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Moraes quer transformar bolsonaristas em mártires?
O Antagonista
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O ministro Alexandre de Moraes, do STF, proibiu Filipe Martins, ex-assessor do governo Bolsonaro, de conceder uma entrevista para a Folha de S. Paulo.
Segundo o jornal, que classificou decisão como “censura”, Moraes alegou que isso violaria condições da soltura de Martins.
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00:00
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, proibiu Felipe Martins, ex-assessor do governo Bolsonaro,
00:05
de conceder uma entrevista para a Folha de São Paulo.
00:07
Segundo o jornal, que descreveu a decisão como censura,
00:10
Moraes alegou que isso violaria condições da soltura de Martins.
00:14
Uma delas é a proibição de comunicação do ex-assessor com os demais investigados
00:18
na suposta trama golpista, como Bolsonaro, os ex-ministros Walter Braga Neto e Augusto Heleno
00:24
e o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier.
00:26
Martins cumpriu seis meses de prisão preventiva até o início de agosto
00:30
no âmbito de investigações sobre atos golpistas,
00:35
considerados, evidentemente, assim pelo Supremo Tribunal Federal.
00:38
Moraes escreveu no despacho, abre aspas,
00:41
No atual momento das investigações, em virtude da proibição de comunicação com os demais investigados,
00:46
a realização da entrevista jornalística com o investigado não é conveniente
00:49
para a investigação criminal, a qual continua em andamento.
00:53
Fecho aspas.
00:54
Olha, Greve, nós criticamos, fomos alvo de toda essa militância virtual bolsonarista
01:03
encrustada no Palácio do Palanato ao longo do governo Bolsonaro.
01:07
Mesmo assim, repudiamos censura, de fato.
01:12
Há decisões, vez ou outra, que impedem alguém que está preso ou que já está denunciado
01:21
de conceder entrevistas.
01:23
Há outros casos em que isso acontece.
01:26
O problema aqui é que o Felipe Martins passou meses e meses preso
01:31
com base numa alegação que não se confirmou na prática.
01:37
porque havia ali a acusação de que ele teria se evadido do país no momento em que ele não poderia
01:43
fazer isso, etc. E informações de voo que depois foram contestadas pela defesa
01:49
com documentos oficiais, inclusive dos Estados Unidos, para dizer que ele não estava no voo
01:55
que o Moraes estava dizendo que ele poderia ter estado, para dizer o mínimo.
02:00
Então, o sujeito passa meses na cadeia, depois tem a prisão relaxada, fica solto para responder
02:07
em liberdade com determinadas medidas cautelares.
02:10
Mas a base era frouxa, não era verdadeira, não era sólida.
02:17
Ele não está sequer denunciado, ele é simplesmente um investigado.
02:23
Então, não aparece publicamente algo de substantivo nessa investigação.
02:29
Não estou falando aqui de elementos negativos, de condutas pessoais ou virtuais
02:33
ou de posicionamentos públicos ao longo do governo Bolsonaro.
02:36
Estou falando nessa investigação.
02:37
O que tem de sólido contra ele que faz com que ele seja impedido até de dar entrevista?
02:43
Quando a gente vê tantos investigados por aí, dando entrevista à torta e à direita,
02:48
falando barbaridade, recriminando, inclusive, os investigadores, sejam procuradores,
02:52
agentes da Polícia Federal, o juiz que já examinou o caso, alguém que o denunciou,
02:59
a gente tem visto isso acontecer imensamente.
03:02
Então, assim, não estava tampouco na decisão do Moraes ao soltá-lo,
03:08
ao decidir quais são as medidas cautelares, essa especificidade de proibição de entrevista.
03:13
Foi a Folha que foi fazer a solicitação e aí o Moraes falou, não é conveniente.
03:18
E aí a gente não tem como deixar de perguntar, não é conveniente para quem?
03:24
Ele colocou ali que é para a investigação criminal, mas será que não é para o Moraes?
03:28
Porque alguém que ficou preso com base numa alegação que não se confirmou verdadeira,
03:34
poderia, evidentemente, fazer um discurso ali de abuso de poder, etc.
03:40
Pode pegar mal para o Moraes antes que se reúna a prova contra ele.
03:43
Então fica parecendo que não, tem que calar, tem que esperar, tem que ou prende ou cala
03:48
enquanto a gente tenta trazer aqui, isso no raciocínio do Moraes, algo de sólido contra essa pessoa.
03:56
Então, assim, o conjunto da obra, não é que ele não pudesse identificar isso eventualmente
04:01
com uma argumentação sólida que não apareceu.
04:03
É que o conjunto da obra acaba tornando a decisão ainda mais incômoda,
04:07
ainda mais próxima da alegação da Folha de São Paulo, de que é censura.
04:12
É mais um efeito da eternização dos inquéritos do Alexandre de Moraes.
04:22
O Felipe Martins passou seis meses preso, como você disse, foram seis meses,
04:28
preso por uma alegação que não se mostrou sólida.
04:32
E agora, você vê uma restrição ao direito dele de se expressar, de falar, de dar uma entrevista,
04:46
sendo tomada com base numa determinação do Alexandre de Moraes, que era muito mais específica.
04:55
Ele não pode se comunicar com os outros investigados.
05:01
Então, você pega uma coisa que é pontual e, de repente, você, bum, explode esse negócio
05:07
para impedi-lo de falar de maneira genérica.
05:12
É, você amplia o escopo.
05:14
Você amplia o escopo.
05:15
E, quando você está falando de direitos fundamentais, como o direito à expressão,
05:21
à livre expressão, não devia haver espaço para essas extrapolações.
05:29
Pelo contrário, se você vai impor uma restrição a um direito fundamental,
05:34
você tem que ser o mais cuidadoso e o mais restrito possível.
05:38
É direito fundamental da pessoa humana.
05:42
Você não age para explorar, para ampliar a restrição.
05:48
Você age para torná-la o mais pequena possível.
05:53
Agora, não é assim que o Alexandre de Moraes pensa.
05:56
Não é assim.
05:58
Ele vive ampliando as restrições.
06:01
Isso não está certo.
06:03
E, de um modo trocadista, no sentido de que dá uma decisão gravosa,
06:08
para não dizer que é arbitrária, autoritária, mas a gente diz, porque várias são,
06:12
e ele não justifica, de uma maneira convincente, aquilo que ele está fazendo.
06:19
Ele não dá uma argumentação substantiva.
06:22
Se vocês pegarem o artigo que eu fiz, até estei outro dia,
06:24
na época em que ele deu uma decisão contra o Telegram,
06:26
com todos os problemas que o Telegram tem,
06:28
mas a decisão não tinha fundamento.
06:30
Ela não tinha argumentação.
06:32
Não se pegava um trecho e se aplicava a lei em cima, mostrando onde é que houve determinada violação.
06:38
Não.
06:39
Era a opinião autoprobante do Moraes.
06:40
Isso aqui é ilegal, é imoral, então corta.
06:43
Não dá para a linguagem jurídica ser rebaixada a esse ponto de militância de rede social.
06:50
É a figura que diz combater a militância delinquente de rede social,
06:55
aqueles golpistas, aqueles que usam a liberdade de expressão para ter a liberdade de agressão, etc.
07:03
Ora, é quem deveria usar uma linguagem diferenciada em relação a daqueles que utilizam a rede social
07:11
para atacar as pessoas.
07:12
Então, o ministro com a caneta na mão de Supremo Tribunal Federal,
07:17
ele está ali dando decisões que são graves, que atacam, num outro sentido, a liberdade das pessoas.
07:24
Exato.
07:25
Então, é preciso, sim, justificar.
07:27
E ele não faz isso, não se importa muito, vem a crítica e ele recebe a complacência dos colegas.
07:35
Posso fazer uma outra observação?
07:36
Existe uma série de decisões no Supremo Tribunal Federal
07:40
autorizando pessoas presas, condenadas, que estão na cadeia da entrevista.
07:45
O Lula, por exemplo, deu um monte de entrevistas quando estava preso.
07:49
Sérgio Cabral deu entrevista.
07:51
Chegou a haver um veto do ministro Luiz Fux na época em que o Lula já estava preso.
07:57
Agora, tem uma diferença aí.
07:59
Daí, adivinha quem?
08:01
O Ricardo Lewandowski derrubou o veto.
08:03
Pois é.
08:04
Mas havia uma argumentação e o caso já era muito mais avançado.
08:08
Só para, cada um faz o juízo a respeito de cada caso, mas só para mostrar as diferenças.
08:12
O Lula não só já estava indiciado, denunciado, ação penal aberta, e ele estava condenado.
08:19
Condenado.
08:19
Em primeira instância, em segunda instância, e não me lembro agora se já tinha saído
08:23
a decisão de terceira instância do STJ, mas ele estava preso porque era autorizado
08:27
a prisão após condenação em segunda instância.
08:29
O Felipe Martins não está sequer denunciado.
08:32
Exato.
08:33
Quer dizer, você tem uma disparidade muito grande.
08:35
É, o que eu estou querendo dizer, assim, o Fernandinho Beira Mar já foi autorizado
08:40
da entrevista.
08:41
Porque o STF concluiu...
08:43
O Nem da Rocinha, eu me lembro também.
08:45
Exato.
08:46
Concluiu que a condenação criminal não pode alcançar o direito da pessoa falar.
08:54
Tem que passar lá por uns procedimentos, pedir licença, a pessoa precisa concordar na
09:00
entrevista.
09:01
Agora, as pessoas sujeitas aos inquéritos infindáveis do Alexandre Moraes estão sofrendo restrições
09:12
maiores do que gente que está na cadeia com condenação.
09:17
Sem saber, sem ter uma perspectiva de quando essas restrições vão acabar.
09:21
Porque o Alexandre Moraes diz isso.
09:24
Ah, não é conveniente para a investigação que vai acabar um dia desse.
09:29
Sei lá eu quando.
09:30
Então, é anômalo isso.
09:33
Não estamos passando por um momento normal.
09:37
E não pacifica as questões.
09:39
Pelo contrário.
09:41
Como eu comentei meses atrás, o Moraes está ajudando a formar mártires do bolsonarismo.
09:46
Mártires desse grupo, desse reacionarismo aloprado ou dessa articulação aí de bastidor,
09:54
das coisas feitas nas sombras, com vistas à manutenção do poder, o que seja.
10:00
Mas ele está ajudando essas pessoas a ganharem um ar de vítima, de perseguidos, etc.
10:07
Porque ele carrega nas tintas.
10:10
Então, enfim, o tiro no sentido metafórico acaba saindo pela culatra.
10:15
Outra questão é, ele está proibido de dar entrevista porque não pode conversar com os investigados.
10:20
Aí você fala, qual é o sentido disso?
10:21
Bom, o único sentido disso é, se quer proibir a entrevista,
10:24
é porque ele poderia mandar recados codificados, enigmáticos, cifrados,
10:31
mensagens subliminares nas suas respostas para o jornal.
10:34
E isso poderia ser pego no ar ali por outros aliados com os quais ele está proibido de falar.
10:41
Ora, é difícil também você comprar essa tese porque aí o sujeito fica impedido também de outras coisas.
10:51
Porque ele pode andar por aí.
10:52
Ele não está preso.
10:55
Ele está solto.
10:57
Ele já teve o relaxamento da prisão.
10:59
Então, pode ir aos restaurantes, pode ir ao cinema, pode ir ao teatro, pode ir a diversos lugares.
11:04
Pode encontrar com amigos em comum em relação aos investigados, quer dizer, eventualmente emissários podem falar com ele.
11:14
É claro que ele não pode, enfim, fazer algo descancarado para comunicação.
11:19
Então, assim, tem outras maneiras que ele poderia usar para transmitir mensagens cifradas que não só a entrevista de jornal.
11:29
Ele pode mandar uma cartinha, Felipe, querido Jair, até, por enquanto, correspondência ainda é inviolável no Brasil.
11:38
Agora, não pode dar uma entrevista que vai estar sujeita à observação, inclusive, do próprio juiz,
11:44
que poderia dizer, olha, você, nessa entrevista, você mandou recados evidentes e rompeu aqui os...
11:51
Isso, mas você não faz a censura prévia.
11:53
Exato.
11:53
A partir do momento que ele falou, se se identificou que houve um recado direto para alguém com quem ele não possa falar,
11:59
bom, aí é preciso argumentar e, eventualmente, impedir.
12:03
Mas, Moraes vai atropelando aí todos os ritos.
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