapalhou a vida
07:22de todo mundo na cidade, ele apoiou a greve, e agora ele quer se aproveitar desse apagão, o apagão
07:31é, meio que já acabou na maior parte da cidade, né, eu moro aqui em São Paulo, já desde da noite de
07:38sábado, já voltou à luz na minha casa, sei que não é assim em todo lugar, mas ele tá querendo usar isso
07:44pra realmente conseguir algum voto a mais aí pra eleição. E aí surge, Wilson e Alexandre, essa
07:52pergunta que é, qual que vai ser o impacto desse apagão na eleição municipal? E a minha suspeita é que a
08:04eleição municipal é que vai impactar na maneira como as pessoas vão interpretar esse apagão. Eu acho
08:12que as pessoas que estão decididas a votar no Ricardo Nunes vão dizer, olha, isso aí é um
08:20problema da ANEEL, né, do Ministério lá de Minas e Energia, é, de fato, o Lula e o Alexandre Silveira
08:29estavam falando de renovar o contrato da Enel, né, a empresa que fornece luz aqui, é, e aí o Nunes
08:37está falando, não era pra renovar, a gente é contra, né, e jogando a culpa na empresa. E os
08:44eleitores que já tinham meio que decidido a votar no Guilherme Boulos vão falar, olha, a culpa é da
08:50prefeitura que não corta as árvores, né, que não corta as árvores direito, chove, cai o galho, cai a
08:57árvore inteira em cima do fio do poste de luz, e aí fica, fica sem luz, né. Então, eu tô achando que é mais
09:06provável que a eleição tenha um impacto em como as pessoas vão interpretar o apagão do que o
09:12contrário. Agora, tem um detalhe, ô Duda, que eu quero trazer um bastidor pra você que nos acompanha,
09:17que nos escuta ao vivo aqui no Médio em Brasília, é o seguinte, a campanha do Ricardo Nunes, ela tem
09:23observado, tem, né, tem analisado com lupa a repercussão nas redes sociais, né, como é que esse episódio
09:29vai de fato impactar ali na campanha do Ricardo Nunes, e deve ser um assunto explorado ao longo do debate de
09:35hoje à noite na Band. Ainda falando sobre esse caso, coloca na tela, por gentileza, Matheus, aquele post do
09:42Jair Bolsonaro, porque hoje pela manhã, conversei ali com aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, e essa
09:48história, né, que surgiu nessa segunda-feira é o seguinte, é que o ex-presidente atribuiu a crise em
09:55São Paulo a uma sabotagem do Kassab. Qual é o raciocínio do ex-presidente? É simples, olha, como o governo,
10:03o Ministério de Minas e Energia, né, ele é o responsável por, né, fiscalizar a agência de
10:10energia elétrica, e como o Alexandre Silveira é ligado ao Kassab, então, na visão do ex-presidente,
10:16o ministro de Minas e Energia não tem sido suficientemente duro com a agência reguladora
10:22para poder evitar esse tipo de problema. E aí, nesse contexto, o que que o ex-presidente já pensou?
10:28Olha, já que o PSD não vai me ajudar em São Paulo, eu também não vou ajudar, eu vou interferir lá
10:35em Curitiba. Lá em Curitiba, há um segundo turno entre o Eduardo Pimentel, que é do PSD, do Kassab, e a
10:41Cristina Grael, do Partido da Mulher Brasileira, do PMB. Na semana que vem, o Bolsonaro deve fazer um
10:47ato de campanha em apoio à Cristina, mas segundo os aliados, quase como se fosse uma retaliação ao
10:54Gilberto Kassab. Quer comentar rapidinho, meu caro Alexandre Borges, pra gente fechar?
10:59Vamos lá. É uma tática que a gente vê, às vezes, muito no mundo do crime, né? Quando você tem uma
11:05disputa entre dois capos do crime, você, pra mandar um aviso, você dá um tiro em alguém de confiança
11:13próximo ao seu adversário. A gente viu isso até em filme, no Poderoso Chefão, onde eles iam, os chefes
11:19mafiosos iam matando o filho de um, o filho do outro e tal. E a gente viu, por exemplo, aqui o caso
11:25dramático do Marcelo Freixo, que ele teve o seu irmão e a Marielle Franco, que era seu braço direito,
11:32assassinados pelas milícias, porque ele anda muito protegido, ele anda com muitas seguranças, com o
11:38pessoal do BOP, do primeiro destacamento. Então, como seria muito difícil matar o Marcelo Freixo, o crime
11:46fez o quê? Deu tiro na Marielle, que era o braço direito dele, matou a Marielle e matou o irmão do
11:54Freixo, que não tinha nada a ver com política. Enfim, então, assim, a gente vê essas coisas
11:59acontecendo. Então, no momento em que o Jair Bolsonaro, ele quer dar uma enquadrada no Tarcísio, ele deve
12:05estar achando que o Tarcísio está muito solto, com opiniões muito independentes. O que ele faz? Ele
12:11mira no Kassab, ele mira no cara que está do lado do Tarcísio, porque ele sabe que o Tarcísio é um
12:16ativo muito importante do bolsonarismo. Então, em vez de ele dar um tiro no Tarcísio, ele dá um tiro
12:21no Kassab, né? Mas com a esperança de mandar um recado para o Tarcísio, de dizer, olha, a gente é amigo
12:29até a página 12, a gente é amigo enquanto você me obedecer. No momento você parar de me obedecer, as
12:35coisas podem mudar. Mas o Bolsonaro já não está mais com tanta força quanto ele tinha. Esse recado há dois
12:41anos atrás, teria um outro peso. Hoje, menos. Hoje, o Tarcísio tem condição de ter uma vida
12:47independente e o Tarcísio pode, inclusive, avaliar o quanto que ele quer baixar a cabeça para essa
12:54ameaça ou quanto ele quer continuar com uma linha independente. Aí cabe ao Tarcísio o que ele achar
12:59que é o capital político e a força política dele. Mas até porque nós temos dois anos da eleição
13:05para governador e o marçalismo deve vir com um candidato ao governo do Estado para disputar o cargo
13:12do Tarcísio. E o Bolsonaro pode estar olhando, como a gente viu no dia da eleição, com muito carinho
13:19o marçalismo e achando que o marçalismo pode ser mais afinado com ele do que o Tarcísio
13:25barra caçabismo, vamos dizer assim. Então, a gente tem a briga aparente, mas a gente também tem
13:34todo esse pano de fundo já com vistas para a próxima eleição.
13:55Obrigado.

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