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: As principais notícias sobre o agronegócio, os índices do setor agrícola e informações sobre a vida no campo, além de reportagens especiais.
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00:00:00Bom dia, hoje tem mais um capítulo da troca de saberes entre Brasil e países africanos.
00:00:17Nós vamos a um lugar com tradição no cultivo do algodão que ainda luta para vencer a baixa produtividade das lavouras e a pobreza.
00:00:25Você viaja com a gente para o Mali, na África.
00:00:29Nós vamos mostrar um projeto de cooperação técnica entre pesquisadores brasileiros e agricultores africanos
00:00:36para melhorar a vida das pessoas através da produção de algodão.
00:00:41Isso aqui me trouxe uma realização muito grande, porque me desafiou e continuou me desafiando todos os dias.
00:00:50E veja outros assuntos do programa de hoje.
00:00:53Em Mato Grosso, produtores estão pagando mais caro nos fertilizantes.
00:01:00O impacto nos preços é causado pela guerra no Oriente Médio.
00:01:05Produtores gaúchos registram perdas por conta das chuvas da última semana.
00:01:10A chuva em Alagoas trouxe alívio para pequenos agricultores sertanejos.
00:01:15E muitos fizeram replantio das lavouras.
00:01:16Em São Paulo, o uso do CD no galinheiro.
00:01:22E não é para tocar música, viu?
00:01:24Os agricultores de Mato Grosso sentem o impacto da alta dos preços dos fertilizantes.
00:01:50A lona protege parte dos fertilizantes que serão usados na safra de milho do ano que vem,
00:02:00na Fazenda da Vitória, em Campo Verde, sudeste de Mato Grosso.
00:02:04Os produtos são comprados com antecedência, pois demoram em média 90 dias para chegar.
00:02:10O problema tem sido o preço da tonelada desses insumos.
00:02:14Os fornecedores, eu acabei consultando alguns, e eles falam para mim que, no mínimo, subiu 50 dólares.
00:02:21Eu tinha um preço médio ali de ureia, uns 500 dólares, 560.
00:02:26Então, com isso subindo mais 50 dólares, no mínimo, eles me passaram.
00:02:31Então, os custos estão cada vez mais altos.
00:02:34A alta dos adubos tem explicação do outro lado do mundo.
00:02:38A guerra entre Irã e Israel.
00:02:40A região é uma das grandes produtoras de fertilizantes.
00:02:43O Irã, que é fornecedor global de ureia, muito usada nas culturas de milho e do algodão,
00:02:50suspendeu a produção do insumo.
00:02:52O Egito é outro fornecedor mundial e depende do recebimento de gás natural de Israel para fabricar a ureia.
00:02:59O país também paralisou a produção.
00:03:02O José Carlos é engenheiro agrônomo e comprador de insumos em uma cooperativa
00:03:06que representa mais de 200 agricultores espalhados em 800 mil hectares na região.
00:03:12Além do milho, alguns produtores ainda não compraram fertilizantes para a próxima safra de soja.
00:03:19E para esses, a situação é mais complicada, já que o plantio é liberado daqui a pouco mais de dois meses.
00:03:25Seria uma relação de nove sacos por hectare no ano passado e, esse ano, a gente falando em torno de 15 até 16 sacos.
00:03:33Então, é um impacto bem significativo, considerando ainda não só o aumento do fertilizante, mas a queda no preço da commodity.
00:03:44O Henrique é presidente de uma empresa que revende insumos.
00:03:48Segundo ele, os fertilizantes subiram 20% nos últimos dias por conta do conflito no Oriente Médio,
00:03:55mesmo em regiões que produzem outros tipos de fertilizantes.
00:03:59O que a gente vê é um aumento de preços também ocasionado porque as outras regiões produtoras do mundo
00:04:05são demandadas de maneira demasiada.
00:04:08Então, isso contribui para a alta dos preços.
00:04:11Agora, cada minuto, cada dia é importante por conta não só de garantir o preço do produto,
00:04:18mas garantir que ele chegue a tempo nas lavouras.
00:04:21Um fator fundamental que pode ajudar a amenizar os problemas causados pelo cenário atual
00:04:26é ter um armazém na propriedade.
00:04:29Esse aqui, por exemplo, tem capacidade para guardar 150 mil sacas de 60 quilos de soja e milho.
00:04:36A ideia é armazenar todo o cereal que será colhido nesta safra e que ainda não foi vendido
00:04:43e comercializar somente quando os preços estiverem mais altos,
00:04:47para tentar compensar os fertilizantes mais caros.
00:04:51Geralmente, ali, mais final do ano, novembro, dezembro, costuma dar uma melhorada.
00:04:58Com o cessar-fogo no Oriente Médio, a expectativa dos analistas
00:05:02é de que o fornecimento de ureia seja retomado aos poucos.
00:05:06A população do Rio Grande do Sul volta a sofrer com as enchentes.
00:05:11Os produtores rurais, mais uma vez, contam os prejuízos.
00:05:15A lavoura virou rio.
00:05:17O rio Jacuí inundou mais de 12 hectares desse milharal em Rio Pardo, no centro do estado.
00:05:23A água baixa devagar.
00:05:25Aqui, toda a produção de milho para a silagem foi perdida.
00:05:29Com isso, falta comida para o gado de leite do René.
00:05:33A gente aumenta um pouco os níveis de casca de soja, ração, sal mineral,
00:05:40para manter o padrão de leite, mais ou menos.
00:05:43A qualidade dos animais vai deteriorando também, eles vão perdendo peso.
00:05:48Esse período de chuvas, ele acaba travando o desenvolvimento vegetativo das plantas.
00:05:54Elas não produzem a pastagem, então esse gado não tem o que comer.
00:05:58Acaba afetando na sua produção, no gado de corte, no gado de leite, na produção de leite.
00:06:02Mais de 150 municípios sofreram danos com a chuva acima da média dos últimos dias.
00:06:09As enchentes deixaram mortos e desabrigados.
00:06:13Em Eldorado do Sul, região metropolitana de Porto Alegre,
00:06:15seu otavino, que conhecemos no mês passado, ainda lidando com as perdas do ano passado,
00:06:21viu a água tomar as lavouras novamente.
00:06:24Produção mais uma vez perdida, toda a horta orgânica,
00:06:29todo debaixo da água, não tem mais o que fazer e a água continua subindo.
00:06:35Em algumas localidades, é difícil chegar até o produtor.
00:06:39Os rios cobrem os acessos.
00:06:41Em Candelária, agricultores só conseguem sair de casa de trator.
00:06:45Agora que o rio baixou, dá para ver que a força da água levou embora parte da produção de brócolis nesta lavoura.
00:06:57Além disso, a enxurrada trouxe esses sedimentos que se depositaram sobre o solo cultivável
00:07:03e que dificultam, inclusive, o próximo plantio.
00:07:06Aqui tem que esperar colher a planta agora e tentar trazer esse solo um pouco de volta e recuperar com o calcário.
00:07:14Botar uma matéria orgânica de novo, né?
00:07:16Que a palhada que eu tinha aqui, que eu tinha milheto no verão aqui com palha, foi tudo embora, né?
00:07:22Isso vai anos até ajeitar de novo.
00:07:24Mais um desafio que acompanha o produtor gaúcho, que ainda se recupera das cheias do ano passado.
00:07:30Chega em frente, não adianta. A gente não pode desistir, né?
00:07:34A Emater ainda vai calcular as perdas no Estado.
00:07:38Na página paraquemdoar.com.br, você encontra organizações confiáveis que podem ajudar as vítimas dessas enchentes.
00:07:46Em Alagoas, os pequenos agricultores aproveitaram essa chuva dos últimos dias
00:07:51para replantar as lavouras que tinham sofrido com a falta de água.
00:07:55O verde já predomina. Frutos e flores agora compõem a paisagem antizárida do sertão.
00:08:02E o som da inchada na terra é como música para o seu Antônio.
00:08:08Meu costume é escutar esse som de nove anos de idade até hoje.
00:08:15Que é essa a minha luta, meu dia a dia.
00:08:18Ele tem cerca de três hectares ocupados com milho e feijão.
00:08:23E por causa da longa estiagem, perdeu boa parte da produção.
00:08:27Com a chegada da chuva, está replantando as lavouras.
00:08:31A chuva é quem nos faz botar o alimento na mesa, né?
00:08:38Sem chuva a gente não tem como plantar nada, nem colher nada, né?
00:08:41Aqui em Traipu, região do sertão do São Francisco, a chuva trouxe alívio para pequenos agricultores
00:08:48que andavam desanimados com a baixa qualidade das lavouras.
00:08:52Dona Rejane também está feliz com o milho e o feijão recém-plantados.
00:08:56Está sendo uma maravilha de Deus, né?
00:08:59Que nós estávamos sofrendo aí com a seca, mas Jesus mandou a chuva e nós correu para vir plantar, né?
00:09:06Segundo a Secretaria de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Alagoas, junho começou com boas chuvas.
00:09:14Em algumas regiões, até o dia 25, já tinha chovido mais que o esperado para o mês todo.
00:09:20Mesmo assim, cerca de 30 municípios continuam em situação de emergência por conta da estiagem.
00:09:27Apesar da gente ter visto algumas chuvas de grande intensidade nos últimos dias,
00:09:31mas mesmo assim, a nossa previsão é que durante toda a quadra chuvosa,
00:09:37tenhamos chuvas abaixo da média em todo o estado e principalmente no sertão.
00:09:41Seu José Hortense não quer perder essa janela de oportunidade.
00:09:46Assim que deu uma enchiada, cavou mil covas nessa área de pouco mais de um hectare e está plantando uma caixeira.
00:09:53É muito bom assim, por causa que no futuro a gente tem para comer.
00:09:57Já não compra.
00:09:57E tem mais grãos no Giro de Notícias.
00:10:15Começou a colheita do milho no Tocantins.
00:10:18Graças a um aumento de 7% na área cultivada e o clima favorável ao desenvolvimento das lavouras,
00:10:25a expectativa é que a produção chegue a quase 2 milhões e 400 mil toneladas.
00:10:3019% a mais que na temporada passada.
00:10:33A colheita do feijão está chegando ao fim no Paraná.
00:10:37Nesta temporada, apesar da redução de 10% na área, a produção se manteve praticamente estável.
00:10:44Principalmente graças a chuvas bem distribuídas que colaboraram para um bom rendimento no campo.
00:10:51Mas os agricultores estão preocupados com o preço.
00:10:54A saca do feijão preto está sendo negociada na casa dos 130 reais.
00:11:00Uma queda de quase 40% em 12 meses.
00:11:03O Brasil teve recorde de queimadas em 2024.
00:11:07Segundo dados divulgados pelo MapBiomas, rede de ONGs e institutos de pesquisa,
00:11:12só na Amazônia foram 15 milhões e 600 mil hectares destruídos pelo fogo.
00:11:18Maior marca dos últimos 40 anos, quando o levantamento começou.
00:11:22Foi realizada essa semana em Patos de Minas, Minas Gerais, a Milk Show.
00:11:26Um dos principais eventos da cadeia produtiva do leite do Brasil.
00:11:29Entre os principais temas, a produção sustentável do leite,
00:11:33com o uso de novas tecnologias e melhoramento genético dos rebanhos.
00:11:38A organização estima que mais de 15 mil pessoas tenham participado do evento.
00:11:43Os confinamentos de gado em Goiás estão lotados.
00:11:47O crescimento das exportações ajudou a aquecer esse mercado.
00:11:50Os currais estão com a capacidade máxima em Santa Helena de Goiás.
00:11:56Nesta mesma época do ano passado, a ocupação do confinamento,
00:12:00que também hospeda animais de outros pecuaristas para engorda, era de 80%.
00:12:05A gente está com mais de 20 mil cabeças instaladas aqui, com 100% da lotação.
00:12:11Estamos praticamente com escala igual ao frigorífico.
00:12:14Quando um corral vai para abate, já tem outro cliente já querendo colocar o gado no confinamento já,
00:12:19para aproveitar essa fase.
00:12:21Em Bela Vista de Goiás, o otimismo mudou o cenário na fazenda Santa Felicidade.
00:12:27Esta é uma área nova de confinamento.
00:12:30No ano passado, ainda não tinha nenhum animal por aqui.
00:12:33Agora, já são 6.700 bois e outros 5.000 devem chegar até o fim do ano.
00:12:40Esses primeiros lotes aqui já estão na etapa final de engorda, que é chamada de terminação.
00:12:47As vendas para o mercado externo vivem um bom momento.
00:12:51Segundo a associação que representa os frigoríficos, no balanço de janeiro a maio deste ano,
00:12:56o Brasil já superou o mesmo período de 2024 em 12,6%.
00:13:02E o faturamento cresceu ainda mais, 22,5%.
00:13:07Destaque para os Estados Unidos, o segundo maior comprador da carne brasileira,
00:13:13que mesmo com um aumento nas tarifas, importou quase 80% a mais de carne e derivados de bovinos do país.
00:13:22O Estado Unidos está diminuindo o rebanho.
00:13:25A gente tem o Brasil maior produtor de carne bovina do mundo em relação à exportação e volume de gado no estoque.
00:13:33A gente está muito ansioso com a entrada do Japão e da Coreia do Sul para poder fortalecer mais ainda esse nome do Brasil a nível do cenário internacional.
00:13:43O pecuarista Guilherme de Freitas cria gado para exportação já há algum tempo.
00:13:48A gente já faz o critério aqui na hora de embarcar, para ele poder dar exportação.
00:13:54Que são boi com até quatro dentes, certo? E acima de 16 arrobas.
00:13:58É um padrão, né? Dá um bônus de 2%.
00:14:00Tudo que for ajuda é bom, né? É bem-vindo, né?
00:14:03Pela arroba do boi para exportação, seu Guilherme está recebendo 310 reais.
00:14:09A arroba é negociada em média no Estado a 295 reais.
00:14:14No mesmo período do ano passado, 200 reais.
00:14:18Para o criador, além da exportação, outros fatores interferem nos bons resultados da atividade.
00:14:25A melhora esse ano é em função dos animais que foram comprados no ano passado com preço bom.
00:14:32Então, esse animal que foi adquirido de uma forma mais barata, ele nos dá a condição de ter uma margem de lucro maior.
00:14:41Juntando a isso, a queda do milho, em torno aí de uns 10, 15% a menos em relação ao custo alimentar, né?
00:14:49A conta fecha melhor hoje.
00:14:50Em todo o país, devem ser confinados, esse ano, mais de 8 milhões e meio de animais.
00:14:57Crescimento de 7% em relação a 2024.
00:15:01E vamos ao preço do boi em outras regiões do país?
00:15:05Em São Geraldo do Araguaia, Pará, a arroba foi negociada à vista por 280 reais.
00:15:12Arapongas, Paraná, 310, mesmo preço de Rancharia, São Paulo.
00:15:16A média CP dos preços de São Paulo fechou a semana em 317 reais e 40 centavos, uma alta de 0,9%.
00:15:26Já imaginou trocar lixo reciclável por alimentos?
00:15:31Essa é a proposta de um projeto no município de Santa Catarina.
00:15:36Os moradores entregam os produtos e levam para casa um vale que pode ser trocado por frutas e legumes fresquinhos.
00:15:42Hoje, o almoço na casa da dona Rosa está caprichado.
00:15:51Eu estou preparando uma salada de vargem, também tem aipim, temos feijão e temos salada de brócolos.
00:16:02Esses e outros alimentos não foram comprados com dinheiro, e sim com materiais que iriam para o lixo.
00:16:08A gente não precisa comprar fruta nem verdura, né?
00:16:11Tudo natural é muito bom, para a saúde é muito bom, né?
00:16:15As verduras vieram desta feira em São Bento do Sul, município de 85 mil habitantes, no Planalto Norte de Santa Catarina.
00:16:24O projeto, batizado de Câmbio Verde, percorre semanalmente alguns bairros e permite trocar plástico, metal, papel e vidro por alimentos saudáveis.
00:16:34O trabalho é desenvolvido pelo Serviço Municipal de Água e Esgoto.
00:16:40A gente pesa aqui esse material, eles anotam aqui, e nós pagamos para o produtor rural,
00:16:44apoiando, incentivando o crescimento e desenvolvimento dele, dessa cooperativa aqui e dos produtores rurais no nosso município.
00:16:51A cada dois quilos de resíduos entregues, os moradores recebem um ticket de um real para gastar na feira.
00:16:57Desde que o sistema começou em 2023, o índice de reciclagem em São Bento do Sul saltou de 5 para 34%.
00:17:07Os moradores já entregaram mais de 130 toneladas de materiais.
00:17:12Os alimentos da feira vêm todos da agricultura familiar.
00:17:15São em propriedades como essa que os alimentos são cultivados.
00:17:19Por aqui, tem tomate, batata e diversas hortaliças.
00:17:23Ao menos 30 produtores participam da feira.
00:17:26Desde o início, mais de 20 toneladas de alimentos já foram comercializados.
00:17:32Todos os meses, o Serviço Municipal repassa cerca de 10 mil reais à cooperativa de produtores.
00:17:37Está previsto em lei.
00:17:39O Braulio, por exemplo, recebe até 2 mil reais mensais com o que manda para o câmbio verde.
00:17:44Ele cultiva mais de 10 variedades na propriedade da família de 2 hectares.
00:17:49Com a feira, as vendas aumentaram 30%.
00:17:52Toda semana a gente tem essa venda aqui.
00:17:54A gente sabe o que pode plantar e o quanto plantar, sabe?
00:17:57Que você sabe que vai trazer para cá e vai ter essa venda direta.
00:18:01Outro produtor que sentiu a mudança foi o Tiago,
00:18:03que cultiva batata, abóbora e cebola na propriedade de 1 hectare.
00:18:08A gente está muito mais empolgado trabalhando.
00:18:13A gente tem mais uma venda.
00:18:14Então, a gente já cultiva orgânico para cuidar do planeta.
00:18:18É muito mais gratificante para a gente que trabalha no campo.
00:18:22Na casa do seu Wilson e da Dona Rosa, já está tudo separado para a próxima feira.
00:18:30Eu separo tudo.
00:18:32Plástico e plástico e vidro e papelão.
00:18:36Esmago tudo.
00:18:38Aí, carrega 14, 15 caixas, conforme que cava na caminhonete.
00:18:42200 e poucos quilos, quase 300 quilos cada vez.
00:18:45Pesa um pouquinho, mas vai embora.
00:18:47E eu também, para o senhor.
00:18:48Sim.
00:18:49É um dinheiro que sobra, né?
00:18:50Que é uma coisa que eu não pago nada, né?
00:18:52A Taeme veio pela primeira vez fazer a troca.
00:18:56Aos 10 anos, ela já sabe a importância da destinação correta dos resíduos.
00:19:01Lixo na natureza não pode, senão os animais vão aí e ficam mexendo se acontece alguma coisa com eles.
00:19:07A Prefeitura de São Bento do Sul trabalha agora para ampliar os pontos de coleta e aprimorar a logística para que mais gente participe do programa.
00:19:21Hora do nosso bate-bola de perguntas e respostas, Helen.
00:19:26Nelson, a Laiana Oliveira, de São Gonçalo, Rio de Janeiro, quer ajuda para recuperar um pé de bertalha seco, com folhas pequenas.
00:19:35Mas antes, vamos explicar que hortaliça é essa.
00:19:39Para quem não conhece, bertalha é uma punk, planta alimentícia não convencional de origem indiana.
00:19:46Ela é rica em minerais e suas folhas se assemelham ao espinafre.
00:19:50A bertalha é uma hortaliça tropical que se desenvolve bem em clima quente e úmido.
00:19:56Como aí no Rio de Janeiro, dona Laiana?
00:19:58Mas então, por que os seus pés estão com folhas secas e pequenas?
00:20:03O Nuno Madeira é agrônomo da Embrapa Hortaliças e vai nos ajudar.
00:20:07Nuno, o que está acontecendo com a bertalha da dona Laiana?
00:20:09Bom, Carol, na verdade, a bertalha da dona Laiana está muito bonita, só que ela está na fase final de ciclo de vida dela.
00:20:15Ela passou do que a gente chama de fase vegetativa de produção de folhas para a fase reprodutiva, em que ela começa a florescer e produzir frutos.
00:20:23O ciclo completo da bertalha é de seis meses.
00:20:26Depois do plantio, ela leva em torno de dois meses para começar a produzir as folhas para o consumo.
00:20:32A cada 20 dias, você pode fazer um corte.
00:20:34A gente faz três, quatro, cinco e até seis cortes, para ter uma ideia, quando a gente faz reposição de nutrientes e quando a gente pega o clima quente e úmido durante toda essa fase.
00:20:44E cada corte é uma colheita, né?
00:20:46Então, quando a gente faz aquele corte, na verdade, em hastes, essas hastes são depois utilizadas para o consumo, para a comercialização.
00:20:54A gente recomenda aí por volta de 10 a 15 centímetros, mais ou menos, a primeiro corte, depois subindo um pouquinho de 15 a 20 centímetros, segundo, terceiro, quarto corte.
00:21:03Quando a bertalha está chegando ao fim do ciclo, começa a emitir botões florais, como estes aqui.
00:21:09Os frutinhos vão se encher e produzir sementes.
00:21:13Ela começa a direcionar todos os nutrientes para enchimento dos frutos.
00:21:16Então, as folhas vão ficando pequenas, o que a gente chama de dreno, né?
00:21:19Nesse caso, dona Laiana, é preciso descartar as plantas que a senhora já tem.
00:21:24A orientação é coletar essas sementes, secar a sombra e depois fazer um novo plantio.
00:21:30Basta preparar a terra com adubo orgânico ou com NPK, nitrogênio, fósforo e potássio, numa formulação de 4, 30, 16 e fazer o plantio.
00:21:41A gente sempre recomenda três, quatro sementes, escolhendo uma ou duas para serem as definitivas que vão se estabelecer, são as mais vigorosas.
00:21:49O plantio pode ser em vaso, né? A dependência, a pessoa não tem um local aberto para plantar.
00:21:54Num local aberto, num canteiro, numa época de calor, ela vai produzir mais porque ela tem mais espaço de solo para buscar nutrientes.
00:22:03Então, ela tem que tomar cuidado no vaso de não esgotar os nutrientes.
00:22:07A planta vai começando a ficar amarelada, vai indicando que está faltando nitrogênio, potássio e alguns outros nutrientes.
00:22:14Então, ela tem que fazer a reposição a cada duas colheitas, mais ou menos, a cada dois cortes.
00:22:18E é muito fácil fazer um novo plantio. Então, isso rejuvenesce a planta que vai produzir melhor.
00:22:24Quer saber mais sobre a Bertalha? Então, vamos lá.
00:22:27Abra a câmera do seu celular e aponte para o código que aparece aqui no cantinho da tela.
00:22:32Você vai ter acesso a esse folheto da Embrapa, que reúne informações sobre o plantio, a colheita e a conservação das folhas.
00:22:41E tem até uma dica de receita bem simples de como preparar a Bertalha com ovos.
00:22:47Esse material é de graça e fica disponível lá no nosso site, g1.com.br barra Globo Rural.
00:22:54O Mácionilho Rocha, de Piritiba, Bahia, encontrou uma árvore na estrada e foi logo provando fruto.
00:23:02Ele diz que o gosto é bom e se parece com pitanga, mas não sabe o que é.
00:23:05Mácionilho, o nosso consultor, o agrônomo Shukichi Kurosawa, explica que você achou aí um tipo de uvaia.
00:23:13Provavelmente é uvaia peba ou uvaia rugosa.
00:23:17Existem mais de 20 espécies dessa planta.
00:23:21A árvore chega a 2 metros de altura, pode comer os frutos à vontade, ao natural ou no preparo de sucos e doces.
00:23:28Dúvida que vem de Minas Gerais.
00:23:31O Ademir tem uma pequena criação de galinhas e conta que uma delas está bebendo o ovo.
00:23:38O que fazer?
00:23:39O César Daci traz algumas dicas para você.
00:23:42Oi, Ademir, bom dia.
00:23:44Repare nesses CDs que estão espalhados pelo galinheiro da Fazenda Experimental da Unesp,
00:23:50no município de Botucatu.
00:23:51Eles têm a ver com a resposta que o zootecnista Marconi Ítalo vai dar para a sua pergunta.
00:23:59Mas antes, é importante você saber por que a galinha bebe o ovo.
00:24:04Qual é a causa?
00:24:06Bom, Ademir e César, a causa principal é que essa galinha está estressada.
00:24:10Pode ser por diversos fatores.
00:24:12Para começar, Ademir, avalie se suas galinhas estão consumindo uma dieta balanceada
00:24:17que dê conta da formação do ovo como um todo.
00:24:20clara, gema e casca.
00:24:24A gente normalmente recomenda 16% de proteína para essas galinhas,
00:24:29em torno de 6% de cálcio, tá?
00:24:30Principalmente calcário grosso.
00:24:32A partir do momento que essas galinhas vão ficando mais velhas,
00:24:35a exigência de calcário grosso, ela aumenta, né?
00:24:38Porque ela precisa desse calcário para formar essa casca.
00:24:42E aí, quando a casca do ovo está fina, quando ela tem esse estresse, essa deficiência,
00:24:46ela tende a bicar esse ovo.
00:24:48E aí, quando ela descobre esse ovo, quando ela arrebenta esse ovo e bebe,
00:24:50ela acaba ficando viciada, descobre as maravilhas desse ovo e acaba consumindo cada vez mais,
00:24:56se tornando um comportamento desejável muito mais frequente.
00:24:59O maior problema disso é que elas aprendem.
00:25:02Elas ensinam uma com a outra.
00:25:04Isso a gente, comportamento por observação, a gente chama de facilitação social.
00:25:07É quando uma galinha observa uma outra galinha fazendo um comportamento e repete aquele comportamento.
00:25:13Então, acho que a prática mais comum para você fazer isso é retirar, eliminar aquela galinha do galinheiro,
00:25:21porque senão ela vai ensinar as outras galinhas.
00:25:22Então, a galinha que aprendeu tem que sair do loja.
00:25:25Tem que sair.
00:25:25Outra causa comum é que galinha não gosta de calor.
00:25:31E o tamanho do ambiente tem que estar adequado ao conforto que elas precisam.
00:25:35A galinha precisa em torno de 21 graus Celsius, temperatura, 60% de umidade.
00:25:40A gente utiliza estratégias como ventiladores, aspessores, para tentar manter esse ambiente mais adequado para esses animais.
00:25:47E a questão da densidade, o número de galinhas no galinheiro.
00:25:51Então, a gente recomenda em torno de 6 a 9 galinhas por metro quadrado.
00:25:55Então, para um produtor, para o seu Ademir, para ele poder calcular isso fácil,
00:25:58ele calcular a área do aviário e divide quantas galinhas ele tem.
00:26:02Como estratégia, aí na sua rotina, Ademir,
00:26:05Dr. Marconi recomenda que você aumente a coleta dos ovos durante o dia para 3 ou 4 vezes.
00:26:12Isso para que a galinha nem tenha chance de bicar os ovos.
00:26:15No mais, é importante que você faça um enriquecimento ambiental do galinheiro.
00:26:22Uma caixa de areia pode ajudar.
00:26:24Pode ser também uma maravilha, desde que seja diferente da cama,
00:26:28faz com que atraia a atenção dela, não só para tomar o banho de areia,
00:26:31mas também para ficar se escando e procurando outras coisas, ou seja, distraída.
00:26:34E os CDs entram por quê?
00:26:38Então, o CD foi uma estratégia que a gente pensou de enriquecimento porque é o que brilha.
00:26:42E as galinhas, elas são atraídas por coisas que brilham.
00:26:45Então, se você entra no galinheiro mesmo e você está com relógio ou com aliança,
00:26:49elas vão tentar bicar lá, até uma caneta mesmo.
00:26:51E aqui ela gostou do parafuso do nosso equipamento.
00:26:55Exatamente.
00:26:56Tudo que brilha, tudo que metal, elas adoram ficar bicando lá,
00:26:59atrai muito a atenção delas.
00:27:01Uma solução simples.
00:27:02Todo mundo tem CD velho em casa, também é fácil de achar CD barato.
00:27:05Um barbante simples.
00:27:06Você amarra no teto e você vai espalhando assim.
00:27:08Normalmente, a gente recomenda que fique na altura do olho da galinha, na cabeça dela.
00:27:13A gente ainda não tem nenhum trabalho que determine essa quantidade de CD,
00:27:16mas você vai colocando a partir do bom senso.
00:27:18Perto dos nios, principalmente, que aí vai atraindo ela pelas bicarem.
00:27:22A boa notícia, Ademir, é que você não precisa se preocupar com o estilo musical, né?
00:27:27Não, as galinhas não têm preferência, seja sertanejo, rock, flor, não tem preferência.
00:27:32Mas deixa que seja só no CD e não tocando a música.
00:27:37Ademir, não esqueça de dar água limpa, fresca e à vontade para as suas galinhas.
00:27:42Está com algum problema aí na sua plantação ou na sua criação e quer mandar uma pergunta para a gente?
00:27:49Anote o nosso WhatsApp.
00:27:5211-988-895-5505.
00:27:55Você pode enviar texto, foto e vídeo.
00:27:59Junto da sua mensagem, escreva o seu nome e o do seu município.
00:28:04Agora, a agenda da semana no campo.
00:28:06Exposição agropecuária em Barrocas, Bahia.
00:28:10Seminário sobre uva orgânica em Garibaldi, Rio Grande do Sul.
00:28:15Cavalgada de São Pedro, em Lagoa do Ouro, Pernambuco.
00:28:18Em São Paulo, encontro de produtores de algodão na capital.
00:28:22E festival das cerejeiras em São Roque.
00:28:25Em Minas Gerais, festival do peixe em Formiga.
00:28:29Feira de Panks, plantas alimentícias não convencionais em Sete Lagoas e Prudente de Moraes.
00:28:36E festa do produtor rural em Porto Firme.
00:28:39A partir de agora, o Globo Rural desembarca na África.
00:28:43Na semana passada, nós mostramos a visita de técnicos e agricultores camaroneses
00:28:48às lavouras de algodão do norte de Minas Gerais.
00:28:51Hoje, você vai ver o trabalho de pesquisadores brasileiros lá no continente africano.
00:28:57Os repórteres Edson Ferraz, Rogério Rocha e o Anderson Oliveira nos apresentam o Mali
00:29:03e as dificuldades de produzir num lugar de muita pobreza e instabilidade política.
00:29:09A África, berço da humanidade, é um continente de contrastes,
00:29:25onde toda a beleza natural e a rica cultura se chocam com desafios históricos e também atuais.
00:29:33Esse é o Mali.
00:29:41O país fica na parte ocidental do continente, ou seja, lá na ponta esquerda do mapa.
00:29:48Ele é cercado pelo deserto do Saara e por uma imensa savana.
00:29:54O país é um dos mais pobres do mundo.
00:29:57Tem 24 milhões de pessoas.
00:29:5930% da população vive na zona urbana.
00:30:02A maior parte dessa parcela é espremida na capital do Amar.
00:30:08A metrópole é dividida ao meio pelo Níger,
00:30:11que é o terceiro maior rio da África e passa por cinco países.
00:30:17Ele é turvo e calmo.
00:30:20É importante para o transporte, o abastecimento de água e também é fonte de alimentos.
00:30:25Nessa margem, encontramos ribeirinhos que vivem da pesca e de pequenas plantações.
00:30:31É a mesma prática dos pequenos agricultores que vivem às margens dos rios brasileiros.
00:30:37Eles aproveitam essas áreas de várzea para fazer o cultivo de hortaliças.
00:30:43Seu Fusciene Conat, de 60 anos, usa o solo úmido da última cheia para plantar alface e rúcula.
00:30:51O problema é que a maior parte do esgoto da capital vai direto para o rio.
00:30:54A lama dos canteiros tem um cheiro bem forte e tem muito lixo espalhado por toda a parte.
00:31:02Eu até pergunto se ele não tem medo de alguma contaminação.
00:31:07Não tem problema. Não tem problema.
00:31:09Você do meu próprio.
00:31:09Faltam tratamento de esgoto, comida, escolas.
00:31:16A cada 10 pessoas, 7 não aprenderam a ler e escrever.
00:31:20A expectativa de vida é de 53 anos.
00:31:2330 anos a menos do que a média de países desenvolvidos.
00:31:26Uma das condições do governo do Mali para a nossa presença aqui no país
00:31:36é que durante todo o tempo nós fôssemos escoltados a relatos de conflitos armados,
00:31:44de atentados terroristas.
00:31:46Durante todo o tempo a gente tem que ficar escoltado por militares.
00:31:51O Mali só se tornou independente em 1960, mas até hoje não conseguiu um governo democrático.
00:32:00Já foram cinco golpes de Estado.
00:32:02Atualmente o país é comandado por militares num processo chamado de governo de transição.
00:32:08Esse país que tem uma dificuldade em instaurar um poder popular, democrático, como está acontecendo hoje.
00:32:15Então esse governo intermediário que nós temos hoje, de transição,
00:32:18mas até quando vai durar essa transição?
00:32:21Está ali a questão.
00:32:23O Mohamed Hadjab é tradutor do governo brasileiro e também especialista em geopolítica.
00:32:28Ele afirma que a pobreza não só do Mali, mas também de muitos países da África
00:32:33é resultado da colonização europeia.
00:32:37Os países europeus fatiaram o continente africano como se fosse um bolo.
00:32:42Pedaço por pedaço, entregando pedaço para cada potência europeia.
00:32:45O que não levou em consideração a existência de famílias, existência de tribos,
00:32:49existência de uma administração social, política e econômica dos africanos.
00:32:53A França, por exemplo, explorou as riquezas do Mali por pelo menos 70 anos.
00:32:58Eles buscavam principalmente recursos naturais.
00:33:02O Mali é conhecido, reconhecido como sendo o país do ouro.
00:33:06Um dos reis do Mali considerado como os mais ricos, de acordo com a revista Forbes,
00:33:11o mais rico da história da humanidade.
00:33:12É neste cenário que há 12 anos a ABC, agência brasileira de cooperação ligada ao Ministério
00:33:20das Relações Exteriores, promove a troca de conhecimento científico e agrícola entre
00:33:26Brasil e Mali.
00:33:27A gente discute com eles como que vai ser, eles dão sugestões também, porque o projeto
00:33:32é feito de forma participativa, né?
00:33:34A gente dá uma orientação sobre o que é preciso ser feito e eles realizam com muita eficiência
00:33:40esse trabalho.
00:33:42Marques Leandro Nave Silva, engenheiro agrônomo e professor universitário.
00:33:48O professor Marques é um apaixonado pelo ambiente e pela produção, por isso que eu escolhi
00:33:55a carreira de agronomia.
00:33:57O professor Marques trabalha na Universidade Federal de Lavras.
00:34:01É um dos veteranos da equipe.
00:34:04Já são 12 expedições.
00:34:06A cooperação faz parte de um projeto criado depois que os Estados Unidos perderam uma disputa
00:34:24na OMC, que é a Organização Mundial do Comércio.
00:34:27O Brasil conseguiu provar lá em 2004 que os americanos subsidiavam, ou seja, bancavam
00:34:33tanto os seus produtores de algodão que isso jogava para baixo o preço da pluma no mundo
00:34:38inteiro.
00:34:39A maior parte do dinheiro do projeto vem da indenização paga pelo país norte-americano,
00:34:45cerca de 80 milhões de dólares.
00:34:47São mais de 18 países africanos atendidos pela agência brasileira de cooperação.
00:35:11A principal meta da parceria é que, com essa troca de experiências, os países consigam
00:35:17melhorar a qualidade e a produção do algodão.
00:35:25O Mali é um país que tem imensos desafios a serem superados.
00:35:30Agora, nós não podemos transferir a nossa realidade para essa realidade que eles vivem,
00:35:36porque isso é impossível.
00:35:37Fábio Aurélio Dias Martins, engenheiro agrônomo.
00:35:43Fábio é um indivíduo que nem sequer imaginava o que era trabalhar com o campo.
00:35:50A esperança do meu pai é que eu me tornasse médico.
00:35:52Então, um rapaz da cidade que acabou indo trabalhar na profissão que eu considero que
00:35:56é a profissão mais democrática que existe.
00:35:59O Fábio é pesquisador da Epamig, empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais.
00:36:04Os profissionais que participam da viagem são de diferentes instituições públicas
00:36:09de ensino e pesquisa no Brasil.
00:36:11Para entrar no projeto, eles são convidados pela ABC, de acordo com as suas especialidades.
00:36:18Mas não basta ter só conhecimento.
00:36:20Eles também enfrentam alguns desafios, que já começam com a saudade da família que
00:36:26ficou no Brasil.
00:36:26Dessa vez, a Gisele me mandou uns bilhetes, né, no sentido de me incentivar e de mostrar
00:36:33que ela sente orgulho e se sente satisfeita pelo fato de a gente ter a oportunidade de
00:36:37colaborar.
00:36:39Tem ainda o desconforto.
00:36:41As estradas no mar são ruins e os pesquisadores passam horas saculejando na van.
00:36:46E um calor daqueles.
00:36:54E ainda tem a dificuldade da língua.
00:36:57O Paulo, que o pesquisador Fábio pede para chamar, é um dos tradutores da equipe.
00:37:09Eles têm no Mali, grosso modo, 13 línguas, das quais há duas línguas de alcance nacional.
00:37:19O francês, evidentemente, né, e o bambará, falado de norte a sul, leste a oeste do país.
00:37:25O primeiro grupo vai ficar com a fertilidade avaliando a produção.
00:37:28O primeiro grupo será encadrado pelo professor Fábio, então, fertilidade e avaliação da produção.
00:37:37Ele explicou para a gente que esse trabalho não envolve só a tradução, mas o estudo
00:37:42de alguns termos agrícolas nas três línguas, português, francês e bambará.
00:37:47Como se diz...
00:37:50Vamos lá, o algodão.
00:37:52Le coton.
00:37:54E em francês, sim.
00:37:56Coren.
00:37:58Como se fala inchada?
00:38:02É la ou.
00:38:03Como se diz o bambará, meu amigo?
00:38:07Falou.
00:38:09Colheita.
00:38:11La recolta.
00:38:14Boa.
00:38:16E daqui a pouco a gente vai conhecer as aldeias onde vivem os agricultores do Mali.
00:38:25Vamos ver os avanços da pesquisa brasileira e a tradicional colheita de algodão, que é toda manual.
00:38:32Na segunda parte da reportagem especial sobre o Mali, nós vamos ver como vivem os pequenos
00:38:39produtores de algodão nas aldeias do país africano.
00:38:42Vamos ver também as técnicas que os pesquisadores brasileiros ensinam por lá para melhorar a
00:38:47produtividade das lavouras.
00:38:49A chegada dos pesquisadores brasileiros é sempre muito esperada nas aldeias do mar.
00:39:19Estar aqui no Mali é uma energia diferente, sabe?
00:39:23As pessoas aqui nos conquistam só no olhar da forma de nos receber, como eles valorizam
00:39:29a vida em comunidade.
00:39:34Eduardo Medeiros de Oliveira, engenheiro agrônomo e doutor em ciência do solo.
00:39:37O Eduardo é um dos quatro pesquisadores da expedição, trabalha na Universidade Federal
00:39:43de Lavras.
00:39:44Essa é a primeira vez dele por aqui.
00:39:47Eu estou muito feliz de estar aqui, para mim é uma satisfação.
00:39:50Eu estou na África.
00:39:51Eu nasci no estado de Roraima, numa região amazônica que tem savana.
00:39:55Eu sou apaixonado pela savana.
00:39:57Olhar para esses pastos aqui, as árvores espastadas, as gramíneas, eu me sinto em casa.
00:40:03Essa comunidade em Sicaçô, na região sul do país, fica a 370 quilômetros distante
00:40:12da capital Bamako.
00:40:14Ela abriga uma parte da pesquisa brasileira.
00:40:19No Mali, a terra pertence ao governo.
00:40:23Aldeias como essa recebem autorização para cultivá-la.
00:40:26Cada família tem que cuidar mais ou menos de uma área de 5 hectares.
00:40:32Eles precisam plantar algodão e também o próprio alimento.
00:40:36São mais de 3.300 comunidades rurais distribuídas em 244 municípios, com cerca de 4 milhões
00:40:44e 200 mil pessoas vivendo nelas.
00:40:48O Mali hoje é o maior produtor de algodão da África.
00:40:51Ele talvez possa gerar renda.
00:40:52Mas se eu falar em renda com relação a essas pessoas, será que renda para eles é o mais
00:40:57importante?
00:40:58Essa jovem de 20 anos é casada em mãe de três filhos.
00:41:03A realidade dela é um exemplo da maioria das famílias que vivem na aldeia.
00:41:08Ela não tem energia elétrica, sistema de esgoto ou água encanada.
00:41:13As casas são de barro.
00:41:16O piso é de terra batida e quase não há móveis.
00:41:19Para cozinhar, fogões improvisados e fogueiras.
00:41:23O jantar é o feijão recém-colhido.
00:41:26Tímida com a nossa presença, ela diz que gosta de viver na aldeia e que não falta comida
00:41:32para a família.
00:41:35Os grãos são a base da alimentação no Mali.
00:41:38Por isso, os nossos pesquisadores apostam em duas técnicas.
00:41:42O plantio direto e o consórcio de culturas.
00:41:45A ideia é aproveitar a mesma área do algodão para produzir alimentos.
00:41:53Eu me chamo Issa Kone.
00:41:56Sou extensionista aqui na aldeia de Siani e tenho 31 anos.
00:42:01O Issa trabalha para o governo do Mali.
00:42:04Ele ajuda na manutenção dos experimentos do projeto e repassa o que aprendeu com os brasileiros
00:42:09para agricultores de outras aldeias.
00:42:11O projeto da cooperação brasileira consolidou em mim o amor pelo meu trabalho, pelo meu ofício.
00:42:21No caso do plantio em consórcio, Issa conta que agora aproveita o espaço entre as ruas
00:42:28de algodão para o cultivo de outras plantas que depois vão servir de alimento, tanto para
00:42:33os animais quanto para as famílias.
00:42:35Ele explica para a gente ainda que, com o plantio direto, os agricultores africanos passaram
00:42:42a semear o algodão logo após a colheita do milho, por exemplo, sem fazer a tradicional
00:42:48limpeza do solo.
00:42:49A introdução de novas técnicas e de boas práticas desempenha um papel muito importante
00:42:55nessa mudança de mentalidade, que é essencial para o advento de uma agricultura moderna.
00:42:59Essa técnica é bem conhecida aqui no Brasil e ajuda a proteger o solo.
00:43:07A palha do milho forma uma cobertura que diminui a perda de umidade.
00:43:12Já no período das chuvas, essa barreira natural evita que a enxurrada leve embora os nutrientes
00:43:17importantes.
00:43:18O problema é que as plantas que são usadas para cobertura acabam sendo consumidas pelos
00:43:27rebanhos que andam soltos pela savana.
00:43:31Mais grave do que perder a palhada é ver a situação das crianças.
00:43:37Esse daqui é o pudiugu.
00:43:39Ele tem 10 anos e aqui é muito comum que jovens façam o pastoreio do rebanho.
00:43:48Não existem cercas, então eles vão levando o rebanho para as áreas onde tem pastagem.
00:43:53O pudugu diz que os animais são do pai do amigo dele.
00:43:59E que passa mais de 8 horas por dia nessa tarefa.
00:44:03Em troca do trabalho, ganha uma parte da carne quando os animais são abatidos.
00:44:07Ele frequenta a escola?
00:44:08Ele frequenta?
00:44:09Eu colo lá.
00:44:10Eu não.
00:44:11Entendi.
00:44:12O trabalho infantil ainda é uma realidade no Mali.
00:44:15Um problema que a missão brasileira não consegue atacar.
00:44:21Necessidades mais simples, sim.
00:44:23Como ajudar os agricultores a terem informações sobre o clima?
00:44:27Existe estação meteorológica, mas fica na capital e os dados não são públicos.
00:44:32Por isso, o projeto de cooperação instalou três estações como essa daqui em regiões diferentes da zona rural.
00:44:40Agora os agricultores conseguem ter acesso a dados como, por exemplo, velocidade do vento, umidade relativa do ar, quantidade de chuva e a temperatura.
00:44:50As chuvas são mais na região sul do país, que é onde fica a maioria das lavouras.
00:44:57Elas duram no máximo quatro meses, de junho até setembro, com uma média de 800 milímetros.
00:45:03Para a gente ter uma ideia, na savana brasileira, ou seja, o nosso cerrado, as chuvas se estendem por pelo menos seis meses, com cerca de 1.500 milímetros.
00:45:13O solo aqui absorve pouca água, e mesmo o terreno sendo quase todo o plano, a enxurrada causa erosão.
00:45:23O professor Marques tenta resolver esse problema com barreiras naturais.
00:45:27Nós temos três práticas de conservação do solo sendo testadas, né?
00:45:31A primeira é um terraço, a segunda é um cordão de vegetação, a terceira é um cordão de pedra.
00:45:38Os terraços são recomendados para os solos mais profundos.
00:45:42Os cordões de pedra, para os solos mais rasos.
00:45:46E o cordão de vegetação é uma opção de forragem para os animais.
00:45:51Os solos aqui têm bastante limitações físicas, né?
00:45:54São solos que têm problema de infiltração.
00:45:57Alguns, se a gente fosse classificar na capacidade de uso no Brasil, estariam até inaptos.
00:46:01E aqui são os solos que eles têm disponível para cultivar.
00:46:04Isso nos dá um desafio de querer fazer aquele solo produzir.
00:46:07Tudo isso que o Eduardo falou fica mais claro quando o Milson, também pesquisador, abre esse buraco no chão.
00:46:16Pelo barulho da picareta, dá para ver que tem muita rocha no subsolo.
00:46:21Essa água se acumula na superfície e o algodão é uma planta sensível a isso.
00:46:25Então ele tem o seu desenvolvimento praticamente paralisado.
00:46:29E para piorar, ainda tem o sol, que não dá trégua.
00:46:33Essa exposição do solo, né, traz dificuldades no processo de germinação e estabelecimento da lavoura.
00:46:42Acelera a evaporação da água, ficando menos água para a planta, devido às altas temperaturas que essas raízes encontram.
00:46:50Milson Ivaldo Serafim, engenheiro agrônomo do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.
00:46:55Como profissional, isso aqui me trouxe uma realização muito grande, porque me desafiou e continua me desafiando todos os dias.
00:47:05E do ponto de vista pessoal, trouxe um aprendizado de vida, permitiu conhecer pessoas incríveis, reuniu as duas coisas.
00:47:12É o melhor dos mundos.
00:47:14Tahadam Belê também é especialista em solos.
00:47:17Ela trabalha no Instituto de Pesquisas Agronômicas do Mali, o equivalente à Embrapa do Brasil.
00:47:22Essa transferência de tecnologia representou uma espécie de nova alvorada para a cultura algodoeira do Mali.
00:47:30Ela conta que hoje o país é o maior produtor de algodão da África.
00:47:34E na última safra foram colhidas quase 700 mil toneladas.
00:47:39Só para efeito de comparação, nesse mesmo período, o Brasil produziu cinco vezes mais.
00:47:44Para a agrônoma, a parceria entre os dois países tem sido positiva.
00:47:49Houve boas práticas, que não tínhamos o hábito de implantá-las.
00:47:52Houve ideias novas e novos modos de fazer.
00:47:55E, consequentemente, isso permitiu melhorar a produtividade e recuperar os nossos solos.
00:48:02Tudo isso foi muito positivo para o nosso país.
00:48:10E o resultado de todo esse trabalho, a gente vê mesmo, é na colheita do algodão.
00:48:14Mas isso é assunto para daqui a pouco.
00:48:23O trabalho de cooperação internacional no Mali também leva até as aldeias projetos que ajudam a melhorar o saneamento básico e a saúde das pessoas.
00:48:32Na última parte da nossa reportagem especial, você vai ver algumas dessas iniciativas e como é feita a colheita do algodão.
00:48:40Enquanto nos campos do Brasil, é comum a gente ver essa cena aí...
00:48:50No Mali, quase toda a colheita é feita com as mãos.
00:48:56Os agricultores fazem tudo em mutirão.
00:49:06Idosos, jovens, homens e mulheres.
00:49:09Elas, muitas vezes, com os filhos pendurados nas costas.
00:49:12Essa agricultura comemora a chegada da colheita.
00:49:24Olha, a colheita manual é difícil, cansativa, ainda mais debaixo de um sol como esse.
00:49:32Agora deve estar fazendo mais ou menos 40 graus.
00:49:34Mas ela danifica menos a pluma do que a colheita mecanizada.
00:49:39E a perda também é muito menor.
00:49:42Essa colheita aí é na área do Issá e do sobrinho dele, o Dressá.
00:49:47Eles estão no programa de cooperação com o Brasil há cinco anos.
00:49:52O seu Issá contou pra gente que nesse período a produtividade aumentou bastante.
00:49:57Passou de 700 quilos por hectare para 1.200 quilos por hectare.
00:50:02Pra se ter uma ideia, no Brasil chega a 1.900 quilos por hectare.
00:50:08Os nossos pesquisadores trouxeram pra cá algumas variedades de algodão.
00:50:14A BRS-293 e a BRS-286 se adaptaram bem.
00:50:20As duas foram desenvolvidas pela Embrapa.
00:50:23O seu Issá conta ainda que algumas mudanças no manejo do solo também ajudaram com o aumento da produtividade.
00:50:30Antes, a gente arava a terra, mas depois desse contato com os brasileiros,
00:50:38nós aprendemos a fazer o plantio direto e também o consórcio com outras culturas.
00:50:43O agricultor faz questão de mostrar o barracão cheio de algodão.
00:50:56Com o aumento da produção, tio e sobrinho conseguiram comprar algo muito raro por aqui.
00:51:02Um trator.
00:51:03Mas a máquina passa boa parte do ano parada.
00:51:07Só é ligada na época de arar a terra, porque o combustível é muito caro no Mali.
00:51:13Nós somos felizes vivendo aqui.
00:51:15Nós temos comida suficiente para a nossa família e o que não conseguimos consumir, nós vendemos também.
00:51:22As jovens Elisabeth, Degenébá e Dambelê também participam da colheita.
00:51:29Elas são a nova geração de mulheres do campo.
00:51:31Em comum, as três são as primeiras de suas famílias a fazer um curso superior.
00:51:38Dambelê fez agronomia e as outras agroeconomia.
00:51:41Eu queria contribuir para o desenvolvimento do meu país.
00:51:47E para desenvolvermos um país como o nosso, temos que desenvolver, em primeiro lugar, a agricultura.
00:51:53Eu escolhi a agronomia por causa da segurança alimentar.
00:51:57Se quisermos reforçar esse aspecto no Mali, temos que desenvolver a agricultura e trabalhar a terra.
00:52:03Eu acredito que com análises econômicas é possível contribuir com a agricultura e com o desenvolvimento do meu país.
00:52:12Para elas, as mulheres têm um papel fundamental na produção agrícola do país.
00:52:18Nós temos que incentivar o desenvolvimento das mulheres aqui no Mali,
00:52:22porque no setor agrícola são as mulheres que fazem o grosso do trabalho.
00:52:26Um trabalho que não é valorizado nem nos dá a visibilidade que nós queríamos ter.
00:52:29Quem comanda toda a cadeia de algodão é a CMDT, empresa malinesa para o desenvolvimento têxtil.
00:52:40É ela quem determina, por exemplo, quantos agricultores vão receber pela pluma.
00:52:46Mais de 99% da empresa pertence ao governo e 0,5% a uma indústria francesa.
00:52:52Eu questiono o senhor Bertê Mamari, um dos diretores regionais da CMDT,
00:52:58se essa prática não é ruim para os agricultores, uma espécie de monopólio.
00:53:06Ele admite que sim, hoje é um monopólio,
00:53:09mas afirma que há pouco tempo o governo tentou privatizar a empresa, mas não houve interessados.
00:53:15O Estado recuou um pouco nesse objetivo de privatizar a CMDT.
00:53:21Assumiu a empresa novamente e disse,
00:53:23bom, já que é assim, vamos cumprir nossa responsabilidade pública,
00:53:26tanto econômica quanto essencial.
00:53:28O senhor Bertê diz que a parceria com o Brasil é uma oportunidade
00:53:33para ele cumprir uma de suas missões de vida,
00:53:36que é melhorar a produtividade do algodão.
00:53:38Ele me pede licença para contar o motivo, um relato pessoal.
00:53:42Diz que seu tataravô foi um homem escravizado e levado ao Brasil
00:53:47para trabalhar em fazendas de café.
00:53:51Em respeito à história dos meus ancestrais,
00:53:54eu não tenho o direito de ficar de braços cruzados
00:53:56e não fazer nada em prol do meu país.
00:53:58Na época do meu tataravô, eu acredito que ele já produzia muito algodão por aqui
00:54:02e eu não posso aceitar que a gente continue com uma baixa produtividade.
00:54:06O meu dever é melhorar essa produção.
00:54:12O algodão é um dos principais pilares da economia do Mali.
00:54:1695% da produção vai para fora.
00:54:19Hoje, o país é o sétimo colocado no ranking de exportação mundial.
00:54:24Os primeiros são Brasil, Estados Unidos e Austrália.
00:54:30O país tem 17 usinas de beneficiamento.
00:54:33Aqui o algodão é limpo, a pluma separada do caroço
00:54:41e prensada em fardos, de acordo com a qualidade da fibra.
00:54:46Usinas como essa são uma das poucas fontes de emprego formal no Mali,
00:54:51com 4.500 vagas diretas e indiretas.
00:54:55O Simo Hamed trabalha aqui há seis anos.
00:54:58Ele conta que com salário sustenta toda a família.
00:55:00Com o dinheiro que eu ganho aqui, sustento 12 pessoas na minha família.
00:55:05Os funcionários não podem falar quanto ganham,
00:55:07mas a média é o equivalente a 30 reais por mês.
00:55:10Então você deve imaginar como é difícil sustentar a todos com um salário desses.
00:55:15É uma conta que assusta, né?
00:55:17Mas o dinheiro deles ainda é fabricado pela França
00:55:20e foi desvalorizado por anos de muita inflação.
00:55:24Hoje, um real vale cerca de 100 francos CFA Ocidental.
00:55:28Moeda corrente no país.
00:55:30A Isabel Cristina comanda há um ano a Embaixada do Brasil no Mali.
00:55:35Ela disse que a parceria entre os países é muito importante
00:55:39para o desenvolvimento do país africano.
00:55:41O Brasil é um país que pode contribuir muito para o desenvolvimento pelas similaridades culturais, históricas.
00:55:54Podemos transferir conhecimento, tecnologia adaptada à realidade africana
00:56:01e pode trazer o crescimento econômico do país.
00:56:04Além de todo o trabalho com algodão, os brasileiros também conseguiram trazer pequenas melhorias ao saneamento básico das aldeias.
00:56:18O primeiro passo foi criar uma espécie de proteção nos poços,
00:56:22revesti-los e colocar bombas hidráulicas para puxar a água para a superfície.
00:56:26Existiam problemas de diarreia nas crianças e existia uma proximidade entre as latrinas e os poços.
00:56:35Então isso era fonte de contaminação e problemas de saúde para eles.
00:56:39Os pesquisadores também desenvolveram banheiros secos, que parecem simples,
00:56:46mas dão o destino correto para os dejetos, separando a urina das fezes.
00:56:51O que faz depois com esse material, professor?
00:56:54Assim que a bombona enche, ele é estocado por um período para que as reações aconteçam
00:56:59e depois ele está apto a ser usado no campo como fertilizante.
00:57:04Esse líder comunitário conta que com essas melhorias, as pessoas têm ficado menos doentes.
00:57:12Depois que o sistema foi instalado, melhorou realmente a saúde da população,
00:57:17diminuiu o percentual de diarreia e também teve um impacto positivo com relação à malária.
00:57:25Um caminho inverso da cooperação, os brasileiros também aprendem por aqui.
00:57:29O Milson acompanhou a construção de um silo tradicional para armazenar grãos.
00:57:37Às vezes você tem que construir muito mais caras, né?
00:57:40Mas feita com materiais que não dariam a mesma qualidade, a mesma eficiência do que isso aqui.
00:57:44É uma terra com bastante argila e permite dar liga para formar esse tipo de parede.
00:57:50E tem a palha, que é um material que permite o solo trabalhar sem trincas.
00:57:59Mas veja, na cooperação não são só conquistas.
00:58:03Uma das unidades de pesquisas construídas pelo Brasil está se deteriorando por falta de manutenção.
00:58:12Os carros estão abandonados no pátio e o mato aos poucos vai tomando conta do prédio principal.
00:58:19O seu Fayet ocupa o cargo equivalente ao presidente da Embrapa aqui no Brasil.
00:58:24É ele o responsável por essa unidade.
00:58:28Seu Fayet diz que se sente envergonhado com a situação e desabafa.
00:58:35O estado malinense enfrenta grandes dificuldades.
00:58:39O orçamento que temos não nos permite sequer fazer manutenção num prédio.
00:58:43Muitas vezes nós tiramos dinheiro do próprio bolso para consertar banheiro, consertar privadas, etc.
00:58:48Tudo isso acontece por causa da situação realmente difícil que a gente enfrenta.
00:58:54Eu espero que dias melhores possam vir e que assim tudo isso possa mudar.
00:58:58Mesmo com todas essas dificuldades, o Mali tenta se reerguer com o apoio da ciência brasileira.
00:59:16Apostando na agricultura e principalmente no cultivo do que eles chamam por aqui de ouro branco.
00:59:24Em todos esses anos de projeto, brasileiros e malineses descobriram que apesar da distância, tem muito em comum
00:59:34a hospitalidade, o sorriso no rosto,
00:59:39a esperança no olhar.
00:59:45Ah, e também tem a paixão pelo futebol.
00:59:57Dá pra dizer então que o Brasil é bem-vindo aqui?
01:00:01Eu acho que mais do que isso.
01:00:03Bem-vindo, bem-acolhido, bem-visto, desejado, sem dúvida nenhuma.
01:00:09O projeto de cooperação entre Brasil e África está previsto para terminar no ano que vem.
01:00:31Mas, diante dos bons resultados, a agência brasileira busca recursos para continuar o trabalho no Mali.
01:00:40O Globo Rural de hoje termina aqui.
01:00:42Você pode rever essa edição na nossa reprise, sábado, às seis da manhã.
01:00:47E domingo, às oito e meia, tem programa inédito.
01:00:50Bom dia!
01:00:50Uma ótima semana!
01:00:51Tchau, tchau, tchau, tchau, tchau.
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