Genial/Quaest: aprovação de Lula chega a 54%; reprovação é de 43%

O Antagonista

Pesquisa do instituto Genial/Quaest aponta que a aprovação do governo Lula chegou a 54% e a reprovação é de 43%. Os números refletem uma recuperação da popularidade do atual mandatário federal. Em maio, a aprovação do petista era de 50% segundo o instituto. - Ser Antagonista é fiscalizar o poder. Apoie o jornalismo Vigilante:   https://bit.ly/planosdeassinatura   Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp.  Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais.    https://whatsapp.com/channel/0029Va2S...   Ouça O Antagonista | Crusoé quando quiser nos principais aplicativos de podcast.   Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br

Transcript

00:00Pesquisa do Instituto General Quest aponta que a aprovação do governo Lula chegou a 54% e a reprovação é de 43%.

00:08Os dados foram divulgados agora pela manhã.

00:11Matheus, coloca na tela, por gentileza, a primeira página desse levantamento, mais especificamente a página 7, Matheus, para a gente observar a evolução.

00:23Ali, em janeiro de 23, o Lula começa em 56%, sobe para 60% e aí há uma curva descendente que atinge o seu piso em março de 24% e agora há uma retomada para 53%.

00:37Do outro lado, aqueles que desaprovam o governo Lula, você parte de 40%, 40% em janeiro de 23%, há uma queda em agosto.

00:47Entre agosto de 23 e março de 24, a curva é ascendente, chega a 47%, que foi o auge da impopularidade do presidente Lula e agora você tem 43% de índice de impopularidade.

01:04É bom lembrar que essa pesquisa, vamos explorar outros trechos dessa pesquisa, mas esse levantamento ouviu 2 mil pessoas com mais de 16 anos em um total de 120 municípios brasileiros.

01:15O intervalo de confiança de 95% e a margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

01:21Para comentar essa pesquisa, deixa eu trazer também o nosso grande Rodolfo Bosch. Rodolfo, seja bem-vindo mais uma vez.

01:27Boa tarde.

01:27E eu quero começar essa conversa com o cientista político Leonardo Barreto, que também está com a gente para nos ajudar a entender esses números.

01:37Leonardo, obrigado mais uma vez pela atenção e seja bem-vindo ao Meio Dia em Brasília.

01:41Eu que agradeço o convite, me sinto muito honrado de estar aqui com vocês.

01:46Eu quero conversar contigo, Leonardo. Afinal de contas, você é a visita da casa, né?

01:49Rodrigo e Rodolfo, me permitam, né? Afinal de contas, o Leonardo chega como nosso convidado aqui na nossa nave, né?

01:57Então, enfim, primeiro as visitas.

02:00Leonardo, o que você aponta como os fatores primordiais dessa pesquisa?

02:05Por que o Lula conseguiu recuperar a popularidade? Já temos algum indicativo?

02:09O que você consegue já analisar para a gente?

02:11O que dá para a gente já pontuar que são os fatores principais aí nessa reversão da impopularidade do presidente da República?

02:18Então, Wilson, eu acho que primeiro a gente precisa relativizar a avaliação que a gente registra, né?

02:29Primeiro, o sinal mais claro é, você tinha uma trajetória de declínio, tá?

02:35E isso vem nas três últimas pesquisas, e essa era a grande informação, né?

02:39Mais do que, ah, variou um ponto para cá, um ponto para lá, era a trajetória do gráfico.

02:45E a trajetória, ela mostra uma recuperação, ou pelo menos uma interrupção nesse declínio, né?

02:51Então, o Lula, ele vinha numa maré negativa e conseguiu interromper essa maré negativa.

03:01Eu acho que esse é o ponto, né?

03:03E aí, quando a gente destrincha a pesquisa para saber por que que isso aconteceu,

03:11a gente vai ver, primeiro, uma melhora entre eleitores que ganham até dois salários mínimos e entre mulheres.

03:20Eu acho que isso é importante, por quê?

03:24Porque são eleitores majoritariamente lulistas, né?

03:27São eleitores que foram muito importantes para a eleição deles.

03:30Então, são eleitores que haviam votado no Lula, né?

03:34Que estavam dando ali o seu suporte, etc.

03:37Que haviam, de alguma maneira, rejeitado, enfim, perdido a confiança no presidente,

03:46mas que agora, em função aí do desenho da amostra, enfim, acabaram voltando.

03:52Eu acho que esses dois públicos, eles explicam uma boa parte do processo.

03:56Agora, existe uma outra, que eu acho que é a mais importante, talvez,

04:01é uma queda na rejeição entre evangélicos, né?

04:08E atingiu 62% de rejeição em fevereiro de 24,

04:14e agora é 52%, ou seja, 10 pontos de fevereiro para cá.

04:19É, caiu.

04:20Essa é a grande novidade da pesquisa, a grande notícia da pesquisa.

04:24E aí, a gente tem que lembrar que o governo tem feito

04:28uma campanha de comunicação específica para esse público, né?

04:35E não apenas isso, né?

04:37Assim, o Lula tem adotado muitas culturas conservadoras na sua fala, né?

04:43Esses dias disse que arte não era para a frutaria,

04:46mandou uma moça que era beneficiária ali do Bolsa Família

04:53parar de ter filhos, enfim, ele tem falado de forma conservadora

05:01em vários temas, e a campanha institucional do governo,

05:04chamado Fé no Brasil, né?

05:06Ele tem usado palavras de milagre, Deus, família.

05:10Então, ele tem buscado pastores de igrejas livres, religiosos, né?

05:16Para conseguir se aproximar desse público.

05:18Então, me parece que existe aí esse trabalho, né?

05:24Forte.

05:26E isso tem melhorado as condições de popularidade dele.

05:29Então, assim, me parece que essas são,

05:31pelo menos no que a pesquisa mostra, né?

05:34Os fatores que a gente pode apontar como sendo importantes,

05:38lembrando, no entanto,

05:39que o Lula está numa velocidade de cruzeiro aí.

05:43Assim, você aumentar quatro pontos numa pesquisa,

05:46ele chegou a ser até 60, tá?

05:47Em 54, teve 50.

05:50Então, assim, as condições materiais de popularidade de aprovação,

05:55elas mudaram drasticamente, né?

05:59Assim, você interrompeu uma trajetória de declínio,

06:02acho que essa é uma notícia,

06:04e a questão dos evangélicos, eu acho que é uma notícia importante também.

06:07Matheus, coloca na tela, por gentileza, página 13,

06:10para a gente reforçar aquilo que o nosso grande Leonardo estava falando.

06:13Pronto, aqui, ó.

06:14Entre os evangélicos aqui,

06:16essa linha vermelha é a linha da desaprovação,

06:19e a linha azul é da aprovação.

06:21Então, assim, entre os evangélicos,

06:23você teve um pico ali de desaprovação de 62%, tá?

06:29E aí, houve a redução desse patamar em 10 pontos percentuais

06:34nos últimos meses, né?

06:38Nos últimos cinco meses, de 62 para 52.

06:41Em contrapartida, você teve uma curva ascendente,

06:45que você sai de 35% para 42%, né?

06:48Então, como você teve um declínio de 10% na desaprovação

06:52e um crescimento de 7%,

06:54não necessariamente, traz para cá, Matheus,

06:56deixa eu colocar o nosso Leonardo aqui para a gente conversar sobre isso.

07:00Não necessariamente significa, ô Léo,

07:02que houve ali uma...

07:05que aqueles eleitores evangélicos que desaprovavam o governo

07:09automaticamente passaram a aprovar o governo.

07:11Não dá para fazer essa vinculação, né?

07:14Não é uma linha direta.

07:18E aí, eu também quero te perguntar outra coisa,

07:19que é a seguinte,

07:21você acredita que o fato do Lula ter falado,

07:25ter procurado rádio local e ter se pronunciado mais

07:30nas últimas duas semanas,

07:32isso pode também ter tido um impacto nessa pesquisa?

07:36Olha, eu acredito que sim.

07:38Embora você tenha tido 41% dos eleitores

07:45apenas que disseram que ter ouvido algum tipo de entrevista dele

07:48a uma rádio local.

07:49Agora, é uma estratégia repetida, né?

07:52Que ele usou muito nos dois primeiros mandatos,

07:54quando ele achava que havia um bloqueio da grande imprensa contra ele,

07:59ele foi e procurou esses veículos locais.

08:01Hoje, na cabeça do governo,

08:03há um grande bloqueio provocado pelos algoritmos.

08:05algoritmos.

08:06E algoritmos que não são programados por ninguém,

08:11são programados pelas próprias pessoas.

08:13Então, eles estão tentando furar essa,

08:16na percepção do governo, né?

08:18Furar essa bolha,

08:20bolha conservadora de oposição,

08:23alguma coisa assim,

08:24a partir dessas rádios locais,

08:28mas, assim, a própria pesquisa diz que o alcance,

08:30ela, de certa maneira, é limitado, né?

08:34Agora, o Lula faz, sim, uma virada conservadora,

08:39é bem nítido, aliás,

08:42é até desconfortável, né?

08:44Para uma esquerda identitaria.

08:46Agora, eu acho que o ponto principal,

08:48e aí eu vou aproveitar os meus colegas de economia aqui,

08:53para poder botar um pouco o dedo nesse ensopado,

08:59que é o seguinte,

09:00existe uma piora das expectativas econômicas,

09:08porque os agentes econômicos,

09:10eles tomam decisões hoje olhando lá para frente, né?

09:12Falando assim, olha, vai piorar,

09:14e o cara já toma a decisão dele aqui hoje.

09:16O eleitor político,

09:18o eleitor, né,

09:20a opinião política, ela é o contrário.

09:23Como é que acontece?

09:25Não.

09:26Ele só muda de opinião depois que piora.

09:28Na minha opinião,

09:32o Lula está claramente trocando o futuro pelo presente.

09:36Ele está fazendo o que ele pode

09:38para forçar investimentos públicos,

09:44conter os preços da Petrobras,

09:49revisar gastos,

09:51para quê?

09:51para manter um certo estado de conforto aí com a economia,

09:57embora esse conforto não seja sustentável.

10:01E o objetivo dele, claro,

10:03fazer essa situação chegar até 2026.

10:06Eu acho que esse é o ponto.

10:09Então, assim,

10:10os agentes econômicos,

10:11eles sempre vão estar na frente

10:13dos agentes políticos,

10:15dos eleitores,

10:17que sempre reagem

10:18depois que a coisa se estraga.

10:20A gente pode até escrever isso

10:22no Congresso,

10:23para os atores políticos em geral.

10:25Eles só reagem

10:25depois que a coisa

10:27pega em ordem, né?

10:29E aí, claramente, então,

10:30a gente está vendo

10:31a estratégia do Lula, né,

10:33de trocar o futuro pelo presente,

10:35se materializando aqui na pesquisa,

10:37dando certo, né?

10:38E aí a gente vê

10:40que a única coisa

10:42que orienta o presidente

10:43nas suas escolhas políticas

10:46e econômicas

10:47são as pesquisas eleitorais, né?

10:49Então, se ele olha para isso aqui

10:51e diz assim, não,

10:52o Pelo Acelerador funciona

10:54para manter a minha popularidade

10:57e isso vai sustentar

10:58durante algum tempo,

11:00provavelmente ele vai reafirmar, né,

11:03a aposta nessa agenda

11:05de não fazer nenhum esforço fiscal,

11:09nenhum esforço de revisão de receitas, né,

11:12se ele puder manter essa situação

11:15que é a maneira pela qual

11:16as pessoas se relacionam com a política.

11:18Pelo emprego, né,

11:20pela inflação,

11:21pelo custo do combustível,

11:23é assim que as pessoas

11:23se relacionam com a política

11:25na vida real.

11:26Então, se ele puder manter

11:27essas variáveis constantes,

11:29mesmo que isso tenha custo de futuro,

11:32ele vai fazer esse movimento.

11:34Rodrigo Oliveira.

11:37Ah, eu achei ótimo

11:38essa fala do Léo,

11:39porque, aliás,

11:40eu quero falar que o Léo é...

11:42o Leonardo é convidado,

11:45mas é de casa, né?

11:46É de casa.

11:49É, não, mas é,

11:50o Leonardo é de casa,

11:51só que, sabe aquele...

11:53aquele cunhado

11:55que aparece no final de semana

11:56para o churrasco,

11:57mas o Leonardo,

11:58ele é corteiro,

11:58ele traz Heineken,

11:59ele não traz aquela cerveja

12:00de quinta categoria, não,

12:01ele sempre traz...

12:02cunhado é um exemplo perigoso,

12:04mas isso que o Leonardo falou,

12:06eu acho que é muito importante,

12:07que é um pouco da discussão

12:09que eu tive com o Rodolfo

12:10durante a manhã,

12:11hoje,

12:12debate, né, gente?

12:13Debate,

12:13não é discussão

12:14no sentido...

12:16é debate.

12:17É uma troca de ideias mesmo.

12:19O Rodolfo fez uma análise

12:20que, assim,

12:22ótima,

12:23está lá no site,

12:24se quem quiser ler,

12:25aí eu falei,

12:25olha,

12:26eu não sei se eu concordo

12:27exatamente com o que você falou ali,

12:29e o que o Leonardo falou

12:30talvez esteja mais próximo

12:31do que eu acho,

12:33que é, por exemplo,

12:33se você olhar para um slide específico,

12:35é o 55,

12:36viu, Matheus,

12:38se você conseguir colocar aí no ar?

12:40Matheus,

12:40coloca 55.

12:41A página 55,

12:42isso aí,

12:43pergunta para as pessoas,

12:44você acha que a alta do dólar

12:45vai afetar o preço

12:46dos alimentos

12:47de combustíveis no Brasil?

12:49Pim,

12:5075%.

12:51Então, assim,

12:51isso é uma imagem

12:52cristalizada

12:54na população

12:56de que dólar alto

12:56não é bom,

12:57e esse é um dos motivos

13:00que o Lula

13:01é afetado pelo dólar,

13:03assim,

13:03é uma preocupação

13:05do PT histórica,

13:07quando no governo,

13:09o dólar,

13:10o câmbio,

13:10prestar atenção no câmbio,

13:13e esse é um dos motivos também

13:14que,

13:14na minha opinião,

13:15levou o Lula

13:16a abaixar o tom

13:17depois que o dólar

13:18chegou a bater ali

13:19quase 5,70

13:20e aí,

13:21de repente,

13:22ele falou,

13:22opa,

13:22está ruim,

13:23mas olha como as coisas são,

13:25na mesma pesquisa,

13:26mostra que a população

13:26não atribuía ao Lula

13:28a alta do dólar,

13:30embora o mercado sim,

13:32mas o efeito Lula

13:33no dólar,

13:34ele é real,

13:35e depois,

13:36quando o dólar subir,

13:37a moeda depreciar,

13:38etc,

13:38a população passa aí

13:40a culpar,

13:43às vezes,

13:43o presidente da república,

13:45como a gente tem

13:46essa cultura

13:47de pulanizar

13:49as coisas,

13:50não vai ser o governo,

13:50não vai ser o Haddad,

13:51vai ser o presidente

13:53da república,

13:53e o Lula

13:53destacou

13:54que continuar

13:56nessa história

13:57contra o Banco Central,

13:58apesar do que foi falado

14:00para parecer

14:02que a mudança

14:03no discurso dele

14:06tinha a ver com isso,

14:08não,

14:08tinha pesquisas internas

14:09do PT

14:10que indicavam

14:11que bater

14:12no Banco Central

14:12melhorava

14:14a popularidade

14:16do Lula.

14:16essa pesquisa

14:17aqui,

14:18por exemplo,

14:19ela diz o seguinte,

14:21ela pergunta,

14:22você ficou sabendo

14:24das críticas

14:25do Lula

14:25ao Banco Central?

14:2634% sim.

14:30E aí,

14:30o mais interessante,

14:31pesquisa é ótima,

14:32o número é ótimo

14:33por causa disso,

14:34você concorda

14:35com as críticas?

14:3766% sim.

14:38Se eu pegar

14:39esse slide

14:39e te falar,

14:40olha,

14:4066% das pessoas

14:42concordam

14:42com as críticas

14:43que o Lula

14:44faz ao Banco Central,

14:46você vai falar,

14:46pô,

14:46olha aí,

14:47maior parte

14:47da população brasileira.

14:49Aí,

14:49se você voltar

14:50no slide anterior,

14:51você vai ver,

14:51mas só 34%

14:52sabem quais são

14:53as críticas.

14:55Então,

14:56como diria Lula,

14:57não é 64%,

14:58não é 66%

14:59de 66%,

15:0134%

15:02de 66%

15:04e, no fim,

15:05vai todo mundo perder.

15:06Mas, assim,

15:06brincadeiras à parte,

15:08o que a pesquisa

15:11está mostrando

15:11é que é balela

15:13essa história

15:14de que o Lula

15:15mudou de discurso

15:17porque isso

15:18estava trazendo

15:20a população

15:21para o lado dele.

15:22Não,

15:23e eu falei isso

15:23na época,

15:24a população

15:24não sabe

15:25o que é Selic,

15:26não sabe

15:26o que é Banco Central,

15:27não sabe

15:27como o Banco Central

15:28funciona.

15:30Aí,

15:30uma outra pergunta

15:31que tem nessa pesquisa

15:32é,

15:33você sabia

15:33que o presidente

15:34do Banco Central

15:35é indicado

15:35do Bolsonaro?

15:37Ninguém sabe

15:37disso também.

15:40Se vacilar,

15:41nem o Bolsonaro

15:41sabe,

15:42brincadeira.

15:43mas, assim,

15:45não é real isso.

15:48Essa discussão

15:49com o Banco Central

15:49é um problema

15:51pessoal do Lula

15:52com o Roberto Campos Neto

15:54e eu tenho certeza

15:55que no futuro

15:56a gente vai descobrir,

15:57afinal de contas,

15:58o que foi

15:59que o Roberto Campos Neto

16:00falou para o Lula

16:01no primeiro encontro

16:02que deixou o Lula

16:03tão incomodado.

16:04O fato é que

16:05o Leonardo

16:07está certíssimo

16:08no que ele fala,

16:08o mercado

16:09olha para o futuro

16:10e a população

16:12em geral

16:12olha para o presente

16:13e para o passado.

16:14Olha,

16:15mês passado

16:15minhas compras

16:16estavam menos pesadas

16:18ou mais pesadas

16:19no meu orçamento doméstico,

16:22isso é mais ou menos

16:23inflação.

16:23E o mercado

16:24está olhando,

16:24olha,

16:24se continuar isso

16:25desse jeito,

16:26vai ter inflação

16:27lá na frente,

16:28juros altos,

16:29desemprego,

16:29etc.

16:30E aí ele começa

16:31a precificar agora

16:32o que vai acontecer

16:33lá na frente.

16:34O Lula,

16:35o jogo dele é diferente mesmo,

16:36ele precisa do voto

16:38hoje,

16:38para as eleições municipais,

16:40ele precisa de apoio

16:41e vai precisar de apoio

16:42também para 2026

16:44se ele quiser eleger

16:46o Haddad

16:46ou quem quer que seja

16:48que ele vá indicar

16:50ou até mesmo ele

16:51se ele for realmente

16:52para o segundo mandato.

16:55Rodolfo Borges,

16:56suas considerações aí.

16:57A minha análise

17:00que a qual o Rodrigo

17:02se referiu

17:02ela é mais um lamento

17:03na verdade

17:04a partir de alguns

17:05das respostas

17:07sobre a economia

17:09da pesquisa,

17:10né?

17:10Uma que me incomoda

17:12particularmente,

17:13o que me incomodou

17:14é essa de que

17:15você,

17:16é o slide

17:18sobre você concorda

17:19com o que o Lula disse,

17:20né?

17:21E aí o último desse

17:22é assim,

17:23o governo não deve

17:25explicações

17:26ao mercado

17:26mais aos pobres,

17:29que é uma frase

17:29que não,

17:30o que significa

17:31essa frase?

17:32Essa frase

17:33não significa nada,

17:34mas 67%

17:36do eleitorado brasileiro

17:39que é representado

17:40na pesquisa

17:40concorda com isso.

17:43Então,

17:44o que eu analisei

17:45na verdade,

17:46o que eu digo,

17:47né?

17:47Porque assim,

17:48tinha essa história,

17:48né, Rodrigo,

17:49de que as pesquisas,

17:50tinha uma pesquisa interna

17:51que indicava

17:52Lula, vai lá,

17:53né?

17:53Empurrou Lula

17:54para desprezar

17:57controle de gasto,

17:59para partir

18:00para cima

18:00do Banco Central

18:01e tal,

18:01e ele foi,

18:02né?

18:03Até a equipe

18:04econômica dele,

18:05a própria,

18:05a equipe,

18:05falar,

18:06olha,

18:06isso aqui não é sustentável,

18:08baseado,

18:08inclusive,

18:08nesse número

18:09que o Rodrigo destacou,

18:1075%

18:11considera a inflação

18:14uma coisa ruim.

18:15Agora,

18:17o que eu lamento

18:18é que essa pesquisa

18:20especificamente,

18:20e a gente pode discutir

18:22se essa pesquisa está certa,

18:23está medindo direito,

18:24né?

18:24Isso já apareceu,

18:25inclusive,

18:25por exemplo,

18:26um diretor de outro

18:28instituto,

18:29né,

18:29o Atlas Intel,

18:30o Andrei Roman,

18:31dizendo que não é bem assim,

18:32que a pesquisa deles

18:33não mostrou

18:34crescimento,

18:37que é o que,

18:38inclusive,

18:38o Datafolha tinha mostrado

18:39também uma estabilidade,

18:40que é o que o,

18:41para o que o Leonardo

18:42chamou a atenção,

18:42né?

18:43A gente já tinha falado

18:44no Datafolha aqui,

18:45né?

18:45Ah,

18:46parou de cair,

18:47aí os petistas começaram,

18:48e os governistas começaram a celebrar.

18:50Atlas Intel também mediu

18:51o que parou de cair,

18:52e agora vem a Quest

18:55dizendo que não,

18:56não é que só parou de cair,

18:58subiu,

18:59a gente pode discutir

18:59se subiu ou não,

19:00se é estabilidade ou não,

19:01né?

19:02Mas o que me incomodou

19:03particularmente nessa pesquisa

19:05é que eu fiquei com a impressão

19:07de que toda essa confusão

19:08que o Lula fez,

19:10é possível sair

19:11ileso disso,

19:13politicamente,

19:15sabe?

19:15Ele pode prejudicar

19:17durante um tempo

19:17a economia brasileira

19:18em nome de uma tentativa

19:19de melhorar a sua popularidade,

19:21e por conta da falta

19:23de letramento da população,

19:26de não acompanhar tão

19:27de perto o que está acontecendo,

19:30é possível ele escapar.

19:31Aí a gente pode discutir

19:32até quando

19:33é possível escapar

19:33politicamente disso, né?

19:35Então ele pode,

19:35ele agora recua,

19:37diz que é,

19:38vai ter controle fiscal

19:39e que vou respeitar tudo e tal,

19:41e aí a popularidade dele

19:42começa a cair,

19:43aí ele de novo,

19:43daqui a dois meses,

19:45ele começa a mesma ladainha,

19:46e vai levando o governo assim,

19:49e no fundo não é um governo

19:50do Brasil,

19:51é o governo do Lula, né?

19:52É, então,

19:53só pra gente,

19:54só pra confirmar aqui,

19:55Matheus,

19:55coloca na tela,

19:56por gentileza,

19:56o artigo do nosso

19:57Rodolfo Borges,

19:59passei pra você,

20:00Matheus,

20:01acorda aí,

20:01acorda,

20:02Matheus,

20:02acorda,

20:03Matheus,

20:04Lula fez dólar dispara

20:05em busca de popularidade

20:06e confirma a pesquisa.

20:07Agora tem um detalhe,

20:09ô Leonardo,

20:10que eu queria,

20:11aí eu vou deixar

20:11essa informação na roda

20:13pra que a gente faça

20:13uma última rodada

20:14de comentários,

20:15porque, enfim,

20:15já são cinco pra uma da tarde,

20:17tem um detalhe

20:19que me chamou a atenção

20:20porque é o seguinte,

20:21vamos lá,

20:21vamos pegar,

20:22colocando a bola no chão

20:23mais uma vez.

20:24Primeiro,

20:25o Lula cresceu

20:26junto aos evangélicos.

20:27Segundo,

20:28o Lula cresceu

20:29na região sudeste.

20:31Matheus,

20:31coloca na tela

20:32o slide 12,

20:34porque a desaprovação

20:36do Lula,

20:37ela cai de 48

20:38e vai pra 42,

20:42né?

20:42Que é o mesmo patamar ali

20:43do índice de aprovação

20:45na região sudeste.

20:47Só que aí tem um detalhe

20:48que eu não sei,

20:49me corrijam,

20:50por favor,

20:50se eu estiver equivocado.

20:53Eu não senti,

20:54nesse período,

20:56apesar de você ter falado

20:56agora há pouco,

20:57Leonardo,

20:57sobre a questão

20:58de uma virada

20:59mais conservadora

21:00do Lula,

21:01mas não houve

21:01nenhuma sinalização

21:02muito substancial.

21:05Traz pra cá,

21:05Matheus.

21:06Eu não senti

21:07uma virada tão substancial

21:08assim,

21:09porque a questão

21:10da maconha,

21:11ele falou,

21:11ah, não,

21:12mas a maconha,

21:13quem tem que regular

21:14é o Congresso,

21:15naquela entrevista

21:16que ele concede

21:16pro UOL.

21:18A questão do aborto,

21:19não, então,

21:19a questão do aborto

21:21é uma questão

21:21de foro íntimo,

21:22mas quem tem que

21:23legislar

21:23é o Congresso Nacional.

21:25Na região sudeste,

21:26ele fez algumas visitas

21:28ali,

21:29cobrou,

21:29inclusive,

21:30taxis de freitas.

21:31É isso que,

21:32por isso que eu acho

21:32que o Rodolfo

21:33deve questionar um pouco

21:34a pesquisa

21:35e até os outros diretores

21:36de outros institutos,

21:37eles questionam,

21:40porque eu não vi

21:42nesse período

21:43entre maio e julho

21:44nenhum fato novo

21:45de grande repercussão

21:47que, de fato,

21:48indicasse,

21:49olha,

21:49o ULA fez uma guinada,

21:50ele fez uma guinada

21:51conservadora?

21:52Fez,

21:52mas foi uma guinada

21:53um pouco,

21:54um tanto quanto

21:55que conservadora,

21:57me permito trogadilho,

21:59não foi aquela guinada

22:00de oito para oitenta,

22:02ele,

22:02em nenhum momento,

22:03ele fez uma

22:04uma ódio

22:05contra o aborto,

22:07ele não posou,

22:08ele não,

22:09sabe,

22:10não tem foto do Lula

22:11no púlpito

22:13de uma igreja evangélica

22:14neopentecostal,

22:15sabe,

22:15não tem nenhum fato

22:16nesse sentido.

22:17Então,

22:17isso,

22:18Leonardo,

22:19você acha que

22:19o fato de você não ter tido

22:21um grande fato relevante

22:22novo,

22:22a não ser as declarações

22:24estapafúrdas

22:25do presidente da República

22:26e você indicar

22:27esse crescimento

22:28de popularidade,

22:28não coloca um pouco

22:31essa tendência

22:34de aumento

22:35de popularidade

22:35um pouco em xeque,

22:36não pode,

22:37a gente não pode

22:37questionar um pouco

22:38isso,

22:38Leonardo?

22:40Olha,

22:41primeiro,

22:42vou fazer o,

22:43eu vejo

22:47de novo,

22:49um pouco

22:49de velocidade

22:50de cruzeiro,

22:51né,

22:51porque as variáveis

22:53que,

22:54as pessoas

22:56se relacionam

22:57com a política,

22:57como eu já falei,

22:58elas são mais ou menos

22:59as mesmas,

23:00assim,

23:00você não teve

23:01um problema

23:01de inflação,

23:02combustível represado

23:03há nove meses,

23:05então,

23:07assim,

23:09esse baluco,

23:13e essas questões aqui,

23:15ah,

23:16você concorda ou não

23:16com as opiniões de Lula

23:17nessas entrevistas?

23:18Até estava checando aqui,

23:20assim,

23:21como não concordar,

23:23né,

23:23ah,

23:23os juros no Brasil

23:24são muito altos,

23:25carnes consumidas

23:27deveriam ter isenção,

23:28não tem nenhum maluco

23:29que vai discordar disso,

23:31então,

23:31são falsos dilemas,

23:33são falsas escolhas,

23:34e mostra exatamente

23:35a natureza populista

23:36que o presidente adota,

23:40não é?

23:41Enfim,

23:41a estratégia dele é essa,

23:43ele só se orienta

23:44pelas pesquisas

23:45de popularidade,

23:46por mais nada,

23:48então,

23:48assim,

23:49acho que isso,

23:50isso mostra aqui

23:51um pouco da estratégia.

23:53Bom,

23:54ah,

23:55mas não aconteceu nada,

23:56eu acho que uma das coisas

23:58que aconteceu,

24:00das coisas que aconteceram,

24:02na verdade,

24:04é que se injetou mais dinheiro

24:06no programa Pé de Meia,

24:09né,

24:10ah,

24:11tem isso,

24:11verdade,

24:12vocês lembram,

24:13é um programa Pé de Meia

24:15que é uma grana

24:16para meninos do ensino médio,

24:19isso foi,

24:20teve uma injeção importante,

24:22mais de,

24:24eu não sei se chegar

24:25a 2 milhões de beneficiários,

24:26mas a gente tem aí,

24:28então,

24:28assim,

24:28eu colocaria isso,

24:30e tem um elemento

24:31que é o Rio Grande do Sul,

24:33o Rio Grande do Sul

24:34foi uma prova

24:35que ele enfrentou,

24:37né,

24:37e o Lula teve o mérito

24:39de identificar

24:40o grande risco

24:41que o episódio

24:42do Rio Grande do Sul

24:43tinha

24:43para a popularidade dele,

24:45se ele repetisse

24:46o que os americanos

24:47fizeram com Nova Orleans,

24:49no caso do Katrina,

24:50né,

24:50onde o governo

24:52federal demorou muito tempo

24:53para oferecer a ajuda,

24:55ele teria problemas,

24:57e ele foi lá,

24:57esteve lá

24:58mais de quatro vezes,

25:00fez cena segurando o bebê,

25:02né,

25:03acariciando o velhinho,

25:04enfim,

25:05então,

25:05assim,

25:06ele foi

25:07importante,

25:10ele passou por essa prova,

25:12eu acho que

25:13essas imagens dele,

25:15né,

25:15ligadas à assistência

25:18das pessoas,

25:19é o que ele tem

25:20de mais forte,

25:20que é o principal ativo dele,

25:22né,

25:23e aí,

25:24a questão do Rio Grande do Sul

25:26oportunizou a ele

25:28mostrar esse lado

25:30que ele mais cultiva,

25:32né,

25:33esse contato direto

25:35com as pessoas,

25:36que,

25:36assim,

25:37eu acho que você tem elementos

25:38para tentar entender

25:39essa variação positiva

25:41da pesquisa,

25:46da pesquisa,

25:47acho que,

25:49assim,

25:50é uma pesquisa que diz,

25:52não diz que mudou muita coisa,

25:53acho que ele interrompeu, sim,

25:55uma,

25:55mas o de ele é ruim,

25:58né,

25:58e por essas razões com que a gente

26:01já conversou,

26:03mas é aquela história,

26:05eu sempre brinco, assim,

26:06do Brasil

26:07para o governante

26:10apertar a torneira,

26:12secar a torneira

26:13nos dois primeiros anos

26:14e abrir a torneira

26:15nos dois últimos,

26:16né,

26:17a minha grande dúvida

26:18hoje é o seguinte,

26:19qual coelho que o Lula tem

26:21na cartola

26:23que vai enfrentar

26:24os próximos dois anos,

26:26né,

26:26por quê?

26:27Ele gastou tudo

26:28que podia e não podia

26:29nesses dois primeiros anos,

26:31né,

26:31e por isso está chegando aí

26:32com 54% de informação,

26:34o que ele vai tirar da cartola

26:36para os próximos dois anos,

26:37né,

26:38eu acho que essa é a pergunta,

26:40esse conforto

26:41que ele acha que gerou

26:42chega até 2026,

26:45né,

26:45por isso que o pessoal

26:47do mercado

26:47está dizendo uma coisa

26:48e o pessoal da política

26:50está dizendo outra,

26:51né,

26:52por conta dessa diferença

26:53de viés aí,

26:54de olhar,

26:55né,

26:56que o pessoal tem

26:57em relação ao mesmo fenômeno

26:58que é a popularidade

27:00do presidente.

27:04Aplausos

27:06Obrigado.

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